Zezé Gamboa fala calorosamente das coisas que gosta, episódios de outros festivais, rodagens e problemas que o métier do cinema envolve. É carismático a conversas, com as suas entoações de voz. As pessoas riem-se com ele pelo seu lado exagerado. Podemos dizer que este realizador encontra-se naquela fase de maturidade, já tendo alguns filmes a provar que é capaz de fazer bons filmes.
Cara a cara
05.01.2021 | por Marta Lança
O projeto foi uma sucessão de textos literários, e não em forma de um guião convencional, entreguei à Rita Palma [argumentista] e “vê lá o que conseguimos fazer com isto?”. Resumindo, as coisas foram construindo com Lisboa, com as personagens extraídas de Maria Judite Carvalho e Irene Lisboa, das suas vidas e ainda um parte … muito pequenina … da minha relação com a cidade e com a minha família.
Cidade
22.12.2020 | por Hugo Gomes
Num ano complicado no plano da saúde pública, bem como do ponto de vista social, político e económico, a escolha de existir é nada mais, nada menos do que heróica. Mas o Plateau 2020 existiu, sim, desta feita em pequeníssimos ecrãs digitais espalhados pelo mundo inteiro, com uma audiência internacional e provavelmente maior que nunca. Durante cinco dias, o cinema exibiu-se a partir de Cabo Verde.
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03.12.2020 | por Pedro F Marcelino
Com curadoria de Alexey Artamonov, Denis Ruzaev e Ines Branco López, “Os olhares em confronto” é um ciclo que faz parte do programa da 14ª edição do Lisbon & Sintra Film Festival. Organizado entre Lisboa e Sintra, de 16 a 23 de novembro, este evento consiste na exibição de vários filmes/documentários sobre temas como feminismo, emancipação feminina, sexualidade, etnia, pobreza, infância, negritude, identidade, memória coletiva e saúde mental.
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21.11.2020 | por Alicia Gaspar
Para celebrar o 45º aniversário da independência de Angola, a Associação Tchiweka de Documentação e a GERAÇÃO 80 em parceria com a TPA, a plataforma Mostra de Cinemas Africanos e a PlatinaLine vão exibir vários documentários do projecto “Angola - Nos Trilhos da Independência.”
“Independência”, “Mulheres de Armas”, “São Nicolau - Eles Não Esqueceram” e “A Persistente Fragilidade da Memória”.
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11.11.2020 | por Geração 80
O 18º festival internacional de cinema decorrerá de 22 outubro a 1 novembro, com algumas estreias mundiais. A sessão de abertura terá a estreia mundial do filme Nheengatu - A Língua da Amazónia, do José Barahona, um filme sobre o Nheengatu, uma língua imposta pelos colonizadores portugueses que moldou a paisagem e os povos daquela região e que, através do confronto atual entre dois mundos, levanta questões importantes sobre antigos e novos colonialismos, tradição e futuro.
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19.10.2020 | por Doclisboa
Quando uma criança é chamada oussif (uma palavra considerada ofensiva para designar servo ou escravo), isso pode deixá-la magoada ao longo da vida: é claramente violência verbal, ou seja, toda uma linguagem edificada em torno de uma ideia de superioridade de uns sobre outros, e que constitui uma forma de bullying. Mesmo que essa criança seja o melhor aluno da turma e que venha a ser um adulto "bem-sucedido".
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09.07.2020 | por Luísa Fresta
Como investigadores da história do cinema, entendemos a necessidade de estudos sobre o que está a ser produzido numa certa margem do cinema contemporâneo, questionando inclusive a própria ideia de produção periférica ou marginal, uma vez que grande parte dos filmes que aqui trazemos consolida, em torno dos próprios filmes e de seus realizadores, novos “centros” de ativação cultural, deslocando as velhas (novas) relações entre centro-periferia.
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27.05.2020 | por Michelle Sales
O que os mortos pelo vírus nos diriam caso tivessem a oportunidade? Ficam assim mais perguntas no ar. O cinema proporciona esse momento de introspecção, como se estivéssemos, assim como Narciso, vendo nossa imagem refletida na água, como na decepção por não conseguir ver a própria imagem nas águas escuras da noite. O cinema é uma janela que nos permite sonhar, criar, efabular outros mundos, outros horizontes.
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12.05.2020 | por Marco Aurélio Correa
No seu momento, Nelisita apontava outros caminhos ou simplesmente recusava um olhar ainda comprometido com vícios da etnologia colonial. A pesquisa e o modo como descreveu os objetos dos seus interesses teve sempre em conta as relações de poder da produção de conhecimento, no ato de fazer filmes, romances ou teses, e os limites e dificuldades de contorná-las, mas foi delimitando a sua “determinada zona de compromisso”.
Ruy Duarte de Carvalho
20.01.2020 | por Marta Lança
Rodear-me de mulheres neste filme foi uma decisão consciente. Acho que é importante. São pequenos passos e espero que um dia não seja preciso, que seja natural haver mais mulheres a trabalhar em cinema, em Angola principalmente. Muitas vezes as mulheres não estão no mesmo patamar que os homens porque não tiveram as mesmas oportunidades, mas nós temos que ir crescendo juntas.
Cara a cara
02.01.2020 | por Iolanda Vasile
Numa Europa que deixou de ser o centro de gravidade do mundo, mas que permanece infraestrutural na globalização de regimes de poder neoliberal, patriarcal e (neo)colonial, e que condiciona não só geopolíticas epistemológicas e ontológicas, como a própria sustentabilidade do planeta, convocamos outras forças de gravidade para um olhar crítico sobre algumas estruturas que perpetuam estes mesmos regimes.
Vou lá visitar
12.11.2019 | por Alexandra Balona
Este livro é como uma radiografia e nela transparece e impressiona uma incómoda presença da humanidade, quase repulsa da mesma depois de a ter conhecido, uma necessidade de esquecer fantasmas (constantes sombras nas paredes) e, como pano de fundo, o desejo de esquecer o peso insuportável da popularidade, e de esquecer os pesadelos de uma infância dura e traumática.
Palcos
16.10.2019 | por José Manuel Castanheira
De 24 a 27 de setembro, o Goethe-Institut de Lisboa promove, em parceria com a Culturgest, o ciclo de cinema e debates que aborda o confronto de vários artistas com a herança colonial dos países europeus através dos arquivos cinematográficos, no âmbito do projeto internacional "Tudo passa, exceto o passado".
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06.09.2019 | por vários
Tornar as masculinidades negras como categoria nas teorias de gênero, não de forma isolada ou contrária à ascensão dos movimentos feministas negros ou LGBT, mas como mais uma particularidade do discurso que põe em causa o patriarcado branco. A hegemoneidade das masculinidades brancas são uma das principais facetas do conjunto de dominação, controle e repressão do aparato colonial que funda as sociedades ocidentais da contemporaneidade.
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08.08.2019 | por Marco Aurélio Correa
"O modo como as personagens morrem tem muito a ver com a traição entre pessoas na vida real. A meu ver, a sociedade moçambicana tornou-se muito gananciosa. O tempo dos favores já se foi, em troca veio o tempo do refresco. A corrupção aumentou, a prostituição também. Hoje em dia vende-se crianças, albinos são cortados aos pedaços, assassinam-se indianos, rapta-se portugueses, ricos, pobres. Tudo em troca de dinheiro."
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05.08.2019 | por Marta Lança
O que resta do Hotel Império, além de uma alegoria asiática com referência a Portugal? Não só um aglomerado de ruínas de um edifício que evoca a memória de um esplendor antigo e agora desbotado, que sobrevive só residualmente, mais como imagem estética do que como um fato documentável e reconhecido.
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06.07.2019 | por Roberto Vecchi
Uma das barreiras foi ter novamente o corpo negro no lugar do marginal, decidir construir a personagem Arriaga à volta da delinquência. Foi uma decisão difícil. Difícil por também eu ser Negro. Difícil por estar a entrar no campo do estereótipo. É difícil contornar a necessidade que tenho de escrever para atores negros e nesse caso trata-se de uma faca de dois gumes. Querer dar protagonismo a uma personagem que, do ponto de vista moral, vive na margem de decisões incautas.
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15.05.2019 | por Yolanda Kiluanji
- Mademoiselle é um destino que nos persegue. Mesmo que abandonemos a memória, os monumentos e lugares carregam os seus fantasmas. Fantasmas? Souvenirs. Les Fantômes? – Non, Mademoiselle, não são esses fantasmas, estes só existem na Torre do Tombo. E o Nimas. O Nimas Sébastien!? RÊVE AVEC MOI. O Nimas é um fantasma da cinematografia, ou é um fantasma da filmografia (— Xé, pára só de filosofar!). O Nimas 500, onde nós, os filhos do «império» assistíamos ao glamour do cinema com histórias arquitectadas por cineastas “amicíssimos” de Salazar. -
Cidade
25.03.2019 | por Indira Grandê
Nós, os humanos, aquilo a que chamamos Humanidade, “quando não estamos ocupados em predar uns aos outros, estamos a predar o planeta”. Então que Humanidade é essa? “Será que essa ideia não está na base de muitas escolhas erradas? Por exemplo, a de que os homens brancos tinham o direito de sair colonizando, de trazer os obscurecidos para uma luz incrível, que é o buraco que agora estamos fazendo?” Como se existisse um jeito certo, “uma verdade de estar aqui na terra”, um modo civilizador. “Hoje podemos pôr em questão essa Humanidade.” Questionar a “disposição para a servidão voluntária”, o domínio das corporações, as estruturas que tentam substituir “os estados-nação falidos”. “As corporações conseguiram comprar uma narrativa de que não tem mais História.”
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17.03.2019 | por Alexandra Lucas Coelho