Nós, os do Grande Hotel da Beira

Compramos mangas maduras à porta do Grande Hotel da Beira que, mesmo em ruínas, não perde a imponência e magnitude em frente ao mar. Pedimos para falar com o representante dos moradores, logo um rapaz se prontifica a ir chamar o “secretário da unidade” que se levanta da sua interrompida sesta, veste a camisa azul de botão e a boina de muçulmano e vem vagaroso, com a filharada atrás, receber os curiosos.  Agradecemos pois a gentileza do senhor João em mostrar o hotel à hora do calor.

Com ar pausado e a timidez típica dos moçambicanos rurais, desvenda a história de um albergue de 750 famílias, cerca de três mil pessoas, em aglomerados familiares - no seu caso nove elementos - que, num mesmo quarto, fazem de tudo: dormir, banhar, comer, cozinhar. É a história de um hotel, outrora de luxo, transformado num dos maiores squats do mundo. 

fotografia de Otávio Raposofotografia de Otávio Raposo

Como qualquer casa ocupada tem as suas regras de convivência e de organização. Ali a ordem tem os seguintes representantes: o secretário de unidade (de inspiração marxista), o de corredor, quarteirão e bloco (andar), os quais se reúnem para resolver problemas dos inquilinos, e dirigem o tribunal de moradores numa ex-suíte do hotel, onde se discute quem tem mais direito à casa (uma mulher com crianças leva vantagem) ou que fulano anda a atirar água suja para a varanda de sicrano. Duas regras são fundamentais: “manter a limpeza e o respeito”. A limpeza é realizada por nomeação de turnos, já o respeito tem de ser garantido por todos. “Já houve casos de maus-tratos, violações a raparigas, cujas pessoas que os praticaram foram expulsas”, conta decidido o nosso anfitrião.  

senhor João, o secretário da unidade, fotografia de Otávio Rapososenhor João, o secretário da unidade, fotografia de Otávio Raposo

Como veio o senhor João viver para o “Prédio”, alcunha eufemística para normalizar aquela vivência, e porque tem o mais alto cargo de chefia? “O meu irmão é militar, eles foram os primeiros a chegar em 1980 para terem uma base durante a guerra, ficou com uma casa e com esta função que depois passou para mim.” Como nas heranças, as casas, os quartos neste caso, destinam-se a pessoas da família, e algumas já lá estão há três gerações, quase trinta anos.  

descida aos infernos 

Iniciamos então a visita aos escombros restantes do Grande Hotel. Na escadaria mulheres sobem com alguidares à cabeça, rapazes empenham-se na máquina de costura, crianças brincam descalças lado a lado com centopeias e ratazanas. Dali se avista o grande salão, lugar de festas e reuniões sérias, onde ao entardecer as colunas de som brindam com panza e tarrachinha, músicas africanas que pedem muito sintetizador, o gingar de ancas das crianças e adolescentes.  

É a usurpação do espaço que nos impressiona logo: a piscina serve para lavar roupa, a madeira do chão foi usada como lareira, de qualquer pedaço de terra e canteiro se capinou e se fez uma machamba (pequena horta). Todo o espaço é precioso nesta casa sobrelotada. Mas precisamente por o Hotel ter uma amplitude de origem, tudo parece paradoxalmente desafogado. Nos corredores jovens reúnem-se em pachorrentas conversas, mulheres trançam cabelo e amamentam bebés deitadas.

fotografia de Otávio Raposofotografia de Otávio Raposo

Os quartos são polivalentes: dividem-se as privacidades com leves cortinas, levanta-se o colchão para surgir uma sala ou cozinha. Há quem viva na cave, nas antigas câmaras frigoríficas, lavandaria e elevador, qualquer canto tem uma utilidade. Subimos até ao terraço, o oceano Índico ainda existe para equilibrar esta Beira pesada que parece ter parado no tempo. Ali se vem espairecer do excesso de contacto humano, seus amores e violências domésticas.  Lá dentro retorna-se à cidade das ruínas, de um hotel com nome de prédio.   Vários serviços, aulas de ensino básico para as crianças, promovidas pelo governo; venda de camarão, legumes colhidos ali mesmo no hotel, carvão, xima (farinha), fritura de peixe nos corredores.

No edifício de desenho modernista, escreve Ana Magalhães em Moderno Tropical (Tinta-da-China, 2009), “com uma fachada curvilínea de composição monumental, existe uma cidade alternativa, onde vivem milhares de pessoas, centenas de famílias. Dentro dos gigantescos salões definem-se habitações improvisadas, nos longos corredores montam-se bancas de mercado, nas escadarias helicoidais brincam centenas de crianças que a Cruz Vermelha Internacional visita ao fim do dia.” 

Para ali se viver há que ter um bom jogo de cintura em questões de diplomacia e sociabilidade. Com a vulnerabilidade de todos, as redes de solidariedade devem funcionar. Dentro do hotel alguns cadeados mostram os cuidados com os ladrões. Fora, nada de ondas com a polícia que lhes faz favores de segurança e vai aparecendo para interagir com os moradores. Mas imprescindíveis são as boas relações com a vizinhança em redor do Prédio, de quem se depende por demais. Os vizinhos vendem a tão necessária água que, depois de usada, é atirada pela janela uma vez que não há qualquer vestígio de saneamento. Os vizinhos podem dar boleia se alguém precisa de ir ao hospital ou outro tipo de urgências. Há esquemas de conforto para algumas personagens do Prédio, com direito a puxadas de electricidade para certas casas com critérios ambíguos e, digamos, por vezes individualistas. Os outros podem recorrer às soluções mais caras de candeeiros a petróleo e baterias de gerador. Mas a grande maioria mergulha na escuridão assim que o sol se vai.   

Algumas ajudas de fora minorizam carências. Uma igreja aqui e acolá, operações de desinfestação, visitas da Cruz Vermelha. Mas dureza é a palavra, viver ali a cada dia se torna mais difícil. Chuva, calor, bichos inoportunos, falta de luz, água e privacidade, tensões com os vizinhos.  “Lá porque o ser humano se habitua a um problema, ele não deixa de existir”, diz um cartaz na fronteira entre a África do Sul e Moçambique e aplica-se bem a esta vida no limite.  

 

A utopia da urbanização, Beira de ontem e de hoje

Apesar de desoladora e meio abandonada, consegue-se descortinar, apenas pelos edifícios, a cidade glamorosa que a Beira terá sido nos anos 50 e 60. Os Caminhos-de-Ferro e o porto, num movimento constante de passageiros e mercadorias que davam corpo ao “corredor da Beira” que ligava todo o interior de África, especialmente a Rodésia, ao mar. As difíceis condições geográficas da cidade - baixa, pantanosa, clima tropical húmido, muito calor e muita chuva - não impediram os projectos de urbanização. Declarada zona urbana em 1892 e concessionada pelo Estado à Companhia de Moçambique. Elevada a cidade em 1907, com um aumento populacional explosivo tal como as difíceis condições de salubridade da cidade. O plano de urbanização dos irmãos arquitectos Rebelo de Andrade, em 1932. O arquitecto José Porto e engenheiro Joaquim Ribeiro Alegre executaram algumas obras, consultando o Gabinete de Urbanização Colonial. Diferenciaram-se as áreas administrativas das comerciais e industriais, turísticas e residenciais de acordo com a população europeia, asiática e africana.

A Beira alberga inúmeros projectos do modelo moderno em África, com os jovens arquitectos da geração do Congresso que vieram experimentar edifícios nesta linguagem por influência das obras que se estavam a desenvolver no Brasil. Para perceber melhor esta dinâmica urbanística leia-se o livro Moderno Tropical cuja narrativa de Ana Magalhães parte das fotografias de Inês Gonçalves, “relacionando o património arquitectónico português do século XX com os novos contextos sociais e políticos” na tentativa de perscrutar o que permanece neste desconcerto de tempos. A cidade prosperava, apostavam-se todas as fichas nas colónias sem se perceber que a festa imperialista e colonialista iria acabar em breve para os colonos e poderes da metrópole, e o desenlace seria trágico para uma minoria e festivo para a maioria da população africana. 

No pós-independência de Moçambique, com o estalar da guerra civil, sendo a Beira estrategicamente localizada a meio do país e albergando a sede da Renamo, a guerra fá-la sofrer terríveis transformações: degradação, forte migração, bloqueio às suas infra-estruturas. Em tempos de paz, conquistada desde 1992, a falta de condições persiste: o investimento concentra-se mais em Maputo, havendo quem se queixe de um certo bloqueio e burocratização excessivos para os investidores na Beira, contribuindo o facto do edil do município, Daviz Simango, não ser da Frelimo.

A luta por uma casa tem sido a guerra de muito cidadãos, num país que não vende terrenos, e cujas casas ocupadas na altura das mudanças de regime não chegaram para os vindouros. Apesar do dinâmico comércio dos indianos, a cidade tem um ar desolador e decadente, com muitos edifícios degradados dos quais só tiveram o privilégio de ser restaurados aqueles que hoje são bancos, em ruas onde transitam infinitas pessoas a pedir dinheiro, ajuda, e muito mais do que em Maputo se sente a terrível fome, e quão nociva se tornou a persistente busca por ajuda externa para as mentalidades moçambicanas.


Viver e morrer no Hotel

Vieram dos matos, das profundas províncias onde se arriscava a vida para roubar uma mandioca raquítica. Caminharam desde lugares onde, para se ir ao baile, tinham de enfrentar leopardos. Para todos Beira era sinónimo de segurança, uma ideia abstracta de paz e sobrevivência, um nome que circulava de boca em boca sem ninguém conhecer ao certo. Depois de fugir à guerra dos homens vieram “enfrentar a guerra da pobreza” ali na cidade. Porém “os sonhos são vastos”, dizem os olhos de Paíto, no auge dos seus 20 anos de representante dos jovens do Prédio. Nele vive “por necessidade e falta” desde pequeno, crescido e apegado ao espaço, com consciência de que “a situação é péssima, mas uma pessoa habitua-se, só quando vem alguém de fora é que nos lembra as condições desumanas em que vivemos”. E Paíto tem amigos de fora do prédio que, com frequência, ali passam tempo entre camaradas.

Paíto e os amigos, fotografia de Otávio RaposoPaíto e os amigos, fotografia de Otávio Raposo

Os amigos observam a conversa e confirmam que vão “lá visitar o pessoal e às festas e convívios” e que o Prédio tem um espírito especial. Ser jovem ali é duro, alguns se meteram na droga, mas também pode ser uma espécie de enorme residência de estudantes (esta com mais-velhos à mistura). Faz-se música, praticam-se actividades desportivas como futebol, artes marciais, basquete, uma espécie de ginásio e até um Clube Desportivo da Ponta G que participa nos campeonatos entre bairros.

O organizador do núcleo de desporto é Albino Cardoso de 28 anos, que veio há 22 desde a Zambézia. Da situação de refugiados dos pais conta: “não me sinto inferiorizado, foi uma situação da História. Chegámos depois e as casas dos colonos já estavam cedidas a este ou aquele. Muitos eram antigos serviçais dos colonos. Nós ficámos no Hotel, mas eu já tenho condições para sair.” É uma longa luta pelas tais “condições” que nem todos conseguem.

Há muitas estórias sinistras de acidentes dentro do Grande Hotel. Gente alcoólica a fugir ao desalento que acaba por cair de alguma escada ou janela sem protecção. Um corpo que aparece a flutuar na piscina. Gémeos que morreram no mesmo sítio à vez, um pedaço do terraço que caiu. Ao longe reconhecemos a silhueta de Rafate, o louco do Prédio. Gesticula e ocupa-se com estranhas tarefas. Enlouqueceu depois de uma consulta ao curandeiro que o convenceu a ter relações sexuais com a mãe como método para enriquecer. Foi apanhado e tudo aquilo o perturbou para sempre. “Agora até cão morto, rato e gato come” contam moradores que já aprenderam a aceitar as suas bizarrias.  Mas também há estórias bonitas. Um dos habitantes decidiu oferecer à comunidade um Cinema. No fundo de uma palhota montou uma televisão onde se exibem filmes de acção e kung-fu a um metical a sessão, para grande alegria da criançada. Para libertar a alma e praticar as crenças há lugar para todas as prestações de culto. Transformaram o balneário da piscina numa mesquita e lá se dá expressão às salah, as cinco orações do dia que manda o Islão. Mas há também igrejas. Muçulmanos, católicos, protestantes e animistas coabitam sem conflitos religiosos.  

 

Camadas de tempo 

Em quase todos os documentários, fotografias, reportagens, sobre o património das cidades das ex-colónias, é o tempo antes e o tempo depois que são confrontados. Neste jogo óbvio com a História é claro que o presente fica sempre a perder e as imagens de destruição e degeneração do mesmo favorecem o discurso dos saudosistas que, se até reconhecem erros de tempos passados, ostentam que, a olhos vistos, estes mesmos tempos traziam mais dignidade à vida das pessoas e organização às cidades. Basta ver o luxo de outrora e o lixo de agora.
Na cidade da Beira a memória colonial está de facto muito presente. No restaurante Brique, pouco antes da zona do Estoril, onde chineses bebem com africanos, europeus e indianos, encontramos um português, há meses à espera de alvará para abrir a sua empresa de transportes, que ilustra bem o estado de espírito dos tais saudosistas: “Em 1975 quando saí de cá apanhei uma grande porrada em Portugal, que era muito atrasado em relação à Beira, imaginem que nem sabiam o que era a Coca-Cola! Quando voltei para cá há um ano, apanhei outra porrada com uma Beira toda ‘partida’. Não estava à espera que estivesse tão mal.” Este discurso, e todo o alarmismo acerca da insegurança da cidade, “não andem por aqui à noite que já me disseram que uns tipos assaltam turistas com catanas”, é uma espécie de descarga de consciência - quanto mais se sublinhar o horror do agora mais se destaca o esplendor de então. Em África os saudosistas parecem ter inequivocamente razão: “o colonialismo era mau mas hoje o sistema é bem pior”, parece que esta ideia atravessa todos aqueles que sobrepõem estes tempos numa perspectiva acrítica.

a arquitectura modernista da cidade da Beira, foto de O.R. a arquitectura modernista da cidade da Beira, foto de O.R.

O Grande Hotel da Beira enquanto edifício encerra em si a tensão dos tempos que aqui se jogam. Inaugurado em 1955 como hotel de luxo com aspirações a ser o mais requintado de África com os seus 370 quartos e suítes, uma imensa piscina olímpica, pretendia promover o turismo em toda a região centro de Moçambique, base para desbravar o seu lindíssimo litoral, atraindo em particular os turistas de uma Rodésia branca e endinheirada, os portugueses e britânicos mais abastados. Tentou-se incluir um casino, que o governo não chegou a autorizar, para ajudar à festa. Aberto entre 1952 e 1963, nunca chegou a ter clientela suficiente para as suas ambições de lucro, ainda para mais com uma guerra colonial a afrouxar o turismo. Acrescida a má-gestão, foi desativado como hotel tendo a piscina e a sala de conferências continuado a funcionar durante os anos 60 e até depois da Independência.

O arquitecto Francisco de Castro, co-autor da famosa estação de caminhos-de-ferro da cidade, acompanhou os últimos anos da construção do hotel. Num documentário de Anabela de Saint-Maurice o arquitecto regressava com grande emoção ao Grande Hotel, não seria improvável ter um ataque de coração ao ver as ruínas, mas aceitava afinal: “são as mudanças da História!”  Patucha Jardim casou lá mesmo no Hotel, numa grande festa que guardam as boas memórias desse tempo. O último grande evento do hotel foi uma festa de fim de ano de 1980 para 81, depois foi-se transformando gradualmente numa ruína. Primeiro os militares, membros da polícia e do exército começaram a usar o terceiro andar e os seus quarteirões como apoio logístico para a guerra. Depois de 1981, a população em geral foi ocupando por vários motivos: tornou-se um campo de refugiados, com moçambicanos deslocados de guerra que ali encontraram abrigo, prisioneiros políticos, o clássico êxodo rural para a cidade, os simples sem-abrigo e, com as pessoas já ali nascidas e criadas, são várias gerações a contar a história do seu Grande Hotel.

Imaginemos o que pensará um guarda que ali vive desde o tempo colonial, com quem não conseguimos falar, as pessoas que atravessam os momentos da História no mesmo lugar, espectadores de delirantes viragens. No filme “Hóspedes da Noite” de Licínio Azevedo (2007) dois antigos empregados revisitam o hotel passados 40 anos enquanto falam do fausto da altura, com whiskies, boite, ladys e americanos de charuto, lençóis na lavandaria, e toda a estrutura de um grande hotel que não voltará jamais. Neste filme podemos ver bem essa justaposição de realidades e toda a dinâmica do interior do Hotel.fotografia de Otávio Raposofotografia de Otávio Raposo

Desenlaces e melhorias

O presidente do município da Beira, Daviz Simango, a estrela da província de Sofala que obteve o surpreendente resultado eleitoral nestas últimas eleições de Outubro, já visitou o Grande Hotel e, na presença de um representante, até se ergueu a bandeira do seu partido MDM. Ouviu os moradores que reivindicam que lhes construam latrinas e lhes dêem material para trabalhos de manutenção do edifício. O senhor João é pedreiro, há muita mão-de-obra capacitada ali disponível, só precisavam de material, ancinhos, enxadas, cimento e algum capital para pôr a “casa” colectiva num brinco. Muita gente ali está desempregada e vive de biscates. Mas as promessas eleitorais - como a de voltar a ligar o tubo de água - já não são levadas a sério, talvez por isso não aproveitaram a ocasião das eleições para fazer um grupo de pressão, uma vez que ainda são bastantes eleitores. As propostas de reabilitação do Hotel tampouco suscitam esperança, avaliando-se o nível de degradação e as verbas necessárias para lhe dar a volta. Tal como a conversa de evacuação e realojamento lhes parece uma ficção, apesar da Associação Muçulmana de Sofala ter conseguido realojar 30 famílias, os quartos que vagaram foram imediatamente ocupados.

O espaço é precioso, há filhos a nascer a toda a hora.  As vidas que ali se reproduzem carecem de um destino, de condições mais dignas (apesar de tentarem ao máximo manter o orgulho do seu Prédio monumental). Sem referências e habituados a tudo, não escondem que há-de ser melhor ter uma casa propriamente dita. A forma como esta grande família se apropriou das antigas estruturas do hotel e partilha o espaço tem muitos pontos de interesse. Mas gostariam de saber de futuro…

Enquanto o futuro é uma zona cinzenta esmeram-se nas áreas de lazer. Nesse fim de tarde hão-de cair trovões sobre o Índico. Mas no Hotel preparava-se a noite festiva como são todas as sextas-feiras, não fossem em Moçambique conhecidas como a “noite dos homens”, pois estes têm de farrar, beber e, se alguns chegarem bêbados e incomodarem uma vizinha, amanhã há-de se falar disso entre os secretários do Prédio. “Uma comunidade tem regras”, despede-se o senhor João na sua pausa e resignação.

fotografia de Otávio Raposofotografia de Otávio Raposo

 

Nota: Artigo originalmente publicado na revista Pública, 27/12/2009

por Marta Lança
Cidade | 14 Maio 2010 | arquitectura, Beira, moçambique, ocupação, património