Viagem a Portugal - Paragem Alentejo

Teatro do Vestido

Viagem a Portugal - Paragem Alentejo
um teatro feito a partir de uma pesquisa poética e documental neste território

Joana CraveiroJoana Craveiro

18 e 19 de Fevereiro | 19h00 

Ponto de encontro: Largo 25 de Abril - São Domingos, Santiago do Cacém
bilhetes à venda aqui

O espetáculo terá percursos a pé e de autocarro. Recomendamos calçado confortável e roupa quente.
Duração aprox. 4h00. Será servida pequena refeição
M/12  

Chegar a um local e olhar.
Alentejo - tantos alentejos - região densa e enorme.
Habitar este local.
Olhar com os olhos de quem pergunta.

Nesta sua paragem a sul do projecto Viagem a Portugal (nome que pedimos emprestado a José Saramago), os viajantes do Teatro do Vestido procuram, como quem escava, num vasto território entre Santiago do Cacém e Odemira. Pessoas, nomes, histórias e objectos desfilam diante destes viajantes, que tornam tudo isso parte de um percurso que procura contar algumas das histórias de vida, das memórias, e da geografia destes lugares. Como quem escava, e nesse escavar vai descobrindo mais e mais camadas, sem nunca chegar a bater no fundo, a chegar à rocha debaixo disto tudo.

Quantas camadas precisamos de escavar/decapar até nos sentirmos parte de um território?

O viajante de que José Saramago fala na sua Viagem a Portugal interroga-se sobre a sua razão para viajar. Todos os viajantes o fazem, e, no entanto, a própria viagem os ofusca sempre. No corpo a corpo dos quilómetros percorridos, a viagem ganha.

Nesta Viagem a Portugal do Teatro do Vestido, a viagem torna-se presença, inscrita na paisagem num espectáculo em percurso, fruto da relação de pesquisa e de permanência no terreno, e de criação de laços humanos, que nos permitam saber e conhecer histórias e poder recontá-las sob forma de teatro.

“O que mais há na terra é paisagem. 

Por muito que do resto lhe falte, a paisagem sempre sobrou (…).”
José Saramago, Levantado do Chão

Ficha Técnica

Direcção, texto, e coordenação da investigação: Joana Craveiro 

Co-criação e interpretação: Estêvão Antunes, Francisco Madureira, Henrique Antunes, Joana Craveiro, Luís Cruz, Mafalda Pereira, Tânia Guerreiro, Tozé Cunha  

Figurinos: Tânia Guerreiro  

Música e espaços sonoros: Francisco Madureira 

Espaço cénico: Carla Martinez 

Assistência de Cenografia: Isabelle Denkien 

Iluminação: Leocádia Silva 

Assistência Técnica: Rodrigo Lourenço 

Assistência: Henrique Antunes  

Direcção de produção: Alaide Costa 

Co-produção: Lavrar o Mar e Teatro do Vestido

17.02.2022 | por arimildesoares | festival, José Saramago, santiago do cacém, Teatro do Vestido

Temos de Falar, à conversa com Gisela Casimiro

Lia Pereira, Maria do Mar e Inês Magalhães. Mulheres da música e das comunidades que ela une. Mulheres que nos fazem sentir em casa.

Sábado dia 19 de Fevereiro às 17h, na Livraria Barata.

Venham! Entrada livre.

16.02.2022 | por Alícia Gaspar | cultura, debate, Gisela Casimiro, inês magalhães, lia pereira, livraria barata, lugar de cultura, maria do mar, temos de falar

Diário de uma quarentena em risco

Nuno Saraiva convida Ricardo Dias para uma perspetiva da pandemia no seio dos bairros históricos.

Uma conversa sobre este livro de cartunes de Nuno Saraiva, realizados a partir da quarentena voluntária de março 2020 até março 2021, sobre os acontecimentos políticos, económicos ou sociais, acima de tudo nacionais, que se revelaram nas margens da pandemia. Diário de Uma Quarentena em Risco é editada pela Pim! em parceria com o jornal Público. Após a sessão o autor estará disponível para os autógrafos embonecados!

Galeria Santa Maria Maior
Rua da Madalena, 147. Quinta-feira, 17 de fevereiro, às 18h30. Entrada livre.

Confirmação de presença: cultura@jfsantamariamaior.pt.

Info Covid19:

Obrigatório o uso de máscara e a apresentação de certificado digital ou teste.

Diário de uma quarentena em risco - Junta de Freguesia de Santa Maria Maior (jf-santamariamaior.pt)

15.02.2022 | por arimildesoares | bairros históricos, diário de uma quarentena em risco, livro, Nuno Saraiva, pandemia

Apresentação do livro "História e Pós-colonialismo", de Sanjay Seth

Lançamento da segunda obra da colecção “Trânsitos” da Imprensa de História Contemporânea: “História e Pós-colonialismo. Ensaios sobre Conhecimento Ocidental, Eurocentrismo e Ciências Sociais”, da autoria de Sanjay Seth.O livro será apresentado por Luís Trindade (CEIS20 — Universidade de Coimbra) e Manuela Ribeiro Sanches (HC — NOVA FCSH / IN2PAST).
Com a presença do autor.

Acesso ao livro: https://imprensa.ihc.fcsh.unl.pt/seths2022/

Sobre o livro:

Os ensaios reunidos neste livro interpelam assuntos tão diversos como as políticas educativas dos britânicos na Índia colonial ou a revolta camponesa de Naxalbari em 1967. O livro sugere que os conceitos e as categorias através das quais procuramos compreender o mundo nasceram no decurso da história moderna europeia e foram desenvolvidas para explicar esta história, nomeadamente para fazer sentido da transformação social e intelectual a que acabámos por chamar «modernidade». E porque tais conceitos e categorias, ao contrário do que tende a ser presumido pelas disciplinas que os empregam, não transcendem as suas particularidades históricas e culturais, precisamos de os submeter a uma crítica pós‐colonial. Esta crítica implica, não a rejeição da História e das Ciências Sociais, mas o dever de, ao praticarmos as nossas disciplinas e ao mobilizarmos os nossos conceitos e categorias, cultivarmos um elevado sentido de auto‐reflexividade…

Sobre o autor:

Sanjay Seth é professor no Goldsmiths College, Londres. É autor, entre outros, de Subject Lessons — The Western Education Of Colonial India (Duke University Press, 2006) e Beyond Reason — Postcolonial Theory and the Social Sciences (Oxford University Press, 2020).

Apresentação do livro “História e Pós-colonialismo”, de Sanjay Seth | Facebook

14.02.2022 | por arimildesoares | história, lisboa, livro, NOVA FCSH, pós-colonialismo

A África e o Mundo: circulação, apropriação e cruzamento de conhecimentos

Lançamento do livro A África e o Mundo: Circulação, apropriação e cruzamento de conhecimentos da autoria da Isabel Castro Henriques, numa edição Caleidoscópio, com apresentação de Miguel Bandeira Jerónimo.


A obra, que reúne um conjunto de textos escritos ao longo de quarenta anos, alguns inéditos, outros dispersos em publicações de natureza diversa, nem sempre de acesso fácil, tem como objetivo refletir sobre as muitas relações da África com outros mundos através de propostas, de objetos, de construções, de práticas introduzidas do exterior, numa pluralidade de situações históricas distintas, entre os séculos XV e XX, procurando no mesmo movimento sublinhar a natureza falsificadora de uma panóplia de ideias ocidentais que rotulavam os africanos como passivos, fechados ao mundo, sem vontade e capacidade de escolha e de mudança social.

O primeiro capítulo visa proceder a uma releitura das perspetivas historiográficas africanas, sublinhando as contribuições de formas do pensamento internacional e de inovações teórico-metodológicas pluridisciplinares, procurando igualmente pôr em evidência dinâmicas sociais inovadoras africanas, criadoras de uma África da modernidade emergente, ligada ao mundo atlântico.

Um segundo capítulo privilegia o documento iconográfico como fonte histórica, sublinhando a sua dimensão histórica e informativa, mostrando formas plásticas sobretudo portuguesas, que dão conta da integração de plantas, técnicas, símbolos, sistemas económicos, comerciais, habitacionais e urbanos, novas formas de organização e construção do espaço, introduzidos da Europa nos territórios africanos, e refletindo a criação de novidades sociais e culturais.

O terceiro e último capítulo pretende pôr em evidência a circulação e cruzamento dos conhecimentos nos séculos XIX e XX, conhecimentos introduzidos sobretudo no âmbito do facto colonial português, apropriados e reutilizados pelos africanos nas esferas do comércio, da habitação e do urbanismo, com o objetivo de renovar problemas historiográficos longamente abordados numa perspetiva colonial, possibilitando novas leituras, interpretações e interrogações.

Pensar as relações da África com o mundo permite desmontar conceitos redutores das realidades africanas, mostrar as dinâmicas africanas de integração das novidades vindas do exterior e a capacidade das sociedades de aderir à contemporaneidade, procedendo à emergência de novos espaços, novas realidades sociais, novos sistemas de pensamento, novas formas culturais, preservando valores seculares da sua identidade, no quadro de uma africanidade renovada e dinâmica.

Lançamento | A África e o Mundo: Circulação, apropriação e cruzamento de conhecimentos | 17 fev. ‘22 | 18h00 (bnportugal.gov.pt)

14.02.2022 | por arimildesoares | Caleidoscópio, ISABEL CASTRO HENRIQUES, lisboa, livro, Miguel Bandeira Gerónimo

Lisbonweek’22 elege marvila e lança Open call para residências artísticas

No ano em que celebra o seu 10º Aniversário, a Lisbonweek irá centrar as atenções no Bairro de Marvila. Durante todos os fins de semana de maio, Marvila será palco de uma intensa programação cultural e turística, com exposições, visitas guiadas, conferências, e muito mais.

Neste contexto, a Lisbonweek e o Prata Riverside Village - parceiro oficial da LW’22, lançam hoje uma convocatória direcionada a jovens artistas (até 35 anos) para quatro Residências simultâneas em Marvila que têm como objetivo chamar a atenção para o património histórico e contemporâneo, físico e humano deste bairro.

Inês Costa Monteiro. Vista de MarvilaInês Costa Monteiro. Vista de MarvilaO “Trabalho” será o tema de reflexão da próxima edição da Lisbonweek, sob a curadoria de Filipa Oliveira. Nos últimos anos, a ideia e as práticas de trabalho foram radicalmente questionadas e alteradas, e para as quais o confinamento foi, sem dúvida, um acelerador. Tomando como ponto de partida a história específica e incrivelmente rica de Marvila - e em particular a importância que teve a industrialização do séc. XIX no desenvolvimento deste bairro, a LW’22 desafia jovens artistas a refletirem sobre o que significa o trabalho hoje, e como será no futuro.

O Programa de Residências LW’22 é comparticipado financeiramente e pretende convocar uma diversidade de práticas artísticas contemporâneas que respondam ao tema central desta edição. Serão selecionados quatro artistas que durante um mês irão ocupar locais icónicos de Marvila. O resultado será uma exposição/performance que convida a um percurso artístico durante a edição da LW’22, e que ocupará edifícios históricos, espaços de trabalho, comércio local, e espaço público. 

As inscrições para a Open Call estão abertas até 07 março 2022, e para candidatar-se basta ir ao site da Lisbonweek - www.lisbonweek.com - e consultar o regulamento. Os resultados serão anunciados a 17 de março. 

Sobre a edição LW’22 – Marvila

O arranque da LW’22 será no dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador, data simbólica para esta edição já que “O Trabalho” é o tema de reflexão lançado aos artistas da Open Call e artistas convidados. O conceito do trabalho é central na sociedade contemporânea. O que significa verdadeiramente o trabalho nos dias de hoje? Como tem evoluído, e como será no futuro?

O Bairro de Marvila dará o mote a todas estas temáticas: a Marvila moderna, das artes, dos coworks, ligada ao rio e às suas linhas contemporâneas com os projetos de arquitetura que já a habitam, nunca esquecendo a sua origem industrial, das fábricas, dos operários, do porto, do ferro, dos tonéis de vinho, e dos mercados ambulantes. Em maio, a Marvila antiga e contemporânea dar-se-á a conhecer com a Lisbonweek.

“Já há alguns anos que tínhamos a intenção de destacar o Bairro de Marvila, uma zona em rápida transformação, com uma identidade muito ligada às artes e à criatividade, e que adquire agora a maturidade e o protagonismo para receber um outro olhar”, refere Xana Nunes, diretora da ACTU e fundadora da Lisbonweek.

A LW’22 é desenvolvida em parceria com o Prata Riverside Village em Marvila - o único projeto em Portugal do Prémio Pritzker Renzo Piano, e conta ainda com o apoio habitual da Câmara Municipal de Lisboa, e da Junta de Freguesia de Marvila nesta edição. 

“É com muito agrado que recebemos a 7ª edição da Lisbonweek em Marvila, uma freguesia com uma riqueza e diversidade cultural únicas na cidade. Com a Lisbonweek vai ser possível descobrir tesouros escondidos, por diversas zonas da denominada Marvila antiga, mas também encontrar novas tendências expressas das mais variadas formas como se pode encontrar nas diversas galerias de arte da freguesia. Nesta edição da Lisbonweek, Marvila mostrará, também, toda a sua riqueza social traduzida num enorme e fraterno encontro de culturas.”, refere José António Videira, Presidente da Junta de Freguesia de Marvila.

Segundo Luís Gamboa, Diretor de Operações da VIC Properties, “Nos últimos anos, a freguesia de Marvila tem vindo a despertar para os Lisboetas e para todos os que visitam a cidade. Para a VIC Properties, que assumiu a missão de requalificar uma parte da cidade que há muito se encontrava esquecida, promovendo projetos únicos como o Prata Riverside Village, faz todo o sentido apoiar iniciativas que realcem e deem a conhecer este território, quer pela sua história quer pelo futuro que consideramos bastante promissor. Estamos seguros de que projetos como o Prata Riverside Village e eventos como a Lisbonweek vão ajudar a transformar Marvila numa das melhores freguesias do País para viver e visitar.” 

Mantendo a premissa de dar a conhecer espaços nunca antes vistos e histórias nunca antes contadas, a Programação da 7.ª edição da Lisbonweek irá incluir as habituais visitas culturais quer a locais icónicos de Marvila, como a Fábrica do Braço de Prata, a Praia de Marvila, ou o Páteo Marialva, quer a espaços que não estão acessíveis ao público, como o magnífico Palácio da Mitra ou o edifício Abel Pereira da Fonseca. O percurso das visitas culturais será mais uma vez concebido pelo historiador Pedro Sequeira, em Português e Inglês.

Para além da descoberta do património de Marvila, haverá ainda o percurso das artes criado pela curadora Filipa Oliveira, e que terá duas dimensões: de um lado, a abertura da Open Call para realização de Residências no bairro, e cujo resultado será apresentado durante a LW’22, e o convite a artistas para intervenções site-specific que serão exibidas em locais centrais de Marvila. 

Mais do que uma exposição, a LW’22 propõe um projeto de pesquisa artística, resposta e ativação do próprio bairro que não só apresenta propostas inéditas, como procura envolver e colaborar com os diversos agentes e promotores artísticos de Marvila, como é o caso da ação Meet the Artist a decorrer em várias galerias, como a Francisco Fino e a Bruno Múrias, em que o público poderá contactar com o artista/curador que está a expor ou outra atividade em exclusivo para a Lisbonweek.

Um dos fins de semana da LW’22 será dedicado a duas conferências de relevo: uma sobre o trabalho, e outra sobre arquitetura e as cidades, e está prevista uma grande festa de encerramento num dos espaços de Marvila (a definir).

A programação completa do LW’22 ficará disponível no início de abril, assim como os bilhetes para algumas das visitas culturais, com a possibilidade de comprar bilhete individual ou combinado para cada uma das atividades, em Português e Inglês.

Os 10 Anos da Lisbonweek

Criada em 2012 pela associação sem fins lucrativos ACTU - Associação Cultural e Turística Urbana, a Lisbonweek conta já com seis edições de sucesso: Príncipe Real/Chiado (2012), Do Marquês ao Tejo (2013), Alvalade (2015), Lumiar (2017), Ajuda (2019), e Alcântara (2020/21). Ao longo dos últimos dez anos, a Lisbonweek tem deixado obra feita na cidade - instalações de arte urbana oferecida aos bairros que foram foco da sua pesquisa e intervenção, e que perduram até aos dias de hoje, tem colaborado com personalidades tão diversas como o historiador José Sarmento de Matos, o arquiteto Carrilho da Graça, o chef José Avillez, artistas de projeção internacional como Julião Sarmento, José Pedro Croft, Robert Panda ou Felipe Pantone, Curadores como Delfim Sardo, Ana Tostões ou Filipa Oliveira, e instituições como a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Biblioteca Nacional, Palácio da Ajuda, entre tantos outros. 

Das diversas obras e acontecimentos levados a cabo pela Lisbonweek, são de realçar o lounge desenhado pelo Arquiteto Carrilho da Graça, que ocupou o Rossio na edição de 2013; a exposição na Biblioteca Nacional dedicada a Porfírio Pardal Monteiro na edição de 2015; a maior obra de arte urbana que ainda hoje existe em Lisboa - um mural de 45 metros criado pelo artista argentino-espanhol Felipe Pantone, os famosos “Estúpidos” de Robert Panda, que ainda podem ser vistos em Telheiras, e o gigante corredor do Corvo do artista RAF (Rui Alexandre Ferreira), na Alta de Lisboa – tudo projectos criados para a edição de 2017, no Lumiar. 

Mais recentemente, a LW’19 trouxe o projeto Inside Out do artista JR que levou a cabo uma instalação de arte urbana em empenas de edifícios do Bairro 2 de Maio, numa ação que pretendeu despertar mentalidades e chamar a atenção para a possibilidade de fazer do mundo um lugar melhor através da arte; e ainda a realização do Museu Efémero de Arte Urbana (EMUA) na LX Factory, na última edição 20/21, em tempos de pandemia.

Para mais informações consulte o site: www.lisbonweek.com 

Instagram / Facebook / Twitter

A iniciativa tem contado com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, das Juntas de Freguesia, de todos os parceiros e entidades públicas e privadas, e da generosidade de tantas pessoas que, desde o primeiro dia, nos acompanham.

Sobre a VIC Properties 

Sediada em Lisboa e liderada por uma equipa de gestão de elevada experiência, a VIC Properties é uma plataforma imobiliária totalmente integrada que cobre toda a cadeia de valor do processo de construção. Focada no mercado imobiliário residencial português, e especialista no desenvolvimento de empreendimentos residenciais totalmente integrados, a VIC Properties destaca-se pela capacidade de criar estilos, dinâmicas e vivências únicas e exclusivas em todos os seus projetos, inspirados pelo privilégio único de viver num dos mais belos e sedutores países em todo o mundo: Portugal. 

Sobre o Prata Riverside Village

Um Projeto de Autor, único e irrepetível no panorama da cidade de Lisboa.

Projeto da responsabilidade da VIC Properties, o Prata Riverside Village é uma vila urbana no coração de Lisboa, em Marvila, com um verdadeiro ambiente de bairro, tranquilo, mas cheio de vida, equipado com lojas, restaurantes, galerias, ciclovia e parques infantis capazes de servir não só a comunidade de residentes, mas também de atrair, só por si, visitantes de outros bairros lisboetas. Tudo isto, coroado pelo Parque Ribeirinho Oriente e por uma ligação ímpar ao Tejo.

Desenhado pelo Prémio Pritzker Renzo Piano, um dos mais aclamados arquitetos da atualidade, o Prata Riverside Village inspira a “uma nova forma de viver”, aliando modernidade e funcionalidade às tecnologias de materiais sustentáveis e duradouros. Inspirado pelo rio, pela história e pela beleza de Lisboa, o Prata Riverside Village, o único projeto de Renzo Piano em Portugal, marca já, de forma incontornável, o skyline da cidade.

Para mais informações consulte:

https://www.vic-properties.com/  https://www.pratariversidevillage.com...

https://www.lisbonweek.com/pt/opencall

10.02.2022 | por arimildesoares | 1 de Maio, lisboa, Marvila, open call, Prata Riverside Village

Maráia Quéri no TNDM II

Maráia Quéri de Romeu Costa e Marta Carreiras

16 fev - 6 mar 2022
qua - sáb, 19h30 > dom, 16h30 Sala Estúdio

Maráia Quéri. Filipe FerreiraMaráia Quéri. Filipe Ferreira

Quando um prazer nos faz corar.

A passagem do prazer à culpa é, muitas vezes, mais rápida do que se deseja. Mas há prazeres que não nos furtamos apenas porque censurados socialmente. Prazeres vividos em segredo. Prazeres não- aceites. E se esses prazeres virem a luz do dia? Em Maráia Quéri, o conflito interno instala-se quando paira sobre o gosto de um investigador em ciências sociais o receio da desonra ou do ridículo. Pode ele ter Mariah Carey como objeto de estudo? Pode ele gostar de Mariah Carey? Neste espetáculo, Romeu Costa e Marta Carreiras mergulham no universo musical da cantora norte-americana, que configurou uma mudança de paradigma no mundo da música dos anos 90, para investigar a liberdade com que nos permitimos gostar de algo. Através da confissão da sua vergonha, o investigador procurará “entendê-la” e entender-se, traçando, neste processo, um retrato de Portugal e da relação do país com o mundo. Numa conferência-performance que pisca o olho às famosas Ted Talks, o cientista fará acompanhar a sua comunicação pública por um conjunto de músicas que distam dos anos noventa até à atualidade, tendo sempre a vida de Mariah Carey como referente.

> Conversa com artistas após o espetáculo

27 fev > dom, 16h30

> Sessão com interpretação em Língua Gestual Portuguesa

27 fev > dom, 16h30

> Sessão com Audiodescrição

6 mar > dom, 16h30

Ficha artística

direção artística e interpretação Romeu Costa
assistência artística e direção plástica Marta Carreiras
texto Raquel S.
assistência de encenação Tadeu Faustino e Ana Bento
desenho de projeção José Freitas
desenho de luz Nuno Meira
assessoria musical Isabel Campelo e Filipe Melo
produção executiva Maria Folque
coprodução Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery apoio Teatro Meridional

A classificar pela CCE duração 1h30

07.02.2022 | por Alícia Gaspar | ciencias sociais, cultura, Maráia Quéri, teatro, tndm

Kiluanji Kia Henda | A Healing Path for Phantom Pain

Kiluanji Kia Henda

04 February - 05 March 2022

Goodman Gallery, London

Goodman Gallery is pleased to present “A Healing Path for Phantom Pain”, Kiluanji Kia Henda’s first solo exhibition in the UK. The exhibition brings together bodies of work continuing the artist’s exploration of collective memory through engagement with landscapes and public structures.

The title of the exhibition couples the painful realities of the past — which present themselves as ghostly recurrences — with the hopeful possibility of recovery. More pointedly, it reflects on the history of Angola through a critique of structures of power that continue colonial legacies. The artist explains; “On the street where I grew up in Luanda, there was a school, a cinema, a police station, and a Catholic church next to an Orthopaedic centre – each of which played a part in the colonial strategy. I decided to focus on the Catholic church and the Orthopaedic centre to think through Western influences in Angola’s history and its devastating conflict.”

The 20th anniversary of Princess Diana’s death in 2017 coincided with Kia Henda’s return to Luanda from New York — a trip during which Diana’s humanitarian efforts were advertised broadly in international media. Part of Diana’s efforts included a visit to Angola, in 1997, where she lobbied against the military industry which benefited from the terror of war, particularly in the production and distribution of anti-personnel landmines. Through photographs, a video installation, as well as new sculptural installations, Kia Henda reflects on the continued effects of active landmines in Angola. A vestige of the brutal civil war, anti-personnel landmines continue to threaten the lives of civilians across the country.

Terra inóspita is a new sculpture that gestures at illusions of safety. The work is modelled on signs used to warn people of the existence of anti-personnel landmines. Made from 117 glass rods, Terra inóspita is a reinterpretation of these warning signs which are often made of wooden sticks painted red and white. The translucency and fragility of glass as a material reflects on the battlefield as a site of deadly experimentation, a lethal laboratory of forts. Loosely translated from Portuguese as “inhospitable land”, the sculpture reflects frustration at the inefficacy of measures to prevent death. Kia Henda recalls small children playing near these signs, wholly unaware of the dangers of existing landmines. Through this work, he pushes against the historicization of the war, returning these concerns to the present moment. Alongside this work is a clay sculpture, A Healing Path for Phantom Pain, based on rehabilitation apparatus used by patients at the Neves Bendinha Orthopaedic Centre. The work reflects on processes of healing and recuperation. The sculpture functions as a model for Kia Henda’s plans to replicate a lifesize rehabilitation apparatus, using sand. For the artist, both materials of sand and clay contain fragility and have a connection to healing pains of the past.

The series of photographs in the exhibition document the Neves Bendinha Orthopaedic Centre and the Santa Ana Catholic church. Devoid of human beings and with no signifiers of time, the images capture an enduring melancholy and restlessness. Both the Orthopaedic centre and the church are a reflection of sites of hope for many Angolans who experienced the effects of war. And yet they reveal themselves as not completely within reach — enclosed, protected…and therefore empty.

Restless Landscape is a series of digital print montages. The images are an assemblage of photographs of the landscape in the central part of Angola where the civil war was particularly damaging. Thinking about the impact of war on both people and on nature, Kia Henda gestures towards trauma’s ability to root itself into the land, thereby necessitating a process of healing and renewal. By creating the photomontages, he is recreating a new landscape filled with overlapping trees — this process of manipulation is Kia Henda’s attempt at rehabilitating the land from a traumatic past.

In Phantom Pain – A letter to Henry A. Kissinger (2020), part of which is filmed at the Neves Bendinha Orthopaedic Centre, Kia Henda confronts former United States Secretary of State Henry Kissinger for his involvement in crimes against humanity and the resultant enduring pain his decisions caused. Kissinger, of course, remains a polarising figure hailed as both war criminal and venerated as a Nobel prize laureate. Through this work, Kia Henda points to the ways in which the retelling of history is illusory, perhaps even deceptive.

Through a meditation on the geopolitical, “A Healing Path for Phantom Pain” studies how trauma travels temporally and spatially while also confronting the painful process of overcoming that trauma.

KILUANJI KIA HENDA

Kiluanji Kia Henda (b. 1979, Luanda, Angola) employs a surprising sense of humour in his work, which often homes in on themes of identity, politics, and perceptions of post-colonialism and modernism in Africa. Kia Henda brings a critical edge to his multidisciplinary practice, which incorporates photography, video, and performance. Informed by a background surrounded by photography enthusiasts, Kia Henda’s conceptual-based work has further been sharpened by exposure to music, avant-garde theatre, and collaborations with a collective of emerging artists in Luanda’s art scene. Much of Kia Henda’s work draws on history through the appropriation and manipulation of public spaces and structures, and the different representations that form part of collective memory, in order to produce complex, yet powerful imagery.

Kia Henda has had solo exhibitions in galleries and institutions around the world. His work has featured on biennales in Venice, Dakar, São Paulo and Gwanju as well as major travelling exhibitions such as Making Africa: A Continent of Contemporary Design and The Divine Comedy: Heaven, Hell, Purgatory revisited by Contemporary African Artists. In 2019, Kia Henda’s work was acquired by Tate Modern in London, and he was selected to participate on the Unlimited sector at Art Basel. In 2020, Kia Kenda exhibited at the MAN Museo d’Arte Provincia di Nuoro in Italy, marking his first solo exhibition in a major European museum.

Kia Henda currently lives and works between Luanda and Lisbon.

05.02.2022 | por Alícia Gaspar | A Healing Path for Phantom Pain, Art, culture, exhibition, goodman gallery, kiluanji kia henda

O que nos faz sentir profundamente vivos? — Virgílio Varela

Virgílio Varela vem ao Pequeno Auditório da Culturgest, no dia 23 de fevereiro, falar-nos sobre inteligência coletiva e sobre ferramentas que podemos utilizar para ultrapassar as adversidades do quotidiano.

23 FEV 2022 
TER 18:30

Entrada Gratuita 

© Raizdeportugal© Raizdeportugal

“Não perguntes o que o mundo precisa. Pergunta-te o que te faz sentir vivo, e vai fazer isso, porque o que o mundo precisa é de pessoas que se sentem vivas”. 
Howard Thurman 

Virgílio Varela tem uma vasta experiência de trabalho em diversas metodologias de capacitação de grupos, práticas que fazem surgir processos de ação coletiva e colaborativa. A sua experiência passa pelo desenho de projetos para comunidades e organizações como a Comissão Europeia, Nações Unidas, UNESCO, em vários países europeus, e no Brasil, Cabo Verde e Moçambique. Nesta partilha seremos convidados a interrogarmo-nos ativamente acerca do potencial de uma sociedade para sustentar a vida; a considerar a nossa interdependência, a escutar as nossas emoções, perceções e a entender como o conflito pode ser um ingrediente fundamental para entendermos o futuro que emerge.

Sobre Virgílio Varela

Virgílio Varela nasceu em Lisboa. É pai de três crianças e filho de pais cabo-verdianos. Fez mestrado em Educação no King´s College University of London com uma tese sobre Estratégias de Aprendizagem. É consultor e facilitador internacional com uma vasta experiência de trabalho em diversas metodologias de capacitação de grupos e organizações. São exemplo metodologias como o Dragon Dreaming, Work That Reconnects, Jogo Oásis-Instituto Elos, Asset Based Community Development, Open Space Technology, Design Thinking.

Nos últimos 25 anos tem desenvolvido a sua experiência no desenho de projectos para comunidades, e organizações como Comissão Europeia, Nações Unidas, UNESCO, em países como Portugal, Brasil, Alemanha, Espanha, Reino Unido,Polónia, Latvia, Cabo Verde e Moçambique. É palestrante, compositor e criador de programas de transformação como Storytelling Regenerativo, Programa Atlantis(co-autoria), Grow Impact Together, Jogo Oásis Moçambique. Atualmente é CEO da Humanfleet, organização que atua na área do empreendedorismo social, inovação e inteligência coletiva ao serviço da transformação humana e regeneração do planeta.

05.02.2022 | por Alícia Gaspar | conferência, Culturgest, inteligência coletiva, virgilio varela

LOOT - Exposição Individual de Barbara Wildenboer

05 Fevereiro 2022 - 19 Março 2022

Entrada Livre

THIS IS NOT A WHITE CUBE | Rua da Emenda, nº 72, Chiado, Lisbon

A galeria de arte THIS IS NOT A WHITE CUBE inaugura a 5 de Fevereiro “LOOT”, a primeira exposição individual da artista sul-africana Barbara Wildenboer em Portugal. 

A mostra integra cerca de 30 trabalhos inéditos, repartidos em três núcleos distintos, de entre os quais se destaca aquele que agrega o mais recente corpo de trabalho da artista e que dá nome à exposição.

“LOOT - SPOILS OF WAR”, decorre do interesse crescente da artista pela forma como um novo modelo de significações foi gerado e moldado a partir do encontro histórico e civilizacional entre África e a Europa. 

A materialização da ideia dá-se através da  exploração do conceito de  ‘apropriação’  que, se por um lado constitui, nesta exposição, uma referência directa aos artefatos saqueados e expropriados das suas origens no contexto da colonização, por outro lado, traduz a consistência plástica da obra da artista que, na apropriação “per se” encontra um instrumento de trabalho verdadeiramente essencial para a construção de um medium artístico que desde há muito envolve a reconfiguração e integração de textos, livros, mapas e imagens pré-existentes em colagens e instalações tridimensionais. 

Transversalmente, Barbara Wildeboer utiliza no seu processo criativo uma combinação de processos analógicos e digitais que concorrem para a construção de uma obra diversificada e rica, composta maioritariamente por colagens, construções fotográficas, instalações em papel, esculturas fotográficas animadas digitalmente e book arts. 

Tendo por base este modelo e o conceito de apropriação, ao longo dos últimos dois anos, a artista recolheu imagens de inúmeros artefactos antigos de proveniências distintas - de África, Oceânia, Grécia Antiga, Mesopotâmia e Américas - que atualmente integram as coleções de museus no mundo ocidental, na Grã-Bretanha, Alemanha, França e EUA. 

Arredadas do contexto original e assembladas em sistemas visuais complexos, de carácter surrealizante, estas imagens passam por um processo autoral de re-significação, assumindo nesta exposição uma natureza renovada. Na sua génese está uma (re) leitura iconográfica que enquadra o peso histórico dos contatos de carácter intercultural.

Ao longo da exposição, assistimos a um ritual de re-significação iconográfica, de descodificação e recodificação da imagem, que concorre para a construção de uma visão crítica da historiografia e dos processos de apropriação e “fetichização” das culturas. 

No epicentro da mostra e do debate que através desta a artista procura alavancar, encontramos um conjunto de instalações escultóricas monocromáticas que na sua configuração se assemelham a “escadas, postes, árvores, torres”, totens ou pequenos obeliscos, que “consistem numa assimilação de diferentes relíquias, figuras de fertilidade, máscaras, vasos e elementos arquitectónicos” diversos. 

Estes artefactos de papel, agrupam-se arguta e sagazmente, numa acomodação reflectida que evoca, de um modo idiossincrático e absurdo, a sistematização do Museu Ocidental para  evidenciar as múltiplas formas como estes objetos podem ser percepcionados. 

“As esculturas de papel aludem à curadoria das exposições de artefactos arqueológicos que, sendo colocados em pedestais ou em vitrinas, são depois iluminados por forma a produzir a ideia da aura de uma obra de arte sobre objeto que está já muito afastada das suas funções originais. 

O resultado é uma espécie de documentário de ficção ou de documento ficcional que faz referência a coisas reais, mas que as transforma em algo mais.”

Os conceitos de originalidade e de autoria são elementos centrais nesta exposição de Barbara Wildenboer, que através da sua ação, num desafio declarado às convenções do mundo artístico, vem produzido contributos significativos para a inversão do pensamento numa era  marcada pela necessidade de imposição de uma ideologia decolonial.

A exposição “LOOT” ficará patente até 19 de Março, de 3ª feira a sábado, entre as 14h30 e as 19h30. A entrada é livre, obedecendo às necessárias normas de segurança e prevenção em tempos de pandemia.

(Graça Rodrigues - Curadora, Janeiro de 2022)

Sobre Barbara Wildenboer

Barbara WildenboerBarbara Wildenboer

Barbara Wildenboer (b. 1973, África do Sul) investiga o conceito filosófico de estética através de uma série de diferentes meios e processos. Ao explorar este conceito, juntamente com fenómenos como a temporalidade, a geometria fractal e a interligação de todos os seres vivos, ela expõe as ligações entre uma miríade de formas de vida - desde a microscópica à imensa. 

O foco principal de Wildenboer é a estética ambiental, a qual ela vê englobando tanto territórios naturais, como a interação humana com o reino natural. No seu trabalho, explora ainda a ideia do sublime matemático (noção estética desenvolvida inicialmente por Immanuel Kant) e o modo como o infinito / ausência de limites do universo transcendem os limites da razão.

Wildenboer utiliza uma combinação de processos analógicos e digitais para produzir um corpo de trabalho diversificado e rico, composto maioritariamente por colagens, construções fotográficas e em papel, instalações, esculturas fotográficas animadas digitalmente e book arts.

Equipa

Diretora Geral e Co-Diretora Artística  |  Sónia Ribeiro

Curadora e Co-Diretora Artística  |  Graça Rodrigues

Assistente de Galeria | Francisca Vaz

Design Gráfico e Audiovisual  |  Francisco Blanco e  Nelson Chantre

THIS IS NOT A WHITE CUBE 

04.02.2022 | por Alícia Gaspar | Africa, arte, Barbara Wildenboer, Europa, exposição, LOOT, pós-colonialismo, this is not a white cube

Espaço "Espelho D' Agua" exibe restauração de obras de Rigo 23

Público pode acompanhar o processo de restauro da instalação Torre de Cochim – Uma Armada de Ecos

Uma das obras, Talappana, antes do atual processo de restauroUma das obras, Talappana, antes do atual processo de restauro

Equipa durante o restauroEquipa durante o restauro

Quem passa pela margem do Rio Tejo, ao lado do Padrão dos Descobrimentos, já deve ter percebido as esculturas no lago em frente ao Espaço Espelho D’Agua. Mas nem todos conhecem a história por trás daquele túnel com anéis de bambu, arame e corda ou do tuk-tuk estilizado que ali estão. A instalação Torre de Cochim – Uma Armada de Ecos, do artista madeirense Rigo 23, está a ser restaurada e o grande destaque desta iniciativa é a possibilidade do público acompanhar os bastidores do restauro, uma experiência viva e singular, que restabelece o contato das pessoas com a arte.

Presente desde a inauguração do Espelho D’Agua, em 2014, a instalação é composta por três esculturas: Kappiri, Talappana e Miri. Desenvolvida como uma Armada de Ecos, que dá corpo a histórias e episódios que foram transmitidos oralmente, de geração em geração em Cochim (Índia), a peça abraça a memória popular e cria novos veículos para a celebração da história oral. São ecos da chegada de Vasco da Gama à Índia, capturados in loco 500 anos depois. Uma forma de manifestação da memória, a trazer indagações sobre o passado e perspectivas para o futuro.

Kappiri, feita de tronco de madeira reciclados, é o escravo mártir; Miri, feita com anéis de bambu e arame, é o barco vítima de pilhagem; e Talappana, o tuk tuk, é o anfitrião tradutor. A Armada dos Ecos é uma armada estática. Ela permite ao visitante embarcar em viagens de longo alcance, munido da sua imaginação.

São obras que tiveram necessidades distintas de restauro, Kappiri e Miri foram reparadas em um mês. Talappana é a que mais trabalho e tempo tem exigido – um período de três meses, desde novembro passado, com previsão de finalização a meados de fevereiro. A restauração, a ser conduzida no próprio local desde sempre, tem envolvido dezenas de pessoas, na sua maioria alunos da Escola Superior de Belas Artes e recém-graduados da mesma escola.

“O trabalho está a ser liderado pelo Francisco Côrte, um jovem artista madeirense recém-graduado pela FBAUL (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa) e que colaborou comigo também no projecto Coroa do Ilhéu em Câmara de Lobos, na Ilha da Madeira”, explica Rigo 23. Além de Francisco, o projecto também contou com o apoio de Christian Haas, um artista e DJ radicado na Califórnia, que foi aluno de Rigo 23 no início dos anos 00, no San Francisco Art Institute. “O Christian deslocou-se a Portugal para dar o seu apoio na fase final da  Coroa do Ilhéu e terminou ficando umas semanas a mais em Lisboa para dar apoio a esta obra de restauro. Este aspecto de transmissão de conhecimentos/estágio profissional é intrínseco à própria obra, uma vez que o mesmo aconteceu em Cochim, na Índia, onde a peça foi originalmente produzida”, revela Rigo 23, que junto com a equipe, utilizou os materiais originais ou o mais aproximados, tais como bambú, madeiras, tecidos, metal, napa, tintas, óleos e lixas.

Torre de Cochim - Uma Armada de Ecos não está exposta em Belém, à beira do Rio Tejo, de onde saíram os conquistadores portugueses, por uma mera casualidade. Segundo o artista, as obras têm o poder de agir como objectos interculturais de resistência a narrativas que considera fantasiosas e imperiais. “Ao lado de uma história oficial esculpida em brilhante e opressiva pedra branca, ao serviço de uma ideologia violenta de domínio e apagamento histórico da cultura de outros povos, estas obras são feitas de materiais frágeis e necessitam de cuidados regulares para perdurarem”, enfatiza.

Mário de Almeida, dono do Espaço Espelho D’Agua, revela que expor obras de Rigo 23 era um desejo antigo. “O projeto Espaço Espelho D’Agua, desde o seu início, teve histórias e coincidências muito interessantes. Uma dessas coincidências foi o Rigo 23 ter solicitado à CML para expor esta instalação no lago em frente ao Espaço, pouco tempo depois de termos ganho o concurso público da concessão. É um artista que queria conhecer desde 2009 – época em que abri uma galeria de arte contemporânea em São Paulo/Brasil (SOSO Arte contemporânea africana) – , o que só veio acontecer aqui em Lisboa, e acabamos por inaugurar o Espaço com a exposição da instalação Torre de Cochim - Uma Armada de Ecos, de obras no exterior, e com obras do artista no interior”, conta Mário.

História da obra

A peça foi produzida a convite da edição inaugural da Bienal de Kochi-Muziris 2012 — a primeira bienal de arte contemporânea organizada na Índia. Membros da comunidade local, em colaboração com jovens universitários a trabalhar na Bienal, formaram a equipe de Rigo 23 à época.

Torre de Cochim é uma referência à Torre de Belém, construída no início do século XVI, que celebra o período das Descobertas Portuguesas e a abertura da primeira rota marítima entre a Europa e a Índia.

Kaappiri, feita com troncos de madeira reciclados de Chinese Fishing Nets e elementos esculpidos de madeira local, é uma alusão aos africanos levados como escravos, pelos portugueses, para Cochim.

Miri, feita de bambu, arame, corda de fibra de coco e 270 lamparinas de kerosene, faz referência ao barco de peregrinos que se destinava a Mecca, mas foi interceptado, pilhado e incendiado pela armada de Vasco da Gama, rumo a Cochim, em 1502. 400 pessoas a bordo, nenhum sobrevivente.

Talappana é o primeiro nome do sumo sacerdote que recebeu Vasco da Gama e foi seu tradutor à sua primeira chegada à Índia, em 1498. Ele foi torturado, mutilado e enviado para morrer pelos homens de Vasco da Gama, na sua segunda viagem em 1502. A obra Talappana é construída a partir de um tuk-tuk. Com lona e chapa metálica, foram incorporadas asas e bico de corvo; orelhas de cão e ainda um par de pés humanos em madeira.

Sobre Rigo 23

Rigo 23 colabora frequentemente com indivíduos e colectivos na implementação de operações de arte concebidas para contextos específicos, privilegiando o diálogo solidário intercultural e intercomunitário.

Natural da Madeira – ilha vulcânica produtora de emigração e receptora de turismo – a sua poética tem origem aí: nas experiências abismais de deslocação, desencontro e saudade; na claustrofobia das relações assimétricas de poder e na imensidão propiciada pela libertação das mesmas.

Participa da primeira colectiva aos 18 anos – Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa (1984). Pouco depois, parte para a California – BFA-San Francisco Art Institute (1991); MFA-Stanford University (1995).

A sua obra toma formas distintas de acordo com o projecto, mas a paixão pelo desenho, trabalho manual e experimentação são constantes na sua obra.

Tem sido convidado a participar em várias bienais e trienais de arte contemporânea e continua a produzir obras de arte pública internacionalmente. No momento prepara trabalho para a estação do Metro de Beverly Hills, na Califórnia, que será inaugurada em 2025.

Sobre o espaço “Espelho D’ Agua”

O Espaço Espelho D’Agua resulta de um concurso público organizado em 2012 pela Associação de Turismo de Lisboa – ATL para a exploração de parte de um edifício localizado na emblemática zona de Belém, em frente ao rio Tejo. O espaço compõe uma área de 1.200 m2 e foi inicialmente construído em 1940 durante a Exposição do Mundo Português.

O mote do projeto é o de que neste local, onde há cinco séculos os portugueses partiram para o mundo, seja agora uma plataforma de conexões culturais aonde se traga as culturas contemporâneas das diferentes regiões por onde os portugueses andaram nessa aventura durante as grandes navegações.

Desta forma criou-se um espaço onde se desenvolve atividades de gastronomia, exposição de arte e design, música, cinema e vídeo, entre outras formas de divulgação cultural. Tendo presente todo enquadramento histórico do local, e o que ele representa na atual conjuntura mundial, visa criar um ambiente artístico e cultural que reflita sobre a relação dos portugueses com o mundo e do mundo com os portugueses.

Apresentar neste local as mais variadas formas de expressão cultural contemporânea dos países que se relacionam historicamente com Portugal é a principal premissa do projeto que esteve na base da criação do Espaço Espelho D’Agua.

Serviço

Torre de Cochim — Uma armada de ecos

Local: Espaço Espelho D’Agua

Endereço: Av Brasília, Edifício Espelho D’Agua (ao lado do Padrão dos Descobrimentos) Horário de visitação: diariamente

02.02.2022 | por Alícia Gaspar | arte, Belém, espaço espelho d'agua, rigo 23

Gina Diama (Meu nome minha história)

Pintura angolana de Grácia Ferreira e Silvestre Quizembe em exposição na galeria Artistas de Angola


A Galeria Artistas de Angola abre portas à exposição coletiva Gina Diama (Meu Nome Minha História) dos artistas plásticos angolanos Grácia Silva e Silvestre Quizembe, com curadoria do Fotógrafo António Silva. A inauguração será no dia 18 de fevereiro, sexta-feira, a partir das 17h, na Rua Sousa Lopes N.º 12A em Lisboa. A exposição ficará patente até 18 de março do mesmo ano.

Gina Diama (Meu Nome Minha História) é uma palavra de origem Kimbundo, língua nativa do norte de angola. É uma forma de apresentação, reveladora da identidade e da origem de alguém.  As peças em exposição revelam episódios da história pessoal dos autores — receios, traumas, pensamentos, sonhos, viagens e desejos, de forma eloquente e expressiva.

Na exposição poderão ser vistas e apreciadas várias obras de ambos os artistas nos formatos de pintura, baixo relevo e escultura, realizadas entre 2020 e 2022, em plena época de pandemia e dúvidas preocupantes para os artistas.

Sobre o artista Silvestre Quizembe

Quizembe 2022Quizembe 2022Nasceu em Angola (Uíge), em 1991 e atualmente é finalista do Curso de Artes Plásticas, na Escola Superior de Arte e Design em Caldas da Rainha. O seu trabalho é representativo das suas matrizes estéticas, ancoradas na arte Angolana.  

Percurso, Materiais e Expressão

Durante o seu percurso tem vindo a desenvolver objetos tridimensionais em cartão, metal, barro e tela, explorando amplamente a sua plasticidade e flexibilidade. Na sua prática artística, utiliza também objetos encontrados que adapta a novas funções estéticas e formais. Quizembe explora os materiais para projetar e materializar formas tridimensionais fragmentadas e expressivas do seu auto-retrato e que se podem identificar como máscaras. Algumas delas são por vezes ativadas através da prática da performance, próximas da ideia de ritual enquanto ação que catalisa a memória. A sua pintura, composta pela convivência de múltiplas linguagens pictóricas, é cromaticamente vibrante e figurativa, e explora fundamentalmente o auto-retrato num universo onírico e psicológico. 

Sobre a artista Grácia Ferreira

Grácia Ferreira 2021Grácia Ferreira 2021Engrácia Ferreira dos Santos, nome artístico Grácia Ferreira, 48 anos de idade é natural de Luanda - Angola. Concluiu o Ensino Secundário no Instituto de Formação Artístico e Cultural em Luanda (INFAC), defendendo o trabalho final de escultura com o tema “Diferença conceptual entre estatueta e estátua”. Como artista plástica as suas telas e peças já passaram por vários países e continentes, com exposições em Cabo Verde, Angola, Cuba e Portugal.

Percurso, Materiais e Expressão

Cedo descobriu que a sua disciplina favorita era a Educação Visual e Plástica. Desde sempre se recorda de fazer rabiscos nas paredes de casa. Formou-se em Escultura, mas a paixão pela pintura esteve sempre presente e o destino encarregou-se de a encaminhar para as telas, pincéis e tintas. A sua fonte de inspiração é a arte no geral, seja de anónimos ou famosos. Baseia-se muito em coisas do dia-a-dia, na realidade africana e a tudo isto soma a criatividade e imaginação que mora no seu subconsciente.

Privilegia os acrílicos, o óleo, e a aguarela, sobre os mais diversos suportes, nomeadamente a tela, o papel e muitos materiais reciclados. Também a cor e a multiplicidade pictórica são proeminentes na sua pintura, vivendo apaixonada pelo surrealismo e o pelo abstratismo, o que lhe possibilita viajar no tempo. As suas imagens e envolvente pictórica são muito belas.

02.02.2022 | por Alícia Gaspar | arte, cultura, exposição, Galeria Artistas de Angola, gina diama, grácia silva, silvestre quizembe

"O Sistema", exposição do artista angolano Cristiano Mangovo

A galeria de arte .insofar convida: O SISTEMA

Cristiano Mangovo

Curadoria de Katrine Sirois

4.02 – 30.04.2022 na Rua Capitão Leitão, nº 53, Marvila, 1950-050 Lisbon


A galeria de arte .insofar apresenta “O Sistema”, uma exposição individual do artista angolano Cristiano Mangovo. Inaugura dia 4 de fevereiro entre as 16h-21h, coincidindo com a comemoração do Dia do Início da Luta Armada de Libertação Nacional.

Sob a curadoria da canadiana Katherine Sirois, a exposição é composta por uma seleção de pinturas que abordam questões sóciopolíticas complexas, tais como as hierarquias, as mentalidades de divisão e oposição profundamente enraizadas e difundidas, os conflitos de interesses ou o exercício do poder, a sua conquista e preservação a todo o custo.

Ecoando uma expressão comum em Angola, o título da exposição – O Sistema – impregna o conjunto das obras de Mangovo com um ligeiro toque de filosofia política. Esta referência à expressão popular e largamente utilizada para qualificar algo que seja disfuncional, ineficiente, fraudulento, inadequado ou injusto destaca o questionamento sobre a natureza ardilosa e intangível do “sistema” que assombra as obras de grandes dimensões.

Sem pretender mostrar a natureza profunda de um tal sistema de poder, cujo magnetismo e dinâmica são capazes de corroer qualquer espírito elevado, a exposição propõe-se questionar e estimular a reflexão sobre o imperialismo, as rivalidades e os jogos de poder entre indivíduos, tribos, regiões, países, géneros ou mesmo entre Estados e as suas populações.

Cristiano Mangovo

Nascido em Angola no ano de 1982, vive e trabalha presentemente em Lisboa. Sendo natural de Cabinda, a sua visão, imaginação e referências estão enraizadas na rica e complexa paisagem sócio-cultural multicamada dessa região. As suas aptidões artísticas e o seu interesse precoce pelo desenho levaram-no a estudar pintura na Academia de Belas Artes de Kinshasa. Considerado como um dos mais prolíficos entre os pintores da geração angolana do pós-guerra, Mangovo desenvolveu um estilo único, profundo, exuberante e maduro, que poderia ser definido como Expressionismo Figurativo. Motivado por um apurado sentido de observação e um espírito crítico perspicaz, a marca artística de Mangovo caracteriza-se por um impulso criativo energético, ritmos visuais fortes, cores e contrastes ousados, formas em movimento orgânicas desinibidas e representações corporais distorcidas.

Colocando o seu foco em tópicos complexos através de uma peculiar ótica satírica, a sua abordagem inovadora, com o uso de tipologias e símbolos arquetípicos e a sua atenção a questões como a injustiça, a desigualdade, a pobreza e o ecocídio, vai além das especificidades locais visando almejar uma dimensão universal. A sua obra faz parte de várias colecções de arte, tal como: AFRICANA Art Foundation (Suíça), Centro Cultural Brasil (Angola), Dâr-alMakhzen (Marrocos), Fondation Gandur pour l’Art (Suíça), Fundo das Nações Unidas para a População (RDC), Lycée Français A.E.F.L. (Angola) e Museu da Presidência da República Portuguesa (Portugal). Destaques recentes incluem a Residência Artistica Black Rock no Senegal, Prémios Lusofonia (2021) na categoria de artes visuais e a próxima Bienal de Kinshasa. Actualmente, Cristiano Mangovo é representado pela galeria de arte .insofar.

Katherine Sirois

curadora

Historiadora de arte canadiana sediada em Lisboa, autora independente e co-curadora da revista de arte contemporânea Wrong Wrong.

Como bolseira do Social Sciences and Humanities Research Council of Canada, concluiu os seus diplomas em Estudos de História da Arte na Université du Québec em Montreal. Assistente de ensino e de investigação na UQÀM, nomeadamente no projecto federal “The Self and the Other” no âmbito de “Issues of Identity Definitions in Contemporary Aboriginal Arts”, migrou para a Europa para realizar estudos de doutoramento em Estética (EHESS, Paris e Paris I-Panthéon Sorbonne). É actualmente associada ao Instituto de História das Artes da Universidade Nova de Lisboa.

Autora de ensaios e textos para catálogos de exposições de arte contemporânea e, por último, curadora da exposição “Fukuko Ando: Weaving (the) Cosmos” no Museu da Fundação do Oriente em Lisboa e membro da equipa de curadoria de “Histórias de Rostos: Variações Belting” no Museu Berardo.

31.01.2022 | por Alícia Gaspar | arte, cristiano mangovo, exposição, insofar, o sistema

"Música da Terra" — novo EP do Dj Nigga Fox

No dia 11 de Fevereiro a Príncipe lançará o novo EP do Dj Nigga Fox, intitulado “Música da Terra”.

Capa do EP por Márcio MatosCapa do EP por Márcio Matos

O disco encontra-se já disponível em pré-venda na página da editora no Bandcamp, onde podem também ouvir a soberba faixa de abertura “Madeso”:

https://principediscos.bandcamp.com/album/m-sica-da-terra 

Agenda confirmada para o futuro próximo: 

Dj Nigga Fox por Marta PinaDj Nigga Fox por Marta Pina12 de Fevereiro - Plano B, Porto

3 de Março - Decca “B Side Series”, Filadélfia

5 de Março - Nowadays, Nova Iorque

11 de Março - Papi Juice, Nova Iorque

12 de Março - Flash, Washington D.C.

17 de Março - tba, Guadalajara

18 de Março - festa NAAFI, Cidade do México

26 > 31 de Março - residência artística em Bergen c/ Bjørn Torske para uma composição colaborativa & instalação Ambisonics a apresentar em Bergen e Lisboa

2 de Abril - Festival Gop Tun, São Paulo

8 de Abril - Sónar Lisboa, Príncipe no Coliseu (c/ Arca, Nídia, Total Freedom, Dj Lycox e Dj Marfox) * 

23 de Abril - Backsteinboot, Berlim + 

5 de Junho - Festival Lente Kabinet, NL *  

* ao vivo 

+ dj set

Créditos Marta PinaCréditos Marta Pina

30.01.2022 | por Alícia Gaspar | cultura, dj nigga fox, editora príncipe, EP, música

Streams of Memories — 28-30 January 2022

A free online screening programme of Black experimental cinema curated by CAS as part of a residency with The Showroom at Metroland Studio


Schedule:

S. Pearl SharpBack Inside Herself, 1984, 4 minutes

Barbara McCulloughWater Ritual #1: An urban rite of purification, 1979, 6 minutes

Kym RagusaDemarcations, 1992, 5 minutes

Omah DieguAfrican Women, U.S.A., 1980, 20 minutes

Martina AttilleDreaming Rivers, 1988, 30 minutes

Please note that Demarcations (1992) and African Woman, U.S.A (1980) contain references to rape so viewer discretion is advised.

Please note that you must book via the eventbrite link below.
https://www.eventbrite.co.uk/e/streams-of-memories-tickets-230343442437

About this event

Streams of Memories is a free online screening programme curated by us at the culmination of our curatorial research residency with The Showroom at Metroland Studio, Kilburn, 2021.

The programme presents five experimental short films by S. Pearl Sharp, Barbara McCullough, Kym Ragusa, Omah Diegu, and Martina Attille; exploring the ways in which these experimental filmmakers weave and unravel stories, fears and hopes across the African continent and diaspora, between generations and over time.

Each film touches upon the sociality and sensuality of gathering; heightened by being shown together as part of this programme in company and dialogue with one another. S. Pearl Sharp’s film Back Inside Herself (1984) is a visual poem on self-invention and shows a Black woman finding her own sense of self while rejecting white hegemonic societal expectations of who she should be and how she should behave. Barbara McCullough extends the poetics of cinema in Water Ritual #1: An urban rite of purification (1979) to enact the spiritual and psychological journey of a Black woman as she (re)connects with the African continent and the Caribbean on a cosmological level. A different sense of wandering and wondering is conveyed in Kym Ragusa’s Demarcations (1992) through mediations on how the trauma of rape leaves its inflictions on the body yet does not determine self-identity. African Women, U.S.A. (1980) by Omah Diegu further explores misogynoir and transnational complexities by addressing family, labour and gender power relations. Dreaming Rivers (1988) by Martina Attille reflects and recalls the ghosts of love, loss and kinship.

Together these short films pull, release and upsurge the histories, experiences and lives of Black women. Rather than merely presenting how they are viewed, particularly by the white gaze, these films - or memories - intervene in dominant Western cinematic aesthetics and redirect vision towards how Black women themselves view the structures, relations and intimacies of their lives. These five filmmakers look at the camera not for recognition, but to confront and impose their looking onto and against the camera.

It is this ambivalence to visibility and wildness to capture that led us to accompany the screening programme with the essay Why Black Cinema? (1987) by the late poet, writer, and social activist Toni Cade Bambara. The text and film programme will be discussed in an accompanying reading group at The Showroom. This follows our s ongoing work to both explore and host discussion framed by the intersectional relations between contemporary art practice and (Black) literary theory.

The programme is free to attend, although booking via Eventbrite will be essential. after which you will receive a link to watch the films online over full the screening programme weekend, Friday 28–Sunday 30 January 2022.

With thanks to each of the filmmakers and to distributors Cinenova, Third Worlds Newsreel, UCLA Film Archive and LUX.

About CAS

CAS is an interdisciplinary curatorial platform founded in 2013 that foregrounds archival research to facilitate institutional as well as public awareness and engagement with past and present artistic productions from the African continent and diaspora. Core to CAS’s work is creating access to these knowledge productions and artistic curricula, including hosting trans-geographical dialogues that centre critical pedagogies and decolonial paradigms to bring into focus the historiography, theory, and practices of Black cultural workers for exhibition projects and public programming.

About Awa Konaté

Awa Konaté is a London and Copenhagen based curator, researcher, and founder of CAS. Her curatorial practice foregrounds archives, decolonial thought, and interdisciplinary frameworks of artistic productions from the African continent and diaspora with a focus on lens-based practices. Konaté has worked with The Showroom and The Danish Film Institute to mention a few. Her writings have been published in Third Text, Phaidon, Paletten Art Journal, and more.

About The Showroom

The Showroom is a contemporary art space focused on collaborative and process-driven approaches to cultural production; be that art work, exhibitions, events, discussions, publications, knowledge and relationships, within its locality
 and beyond.

About Metroland Studio

A new site for research, experimentation and production, the new Metroland Studio residencies carry forward the core aims of Metroland Cultures to make new places for artists and art in Brent; and to build a legacy for the borough and its surrounding spaces, institutions and organisations.

28.01.2022 | por Alícia Gaspar | black cinema, black movies, cinema, culture, films, online events, online screening

Programa - Terra Batida

No âmbito da Feminist School de Rita Natálio com Teresa Castro e Alina Ruiz Folini. (Portugal / Argentina)

27 Jan 2022

Quin > 11H, 14H30, 17H

Salão Nobre Ageas | Entrada Livre*

Terra Batida é uma rede de pessoas, práticas e saberes em disputa com formas de violência ecológica e políticas de abandono, coordenada por Rita Natálio. Neste dia da Feminist School Terra Batida convoca as relações entre ecologia, transfeminismo e linguagem.

Haverá uma leitura performativa do artista e investigador Rita Natálio que propõe uma releitura de Lesbian Peoples: material for a dictionary de Monique Wittig e Sande Zeig (1976), uma conferência ecofeminista da investigadora em cinema e plantas Teresa Castro e uma performance da artista lésbica não binária Alina Ruiz Folini que se posiciona sobre a questão da escuta profunda, não só das propriedades sensoriais do som da voz, da respiração e das palavras, mas também das sensibilidades lésbicas e cuir.

11h – 12h30

RITA NATÁLIO (Portugal)

Leitura performativa de Spillovers, texto tátil também apresentado como um manual sexual ou um ensaio de ficção científica transfeminista.

14h30 – 16h

TERESA CASTRO (Portugal)

Conferência Ecofeminismo e a eclosão do biotariado que explora os entrelaçamentos prolíferos entre o militantismo e o pensamento eco-feministas e a eclosão duma classe biótico-social: o biotariado.

17h – 18h30

ALINA RUIZ FOLINI (Argentina)

Performance Ruído Rosa que surge do desejo de desierarquizar a relação entre ver-dizer-escutar, para abrir narrativas e mitologias a partir da imaginação oral.

* Mediante reserva para o email bilheteira@tndm.pt, até 48h antes da sessão. Sujeito à lotação disponível.

26.01.2022 | por Alícia Gaspar | feminist school, LGBTQI, teatro dona maria, Terra batida

Visita guiada | Mostra Mário Domingues

Anarquista, cronista e escritor da condição negra

14 jan. - 28 mar. ’22 │Sala de Referência | Entrada Livre | Biblioteca Nacional de Portugal

A mostra centra-se na obra de rebelião negra de Mário Domingues, jornalista, cronista e escritor, realizada com palavras, argumentos e uma história de coragem no Portugal de há um século. Nascido na antiga colónia portuguesa de São Tomé e Príncipe, a 3 de julho de 1899, Mário Domingues, com apenas 20 anos de idade, começou a escrever regularmente no diário anarcossindicalista A Batalha e noutros periódicos, e destacou-se como um dos primeiros a defender abertamente, em Lisboa, a independência das colónias portuguesas em África. São textos onde o jovem Mário Domingues, adotando a causa libertária, se manifestou contra a exploração dos trabalhadores, a dominação colonial, o racismo, a opressão sobre as mulheres e a tirania política do colonialismo moderno, em defesa da dignidade, da cultura e das organizações da população negra e africana.

«Colonização», publicado a 9 de setembro de 1919 em A Batalha, inaugurou um caminho de Mário Domingues no diário lisboeta, que o conduziu, nos últimos anos da Primeira República portuguesa, a ser a voz mais audível na esfera pública contra o racismo, pela emancipação dos negros e de oposição cívica e moral ao colonialismo português. Um caminho que percorreu como pôde e enquanto pôde, publicando um vasto conjunto de artigos e de obras de ficção, até à instauração da repressão às liberdades, da perseguição policial, administrativa e judicial e da imposição da censura oficial por parte do regime do Estado Novo de Salazar, que institucionalizou a ditadura e fortaleceu o projeto colonial uns anos depois do golpe militar de 28 de maio de 1926. 

Com a instituição do regime ditatorial de Salazar, seguiu na vida intrépida e insegura de subsistir da venda dos livros que escrevia. A extraordinária pseudonímia de Mário Domingues é sinal de um percurso empreendido num dos momentos mais decisivos da sua existência quando resolveu manter-se unicamente como escritor profissional, audácia que o terá levado a dissimular-se sob pseudónimos estrangeiros, com os quais assinou mais de uma centena de romances policiais e de aventuras extraordinárias.

A presente mostra traz a público, por meio de documentos, fotos e da reprodução de artigos de imprensa e de livros, a vida e obra de Mário Domingues, nas suas diversas facetas: a de grande expoente, durante a Primeira República, do movimento negro em Portugal e da oposição moral e política ao imperialismo e ao colonialismo português no jornal A Batalha; a de jornalista negro no Detective e no Repórter X; a de novelista e romancista; a de escritor de livros de aventura e evocações históricas. Voltar à história e às publicações de Mário Domingues pode alumiar as regiões obscurecidas do que ficou recalcado na memória e ajudar a compreender o âmago do que significou a dominação imperial moderna. Cerca de um século depois de terem sido escritos e difundidos, é tempo de os textos e de a figura de Mário Domingues serem conhecidos, discutidos e estimados.

José Luis Garcia (ICS |  Universidade de Lisboa)
Tânia Alves (ICS | Universidade de Lisboa)
José Neves (IHC|NOVA|FSCH)

25.01.2022 | por Alícia Gaspar | anarquista, biblioteca nacional de portugal, mário domingues, negritude, visita guiada

Ciclo Migrações - podcast por Marta Lança, 2018

Podcast Maria Matos - Teatro Maria Matos

41 - Ciclo Migrações: Ir ver do outro lado -

Neste episódio do Podcast Maria Matos, abordamos as migrações no mundo: quais as rotas, impulso para migrar, o securitarismo europeu e as desigualdades na mobilidade, as representações e narrativas sobre os migrantes, histórias de refugiados e algumas ideias soltas. Marta Lança, editora do BUALA, conversa com o sociólogo do Observatório de Emigração Rui Pena Pires, a ativista Rita Silva, o antropólogo José Mapril, a socióloga Raquel Matias e a realizadora Sinem Tassi.

Ouvir aqui o Podcast

 

42 - Ciclo Migrações:  Hospitalidade e hostilidade para com os imigrantes

Respondendo, em parte, à pergunta: “como tem sido a vivência de algumas comunidades imigrantes em Portugal?”, abordamos questões como a habitação, segregação espacial, acesso à cidadania, bilinguismo, preconceitos, auto-emprego e trabalho doméstico. Quisemos conhecer mais sobre a população caboverdiana, brasileira, bangladeshi e hindu. O podcast dá igualmente algumas pistas sobre a situação da emigração portuguesa nos últimos anos.

Sobre estes e outros assuntos, Marta Lança, editora do BUALA, conversa com a ativista Rita Silva, Beatriz Dias (dirigente da Djass), a professora Josefa Cardoso, a socióloga Raquel Matias, a psicóloga Cíntia de Paula, o antropólogo José Mapril e os sociólogos Nuno Ferreira Dias e Rui Pena Pires.

Ouvir aqui o Podcast

Excertos:

“Lisboetas”, Sérgio Tréfaut (2004)

“Provisional Figures Great Yarmouth” Marco Martins (2018)

Música:

“Alto Cutelo” Os Tubarões (Pépé Lopi, 1976)

“Filosofia” Bau (Inspiração, 1998)

“Arrasta Pé Alagoano” Hermeto Pascoal (Cérebro Magnético, 1980)

“Glória” Pixinguinha interpretado por Luperce Miranda (A música genial de Pixinguinha, 1980)

“Saudade” Maria Bethânia e Lenine (Tua, 2009)

“Voltei, voltei” Dino Meira (Voltei, 1993)

“Vim de longe” José Mário Branco (Ser solidário, 1982)

 

 

21.01.2022 | por Alícia Gaspar | beatriz dias, cíntia de paula, hospitalidade, imigrantes, josé mapril, josefa cardoso, Marta Lança, migrações, nuno ferreira dias, Portugal, raquel matias, rita silva, rui pena pires

«A Afirmação Negra» em Portugal através dos textos de Mário Domingues (1919-1928)

17.01.2022 | por Alícia Gaspar | afirmação negra, colonialismo, mário domingues, negritude, Portugal

Counter Image International Conference

Proposals may be academic, artistic or hybrid 

Open until March 31  

A blended experience    

Choose which way to participate

A virtual and on-site conference

Decolonizing visuality: working towards sustainable sociocultural practices

This edition of Counter Image International Conference (CIIC22) proceeds the work of unveiling the ways in which images operate within the power and knowledge structures and systems of truth which tend to constitute hegemonic historical narratives and marginalize or erase those that are conflicting or minoritarian.

Establishing counter narratives, counter archives and counter images is then a challenge to hegemonic social, cultural and political systems and a contribution to a much needed dialogue around themes that are difficult and complex, in view of a pluralist, diverse and balanced society. 

The scope of the conference includes, but is not limited to the following topics:

  • Colonial visual cultures and strategies for decolonization

  • Colonial and postcolonial photography and film

  • Museums and colonial heritage

  • Social sustainability and image practices

  • Counter-hegemonic narratives 

  • Visual Culture of the “colonial sciences”

  • Colonial cosmoramas, panoramas and other “ramas”

  • Archive dynamics in relation to counter-power and counter-memory

  • Artistic practices as resistance 

  • The use of vernacular images and processes in artistic production

  • Ecocriticism in visual practices

Check our website and send us a proposal

Frame do filme  O Festim [The Feast] (2021) by Soraya VasconcelosFrame do filme O Festim [The Feast] (2021) by Soraya Vasconcelos

The Counter Image International Conference is organized by EVAM, the Visual Studies and Media Archaeology Observatory of NOVA Institute of Communication Sciences  (ICNOVA) at NOVA FCSH, NOVA University of Lisbon. 

This 2nd edition of the CIIC hosts the final conference of the Photo Impulse research project.

 

17.01.2022 | por Alícia Gaspar | decolonizing visuality, international conference, socioculture practices, visual culture