O patusco (Daniel) Medina, seus fajutos asseclas & os descaminhos da Academia Cabo-verdiana de Letras

O patusco (Daniel) Medina, seus fajutos asseclas & os descaminhos da Academia Cabo-verdiana de Letras Pior, só a deriva direitista (aliás, é um rumo bem traçado e coerente no alinhamento) do estado de Cabo Verde no âmbito das relações internacionais. Agora fez-se luz sobre aquela parte desse documento redefinidor do posicionamento de Cabo Verde no âmbito das relações externas e que começava por dizer que Cabo Verde se definia ou regia por valores judaico-cristãos. Judaicos, sim, quando se põe do lado de um bárbaro, inumano e continuado morticínio, mas mui pouco ou nada cristãos na assunção do único absoluto, o inegociável valor da vida humana.

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04.01.2024 | por José Luiz Tavares

Moçambique: por uma terceira via?

Moçambique: por uma terceira via? O status quo nos leva a pensar que não estamos a ser capazes de resolver os nossos problemas. Nem capazes de materializar a justiça social nem permitir a efectivação das liberdades. Neste contexto, a proposta de imaginarmos uma terceira via faz todo sentido. E nessa festa da imaginação, noutro livro, Mondlane, regresso ao futuro, Severino Ngoenha propõe o resgate do pensamento da figura considerada Arquitecto da Unidade Nacional, entre as possibilidades existentes. E porquê não, para uma terceira via?

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28.12.2023 | por Leonel Matusse Jr.

O meu irmão David

O meu irmão David Para mim, enquanto pessoa e cidadão caboverdiano, mas sobretudo como irmão mais novo, o exemplo do meu irmão David permanece marcante e indelével tanto como juristas que somos como também como poetas, ensaístas e estudiosos da caboverdianidade que também somos, em especial no que respeita à sua impoluta integridade moral, ao seu gosto pelo saber e pelo conhecimento e à sua intimorata pugna pela nossa afro-crioulidade e por uma caboverdianidade multidimensional no entendimento da diversidade das suas matrizes e das suas acttuais vertentes culturais.

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05.12.2023 | por José Luís Hopffer Almada

O pesadelo de Borges

O pesadelo de Borges Na Argentina, ganhou Milei. O improvável outsider roqueiro, de olhos esbugalhados, o leão anarcocapitalista chegou à Presidência de um país empobrecido com uma motosserra na mão. Ainda em expansão, as ondas de choque. Quem teme o autoritarismo, a repressão e a redução do Estado a mínimos incomportáveis encontra sinais de hecatombe até no insuspeito. Neste medo contido no assombro, ressurgem os pesadelos de Jorge Luís Borges.

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01.12.2023 | por Pedro Cardoso

"Relembra um clima de delito de opinião, inadmissível quando estamos perto dos 50 anos do 25 de Abril", entrevista ao deputado Miguel Graça

"Relembra um clima de delito de opinião, inadmissível quando estamos perto dos 50 anos do 25 de Abril", entrevista ao deputado Miguel Graça Continuarem a defender os nossos princípios e o programa de ação. Os Cidadãos por Lisboa defendem uma visão política de uma cidade, aberta, e que não deixa ninguém para trás. E temos bem claro que há valores e grupos que merecem a nossa especial atenção, particularmente no que toca às condições de vida das pessoas mais vulneráveis e com menos visibilidade na nossa sociedade. Estamos com estas pessoas, independentemente de uma ideia de cidade que se quer impor em Lisboa e que não as considera, como as que foram defendidas pelo Chega nesta sessão da Assembleia Municipal.

Cara a cara

16.02.2023 | por Marta Lança

O caso Amílcar Cabral. Apontamentos críticos a propósito do princípio e do projecto da unidade Guiné-Cabo Verde. PARTE 4

O caso Amílcar Cabral. Apontamentos críticos a propósito do princípio e do projecto da unidade Guiné-Cabo Verde. PARTE 4 Cumprido o seu destino de orgulhosa sinalização da história e da dignidade resgatadas no nascimento de dois Estados-nação independentes e soberanos, e em prevenção do pesadelo que da utopia em sangue e ressentimento poderia entrementes coagular-se, foi esse hino envolto na bandeira verde-ouro-rubra da estrela negra, do milho e da concha da idiossincrasia caboverdiana, simbolicamente reencontrado e remetido para o lugar digno que, por direito próprio, deve ocupar no presente da estado-nação bissau-guineense, na memória colectiva da nação caboverdiana e na história e na actualidade do Partido Africano da Independência de Cabo Verde.

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08.02.2023 | por José Luís Hopffer Almada

Louca verdade e outros (in)verosímeis desatinos, paradoxos e incongruências do quotidiano

Louca verdade e outros (in)verosímeis desatinos, paradoxos e incongruências do quotidiano O regime caboverdiano de partido único veio a contradizer, e de forma cristalina e notória, uma pretensa imagem impoluta e moderada que o mesmo vinha construindo e propalando junto das comunidades emigradas e dos seus imprescindíveis parceiros internacionais, dos quais depende, aliás e em grande medida, a mera sobrevivência física das populações das ilhas, assim logrando o mesmo regime a estranha e risível façanha, o por demais inaudito e ostensivo desígnio de se desnudar de falsos pudores e mentirosos alardes e ardores democráticos e, assim, de se desmascarar em si mesmo e a si próprio nas suas flagrantes e manifestas pulsões e perversões totalitárias, deste modo também se comprovando como um autêntico logro e uma verdadeira falácia a sua auto-representação e a sua auto-projecção na opinião pública nacional e internacional como sendo um regime respeitador dos direitos humanos universalmente reconhecidos.

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02.01.2023 | por José Luís Hopffer Almada

O silêncio é o estampido de uma selva farta

O silêncio é o estampido de uma selva farta Mas então porque o silêncio, por si só, é assim tão vangloriado e enaltecido, enquanto a voz, por sua vez tão demonizada, ou diabolizada como medíocre e menor? Isto ocorre justamente porque o silêncio quando não é dialético torna-se reacionário. E que este teor falacioso e unitário do silêncio, por ele mesmo, é instrumentalizado de forma equivocada e conveniente, porque o silêncio de alguns é o projeto de projeção da voz de outros.

Mukanda

29.11.2022 | por Manuella Bezerra de Melo

Matéria, Memória e Máquina: A Política e a Poética do Olhar em ‘Factory of Disposable Feelings’ de Edson Chagas

Matéria, Memória e Máquina: A Política e a Poética do Olhar em ‘Factory of Disposable Feelings’ de Edson Chagas Esta série dá continuidade às indagações que singularizam a obra de Chagas, nomeadamente a atenção às relações vivenciais e afetivas que os sujeitos estabelecem com objetos e espaços quotidianos, contrariando rápidos ritmos de consumo através de um olhar desacelerado que perscruta em proximidade matérias, formas e texturas descartadas. Contudo, a série marca simultaneamente uma espécie de viragem, na medida em que, ao contrário de séries anteriores realizadas em vários espaços públicos urbanos a Norte e a Sul, vagamente identificados (as ruas e praias de Luanda, Veneza, Londres e Newport, etc.), nesta série, pela primeira vez, o fotógrafo concentrou-se nos espaços interiores e exteriores de uma arquitetura específica.

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29.09.2022 | por Ana Balona de Oliveira

Pré-publicação | Mudança Estrutural em África

Pré-publicação | Mudança Estrutural em África Historicamente, África tem sido retratada numa perspectiva que não faz jus à verdadeira dimensão das suas conquistas em termos de desenvolvimento. Embora o seu território abranja mais de 30 milhões de quilómetros quadrados, a projecção de Mercator representou o continente africano com as mesmas dimensões que as da Gronelândia, que é 14 vezes mais pequena. A descrição cartográfica do mundo feita por Mercator, datada de 1569, tornou‑se uma das projecções mais influentes e amplamente difundidas ao longo dos séculos xix e xx. Houve quem defendesse que a intenção inicial era sobretudo proporcionar aos marinheiros uma ferramenta de navegação, devido à facilidade de assegurar a precisão dos formatos e dos ângulos, mas o certo é que esta descrição acabou por se tornar o mapa mundial mais reconhecido, aparecendo como pano de fundo nos jornais televisivos, na decoração de paredes das casas, em murais e na capa de muitos atlas.

Mukanda

22.08.2022 | por Carlos Lopes e George Kararach

Por um mundo sem fronteiras

Por um mundo sem fronteiras O imaginário da invasão tem alimentado uma espécie de “psicose coletiva”, baseada no medo do outro, do desconhecido, na propalada ameaça permanente do terrorismo. E este espectro da invasão serve como justificação para a construção de muros e vedações que aumentam a brecha entre nós e os outros, que alimentam os nacionalismos excludentes e os discursos e práticas xenófobos e racistas tão acarinhados pelos movimentos de extrema-direita.

Jogos Sem Fronteiras

09.08.2022 | por Mariana Carneiro

Uma América sem América

Uma América sem América Na semana passada, os Estados Unidos organizaram a 9ª Cimeira das Américas em Los Angeles, Califórnia. O encontro da Organização de Estados Americanos (OEA) foi parco em resultados e repleto em rebeldia. O encontro ficou marcado pela ausência do México, El Salvador, Guatemala, Honduras e Bolívia, em protesto pela recusa dos EUA em convidar Cuba, Venezuela e Nicarágua. Nunca mais uma América sem América, exigiram.

Jogos Sem Fronteiras

16.06.2022 | por Pedro Cardoso

Pré-publicação: "O que é que temos a ver com isto? O papel político das organizações culturais"

Pré-publicação: "O que é que temos a ver com isto? O papel político das organizações culturais" A “ofensiva de diversidade” deixa-nos desconcertados, irritados, põe em causa os nossos conhecimentos e autoridade, é uma ameaça ao nosso estatuto. Na maioria dos casos, procuramos também o conforto do nosso casulo, o mundo tal como sempre o conhecemos, dialogamos apenas com os pares que partilham das nossas opiniões e não revelamos qualquer inquietação em relação ao que está a acontecer à nossa volta. Há ainda profissionais da nossa área que se contentam com o conforto de uma suposta neutralidade. As palavras “diversidade” e “inclusão” surgem, mesmo assim, com alguma frequência no nosso discurso, mas não têm um efectivo impacto no nosso trabalho, nas perguntas que colocamos a nós próprios, na forma como avaliamos o que fazemos. São palavras bonitas, mas inspiram ainda pouca acção. No entanto, é preciso a mudança começar de dentro.

Palcos

05.05.2022 | por Maria Vlachou

Manifesto-Haraway PREFÁCIO

Manifesto-Haraway PREFÁCIO "Um Manifesto Ciborgue" foi publicado em 1985. Caiu como um meteoro na academia e nas suas divisões normalizadoras do saber, academia essa que parecia impreparada para o acto de mistura que articulava carne e máquinas, capital e dominação, informática e ligações. Estávamos diante de frases cortantes, que não tinham nenhuma disciplina que as justificasse e as acolhesse. Algo de profundamente novo vinha a caminho nessa escrita fulgurante, que continua o seu percurso agora em português, mas também noutras frases que prolongam o manifesto, que originam outro novo, ou talvez correspondam ao devir-manifesto de Donna J. Haraway.

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11.04.2022 | por José A. Bragança de Miranda

Políticas antigênero em contexto pandêmico na América Latina: um voo de pássaro

Políticas antigênero em contexto pandêmico na América Latina: um voo de pássaro Os estudos compilados nessa coletânea oferecem uma atualização do cenário das políticas antigênero na América Latina, desde 2019, quando foram finalizados os estudos do ciclo anterior. Essa nova rodada contempla sete países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador e Uruguai) e o ambiente da OEA. Essa atualização foi examina a interseção entre as ofensivas antigênero e antiaborto e as condições decorrentes da pandemia de COVID-19. Esse exercício, assim com no caso dos estudos anteriores, exigiu a análise de outras dimensões do contexto regional.

Corpo

07.04.2022 | por Sonia Corrêa e Magaly Pazello

Festival Política 2022

Festival Política 2022 Quatro dias de debate e combate à "Desinformação", com o humor de Hugo Van der Ding, a fotografia de Pauliana Valente Pimentel, a estreia do novo documentário de Tiago Pereira dedicado à música cigana, e mais de duas dezenas de propostas de filmes, debates, conversas e cara-a-cara com deputados.

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07.04.2022 | por vários

Discurso de Saudação de Gurminder K. Bhambra, Presidente da Associação Britânica de Sociologia

Discurso de Saudação de Gurminder K. Bhambra, Presidente da Associação Britânica de Sociologia O que é necessário, sugiro, é uma sociologia reparadora, empenhada em desfazer as insuficiências que se alojaram na nossa disciplina e trabalhar para um projecto de reparação e transformação para um mundo que funcione para todos nós, tendo ao mesmo tempo em mente a necessidade de abordar as questões que agora nos confrontam.

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15.02.2022 | por Gurminder K. Bhambra

Keyezua

Keyezua Pensei em ser embaixadora, diplomata, coordenadora, não, vou mesmo é ser presidente do meu país… Ainda tenho fé. Eu falo sobre essas coisas porque acho que existe essa necessidade, não só da minha parte mas também porque o povo quer ver retratada a sua vida. E também porque eu gosto de investigar o relacionamento que temos com o resto do mundo – somos vistos como dependentes mas esta geração é independente.

Cara a cara

18.01.2022 | por Miguel Gomes

A destruição começa na imaginação

A destruição começa na imaginação Quando a arte é controlada apenas por um tipo de pessoa que pertence a um grupo que foi socializado a partir de uma cultura colonial, como a portuguesa, não é só difícil pensar nestas perguntas, como é quase impossível uma mudança estrutural. Seria preciso não só reinventar o modo de produção artística, como ainda destruir este modelo para criar um novo baseado numa nova ética, em que pessoas sem sobrenome importante podem participar com voz ativa dos circuitos que distribuem o poder. A arte é política.

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21.11.2021 | por Rodrigo Ribeiro Saturnino (ROD)

Piscinas fantasmas: memória, fim

Piscinas fantasmas: memória, fim Yvone Kane não é uma encenação do fim da ideologia, mas sim o registo da derrota de uma certa ideologia, que considerava a emancipação como uma possibilidade real, em conjunto com uma noção já há muito necessária e inclusiva, de pertença. É sobre o fim dessa utopia em particular que Yvone Kane faz o seu luto e manifesta a sua melancolia que nunca deve ser confundida com qualquer forma de nostalgia que, aliás, rejeita categoricamente.

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15.11.2021 | por Paulo de Medeiros