Aquilo que existe nos museus e nos arquivos pode ser dito de outra maneira, conversa com António Camões Gouveia

African Comercial Development. oito mapas de África, 1964. escolha de Maria José RoxoAfrican Comercial Development. oito mapas de África, 1964. escolha de Maria José RoxoA exposição Contar Áfricasacompanhada de uma programação paralela de visitas e debates, pode ser visitada até 21 de abril no Padrão dos Descobrimentos. A coordenação científico-museológica esteve a cargo do historiador António Camões Gouveia (Univ. Nova | CHAM), em colaboração com diversas instituições, associações e investigadores.

Nesta conversa, tentamos perceber o percurso que vai da intenção/ideia da exposição, auto-descrita como exercício científico-museológico, às possibilidades de leitura para o visitante. Nos meandros ficam interrogações, insistências e confirma-se que há muitos caminhos possíveis para contar Áfricas. Importa reflectir sobre os olhares, as palavras e as peças que dão corpo a esta exposição.   

Como surgiu esta exposição integrada na programação da EGEAC e, especificamente, do Padrão dos Descobrimentos, que já trabalhou questões de racismo e cidadania?

Foi uma proposta minha para a EGEAC, enquanto nova maneira de fazer uma exposição sobre África. Surgiu no seguimento da Capital Ibero-Americana que andou muito à volta de África, America Latina, etc. Comecei a sentir, em algumas actividades sobre museus e nas temáticas que vieram agora ao de cima com os museus etc, que nós sabemos muito pouco sobre África. Achei que seria interessante colocar o olhar na própria África, não nos portugueses em África, e não reduzir Africa à dimensão de depósito de homens e mulheres que eram escravizados. 

Identifico uma contradição de base entre a proposta e o resultado: uma exposição que se propõe “contar África e não a visão que, de África, tiveram os portugueses” e, no entanto são escolhidos apenas investigadores portugueses ou ligados a instituições portuguesas1.

Não vejo contradição. O ponto de partida foi convidar investigadores portugueses que tocaram África nos seus estudos, históricos, antropológicos. Depois, contactámos associações de afrodescendentes. A ideia era que nós portugueses percebessemos que África não é a África dos portugueses. Pusemos também outro limite: todas as peças pertenciam a coleções portuguesas, provocando nas peças (que estão em museus, em reserva ou expostas) uma leitura e proposta de aproximação através de África, de onde são provenientes, e não um olhar português. 

Obá (rei) com o seu séquito Reino de Benim, Nigéria. Bronze em alto. Col. José de Guimarães. escolha de Pedro Cardim Obá (rei) com o seu séquito Reino de Benim, Nigéria. Bronze em alto. Col. José de Guimarães. escolha de Pedro Cardim Não entendo porque não convidou investigadores africanos desvinculados de Portugal.

A mesma opção podia ser fazer uma exposição só com investigadores africanos.

Porque tomou essa opção? 

Porque me parece que a comunidade científica portuguesa precisa de conhecer melhor África. É um exercício científico-museológico. 

Qual foi o ponto de partida do exercício?

Foi-lhes pedido que escolhessem uma palavra, uma peça e um texto. 

Sei que a ideia era que as peças “contassem África pelas suas próprias palavras”. Como a distingue de uma montagem etnográfica (e um pouco fetichisante), habitual quando o tema é África?

É uma chamada de atenção para os tesouros, no sentido da acepção da palavra, de África. Por isso museologicamente cada peça assume uma unidade. Não é uma exposição de totalidade, mas de casos individuais: são 41 peças, 41 curadores, 41 palavras e nunca as quisemos mexer ou misturar. A ideia é que se possa contar e não dizer África, recuperar o que já se traz, o que se sabe e não se sabe e poder, não tanto “acrescentar um ponto”, mas “rever um ponto”. É uma exposição muito aberta, procurei com a Teresa Nunes da Ponte que fez a museografia, que em qualquer ponto da sala fossem visíveis os três núcleos detectados, que são três cores. Não é uma exposição sequencial nem cronológica e a narrativa é para ser montada pelo visitante.

vista da exposição 'Contar Áfricas'vista da exposição 'Contar Áfricas'Se estas peças pertencem unicamente a acervos portugueses, remetem inevitavelmente para uma África ex-colonial lusófona. Até que ponto isso não reduz a diversidade africana que defendem?

Reduz, mas trazer peças internacionais não era, nem em termos económicos nem de conteúdos iniciais, uma possibilidade. Lembro-me de uma exposição como a do Gil Dias, na Comissão dos Descobrimentos, em que as melhores e mais emblemáticos peças vieram até Lisboa e sei o balúrdio que isso implicou.

Não era portanto essa a intenção.

A ideia era mostrar aos museus nacionais e particulares (e coleções associativas) que aquilo que têm pode ser dito de outra maneira. 

Além da peça e da descrição, poderia ser interessante acrescentar outra camada na qual se informasse o visitante sobre como é que aquela peça foi adquirida, contando a história do próprio objeto, a circulação, a sua pertence àquele arquivo específico. Isso seria uma leitura descolonial.

Mas aí entraríamos na discussão sobre a devolução e a exposição não entra. 

Não diria problematizar a restituição, mas sim fazer o contexto crítico de determinado objeto. 

Mas se chegarmos a esse ponto não abrange um público turístico. A pessoa que tiver essas preocupações lê as instituições de onde vêm umas coleções.

As peças podem ser esculturas, documentos de arquivo, pintura, artefactos, numa liberdade de suportes. Foi fácil o acesso às peças?

Nenhuma instituição negou o acesso. As coisas iam chegando e nós não sabíamos o que é que ia aparecer porque os convidados escolheram as palavras e as peças que quiseram.  

Fez essa curadoria de equilibrar os temas e períodos, e tipologias de peças?

Não tirámos nada. A única coisa que fizemos foi tentar detectar aqueles três grupos de peças: espaços e poderes, conquista e exploração, símbolos e cores. Depois de termos os objetos, olhámos para eles e pensámos como podíamos agrupá-los. 

É notória a ausência de contemporaneidade na exposição…

Ninguém escolheu peças recentes. 

Dia da Independência, de António Firmino, 2014, escolha de Edalina Sanches (palavra Revolução)Dia da Independência, de António Firmino, 2014, escolha de Edalina Sanches (palavra Revolução)Há a tela do António Firmino sobre a independência, os livros escolhidos pelo Pedro Schacht e o filme do João Viana (um realizador português) sugerido pela Ana Maria Martinho…

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Integrar os manuais de ensino, através de associações de professores e de afrodescendentes, é uma forma de chamar a comunidade e refletir sobre a transmissão da história?

Nós convidámos a associação de geografia e associação de história que mais diretamente tocam no tema África, eles escolheram os manuais, não foi por indicação nossa.  

José Nicolau Raposo Botelho, 1921; Compêndio de História Universal, 4º ano, livraria sá da costa; Era uma vez.... 5, Lisboa, 2016. escolha da Associação de Professores de História.José Nicolau Raposo Botelho, 1921; Compêndio de História Universal, 4º ano, livraria sá da costa; Era uma vez…. 5, Lisboa, 2016. escolha da Associação de Professores de História.Um dos exercícios museológicos é o visitante percorrer três cores, acedendo a três linhas de leitura da exposição.

O serviço educativo tem essa missão, as turmas pequeninas fazem os percursos da cor que querem. E tentámos que se visse uma amarela, um azul e vermelha.  

Porquê estes três eixos temáticos?

Não foram predeterminados, foi uma forma de organização, olhando para os materiais percebemos aproximações. Num primeiro, sobre espaços e poderes, reinos, organização político-social. 

Numa tónica de resistência? 

 De resistência e não resistência. Também há definição de reinos intra-africanos, pré-coloniais. O segundo, a conquista e exploração, para agrupar a parte da escravatura e juntar o comércio e escravatura, questão dimensões de poder. E, depois, o mais etnográfico, que mostra a riqueza dos sistemas simbólicos africanos.

Cesto de Adivinhação. Província do Cuando Cubango, adquirido em 1965. escolha da Angolreflex. Cesto de Adivinhação. Província do Cuando Cubango, adquirido em 1965. escolha da Angolreflex. A associação ANGOLREFLEX – Plataforma de Reflexão Angola Associação Cívica, escolheu aquela cesta de adivinhação que são peças de quotidiano e estranharam tê-las numa exposição. É interessante essa estranheza.

Uma linha museológica que explicasse o múltiplo, dos impérios e das histórias de resistência, lembrou-me um pouco o exercício da exposição Carambolages (2016) no Grand Palais, de Jean-Hubert Martin (curador de Magiciens de la Terre (1989) e de Theatre du monde (2014)), que pretende estimular um pensamento visual e associativo que emerge das relações entre obras e não de um conceito, cronologia, tema ou narrativa.

Sim como houve aquela exposição em Berlim de arte europeia e arte africana, Beyond Compare: Art from Africa in the Bode-Museum.

Continua a ser interessante contar histórias a partir de objetos?

Porque me preocupa a epistemologia dos objetos e a passagem pelos museus fez que a minha construção da história e intervenção na cultura material, colocar aquilo que eu chamo de documentos objetuais ao lado do documento etnográfico. Essa incorporação interessa-me. E sobretudo explicar, cada vez mais, que não há museus sem coleções mas não são as colecções que fazem os museus. Quando me fazem o reparo: “tens um objecto do museu nacional ao lado de uma capulana que se vende nas ruas de Maputo a 5 eur” e eu respondo: “qual é o problema?” Interessa-me desvalorizar a dimensão museológica dos objetos para ganhar uma dimensão de comunicação. 

pormenor de Pano d'obra Bicho. Ilha de Santiago, Cabo Verde, adquirido em 1963, museu nacional de etnologia, escolha de João Vasconcelos (palavra Duração)pormenor de Pano d'obra Bicho. Ilha de Santiago, Cabo Verde, adquirido em 1963, museu nacional de etnologia, escolha de João Vasconcelos (palavra Duração)Está em curso uma reflexão curiosa sobre o museu transhistórico2, com experiências de exposição que combinam objetos e artefactos de vários períodos e contextos históricos e culturais. Para questionar e expandir as noções de museologia tradicional como cronologia, linearidade e médium.

Não foi intencional não ter linha cronológica e há objetos que seriam de difícil datação. 

É bom remexer naquilo que está arrumadinho nos museus, mas deve ter havido algumas condicionantes. O espaço, o símbolo do Padrão…

Isso há sempre. Esta exposição dá conta da finalização de uma coisa da qual o Ocidente é refém: os museus, os arquivos e coleções nacionais. Essa construção de nacionalidade emblemática  - sistema de incorporação com uma língua, um sistema, com um museu e arquivo nacional, claramente criou os grandes problemas que estamos a ter, que são situações para resolver. Acho muito interessante aquele documento dos “Arquivos Ndembu” que o Ricardo Roque escolheu. Quisemos  abrir a exposição com a palavra Arquivo, para lembrar que África tem memória, tem forma de arquivo. Acredito que para alguns visitantes haverá uma zona que remete simplesmente para uma dimensão estética, ou etnográfica como chamou, embora não goste muito da palavra. O que é certo é que há uma estética africana que não é uma estética de leitura ocidentais. É uma estética de uma certa gramática decorativa, de formas de fundição, é interessante que passe a mensagem que África é muito mais do que costumamos dizer. 

Ouvi-o dizer num programa de televisão que pretende “Mostrar que Africa é uma civilização. Que estamos em pé de igualdade. Que África ganhe uma auto-confiança, uma dimensão de cultura e civilização.” Não considero que isso seja uma grande novidade. Penso que estamos para lá dessas afirmações.

Olhando para os cursos e as disciplinas, não tenho tanta certeza disso. 

Ouvindo a discussão do lado de lá, os teóricos africanos já estão noutras questões. 

Mas nós não estamos ainda aí. 

Refiro-me a essa ideia de civilização, originária no Iluminismo francês, que tem uma intencionalidade universalizadora. África tem coisas tão diferentes… Incorre um pouco na ideia de “dar a voz”, tão contestada por alguns teóricos africanos. 

Por isso pusemos o plural das Áfricas. 

Seria importante especificar que a exposição só tem África subsariana e ex-colonial portuguesa. 

Contactamos pessoas que trabalham o Norte de África e só tivemos uma resposta. 

pilão Yorubá, África Ocidental c. 1920-30. Madeira esculpida. Museu da Farmácia, escolha de Inês Beleza Barreiros (palavra-chave Ciência)pilão Yorubá, África Ocidental c. 1920-30. Madeira esculpida. Museu da Farmácia, escolha de Inês Beleza Barreiros (palavra-chave Ciência)Os arquivos portugueses reflectem a história colonial, acha que se percebe isso nesta exposição?

A intenção não é essa, é a de dizer que há diversidade. Os arquivos são vários, a gente pensa que África diria respeito apenas ao museu de etnologia, arqueologia ou sociedade de geografia. Mas há muito mais. O museu histórico-ultramarino por exemplo. E as pessoas têm África em casa, seja vestígios da guerra colonial, o que é certo é que têm, e não sei se essa história está feita, não temos a guerra bem resolvida. 

Que atividades paralelas promovem?

Visitas orientadas com um investigador que tenha escolhido determinada peça e começa por contar uma história mais alargada sobre a sua escolha. Depois lá em cima no Padrão há os Encontros na exposição “Contar Áfricas!”. Por exemplo temos vários tipos de fotografias: de terreno feitas por antropólogos, de coleções arquivísticas, de coleções particulares. Da Filipa Lowndes Vicente fotografia da mulher com capulana anterior a 1961), do Ricardo Roque e Cristina Sá Valentina sobre o arquivo da Diamang, e da Mariana Temude, da sua recolha na Guiné Bissau. Também vai haver conversas a partir da história das capulanas, dos contos orais. Ver o programa completo aqui. 

Há preocupação em envolver o público afrodescendente? Trazer alunos das escolas periféricas, muitos nunca vieram a Belém. 

Têm vindo muitos afrodescendentes à exposição e participam nas atividades (a DJASS está envolvida).

A exposição está bem pensada mas reflecte precisamente que Portugal não “descolonizou o olhar”. Mesmo contando nas peças que trazem “outras histórias”. Não estarem presentes por exemplo as metrópoles africanas de hoje em dia, toda essa pulsação, as questões de hoje…

A Marta podia fazer uma exposição sobre olhares africanos. 

Ou o olhar africano sobre a Europa….

A camisola de Eusébio da Silva Ferreira, década de 60. Peça cedida pelo SLB. escolhida por Nuno Domingos.A camisola de Eusébio da Silva Ferreira, década de 60. Peça cedida pelo SLB. escolhida por Nuno Domingos.Outra questão: Acabar com a t-shirt do Eusébio (objeto escolhido pelo Nuno Domingos). Eusébio simboliza uma relação colonial, está no Panteão, etc, não é problemático?

Sobre isso resolvemos publicar o texto na íntegra (é o único) e serve-nos de texto final da exposição porque tem pressupostos que dão hipótese de exploração, mostra um pouco a forma como a exposição foi feita. Agradou-nos começar com Arquivo e acabar com essa transposição. Quer queiramos quer não, tem de se perceber que o Eusébio foi uma presença de África, utilizada etc. 

Eu acabaria com algo que apontasse mais para o presente, o que são as “Áfricas” hoje, para os portugueses neste caso?

Mas eles tinham de ter escolhido. Estou refém da escolha deles. 

Foi uma escolha sua ser um curador não interveniente, portanto.

Não se mudou uma linha do que enviaram das peças e textos. 

Mas ao escolher as pessoas e os eixos de leitura está a fazer curadoria.

Fiz uma leitura nos centros de investigação dessas pessoas pelos seus projetos. 

São predominantemente investigadores de ciências sociais, não há artistas. É uma forma da academia olhar para essa transmissão da história a partir do objeto e da palavra?

É um comprometimento da academia. As respostas negativas foram cerca de 40. Por ser no Padrão por exemplo. 

vista da exposiçãovista da exposição

Acha que devia haver uma instituição em Lisboa que permanentemente abordasse África e as suas diásporas em múltiplas perspetivas? Essa relação histórica e actual não mereceria uma visibilidade maior?

Sim, tal como com o Brasil etc. 

Considera que esta exposição traz ideias e práticas a aproveitar para novas coisas, que “algo vai ter de acontecer.” Pode ter influência com o que vai acontecer no futuro (relacionado com a discussão do Museu da Descoberta)?

Pode ter ou não. Mas espero que não seja mais um museu. Defendo que devia haver um espaço com dimensões culturais com programação alargada, sendo muito importante chegar às ruas. O espaço pode ter uma boa galeria para exposições como uma das suas atividades.

 

fotografias da autora da entrevista. 

  • 1. Peças escolhidas por: Alberto Oliveira Pinto, Alexandra Curvelo, Ana Isabel Palma Santos, Ana Maria Martinho, Ângela Barreto Xavier, Arlindo Caldeira, Aurora Almada, Beatriz Gomes, Carlos Sousa, Catarina Madeira Santos, Cristina Brito, Cristina Nogueira da Silva, Cristina Valentim, Edalina Sanches, Emília Sande Lemos, Filipa Lowndes Vicente, Hugo Ribeiro da Silva, Inês Beleza Barreiros, Isabel Castro Henriques, Joacine Katar Moreira, João Vasconcelos, Jorge Fonseca, Manuel dos Santos, Manuela Cantinho, Maria Emília Madeira Santos, Maria Eugénia Alves Rodrigues, Maria José Roxo, Maria Manuel Torrão, Marina Temudo, Miguel Barros, Nuno Domingos, Nuno Senos, Paulo Almeida Fernandes, Paulo Ferreira da Costa, Paulo Granjo, Pedro Cardim, Pedro Schacht Pereira, Pedro Teotónio Pereira, Philip J. Havik, Ricardo Roque, Rosário Severo, Rui Pereira, Santiago Macías. Em colaboração com: ANGOLREFLEX – Plataforma de Reflexão Angola Associação Cívica, APH – Associação de Professores de História, APROFGEO – Associação de Professores de Geografia, Ceaf/EHESS – Centre d’études africaines – École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris), CEDIS/NOVA – Centro de I&D sobre Direito e Sociedade – Universidade NOVA Lisboa,CEF / ISA ULisboa – Centro de Estudos Florestais – Instituto Superior de Agronomia – Universidade de Lisboa, CEI/IULisboa [ISCTE] – Centro de estudos Internacionais – Instituto Universitário de Lisboa [Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa], CES/UC – Centro de Estudos Sociais – Universidade de Coimbra,CH/ULisboa – Centro de História – Universidade de Lisboa,CHAM, FCSH/NOVA – Centro de Humanidades /Universidade NOVA de Lisboa, CICS.NOVA – Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais Universidade NOVA de Lisboa, CML – Câmara Municipal de Lisboa,DJASS – Associação de Afrodescendentes, FLUL e CEsA / ISEG ULisboa – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Centro de Estudos sobre África, Ásia e América Latina – Instituto Superior de Economia e Gestão Universidade de Lisboa, ICS/ULisboa – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa,IHA, FCSH/NOVA – Instituto de História de Arte / Universidade NOVA de Lisboa, IHC FCSH/NOVA – Instituto de história Contemporânea Universidade Nova de Lisboa, IHMT NOVA – Instituto de Higiene e Medicina Tropical Universidade NOVA de Lisboa,IICT (ISA) – Instituto de Investigação Científica Tropical – Instituto Superior de Agronomia,King’s College, Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, Museu de Lisboa – Santo António, MNA – Museu Nacional de Arqueologia, MNE – Museu Nacional de Etnologia, Museu da Farmácia, Museu da Marioneta, Ohio State University e SGL – Sociedade de Geografia de Lisboa.
  • 2. A abordagem transhistórico seria esse encontro entre o antigo e o novo, objetos do passado e do presente, ligando herança e tradição, arte contemporânea e questões sociais. Agitar o separatismo inerente à história de arte europeia ocidental com o seu foco em períodos e movimentos. Novas abordagens aos nossos pressupostos históricos, são espaços que permitem reaceder a interpretações de objetos individuais em relação com os seus contextos e narrativas. No caso da exposição Contar África não está muito desenvolvido o contexto da peça nem está muito presente a contemporaneidade. O olhar histórico e ainda assombrado pelo arquivo colonial.

por Marta Lança
Vou lá visitar | 14 Janeiro 2019 | arquivo, Contar Áfricas, História, Museus, objetos, Padrão dos Descobrimentos