InArt - Community Art Festival apresenta propostas de programação que cruzam pessoas, linguagens, experiências de várias gerações, refletindo a arte como prática comunitária enquanto movimento impulsionador de novas paisagens artísticas e humanas. O InArt destaca o trabalho de artistas que desafiam o convencional através do conteúdo e da forma. Continua a descobrir projetos artísticos baseados na diversidade das comunidades e a descobrir artistas que fazem do seu trabalho uma ponte entre mundos e pessoas, numa arte plural e participativa.
27.06.2022 | por vários
Andrea Lissoni, Bruna Roccasalva, Carolyn Christov-Bakargiev, Clara Kim, Daniel Baumann, Hendrik Folkerts, Kasia Redzisz, Neringa Bumblienė, Philippe-Alain Michaud, Sofía Hernández Chong Cuy, Vincenzo de Bellis e Zoé Whitley.
Convidados pelos anfitriões Vicente Todolí e Isabel Carlos, estes profissionais destacam-se pela vasta experiência curatorial, sobretudo na direção de instituições artísticas de relevo, e viajam para Portugal, alguns pela primeira vez, vindos de dez países da Europa, nomeadamente da Alemanha, Bélgica, França, Itália, Lituânia, Países Baixos, Reino Unido, Suécia e Suíça.
15.06.2022 | por vários
A 22.ª edição do FMM Sines - Festival Músicas Mundo realiza-se de 22 a 30 de julho de 2022, com 46 concertos de músicos de quatro continentes a realizar na aldeia de Porto Covo (de 22 a 24 de julho) e na cidade de Sines (de 25 a 30 de julho).
Depois de dois anos de paragem devido à pandemia, o festival regressa alinhado com os princípios de representatividade geográfica, estética e cultural que o orientam desde a sua origem, com artistas de 27 países e regiões e uma grande variedade de estilos e pontos de vista.
10.06.2022 | por vários
Talvez o conteúdo, essa lembrança que se quer resgatar, esteja espelhada no espaço físico da galeria, no intenso vermelho como o sangue marcado, infligido, por qualquer uma daquelas figuras vangloriadas nos seus respetivos monumentos. No entanto, pretende-se resgatar uma lembrança que não temos, uma memória que não fora ainda construída – tal como a dupla, remetida a um Silêncio Coletivo. É este o anúncio que se pretende comunicar - a descolonização iminente, urgente, denunciando-se a criminosa normalização das suas pontas soltas. Mateus Nunes, no texto de acompanhamento da exposição, expõe-nos a operação desse drama, aqui, pelos artistas, de forma pertinente: “Uma das formas mais eficazes e provocativas de declarar a obsolescência de ideias e imagens não é descartá-las, mas virá-las do avesso”.
08.06.2022 | por Miguel Pinto
PARTE Portugal Art Encounters é um programa anual e de continuidade que apoia a internacionalização do sistema da Arte Contemporânea em Portugal, reforçando a relação com o Turismo para afirmar o nosso País como um destino de referência no circuito artístico. O programa concretiza-se em dois circuitos consecutivos, designados PARTE Circuits, que culminam com a realização do seminário internacional PARTE Summit e o lançamento da publicação-roteiro PARTE Book. Cada circuito tem a duração de uma semana e acolhe um grupo de sete convidados: seis curadores, diretores de museus, bienais e outros grandes eventos de arte; e um crítico ou jornalista da imprensa especializada. A cada ano contam com a curadoria de anfitriões convidados pela organização e percorrem locais nas cinco regiões do território continental, com perspetivas de futuramente incluir os territórios insulares.
05.06.2022 | por vários
Aos intrusos visitantes é pedido atenção e tempo. Para ouvir a história. Para sentir a vida que nos atravessa mas também nos transcende. Para compreender o lugar mais certo das coisas, como o próprio Hugo Canoilas faz com os seus materiais, muitos deles recolhidos em praias, no campo ou no estaleiro abandonado da obra inacabada. Sofrem a intempérie e o abandono, até conseguirem dizer o lugar de habitação. Essa espera não garante a escolha certa mas cria o espaço de receção da obra de arte e inicia um processo regrado, contido, que estabeleceu o compromisso da não violência, do diálogo produtivo e da mobilização dos sentidos para paisagens mais invisíveis.
25.05.2022 | por Carla Baptista
Já se escreveu que é a Bienal mais feminista de sempre, pela presença maioritária de artistas mulheres, mas sobretudo pelos temas convocados: fortalecer as contra narrativas ao discurso neocolonial (predatório, racista, discriminatório), intensificar as metodologias colaborativas e a exploração criativa das relações simbióticas e fazer da arte uma ferramenta de emancipação e um recurso central para pensar e agir no mundo.
Nada disto é radicalmente novo na história da Bienal que sempre se foi trilhando na abertura ao Outro (lado) das coisas e da própria cidade, mas talvez o caminho esteja mais sinalizado.
24.05.2022 | por Carla Baptista
Com um passeio-áudio à cidade literária, uma festa com leituras visionárias e uma intervenção artística nos ferries entre Lisboa e a margem sul do Tejo, o Goethe-Institut Portugal, juntamente com muitos colaboradores e convidados, celebrará no dia 28 de Maio o fecho preliminar do projecto ReMapping Memories Lisboa - Hamburg: Lugares de Memória (Pós)Coloniais e convida à participação de todos.
04.05.2022 | por vários
A 59ª edição da Exposição Internacional de Arte de Veneza verá o Pavilhão Nórdico (Noruega, Suécia e Finlândia) transformar-se no Pavilhão Sámi como reconhecimento ao movimento de soberania Sami ao qual pertencem os três artistas indígenas Pauliina Feodoroff, Máret Ánne Sara, e Anders Sunna. Originários do povo Sami, os três artistas vêm da região de Sápmi, comumente intitulada de Lapônia, da qual, com relutância, tomaram o seu nome. O território inclui agora territórios do norte da Noruega, Suécia, Finlândia e a maioria da Península de Kola na Rússia. Desde a sua estreia, em 1962, é a primeira vez que o Pavilhão Nórdico é inteiramente representado por povos originários, confirmando uma participação que se alastra no mundo da arte.
20.04.2022 | por Laura Burocco
Em exibição no Museu de Arte Africana de Belgrado, a partir de 13 de Abril, e fruto de uma colaboração entre esta instituição e a Galeria de Arte THIS IS NOT A WHITE CUBE - constrói-se como exposição através da seleção cuidada de obras de artistas angolanos, representativas daquilo que é, num espectro alargado, a produção artística e a reflexão intelectual de uma geração icónica nascida após a independência de Angola, em 1975, sucedendo à afirmação dos movimentos independentistas, à Guerra Colonial Portuguesa e à deposição do regime ditatorial do Estado Novo, em Portugal.
13.04.2022 | por vários
Quatro dias de debate e combate à "Desinformação", com o humor de Hugo Van der Ding, a fotografia de Pauliana Valente Pimentel, a estreia do novo documentário de Tiago Pereira dedicado à música cigana, e mais de duas dezenas de propostas de filmes, debates, conversas e cara-a-cara com deputados.
07.04.2022 | por vários
Em Regresso à pintura baiana, de 2002, Ayrson Heráclito revê o meio de expressão com o qual iniciou sua experimentação artística, bem como o contexto a partir do qual tem atuado desde meados da década de 1980. Ele redimensiona não apenas algumas questões que mobilizaram a pintura no século XX — muralismo e all over, monocromo e minimalismo, pintura de ação e automatismo — mas também a história da arte local.
28.03.2022 | por Roberto Conduru
Numa altura em que quase que nos obrigam, como mulheres negras, a manifestar e a reclamar a nossa “Identidade”, como se tudo o que escrevemos, falamos, desenhamos, pintamos e fazemos tem de ser africano esbarro-me com a explosão de cores da expressão de Nalia Agostinho onde me revejo, apenas, como mulher. Também revejo um universo feminino de décadas com várias outras parceiras de caminhada nas lágrimas, gargalhadas, partilhas, conversas, dúvidas e certezas.
Ou apenas tentarmos abraçar um imbondeiro e simplesmente sentir-me nua e livre como as obras “Colibri” e “Corpos Insubmissos”.
25.03.2022 | por Magda Burity da Silva
Cada contexto nacional tem a sua especificidade histórica. Se os arquivos históricos visuais dos EUA são indissociáveis da escravatura oitocentista ou da segregação recente, as imagens de pessoas negras nos arquivos portugueses, como nos franceses, britânicos ou alemães são inseparáveis de uma história recente em que a cronologia do colonialismo coincidiu com a da fotografia nas suas múltiplas formas de reprodução – postais, livros, jornais e folhetos.
Nos últimos anos têm sido muitos os académicos, artistas, curadores e arquivistas – muitos deles negros e da diáspora africana – a abordarem criticamente a relação entre visualidade e negritude, entre imagens e racismo, entre direito a representação no espaço público como modo de justiça racial e social; ou, as muitas implicações éticas em lidar, hoje, com os legados visuais do passado.
Neste ciclo de conferências, iremos ouvir e debater com algumas destas vozes.
14.03.2022 | por vários
O Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra reabre o programa da quarta edição, intitulada Meia-Noite, no dia 9 de abril, exatamente às 00h00. Com curadoria de Elfi Turpin e Filipa Oliveira, a bienal apresenta um Circuito de Exposições em cinco espaços emblemáticos da cidade e reúne obras, muitas das quais inéditas, de mais de 40 artistas e coletivos.
09.03.2022 | por vários
São artistas que pintam e mostram uma nova Angola, com técnicas e estéticas tão ousadas como os seus discursos e olhar para o cenário artístico. Nas artes visuais angolanas, a produção mais potente vem da periferia, longe do centro onde se encontram as galerias e salas de exposição.
Em outubro do ano passado fui desafiado a sair da minha zona de conforto — a música — para entrevistar os jovens da residência artística ResiliArt que produziram obras para a II Bienal Africana da Cultura da Paz. Aceite a proposta, tornou-se evidente que essa produção artística não está na elite de Luanda e que apenas uma parte destes artistas entra nos grandes centros durante as exposições e não tem acesso às condições de produção e mercado.
16.02.2022 | por Analtino Santos
Tem-se dito que a beleza está nos olhos de quem vê. Usando essa premissa, Joca Faria cria e amplia beleza no que vê. De outro modo, o porto de Maputo seria tão-somente um lugar de desembarques, um lugar que está sempre por limpar e ancorado às máquinas. Mas não. É um lugar artístico em potência. Transições é ainda um projecto que incita a pensar a condição do estivador e de um porto que se desenvolve ao ritmo da cidade e de uma nação inteira.
06.02.2022 | por José dos Remédios
Para além da música, do movimento e da sua forma, para o coreógrafo surge também a importância de questionar, através deste solo, a relação entre toda a sua experiência profissional europeia em dança, fortemente influenciada pelo movimento pós-moderno norte-americano, e o corpo brasileiro dentro de uma expectativa de estética predominante branca. Importa redescobrir o corpo constantemente colonizado por ideais de estética e de comportamento que não condizem necessariamente com a sua história e ancestralidade.
25.01.2022 | por Renan Martins
Durante os anos da guerra, milhares de jovens recrutados para Angola, Guiné-Bissau e Moçambique tiraram fotografias daquilo que os rodeava: os camaradas, os quartéis, as paisagens, o quotidiano, as populações civis, o aparato militar. Estas imagens escaparam à censura do regime, e foram guardadas ou enviadas pelo correio como provas de vida à distância.
Alguns destes homens construíram laboratórios improvisados, outros acederam a laboratórios oficiais. Vários frequentaram lojas de fotografia que floresceram com a procura gerada pela guerra, muitos compraram e trocaram imagens. Assim construíram os arquivos fotográficos de que agora mostramos partes.
05.01.2022 | por Inês Ponte e Maria José Lobo Antunes
“A mecânica do efémero” parte da ideia de arte enquanto mecanismo que nos permite viajar por diferentes temporalidades, através de uma abordagem que muitas vezes recorre à fantasia, mas onde a imaginação se torna uma importante aliada de questionamentos históricos e sócio-políticos. Embora os discursos dos artistas convidados sejam diversos na sua abordagem e na navegação deste fluxo temporal e identitário, existe o denominador comum na sua relação com um continente onde repousam os sonhos e desvarios de fantasmas forasteiros. Existe e urge ainda abordar um futuro que continua sustentado por inócuas promessas de progresso e liberdade, algo que não é exclusivo do continente africano, acolhendo também as influências de diversas linguagens artísticas e referências que constituem este trabalho conjunto, extravasando as fronteiras nacionais e plataformas continentais.
22.12.2021 | por Gisela Casimiro