Aos 27 anos, Alcides Nascimento gravou "Pensamento", o único CD da sua carreira, produzido por Paulino Vieira. O efeito foi imediato. Era a grande revelação da música tradicional de Cabo Verde, decorria o ano de 1997. Um CD histórico, escreveram outros. A voz era a de um verdadeiro crooner da morna: grave, doce, suave, tranquila, um autêntico diamante em bruto que se revelava neste jovem com cara de bebé.
06.02.2012 | por Joaquim Arena
Há 40 anos que faz música de Angola, tem quase 500 temas gravados e muitos quilómetros de estrada. Sente-se hoje compensado por todo esse esforço e colaboração. O novo disco de Bonga, Hora Kota apela à mais profunda identidade africana, valorizando ensinamentos e princípios ancestrais, na escuta das estórias dos mais-velhos, que podem contribuir com alguma clarividência num mundo confuso.
20.01.2012 | por Marta Lança
Numa curta série de espectáculos em Lisboa, “ 3 Actores à Procura de um Papel”, com João Cabral, Oceana Basílio e Ângelo Torres. O texto de Joaquim Paulo Nogueira traz-nos cinco pequenos contos teatrais onde sobressaem temas como a morte, a política, a identidade de género, a música, a crise financeira e social, que se interligam através da história de 3 actores que se encontram para fazerem um casting público.
13.01.2012 | por vários
Através da história de Suleiman, Rabih Mroué, este ano artista convidado da DOCUMENTA e pela primeira vez em tournée nos Estados Unidos traça, com uma enorme seriedade e uma não menos grande ironia, um excelente retrato do Líbano e do mundo em que vivemos.
11.01.2012 | por Ana Bigotte Vieira
A peça “Tanta Asneira Para Dizer Luanda É Bonita” foi recebida com uma chuva de aplausos durante a primeira temporada no Nacional Cine-Teatro. Em palco, tudo começa com um assalto. Na vida real Orlando Sérgio, actor, Nuno Milagre, autor e Miguel Hurst, encenador, são cúmplices neste crime.
10.01.2012 | por Joana Simões Piedade
Pode ouvir-se uma música ecoar de forma ubíqua em vários pontos do planeta, consumir-se alimentos idênticos, ver-se exactamente os mesmos filmes, assistir-se diariamente aos mesmos programas de televisão, acompanhar-se as mesmas notícias, entre muitos outros exemplos que poderíamos aqui evocar, mas tudo isto não significa que se tenha anulado a diversidade cultural e que se viva hoje num mundo necessariamente homogéneo.
28.12.2011 | por José Alberto Simões
à espera de outros fazendo coro e “cantando mais alto por detrás do lamento” celebrando a vida, pausadamente, lucidamente, convocando as mulheres e os homens de boa vontade, cabeça limpa e bom coração para outro modelo, nesta existência trôpega, agressiva, cada vez mais sem razões que lhe dêem um sentido; à espera que exemplos como o teu frutifiquem e que as gerações seguintes saibam que, mesmo num tempo cinzento, às vezes bafiento e triste, houve gente a cantar, a encantar, a trabalhar, a amar, a viver, plena e inteiramente
20.12.2011 | por Carlos Ferreira (Cassé)
"Quis dar-lhes [ao grupo Boa Ventura do bairro da Boa Morte] a conhecer alguns exercícios ocidentais de teatro sobre a preparação do actor, proporcionando-lhes ferramentas válidas para o seu trabalho como intérpretes. São, basicamente, exercícios de aquecimento e de concentração: para aquecer o corpo e a voz, seguindo a técnica de Augusto Boal, do Teatro do Oprimido."
07.12.2011 | por Íris Toivola Cayatte
Saiu de Cabo Verde há uns anos para se formar em Lisboa em produção cultural. Estagiou no Teatro Nacional e trabalhou no Teatro Trindade como produtor (2009 – 2011) e fez acontecer muitos espectáculos. Encontra-se neste momento a fazer um estágio nos Estados Unidos de seis meses, pelo programa Inovartes, onde vive na pele a exigência de uma grande companhia de teatro. Mas foi com as associações em Cabo Verde que começou a ganhar gosto pela ideia de ajudar a materializar aspectos artísticos e pela dinâmica de equipa
26.08.2011 | por Marta Lança
La Mc Malcriado em Paris; Chullage em Lisboa; Jay na Noruega. Trata-se de nomes que tornam visíveis uma dupla margem, traduzindo a contestação tanto no arquipélago como na diáspora. Na diáspora, estes jovens cumprem extraordinariamente a função de mediação cultural.
10.08.2011 | por Eurídice Monteiro
Pelo que o grande dia acabou por ser a noite de sexta-feira, única em que aquela mistura geracional e de classes típica de Sines se fez sentir, em que a electricidade fluiu no ar. Ajudou ter tido Mário Lúcio, o ex-líder dos Simentera a abrir a noite. Apostado numa carreira a solo, Lúcio, senhor de uma grande voz, foi o primeiro a pôr as gentes a darem-se ao abanico, mercê dos tremendos ritmos que saltavam da sua guitarra. Lúcio tem vindo a dar a conhecer géneros cabo-verdianos que têm permanecido à sombra das mornas e das coladeras e foi curioso verificar a boa recepção que aquela música mais rude teve.
06.08.2011 | por João Bonifácio
A meta-narrativa de "Filhos de Assassinos" ecoa na nossa história de país pós-colonialista que teve uma ditadura de quase cinquenta anos. E nisso (a meu ver) as suas encenações foram tanto mais interessantes quanto a dramaturgia se orientou para o comum, para a linguagem simples, para a vida de todos os dias, e não em direcção a uma ideia exoticizada de África e do Outro, ou a uma melodramatização de pendor trágico dos acontecimentos retratados.
09.07.2011 | por Ana Bigotte Vieira
O presidente do Ruanda está a libertar os assassinos. Anos depois do genocídio tutsi, os perpetradores começam a regressar ao campo a conta-gotas, de volta às suas aldeias. Três amigos – nascidos durante o rescaldo sangrento do genocídio – preparam-se para conhecer os homens que lhes deram vida. Mas à medida que o dia do regresso se aproxima os rapazes são assombrados pelos crimes dos pais. Quem nos podemos tornar quando a violência é a nossa herança?
09.07.2011 | por Katori Hall
Olhando para trás, para a história do hip hop, iniciada nos States nos anos sessenta, da herança dos griots - os contadores de histórias, da tradição africana da oralidade - muita coisa mudou. É normal. Vivemos hoje na era alter-moderna, parafraseando Nicolas Bourriaud.
07.07.2011 | por Redy Wilson Lima
O etnólogo/historiador cubano Carlos Moore conheceu Fela Kuti e travaram uma relação para além da música. Em 1981, Moore escreveu a biografia do rei do afrobeat, que irá ser lançada no Brasil por esses dias, pela editora Nandyalla. Goli Guerreiro fala sobre a relação biografo/ biografado e aproxima-nos a estes dois homens. Actualmente Carlos Moore habita na Bahia onde está há cerca de dez anos.
22.06.2011 | por Goli Guerreiro
A Companhia de Dança Contemporânea, mais uma vez, escolhe, porque vai radicalizando na forma e no conteúdo consoante nós vamos atingindo níveis cada vez mais altos de degradação moral e física, os pequenos pormenores, os ínfimos detalhes que passarão despercebidos aos homens a quem sobrou apenas o sumo dos tomates para chorarem, mas que a nós, simples mortais e sempre culpados de qualquer coisa há mais de 30 anos, nos agridem, nos apequenam, nos destroem. As grandes e pequenas manifestações de arrogância.
13.06.2011 | por Carlos Ferreira (Cassé)
Transformar o romance Chiquinho (1947), de Baltazar Lopes, em audiolivro foi até agora a tarefa mais ambiciosa da Boca. Desde logo pela grandeza da obra, fundadora da moderna literatura caboverdiana, e do seu autor, um dos mentores da revista Claridade e do movimento de emancipação cultural de que esta foi o órgão difusor e agremiador.
08.04.2011 | por BOCA
Partindo do livro de Isabela Aranzadi, Instrumentos Musicales de las Etnias de Guinea Ecuatorial, publicado em 2009, em Espanha, numa edição da Apadena, empreendemos uma viagem com a autora que nos leva não só pelas tradições musicais equatoguineenses como nos mostra como as possibilidades de contacto acabaram por traçar novos rumos culturais. É importante referir, ainda, que este livro nasce em coordenação com um projecto museológico que se traduziu na mais completa exposição até hoje realizada sobre o tema, daí as diversas abordagens que introduz e as diferentes perspectivas pelas quais pode ser lido.
05.04.2011 | por Cátia Miriam Costa
Na música, o que faz sucesso no Brasil também faz em Cabo Verde. Basta entrar num autocarro na cidade da Praia para comprovar que, não fosse o zouk, a hegemonia seria verde-amarela, em várias rádios crioulas. Das letras melodramáticas do que no Brasil se chama “brega” (irmão do “pimba” português), aos alegres pagodes cariocas e axés baianos, jamais esquecendo “o rei” Roberto Carlos nem os temas da novela do momento, música brasileira é o que não falta.
05.04.2011 | por Gláucia Nogueira
Cheny Wa Gune toca a m'bira, a m'bila e o xitende, sendo acompanhado por um grupo, que integra guitarra baixo, bateria e percussões.
04.04.2011 | por vários