Retornar - traços de memória

Retornar - traços de memória “Esta exposição pretende capturar traços da memória do movimento que ficou conhecido por retorno. Estes traços revelam-se através de testemunhos pessoais, da fotografia, de objectos e de fontes históricas, não procurando no conjunto fornecer uma interpretação fechada sobre este momento histórico, mas fazer um convite à discussão deste tema na sociedade portuguesa”,

27.10.2015 | por vários

Periferias, de Carlos No

Periferias, de Carlos No O trabalho de Carlos No tem uma forte componente de crítica e denúncia social, mas as esculturas que agora se mostram não pertencem à linha panfletária que se limita e enumerar problemas, elencando os podres de que o mundo é feito. Pelo contrário, a denúncia, aqui, é um gesto de reflexão, dando ao visitante os elementos e as ferramentas para olhar de frente temas como a pobreza, a exploração, as diferenças sociais reflectidas em aspectos como a habitação ou a vivência do espaço público, sempre de um modo capaz de fazer pensar.

10.10.2015 | por Sara Figueiredo Costa

A descolonização continua

A descolonização continua Nos anos 90, solitária e, por vezes, incompreendida, a actividade de Ângela Ferreira foi decisiva para que os artistas portugueses se confrontassem com a memória do passado colonial. Depois da literatura e do cinema, a arte contemporânea portuguesa parecia disposta a interrogar a memória e o conhecimento que os cidadãos tinham do seu passado colectivo mais recente.

02.10.2015 | por José Marmeleira

Esse novo arquipélago chamado desejo

Esse novo arquipélago chamado desejo Todos estamos implicados. Todos estamos diante de um minotauro ressurgido sob a forma de leis de mercado, exclusões, dívidas não contraídas que somos forçados a pagar. Da miséria e da fome que alastram por via das incursões pós-coloniais, às guerras fratricidas, tudo explica parcialmente o desespero que conduz milhões de pessoas a arriscarem o seu bem mais precioso, a própria vida, em busca de um porto que lhes foi sendo vendido como seguro mas não o é, antes pelo contrário.

05.09.2015 | por Carlos Cabral Nunes

Um Museu no Bom Retiro

Um Museu no Bom Retiro “Museu do Estrangeiro” de Ícaro Lira, projeto que, à semelhança de grande parte dos seus trabalhos, combina formas de conhecimento temporalmente distintas e politicamente contraditórias, tem a potência remissiva da enciclopédia e a deriva da montagem surrealista, um work in progress que articula ao longo do tempo vários tipos de agenciamentos de pessoas, objetos, e afetos.

24.04.2015 | por Marta Mestre

Terra Prometida

Terra Prometida Conscientes ou não da sua condição de “escravos”, relacionavam-se entre si como membros da mesma comunidade. Fossem essas relações de entreajuda, dependência ou poder; fossem violentas ou pacíficas; fossem práticas voluntárias ou involuntárias, existiam e tinham lugar dentro de uma prisão colectiva. Dado que não se estava perante a terra prometida, a possibilidade desse mito ser alcançado só podia ter lugar fora dessa jaula; um pouco como o escravo de outrora só poderia alcançar a verdadeira terra de origem deslocando-se para fora da comunidade em que estava enjaulado.

15.04.2015 | por Ana Rita Canhão

Um Marquês de Pombal mestiço

Um Marquês de Pombal mestiço Artista luso-angolano reencenou figura histórica portuguesa para falar de racismo. uma imagem de Lisboa que quase nunca vemos: a visão de uma cidade que nunca foi só branca e que foi sempre um lugar onde se reflectia quer a beleza quer o grotesco da vida das colónias.

10.03.2015 | por Susana Moreira Marques

O devir-cabo verde: Repúblika, 2014, de César Schofield Cardoso e a arte como renovadora da utopia e da identidade

O devir-cabo verde: Repúblika, 2014, de César Schofield Cardoso e a arte como renovadora da utopia e da identidade Em 'Repúblika, 20142', César Schofield Cardoso foca as questões de identidade cabo-verdiana, o seu posicionamento no mundo, a liberdade e poesia, como utopias orientadoras da autodeterminação de um povo.

26.02.2015 | por Ana Maria Garcia Nolasco da Silva

De mar a mar, maré

De mar a mar, maré O sentimento não era o de viver uma experiência limite de Rio de Janeiro, zero vontade de adrenalina na ‘expedição’ à favela. Era antes conhecer outra potência de criação, novos modelos artísticos, assim como a convivência humana nos perímetros de periferia como força geradora de novos repertórios da construção de identidade na comunidade.

06.01.2015 | por Ana Teresa Ascensão

De Re Vegetalia (desdobramentos e deslocações da tropicalidade em e além da pós-colonialidade)

De Re Vegetalia (desdobramentos e deslocações da tropicalidade em e além da pós-colonialidade) O potencial das obras apresentadas em 'Arquipélago' consiste em entender a paisagem tropical como algo construível; não como um reflexo de imaginários políticos determinados, mas como espaço da potencialidade de ação, da prática de 'environmental citizenship'. Essas “paisagens” evocam a participação e a vontade, a capacidade transformativa do humano e “das coisas”, no caráter processual, matizado e azarento que subjaz às grandes configurações de sentido.

18.12.2014 | por Carlos Garrido Castellano

"Angola nos Trilhos da Independência"

"Angola nos Trilhos da Independência" 57 meses, 900 horas de material audiovisual recolhido em território angolano e internacional, com cerca de 700 depoimentos de protagonistas da luta anticolonial. Muitas viagens, epopeias, adversidades, poeira e entusiasmo. Tudo isto destinado a preservar a memória de um período na História que diz respeito a Angola e à luta de todos os povos sob ocupação colonial cujas memórias padecem ainda de ser registadas e pensadas. Um projecto de grande fôlego da Geração 80.

26.11.2014 | por Marta Lança

9ª Maravilha

9ª Maravilha Direcção Sul, pela estrada que liga ao Namibe sem se passar pelo Lubango. Pouco utilizada porque depois do Dombe Grande acaba o asfalto e assim se mantém por muitos quilómetros. A natureza começa a ocupar mais espaço e a colonização humana é menos notória. A natureza nua, quase como veio ao mundo.

04.11.2014 | por Nuno Milagre

Papá em África

Papá em África O que é que choca mais a um puritano do que uma imagem pornográfica? Um negro a foder uma branca! Os Public Enemy “rapavam” isso no LP 'Fear of a Black Planet' (1990), onde aliás, o sul-africano Anton Kennemeyer (n.1967) foi roubar o título para uma exposição de pintura em 2008.

11.10.2014 | por vários

O Andanças fala sempre muitas línguas

O Andanças fala sempre muitas línguas Culturas não coincidem com linhas de nações e continentes. Culturas são formas vivas, mutáveis e transcedem fronteiras fazendo encontros. No Andanças sente-se África entre a Europa, a América, a Oceânia, a Ásia. A integração de ritmos, danças e instrumentos de origem africana é feita por pessoas que se ligam a África, não se centrando exclusivamente em identidades de cores da pele e heranças familiares, mas também nas vivências pessoais, nas dedicações ao estudo e à pesquisa, por vontade de mergulhar numa cultura, de descobrir e encontrar o outro.

16.09.2014 | por Maria Prata

Mella Center Lisboa, conversa com General D

Mella Center Lisboa, conversa com General D É utopia pensar que podemos fazer essas coisas sem pensar como vamos financiar os nossos projectos. E nós temos de desenvolver essas ideias para financiarmos os nossos próprios projetos, porque se não acontece o que tem acontecido até aqui,que é nós queremos fazer projetos, mas depois estamos dependentes daquelas pessoas com as quais não nos identificamos.

26.08.2014 | por Carla Fernandes

Bastidores Fanzine

Bastidores Fanzine É um projecto para uma publicação alternativa, lançado em Maputo por um grupo de jovens criativos de raízes e áreas profissionais diversas. O objectivo é criar um espaço livre, de divulgação de ideias sobre o contexto social, cultural e ambiental de Moçambique desafiando os limites da imaginação e permitindo diferentes abordagens e perspectivas.

05.04.2014 | por Filipa Pontes

Este é o lugar | This must be the place de Pieter Hugo

Este é o lugar | This must be the place de Pieter Hugo Este é o Lugar / This Must Be the Place é a primeira retrospetiva do fotógrafo sul-africano Pieter Hugo (Joanesburgo, 1976), que desde 2003 retrata a vida quotidiana na África do Sul, bem como na África subsaariana, dois territórios que ele conhece particularmente bem.

18.03.2014 | por vários

Museu Afro Brasil expõe universo das missões científicas do Império Português

Museu Afro Brasil expõe universo das missões científicas do Império Português Os laços históricos entre Portugal e Brasil são bastante conhecidos, mas o grande público geralmente desconhece o interesse científico que Portugal, a Metrópole, sustentou em relação às suas colônias, como o Brasil e Angola. O investimento de cunho científico no Ultramar refletiu-se na aquisição, por instituições portuguesas, ao longo dos séculos de dominação, de exemplares do reino mineral, vegetal e animal, além de objetos etnográficos, testemunhos da rica história dessas regiões.

17.03.2014 | por vários

Palavra de curandeiro: “Planta roubada não tem virtude”

Palavra de curandeiro: “Planta roubada não tem virtude” “Sum Pontes”, um dos mais experientes e respeitados curandeiros de São Tomé e Príncipe, recita as palavras que emprega neste ritual. Não é fácil entendê-las, mas é uma nítida adaptação de uma prece católica, num misto de latim e crioulo. “É para planta ter bênção. Senão planta não cura”, explica. Plantas que curam doenças é o que não falta na rica flora de São Tomé. Há cerca de 350 espécies diferentes e mais de 1000 receitas de como empregá-las. São tradições com séculos de existência e que até hoje perduram, num país onde 40% da população não têm acesso a serviços regulares de saúde.

17.12.2013 | por Ricardo Garcia

Afro-Feminina: A literatura da mulher negra no Brasil

Escrava tanto por sua origem africana num mundo onde imperava a ótica eurocêntrica e escrava das representações envolvidas por traços de inferioridade, virilidade acentuada e valoração negativa de sua diversidade. Nadando contra a corrente, vozes afro-femininas de libertação, que lutaram tanto contra o preconceito racial como de gênero, sempre existiram e provam a importância da mulher negra na formação da cultura brasileira. No passado e no presente, a escrita da mulher negra luta por sua emancipação e ocupa seu devido espaço. Da representação, a auto-representação; do corpo escravo, a dona de si.

21.11.2013 | por Juliana Penha