Cápsula 5 — Segundo encontro

Bases para uma educação antirracista, com Luciana Alves e Keyna Eleison

O eurocentrismo e norteamericanismo que pautaram a educação no Brasil vêm sendo revistos graças à implantação da Lei 11.645, que obriga o ensino-aprendizagem das culturas afro-brasileiras e indígenas nas escolas. No sábado passado, Luciana Alves expôs suas reflexões em torno de três eixos: branquitude/negritude, raças e sistemas de poder. Já no próximo encontro, Keyna Eleison aborda espaços de socialização, analisando, em especial, a recepção de públicos de exposições. Será possível ultrapassar os limites impostos por um sistema de poder racista usando ferramentas educacionais criadas por esse mesmo sistema? Com quais interlocutores estabelecer alianças estratégicas e sustentáveis?
coordenação curatorial: Lisette Lagnado e Mirtes Marins de Oliveira

O evento também será transmitido no Youtube

Sobre as convidadas:

Luciana Alves é pedagoga, mestre em educação pela Universidade de São Paulo (USP) e doutoranda em educação na Universidade de Campinas (Unicamp). Luciana é ativista do movimento negro e Pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis na Unifesp (São Paulo). Dedica-se a pesquisas sobre desigualdades educacionais, com especial enfoque nos temas branquitude, políticas públicas para equidade racial e infância. É autora do livro Ser branco, publicado pela editora Hucitec e de artigos científicos sobre relações raciais.

 

Keyna Eleison é curadora, narradora, cantora e cronista social ancestral. Junto com Pablo Lafuente, é Diretora Artística do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ). Tem mestrado em História da Arte e leciona na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro). Integrante da Comissão da Herança Africana da região do Cais do Valongo (Rio de Janeiro) e colaboradora da revista Contemporary & Latin America. Co-curadora da primeira edição da Bienal Amazônia, em 2022, com Sandra Benites, Flavya Mutran e Vania Leal (Belém, PA).

 

Local: Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 443, São Paulo

Encontro: 02.04, Sábado, 11h—12h30

Saiba mais

31.03.2022 | por arimildesoares | Bases para uma educação antirracista, Capsula 5, Keyna Eleison, Luciana Alves, são paulo

FALA SÓ

Fala Só reúne dez artistas angolanos, residentes essencialmente em Lisboa e Luanda que, num reencontro casual na cidade de Lisboa, decidem reunir obras que expressem ou traduzam as suas interpretações de vários temas globais, africanos, angolanos e outros assuntos que por várias razões não são abertamente abordados.

A expressão “Fala só” muito usada em Angola quer basicamente impulsionar o interlocutor a falar sem tabus, sem entraves, sem papas na língua, a expressar livremente os seus pensamentos. 

Com inspiração na fala livre de Bonga Kwenda na sua mais recente faixa “Ti Zuela” do álbum Kintal da Banda, lançado em 2022, que ao fim de cada estrofe diz “…estou falar só”, estes artistas decidiram também “falar só” sobre as suas inquietações, experiências e vivência, nestes tempos modernos cada vez mais desafiadores.

As obras são predominantemente em pintura e ainda escultura, cerâmica, fotografia e video-arte. Os artistas envolvidos representam várias gerações, várias formas de estar e de pensar, e desenvolvem os seus trabalhos recorrendo a técnicas diferentes umas das outras.

Curador: Lino Damião

Artistas: 

Lino Damião

Don Ruelas

Indira Mateta

Nelo Teixeira

Jorge Sistelo

Erika Jamece

Grácia Ferreira

Anna Rocheta

Armanda Alves

Silvestre Quizembe

8 de abril - 8 de maio 

Galeria Artistas de Angola | Rua Sousa Lopes 12 A | Lisboa 

31.03.2022 | por arimildesoares | Bonga Kwenda, Fala Só, Galeria Artistas de Angola, lisboa

JUSTLX – Feira de Arte Contemporânea de Lisboa

A JUSTLX – Feira de Arte Contemporânea de Lisboa, irá regressar finalmente em Maio. Forçada a adiar as últimas edições nos anos da pandemia, a feira que aposta em artistas emergentes volta a acontecer nas datas normais, ou seja, em maio, entre os dias 19 e 22, desta vez no Centro de Congressos de Lisboa, em Belém.


A congénere lisboeta da feira JUSTMAD que se realiza em Madrid há 13 anos, é um evento especial com uma importante aposta em novas galerias e artistas contemporâneos que permitem descobrir novos talentos. A JUSTLX é já considerada uma feira muito relevante dentro daquela que se está a tornar a Art Week de Lisboa, coincidindo com outras eventos culturais na cidade, e que trazem um grande impulso e visibilidade ao panorama artístico português.

A terceira edição da JUSTLX conta com a direção artística de Semíramis González e Óscar García que também dirigem a feira JUSTMAD em Madrid. Ambos lideram um projeto curatorial de grande qualidade técnica e artística, e que aposta na excelência estética tanto na seleção de galerias como dos artistas que estas apresentam.

“Apesar das circunstâncias globais que nos obrigaram a adiar a JUSTLX, temos agora toda a energia concentrada numa grande edição em 2022 que fortaleça as vendas das nossas galerias em grandes coleções, e continue o trabalho de disseminar a arte contemporânea emergente entre colecionadores nacionais e internacionais.”, assinalam Semíramis González e Óscar García, Diretores Artísticos da Feira.

Para o espaço no Centro de Congressos de Lisboa, a JUSTLX irá trazer um máximo de 28 galerias oriundas de diversos países, nomeadamente Portugal, Espanha, França, EUA, Venezuela e China.

A edição contará ainda com uma instalação artística colaborativa que combina sustentabilidade ambiental e um compromisso com o mundo rural. Trata-se da obra “Acequia 41”, criada na residência artística RAS DE TERRA, em Villanueva de la Vera, Cáceres, por Isabel Flores, Tamara García, Natasha Lelenco e Rafael Blanco, sob a direção criativa da artista Mónica Sánchez-Robles. Ras de Terra faz parte da New European Bauhaus, um pacto verde promovido pela Comissão Europeia, que abre novas oportunidades de desenho e criação. A peça resultante do trabalho conjunto será exposta na feira JUSTLX de 19 a 22 de Maio.

Com esta presença diversificada, a JUSTLX consolida, uma vez mais, a internacionalização da cidade de Lisboa no âmbito das feiras de arte.

A JUSTLX é organizada pela Art Fairs, uma empresa espanhola promotora de feiras de arte e eventos culturais, e que organiza, desde 2009, as feiras Madridfoto (Feira Internacional de Fotografia), a JUSTMAD (Feira Internacional de Arte Emergente), a Justmadmia (Feira Internacional de Arte Emergente de Miami) e a Summa (Feira Internacional de Arte Contemporânea).

30.03.2022 | por Alícia Gaspar | arte, feira de arte contemporânea, JUSTLX, lisboa

Com outros olhos | Uma nova visão da Lisboa joanina (1707-1750)

O Museu de Lisboa - Palácio Pimenta organiza três encontros apresentados pela historiadora da arte Giuseppina Raggi (CES-UC), que revelam uma nova visão sobre a cidade durante o reinado de D. João V (1707-1750). Para além das três conversas, o ciclo termina com um passeio de barco pelo Tejo.

Nestes encontros, nos quais a historiadora da arte apresentará uma nova visão sobre a cidade no tempo barroco, os participantes são levados a ver uma Lisboa como nunca teriam imaginado: a cidade planeada entre 1717 e 1719 por um dos maiores arquitetos italianos do seu tempo: Filippo Juvarra (Messina 1678 – Madrid 1735).

Desde o papel crucial das mulheres no processo de renovação cultural ao grandioso projeto urbanístico e arquitetónico idealizado por Juvarra para a cidade de Lisboa, que incluía o palácio-convento de Mafra, em cada encontro, um convidado irá conversar com a historiadora da arte e com o público sobre diferentes e inesperadas facetas da Lisboa joanina, uma época tão marcante para a história das artes, da arquitetura e do urbanismo português, como da própria cidade de Lisboa.

Conversas | 6, 12 e 20 ABR 2022 18H

  • Passeio de barco | 27 ABR ou 11 MAI 16H

20€ (inclui três conversas e passeio de barco)

Bilhetes disponíveis em Blueticket.pt

30.03.2022 | por arimildesoares | Museu de Lisboa, palácio pimenta, renovação cultural, Rio Tejo

Polén no ar

O Pólen é um projeto audiovisual de documentação e difusão de conflitos ambientais, iniciado em março de 2018, pela documentarista e antropóloga Rita Brás e pela fotógrafa e historiadora Inês Abreu, e que conta com o apoio da associação cultural Fogo Posto, sediada em Lisboa.

Tem como base um mapeamento de mais de 120 conflitos ambientais, do projeto exploratório “Portugal: Ambiente em Movimento”, constituído em 2015, por pesquisadores e ativistas da Oficina de Ecologia e Sociedade do Centro de Estudos Sociais de Coimbra, da Universidade de Lisboa e do Brasil.

Pólen tem vindo a explorar os temas da mineração de lítio, combustíveis fósseis, poluição do Rio Tejo e afluentes, e a acompanhar as ações de movimentos sociais e ambientalistas como a Greve Climática Estudantil, entre outros, com o objetivo de divulgar as respostas dos cidadãos nas suas variadas formas de resistência: protestos, ações, discussões e soluções.

Sem filiação partidária, o projeto apoia todos os movimentos que encaram este tempo como o tempo da urgência, da inquietação com a tecnologia e a especulação financeira sobre os recursos do planeta e os seus habitantes, constituindo-se como um arquivo em permanente atualização, aberto e disponível para todos.

28.03.2022 | por Alícia Gaspar | ambiente, Manifestação, polén no ar, Portugal

Entre ideias e reflexões — Alice Marcelino

No episódio de março, Alícia Gaspar conversou com a fotógrafa Alice Marcelino sobre comunidades negras, violência policial, e a celebração do cabelo. Foram também discutidos e explicados dois dos seus projetos: “Black Skin White Algorithms” e “Kindumba”.

Podem acompanhar o trabalho de Alice Marcelino em www.alicemarcelino.com

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Alice Marcelino é uma fotógrafa baseada em Londres. A artista vive e trabalha entre Londres e Lisboa. Nasceu em Luanda, Angola a 1980.

Em 2016 Alice formou-se na Universidade de Londres em Fotografia. Atualmente frequenta um mestrado em Meios Digitais na Universidade de Goldsmiths.

O seu trabalho explora a cultura, tradição, migração e identidade, reflectindo sobre o seu significado no nosso mundo globalizado em constante mudança.

Episódio já online no Spotify e outras plataformas.

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25.03.2022 | por Alícia Gaspar | alice marcelino, black skin white algorithms, buala podcast, comunidades negras, entre ideias e reflexões, fotografia, kindumba, negritude, podcast, Violência policial

Vencedores da 1ª Open Call - Lisbonweek’22

Catarina Lopes Vicente (Portugal), Inês Neves (Portugal), José Cereceda (Chile), Leonor Sousa (Portugal), Maura Grimaldi (Brasil), Virgílio Pinto (Angola), são os artistas vencedores da 1ª Open Call Lisbonweek para o Programa de Residências Artísticas em Marvila, o bairro selecionado para a edição deste ano.

A organização da LW’22 manifesta a sua enorme satisfação pela resposta ao desafio lançado e que se traduziu no elevado número de candidaturas, com projetos inovadores e de grande qualidade técnica e artística. No total foram apurados seis artistas, tendo a organização decidido atribuir mais duas residências às quatro inicialmente previstas.

As mais de quarenta propostas recebidas foram avaliadas por um Júri composto por Xana Nunes, diretora da Actu e fundadora da Lisbonweek, Filipa Oliveira, curadora e programadora, Brooke Waterhouse, fundadora do Project One, e Georges Zorgbibe, colecionador. Ficaram apurados como finalistas 11 artistas, e depois de uma fase de entrevistas foram escolhidos os seis vencedores.

“Esta primeira Open Call da Lisbonweek teve uma adesão extraordinária. É preciso mais instituições e projetos que promovam o trabalho criativo e uma relação muito próxima com a cidade, os seus bairros e os seus habitantes.” refere Filipa Oliveira, curadora da LW’22.

Xana Nunes, fundadora da Lisbonweek, considera que “o resultado desta Open Call reflete bem a diversidade de nacionalidades a viver em Lisboa.”, e acrescenta ainda que “não foi fácil a escolha entre mais de duas dezenas de artistas estrangeiros que concorreram, o que mostra que Lisboa neste momento é, sem dúvida, umas das cidades de eleição para as gerações criativas.”

Durante o mês de abril os seis artistas irão “mergulhar” em Marvila e na história incrivelmente rica deste bairro. As residências terão lugar no espaço do Prata Riverside Village e os projetos daí resultantes serão exibidos durante a 7ª edição da LW’22, em maio, e que o público poderá descobrir num circuito artístico que irá percorrer diversos locais emblemáticos da freguesia, como a Fábrica do Braço de Prata, o Palácio da Mitra, a Igreja de Marvila, os jardins do Prata Riverside Village, entre outros.

A convocatória foi lançada no início de fevereiro e dirigiu-se a todo o tipo de práticas artísticas, desde artes visuais, passando pela dança, música, artes digitais ou mesmo NFT’s, e que respondessem ao tema central desta edição: “O Trabalho”. A Open Call - Residências LW’22 pretende contribuir para a nova criação artística contemporânea, e chamar a atenção para o património histórico e contemporâneo deste bairro lisboeta.

Sobre os artistas vencedores da Open Call LW’22

Catarina Lopes Vicente (Lisboa, 1991) – Foi vencedora da Bolsa de Artes Visuais da Fundação Gulbenkian, é colecionadora de objetos e imagens e apaixonada pelas suas formas. Pretende mergulhar no histórico de maquinaria agrícola e industrial de Marvila de forma a poder representá-lo e dar continuidade ao seu trabalho.

Inês Neves (Lisboa, 1995) – Artista performer e designer, o seu trabalho foca-se no cruzamento de disciplinas através da transdisciplinaridade e da colaboração. Através da Residência LW, a artista pretende desenvolver a investigação sobre o corpo, espaço, desenho e movimento, numa performance/desenho.

José Cereceda (Chile) – Artista circense que propõe a realização de uma performance integrando as artes circenses performativas e plásticas. A corda e o seu emaranhado serão o seu material e forma de expressão, através da qual irá refletir sobre as origens do bairro de Marvila.

Leonor Sousa (Lisboa, 1996) – Artista com atelier em Marvila, desenvolve um trabalho nos campos da pintura e da instalação, e tem como projeto mapear a experiência do trabalho em Marvila.

Maura Grimaldi (São Paulo, 1988) – Nascida em São Paulo e a residir em Lisboa, é uma artista investigadora multidisciplinar e que vai desenvolver um projeto de pesquisa e de experimentação convidando co-criadores para refletir sobre a ideia do trabalho e do nãotrabalho como espaço de reflexão crítica.

Virgílio Pinto (Angola, 1993) – Artista com formação em cinema vídeo e multimédia, já com algumas curtas-metragens no seu percurso. Focando no tema do “Trabalho”, irá deambular com a sua câmara pelo bairro de Marvila, o que resultará num projeto cinematográfico.

Se quiser acompanhar ao vivo as Residências Artísticas LW’22, poderá contactar a organização através do email: contact@lisbonweek.com

Catarina Lopes VicenteCatarina Lopes VicenteLeonor SousaLeonor Sousa

 

Inês NevesInês NevesVirgilio PintoVirgilio Pinto

 

Maura GrimaldiMaura GrimaldiJosé CerecedaJosé Cereceda

 

Sobre a 7ª Edição LW’22 – Marvila (01 a 31 maio)

No ano em que celebra o seu 10º Aniversário, a Lisbonweek irá centrar as atenções no Bairro de Marvila. Durante todos os fins de semana de maio, Marvila será palco de uma intensa programação cultural e turística, com exposições de arte, visitas guiadas, conversas, ateliês, e muito mais.

A Lisbonweek arranca no dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador, data simbólica que marca a 7ª edição dedicada ao “Trabalho”. O que significa o trabalho nos dias de hoje? Como tem evoluído, e como será no futuro? É precisamente este o desafio lançado aos artistas vencedores da Open Call, sob a curadoria de Filipa Oliveira. E o bairro de Marvila dará o mote: a Marvila moderna, das artes, dos coworks, ligada ao rio e às suas linhas contemporâneas com os projetos de arquitetura que já a habitam, nunca esquecendo a sua origem industrial, das fábricas, dos operários, do porto, do ferro, dos tonéis de vinho, e dos mercados ambulantes. Em maio, a Marvila antiga e contemporânea dar-se-á a conhecer com a Lisbonweek.

A LW’22 é desenvolvida em parceria com o Prata Riverside Village em Marvila - o único projeto em Portugal do Prémio Pritzker Renzo Piano, e conta ainda com o apoio habitual da Câmara Municipal de Lisboa, e da Junta de Freguesia de Marvila nesta edição.

Mantendo a premissa de dar a conhecer espaços nunca antes vistos e histórias nunca antes contadas, a Programação da 7.ª edição da Lisbonweek irá incluir as habituais visitas culturais quer a locais icónicos de Marvila, como a Fábrica do Braço de Prata, a Praia de Marvila, ou o Páteo Marialva, quer a espaços que não estão acessíveis ao público, como o magnífico Palácio da Mitra. O percurso das visitas culturais será mais uma vez concebido pelo historiador Pedro Sequeira, em Português e Inglês.

Para além da descoberta do património de Marvila, haverá ainda o percurso das artes criado pela curadora Filipa Oliveira e que terá várias dimensões. De um lado, a apresentação das obras resultantes do programa de residências, espalhadas por diversos locais emblemáticos de Marvila, e por outro, as ações Meet the Artist a decorrer em várias galerias, como a Francisco Fino, a .insofar, ou a Bruno Múrias, em que o público poderá contactar com o artista/curador que está a expor, ou outra atividade em exclusivo para a Lisbonweek. Desta forma, a LW’22 propõe um projeto de pesquisa artística, resposta e impulsionamento do próprio bairro que não só apresenta propostas inéditas, como procura envolver e colaborar com os diversos agentes e promotores artísticos de Marvila.

Todos os fins de semana da LW’22 serão ativados com conversas e ateliês sobre arte, arquitetura e cidades, e está prevista uma grande festa de encerramento na Fábrica do Braço de Prata a 28 de maio.

A programação completa da LW’22 ficará disponível no início de abril, assim como os bilhetes para as visitas culturais, conversas e ateliês, com a possibilidade de comprar bilhete individual ou combinado para cada uma das atividades, em Português e Inglês

23.03.2022 | por Alícia Gaspar | Lisbonweek, Marvila, open call, residências artísticas

Simpósio "Memórias e Narrativas (Pós) Coloniais I Mindelo

Mindelo 24 e 25 de março 2022


Programação

Dia 24 de março

9h abertura por João Branco e Marta Lança

9h 30 - 10h 10 Marta Lança - editora e programadora cultural. “Processos de memorialização e falsos consensos.”

10h 15 - 10 h55 Gisela Casimiro - artista e escritora. “O Museu e eu: cápsula do tempo sobrevivido.”

11h -11h40  Celeste Fortes - antropóloga e professora.  “Trabalho intelectual no feminino: da busca pelo brancoportencimento ao vozativismo do feminismo negro.”

DEBATE até as 12h30

Dia 25 de março

9h 5- 9h 45 João Pedro George - escritor e sociólogo. “Revivalismo pós-colonial e produção literária.”

9h 55 - 10h 35 António Tavares - coreógrafo e agente cultural.  “CONTRA_danca. Um corpo enfermo.”

10h 40 às 11h 20 José J. Cabral - escritor e investigador. “Destapando um dos Tarrafais do império.”  

DEBATE até às 12h30

Depois do primeiro passo com o Maio Doc em dezembro, que trouxe  visualidades e distintas abordagens ao tema do colonialismo, apresentamos dois dias de intervenções e debates que desvelam mais leituras a partir do período colonial, os seus meandros e impactos.

As intervenções para debate provêm de investigadores e artistas portugueses e cabo-verdianos, que trazem uma grande diversidade de perspectivas:

O escritor e investigador José Cabral destapa a história sombria de um dos Tarrafais do Império, S. Nicolau: “Com teses e dissertações publicadas, é sobejamente conhecida a fase da deportação para Cabo Verde a partir de 1936 (Tarrafal de Santiago); o mesmo não acontece com a fase anterior, iniciada em 1931, na sequência da Revolta da Madeira, em que, depois de breve estadia num lazareto na Praia, os deportados são enviados para o “Campo de Concentração de Presos Políticos em São Nicolau”, servindo-se do edifício do ex-semanário, mais tarde ampliado com a edificação um outro campo em Tarrafal, na mesma ilha: Notórios português (precursores do 25 de abril 1974, no dizer do Dr. Mário Soares),  que passaram por lá, permanecem no anonimato, e suas histórias e legado, a carecer de exumação.”

José Cabral José Cabral Celeste FortesCeleste Fortes

António TavaresAntónio TavaresGisela CasimiroGisela Casimiro

A escritora e artista Gisela Casimiro, na apresentação “O Museu e Eu: Cápsula do tempo sobrevivido” cria um diálogo entre o seu trajecto artístico e militante e o de outros artistas negros da diáspora, à luz de acontecimentos recentes que marcaram a sociedade, a luta antiracista e a forma como a literatura e a arte têm lidado com os mesmos.  

A antropóloga e professora Celeste Fortes aborda o Trabalho intelectual no feminino: “Num dos armários do meu corpo em libertação, estavam escondidos vários desejos. Um deles era o de conhecer a minha história. O amor-próprio exige que falemos de nós. Mas como, se não conhecemos a nossa história? Como, se filhas do silêncio e removidas da história – masculinizadas na voz e nos protagonistas exclusivos –  não conseguimos transpor as barreiras do silêncio e vencer as amarras da história única.  No meu país, as mulheres são vítimas do esquecimento coletivo e da história oficializada. ”

O bailarino e coreógrafo António Tavares avança com uma ideia de CONTRAdança: “É neste corpo enfermo, aprisionado nas grilhetas da dúvida, da culpa, do castigo e do medo, que está alojado essa multa ou contradança…”

O escritor e sociólogo João Pedro George “Revivalismo Pós-colonial e produção literária” explica como a história dos 15 anos anteriores à queda do domínio colonial português (1960-1975) se  tornou “recentemente objeto de uma tendência revivalista na produção de obras literárias de grande sucesso comercial. Manifestação social, política e comercial da nostalgia de muitos portugueses em relação ao estilo de vida nas ex-colónias, este revivalismo tem sido instrumentalizado por estruturas empresariais altamente profissionalizadas — conglomerados editoriais —, através de uma mistura de intensidade emocional, informações históricas parciais e simplificadas e glorificação de um passado nacional coletivamente significativo.”

A editora e programadora cultural Marta Lança aborda práticas de memorialização do colonialismo. “Como se efetiva o processo de fixar o passado, por vezes traumático e violento, como se tem questionado e como se pode produzir novas memórias trazendo novas visibilidades. Falaremos de lugares, atos de memória e transmissão da História revisitando as controvérsias de algumas políticas de memória atráves de práticas culturais: memoriais, museus, toponímias, práticas artísticas e vestígio nas cidades. Defendemos a memorialização como processo de constante resignificação da memória, enquanto ação que se dá no presente e se articula às políticas atuais.”

Coorganização Centro Cultural Português e BUALA 

João Branco e Marta Lança 

22.03.2022 | por Alícia Gaspar | Centro Cultural portugues, Mindelo, pós-colonialismo, simpósio

Apresentação da Conferência Internacional - Universidade de Bolso

Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, 27-29 maio, 2022

Terça, 29 março 19h30
Sala B 207 (Torre B)

A cargo de João Sousa Cardoso e de António Guerreiro 
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas | Universidade Nova de Lisboa
Avenida Berna 26 C, 1069-061 Lisboa


Em cada ano, a UNIVERSIDADE DE BOLSO propõe, ao longo de três dias, a criação de uma comunidade efémera de vivência, observação, reflexão e debate aberto em torno de questões atuais, locais e globais. 

Em cada edição, os participantes encontram-se com os Oradores: pensadores e artistas internacionais, relevantes do nosso tempo, convidados a proferirem uma aula pública; com os Habitantes: cidadãos e residentes locais que testemunharão um itinerário pessoal e saberes que religam com formas de inteligência necessárias à vida pública; e os Observadores: dois convidados que acompanharão no terreno todo o programa e, no último dia, devolverão o seu olhar numa perspetiva participante, crítica e propositiva sobre o trabalho desenvolvido.  

A primeira edição da UNIVERSIDADE DE BOLSO acontece entre 27 e 29 de maio de 2022, no Centro Cultura Vila Flor. Coabitação e novas temporalidades é o mote escolhido para a edição inaugural e concentra-se na atualidade dos direitos das minorias étnicas nas sociedades contemporâneas e na elaboração social, ética e estética de uma cultura cosmopolita e transtemporal.  

Na primeira edição, os Oradores são: Françoise Vergès, intelectual, escritora e militante francesa com origem familiar na Ilha da Reunião que tem desenvolvido um pensamento crítico sobre as relações entre anti-capitalismo, ativismo feminista e decolonização; Vladimir Safatle, filósofo brasileiro, docente na Universidade de São Paulo e músico, que tem produzido reflexão sobre a construção política das subjetividades entre a filosofia, a crítica da cultura e a teoria psicanalítica; Mary Enoch Elizabeth Baxter, que também assina com o nome hip-hop Isis Tha Saviour, artivista norte-americana baseada em Filadélfia, que trabalha a relação entre o sistema institucional da justiça (incluindo a justiça reprodutiva), a violência de estado e a comunidade afrodescendente nos Estados Unidos da América.  

Os Habitantes Svitlana Baptista e Niranjan Sapkota partilham connosco – num espaço especificamente relacionado com a sua história pessoal como lugar de encontro – a experiência de imigração da Ucrânia e do Nepal, respetivamente, para Portugal. 

Svitlana Fedynyak Baptista partilhará connosco a cultura cívica, tecnocientífica e política em que se formou na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o trauma coletivo da catástrofe ecológica de Chernobyl, a experiência migratória entre um regime autoritário do leste europeu e uma democracia em consolidação no extremo ocidente do continente. Niranjan Sapkota, por seu lado, mostrará como concilia a formação hindu e o território cultural de acolhimento, a carreira académica e o emprego fabril, além de - sendo os seus pais cantores folclóricos - o interesse pela música dos instrumentos tradicionais como uma prática familiar a que dá continuidade. Ambos os casos ajudarão a compreender as questões da alteridade, da inclusão política e das dinâmicas interculturais.   

Por último e como Observadores, a historiadora francesa Yvane Chapuis, responsável pelo Departamento de Pesquisa na escola de artes La Manufacture, em Lausanne (Suíça); e António Guerreiro, crítico cultural e professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, contribuirão como relatores da presente edição, analisando a qualidade das trocas havidas e as suas implicações num processo de construção coletiva de conhecimento. 

A Universidade, instituição centenária, encontra-se hoje implicada num processo imprevisível de profunda transformação política, cultural e económica, procurando os caminhos que lhe permitam reencontrar o seu fundamento – uma casa do conhecimento universal – e reinventar a capacidade de acompanhar os processos sociais e atuar produtivamente no mundo. Com a primeira edição da UNIVERSIDADE DE BOLSO queremos, juntos, dar a volta ao mundo em 3 dias! Será a primeira volta de muitas revoluções.  

21.03.2022 | por Alícia Gaspar | ativismo feminista, conferência internacional, cultura, decolonização, universidade de bolso

Now that we found freedom, what are we gonna do with it?

Narrativas sobre a pós-independência e processos de descolonização

Curadoria: Kiluanji Kia Henda & Ana Sophie Salazar

Inauguração: 7 de Abril de 2022, das 18h às 21h

Datas: Exposição patente até 12 de Maio 2022, Quarta a Sábado, das 15h às 19h

Local: R. Damasceno Monteiro, 12 R/C | 1170-112 – Lisboa

Artistas:
Hélio Buite
Clara Ianni
Rui Magalhães
Mussunda N’Zombo
Daniela Ortiz
Mwana Pwo
Yoel Díaz Vázquez
Castiel Vitorino Brasileiro

Esta exposição é o início de um estudo mais amplo que foca nas narrativas dos povos que conquistaram a independência após longos séculos de colonialismo. Ocupando o lugar da conquista, os oprimidos falam desde esse lugar de poder para repensar a própria ideia de poder e as suas possíveis formas de reorganização. A luta pela independência deu azo a várias outras lutas através da sua re-significação pós-independência, um período chamado de liberdade, marcado pela necessidade de desmantelar as heranças coloniais. Os preconceitos deixados pelo patriarcado e o cristianismo impregnam ainda hoje a textura social das ex-colónias europeias, impulsando as gerações mais jovens a fortalecer os movimentos sociais, feministas e transfeministas para combater esse legado. Esses são os movimentos e lutas que perguntam, com pertinência e ímpeto, o que foi feito com a conquista da liberdade. Para este questionamento é vital não só a consciência das conquistas que formam hoje África e as Américas descolonizadas, mas também o sentimento de responsabilidade pelas suas lutas anteriores. Os artistas reunidos questionam colectivamente a gestão da liberdade pós-independência e quais são as lutas de hoje.

Os olhos e ouvidos estão postos em futuros inclusivos, onde categorias de representação fluem de forma descentralizada. Enquanto a figura de poder autoritário é desconstruída, celebram-se multiplicidades culturais e sociais e exploram-se noções de liberdade e civismo. A indagação dos processos políticos e históricos da pós-independência permite repensar as relações de colonialidade com o ocidente. Na exposição ressaltam-se pontos de referência desde Angola, aos quais se juntam vozes do continente latino-americano com demandas similares. Através dos trabalhos expostos, um outro legado, paralelo e inverso ao colonial, é trazido para primeiro plano para ser homenageado, assim como continuado. Trata-se da herança de todas as diversas forças de resistência, a vida que sempre encontrou formas de luta.

Concebida pelo artista Kiluanji Kia Henda e HANGAR – Centro de investigação artística, com co-curadoria de Ana Sophie Salazar, a exposição é uma extensão do convite a Kiluanji que lhe concede carta branca para esta tomada do espaço. Participam os artistas emergentes angolanos Hélio Buite, Rui Magalhães e Mwana Pwo, os quais foram nomeados por Kiluanji para uma residência no HANGAR durante o mês de Março, assim como os artistas Clara Ianni, Mussunda N’zombo, Daniela Ortiz, Yoel Díaz Vázquez e Castiel Vitorino Brasileiro.

Mais informação.

17.03.2022 | por Alícia Gaspar | ana sophie salazar, colonialismo, exposição, HANGAR, kiluanji kia henda, pós-colonialismo

Livro: Des-cobrir a Europa. Filhos de Impérios e pós-memórias europeias

Margarida Calafate Ribeiro e Fátima da Cruz Rodrigues
2022, Edições Afrontamento | Memoirs

Des-cobrir a Europa – Filhos de Impérios e Pós-memórias Europeiasde Margarida Calafate Ribeiro e de Fátima da Cruz Rodrigues revela-nos as memórias intergeracionais de filhos daqueles que viveram os dias finais do colonialismo e das lutas pela independência de territórios colonizados por Portugal, França e Bélgica. Neste arquivo de pós-memória, ecoam histórias de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Argélia e Congo, através das palavras de trinta e sete cidadãs e cidadãos europeus, cujas narrativas e reflexões interrogam esse passado, as suas sombras e os seus silêncios, mas também exprimem as suas alegrias e realizações, no presente europeu. A partir destes registos pessoais, podemos seguir os fios que ligam as relações coloniais de outrora aos fenómenos contemporâneos das migrações, da nostalgia, do racismo, da discriminação ou da hipocrisia política das relações entre as antigas metrópoles colonizadoras e as antigas colónias. Por isso, são abordadas questões como cidadania, pertença, herança, mas também reparação, restituição e denúncia, gerando uma dialética intergeracional complexa e nova que recusa a prossecução da retraumatização, ao mesmo tempo que rejeita as lógicas do esquecimento. São olhares atentos a outros lados da história, necessariamente subjetivos e plenos de experiências alheias, geradoras de múltiplos laços afetivos, familiares e políticos, que contribuem para iluminar e compreender o presente europeu e as ligações entre Europa e África. A fechar, um texto do escritor português Paulo Faria, que nos desafia para novas constelações de memórias europeias e sugere outras interrogações.

Disponível AQUI.

A edição francesa deste livro é lançada em Paris no dia 8 de Abril de 2022, pela Presses universitaires de Paris Nanterre, collection «La langue portugaise en cultures», sob o título:

Enfants d’Empires coloniaux et postmémoire européenne

Margarida Calafate Ribeiro et Fátima da Cruz Rodrigues, 

Presses universitaires de Paris Nanterre, collection « La langue portugaise en cultures », 2022.

Imagem de capa:

Aimé Mpane | 9 Portraits, série Kinoct, 2011 | © Aimé Mpane, cortesia do artista.

17.03.2022 | por Alícia Gaspar | Europa, fátima da cruz rodrigues, livro, Margarida Calafate Ribeiro, memoirs

Workshop Ecótones – Zonas de Estudo em Criação Performativa

Este workshop faz parte do processo de investigação que está a ser desenvolvido por Leonardo Shamah (BR), em colaboração com Carolina Cantelli (BR) e Ves Liberta (PT), enquanto participantes do PACAP 5, com curadoria de João Fiadeiro, em colaboração com Márcia Lança, Carolina Campos e Daniel Pizamiglio.

No âmbito do Bloco II do PACAP 5 do Forum Dança, este workshop acontece de 21 a 25 de Março, das 18h30 às 20h30 no Forum Dança, no Espaço da Penha, em Lisboa.

Cada dia é um módulo independente.

A participação é gratuita, com inscrição prévia para o email forumdanca@forumdanca.pt.

Sobre o Workshop

“Em Biogeografia, zona ecótona é uma área de transição ambiental, onde ecossistemas diferentes se encontram e reúnem uma grande biodiversidade com seres pertencentes de cada ecossistema e da própria zona. Para reconhecer um ecótone é preciso olhar as flores e as plantas, minuciosamente, e ainda assim não é uma tarefa fácil de ser feita.

Nesta oficina chamamos por Ecótones as zonas/corpos de estudos que reúnem práticas de educação somática, deslocamentos espaciais urbanos e atividades desviantes anticapitalistas para gerar estados de percepção disponíveis à matéria sutil e invisível que nutre a existência com sentidos de encantamento e aproximação da natureza.

Com a imaginação em exercício dizemos que nesta zona ecótona: respeitamos o acaso, a perda de tempo, a conversa fiada. Queremos demorar, vagar e afrouxar. Movemos o corpo para mover o mundo que inventamos a todo instante. Como água, com a ajuda da gravidade, corremos a um lugar baixo que nos acolha em ondas de criação em existência.

No lugar de uma palavra-chave sonhamos com uma palavra-fechadura para este processo de criação habitar.

Essa oficina acontece dentro do Bloco II do PACAP 5, onde os participantes estão a criar a partir de uma pergunta partilhada.

A oficina será acompanhada pelo artista de Teatro e performer Leonardo Shamah (BR), que está em colaboração com as artistas Carolina Cantelli (BR) e Ves Liberta (PT).” - Leonardo Shamah

Inscrições e mais informações 

Forum Dança
[+351] 925 103 596
forumdanca@forumdanca.pt
www.forumdanca.pt

16.03.2022 | por Alícia Gaspar | criação performativa, cultura, ecótones, forum dança, workshop

HANGAR | Carta Aberta | March 2022

Carta Aberta

Artistic Direction  

Kiluanji Kia Henda

Artist in residency 

Mwana Pwo [ANG]
Hélio Buite [ANG]
Rui Magalhães [ANG]

Program conceived by the artist Kiluanji Kia Henda and HANGAR - Center for artistic research, which gives him carte blanche for this takeover of the space with the Angolan artists Hélio Buite, Rui Magalhães and Mwana Pwo.

Project supported by DGARTES 

©️Rui Magalhães, Pelo Poder, 2021, video still.

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16.03.2022 | por Alícia Gaspar | carta aberta, dgartes, HANGAR, kiluanji kia henda

Ateliê Mutamba - Residências Artísticas

Está a decorrer no Hotel Globo o programa de residência Ateliê Mutamba, com realização KinoYetu e patrocínio Goethe-Institut Angola.

Irene A’mosi , Gegé M’bakudi e Resem Verkron, são os artistas em residência desta primeira edição e em maio serão os protagonistas de uma exposição colectiva do programa onde poderão expressar de forma prática o resultado artístico destes quatro meses.

Com coordenação de Orlando Sergio e curadoria de Ery Claver, nesta edição pretende-se explorar o conceito de interdisciplinaridade: arte, formação, partilha e novas descobertas em um mesmo espaço, que confluam no final numa exposição colectiva. Uma residência artística com três artistas e um curador que durante quatro meses assumirão o compromisso de interligar vivências e contribuir para a construção de um legado social, que na ausência de um nome que englobe tudo que a arte significa para nós, resolvemos chamar de diálogos culturais. Ter a arte como uma prioridade e uma ferramenta de reflexão dos tempos actuais, influenciará para uma outra realidade, temos a convicção que questionar o passado e uma ação consciente no presente, é fundamental para a construção de uma sociedade verdadeiramente justa e um futuro melhor para todos nós.

Sobre o Projecto

Localizado no mítico Hotel Globo, um edifício construído na década de 50 que já foi albergue temporário de figuras proeminentes da cena cultural, tais como: Ruy Duarte de Carvalho e Rogério de Carvalho, e da nova geração como Toy Boy, Kiluanji Kia Henda, Thó Simões, Nadine Sierget. Entre 2004 e 2010, o salão principal do edifício, foi um dos espaços expositivos da Trienal de Luanda e, nos últimos cinco anos, os quartos do antigo hotel, transformaram-se no local de exposição do evento anual Fuckin ́ Globo, que também fez uso das traseiras para realização de eventos como concertos, performances, debates e mostras de cinema.

Nesta nova ocupação do espaço, com o projeto Ateliê Mutamba - Residências Artísticas, pretende-se explorar o conceito de interdisciplinaridade: arte, formação, partilha e novas descobertas em um mesmo espaço, que confluam no final numa exposição colectiva. Uma residência artística com seis artistas e dois curadores que durante seis meses assumirão o compromisso de interligar vivências e contribuir para a construção de um legado social, que na ausência de um nome que englobe tudo que a arte significa para nós, resolvemos chamar de diálogos culturais. Ter a arte como uma prioridade e uma ferramenta de reflexão dos tempos actuais, influenciará para uma outra realidade, temos a convicção que questionar o passado e uma ação consciente no presente, é fundamental para a construção de uma sociedade verdadeiramente justa e um futuro melhor para todos nós.

Durante os últimos anos a arte contemporânea africana ganhou notoriedade e iniciativas como esta residência podem ser entendidas como parte desta transformação no universo artístico. Por muito tempo questões estruturais no continente, fizeram com que a arte tivesse a sua importância relativizada. O movimento de resistência cultural dos artistas foi fundamental na conquista de um novo lugar para um o imaginário na arte contemporânea africana e continua a ser. Além da troca entre os participantes da residência, teremos outros convidados e um diálogo constante com a cidade. Com uma metodologia interativa, no final de cada etapa haverá uma exposição, já que assim como a vida, a arte só faz sentido quando compartilhada. O Ateliê Mutamba - Residências Artísticas, é uma proposta de interação social, com intuito de garantir novas experiências a todos os envolvidos.

16.03.2022 | por Alícia Gaspar | ateliê mutamba, goethe institut angola, Hotel Globo, kinoyetu, Residência Artística

A África existe? Notas sobre o objeto dos estudos africanos

Quinta-feira, dia 17 (15h00) via zoom

Elísio Macamo será o protagonista do Seminário Permanente de Estudos Pós-coloniais do CECS: “A África existe? Notas sobre o objeto dos estudos africanos”

A apresentação debruça-se sobre questões epistemológicas e metodológicas na produção de conhecimento sobre a África. Ela interpela as condições de possibilidade do conhecimento através da sugestão da ideia segundo a qual o objecto dos estudos africanos seria a “teoria do conhecimento” no contexto da qual o conhecimento sobre a África se constitui. Esta ideia procura contextualizar os debates sobre a descolonização e pós-colonialismo através da sua articulação metodológica.

Elísio Macamo é professor de sociologia e estudos africanos na Universidade de Basileia, na Suíça. É moçambicano, formou-se em Moçambique, na Inglaterra e na Alemanha em duas áreas, nomeadamente tradução e interpretação (diploma em Moçambique, mestrado na Inglaterra) e sociologia, antropologia e literaturas africana em língua inglesa (mestrado em sociologia e políticas sociais em Londres, doutoramento em sociologia geral, antropologia e literaturas africanas em Bayreuth, Alemanha, e agregação em sociologia geral e sociologia do desenvolvimento em Bayreuth).

Link Zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/88630673044?pwd=ek96KzFVY2VJN0d5VnNsbUJHWWZYZz09

Mais informação.

15.03.2022 | por Alícia Gaspar | Africa, CECS, conferência, Elísio Macamo, estudos pós-coloniais

Cinediálogos no CCB - um programa de Luciana Fina

6/05 12H00 com Luciana Fina In Medias Res, de Luciana Fina, 2013 - homenagem ao arquitecto Manuel Tainha (1922-2012), no ano do centenário do seu nascimento.

7/05 12H00 com Marta Lança - Afectos de Betão - Zopo Lady, de Kiluandji Kia Henda 2014 e Ar Condicionado, de Fradique 2020 

8/05 16H00 com João Dias A Operações SAAL, de João Dias, 2009 


Cinema na Rádio, Arquitectura no écran - um programa de Luaciana Fina

O cinema e a arquitectura nunca deixaram de se interpelar mutuamente, percepcionando e projectando o espaço, experienciando o tempo, abordando e intervindo na complexidade do real.

Neste primeiro breve ciclo de Cinediálogos, vamos ouvir materiais sonoros e conversar com os realizadores de dois documentários, As Operações SAAL e A Cidade de Portas, e com a programadora da secção dedicada ao cinema de Angola na última edição do Arquiteturas Film Festival. No entrelaçar-se do documento, do encontro com os protagonistas e da percepção dos espaços, estes filmes falam-nos de caminhos que a arquitectura e o urbanismo têm percorrido questionando o habitar e a cidade em momentos críticos e de grande viragem na história do país. Assim, ao interrogar a Arquitectura, o Cinema procura questionar também a sua linguagem.

 

“19 Finestre” Luciana Fina  6 episódios, em escuta aqui

15.03.2022 | por Alícia Gaspar | arquitectura, CCB, cinediálogos, rádio antecâmara, sound it

E se homens e mulheres tivessem as mesmas oportunidades?

Luanda, março 2022Luanda, março 2022

Em 2021, a Mosaiko - Instituto para a Cidadania lançou os dados da Pesquisa Social sobre Políticas Públicas Inclusivas numa Perspectiva de Género, enquadrada no projecto Promoção da Advocacia de Políticas Públicas Inclusivas em Angola (PAPPIA).

Embora seja perceptível os avanços quanto à garantia dos direitos femininos, existem ainda muitos obstáculos à participação plena e igualitária das mulheres na tomada de decisões. Segundo a pesquisa, as principais barreiras derivam de costumes e comportamentos sociais discriminatórios normalizados, difíceis de quantificar e de desconstruir.

LEIA O RELATÓRIO DA PESQUISA

Uma das formas de promover essas mudanças, é gerando debates na sociedade sobre a participação e voz das mulheres, e foi assim que chegamos a história de Bela e Paulo.

A Geração 80 concebeu, produziu e realizou do vídeo clipe da música “Bela”, uma das peças audiovisuais da campanha. Na sala de casa, dois irmãos discutem se homens e mulheres em Angola têm as mesmas oportunidades, se podem mesmo fazer as mesmas coisas. Paulo, que a princípio não vê diferenças, percebe do decorrer do vídeo que há realmente lugares, comuns até, em que mulheres nunca foram vistas.

Fotos Making OfFotos Making Of

Apesar de ter a mulher como protagonista, a peça tem como objetivo criar ferramentas para que os homens tenham consciência de suas vantagens, questionem-se em seus papéis e estejam juntos na luta por equidade de género em Angola. A música, feita exclusivamente para a campanha, tem letra da poetisa Elisângela Rita e música e voz de Paulo Flores.

FICHA TÉCNICA

Produção Executiva: Tchiloia Lara e Ngoi Salucombo
Realização: Ana Paula Lisboa
Direcção de Fotografia: Ery Claver
Ass. de Câmera e Som: Agostinho Alfredo
Direcção de Produção: Rossana David
Produção de Campo: Cynthia Perez
Direcção de Arte: Prudenciana Hach
Pós produção: João Ngangula
Atores principais: Irene A’mosi e Edmond Panda

ASSIST

14.03.2022 | por Alícia Gaspar | angola, cidadania, geração 80, mosaiko, pesquisa social, políticas públicas inclusivas

Antecipar o Futuro - Candidaturas Abertas

A pesquisa e a investigação são pedras basilares dos processos de inovação e renovação no setor artístico. Atendendo à carência de apoios nesta área e em linha com a missão de valorização de jovens no mundo profissional do teatro, o Teatro Nacional D. Maria II, em conjunto com a NTT DATA, e em parceria com O Espaço do Tempo, faz nascer Antecipar o Futuro. 

Esta iniciativa toma a forma de um programa de residências, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de projetos de investigação de jovens artistas, cujo resultado será apresentado no D. Maria II em setembro de 2022, no âmbito da mostra Antecipar o Futuro, um programa de cultura contemporânea, dedicado ao pensamento, à política, à tecnologia e à arte que há de vir.

Ainda durante esta Temporada, o programa Antecipar o Futuro vai atribuir duas bolsas, com um valor de 7.000€ cada, para duas residências artísticas a decorrer n’ O Espaço do Tempo em junho e julho deste ano. 

Este formato de bolsas para residências artísticas permitirá aos artistas terem tempo para a investigação e o pensamento, tendo a possibilidade de juntarem uma equipa para desenvolver ideias e conceitos, sem a pressão de terem de criar um espetáculo. 

data limite de candidaturas 20 mar
entrevista com pré-selecionados 6 abr 
anúncio dos projetos vencedores 13 abr

Consulte o Regulamento do Projeto 

Este projeto é uma iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II, desenvolvido em conjunto com a NTT DATA e em parceria com O Espaço do Tempo.

09.03.2022 | por Alícia Gaspar | antecipar o futuro, bolsas, NTT DATA, residências artísticas, tndm

Pantera - Companhia Clara Andermatt

Ideia da homenagem Darlene Barreto

Direção artística Clara Andermatt

Cocriação Clara Andermatt e João Lucas

Assistência à criação Felix Lozano, Amélia Bentes

Intérpretes Avelino Chantre (Avê), Bruno Amarante (Djam Neguin), Diogo Picão Oliveira, Domingos Sá (Kabum), Jorge Almeida, José Cardoso (Zeca), Nickita Bulú, Sócrates Napoleão

Participação especial Mayra Andrade

CCB . 19 e 20 março . sábado e domingo . 19h00 . Grande Auditório


O músico e compositor Orlando Barreto, mais conhecido como Pantera, nasceu na ilha de Santiago, Cabo Verde, em 1967 e deixou-nos aos 33 anos.

A sua filha Darlene – que tinha apenas 6 anos à data de falecimento de seu pai – tem  levado a cabo, nos últimos anos, uma profunda pesquisa sobre a vida e obra de Pantera; foi nesse contexto que nos lançou o desafio de lhe fazer uma homenagem.

Pantera abriu novos caminhos na música do seu país. Na sua voz pulsava Cabo Verde e as suas gentes: explorando as formas da tradição, fazia brotar uma poesia repleta de amor, perspicácia e assertividade.

Sobre esses traços encontramos a nossa própria visão, através das vivências que pudemos partilhar com ele, como amigo e como artista. Para além deste reencontro no reviver da sua criatividade e do seu afeto, seguimos um caminho de exploração, mergulhando na sua terra, costumes e cultura, não deixando de as projetar num mundo contemporâneo onde ele também se posicionava.

Este é, assim, um espetáculo construído nas andanças da memória. E é, sobretudo, uma intensa e dinâmica experiência de colaboração. Cada um dos intérpretes estabelece uma relação pessoal no relembrar da sua própria experiência e devolve-nos uma riqueza criativa que se converte no valor e no sentido desta homenagem.

Entre o muito que ficou por fazer e o muito que ficará por dizer, este é o nosso recado para o Pantera.

Lisboa, outubro de 2021

Clara Andermatt e João Lucas

08.03.2022 | por Alícia Gaspar | arte, CCB, Companhia Clara Andermatt, cultura, pantera

Neusa Sousa, distinguida como uma das Top 100 mulheres no Empreendedorismo Social pela Euclid Network

Pelo seu traballho com o projecto Chá de Beleza Afro e por muitas outras ações sociais de luta anti-racista e feminista, Neusa Sousa é um dos nomes na lista desta empresa sem fins lucrativos.

Neusa SousaNeusa SousaO Chá de Beleza Afro é uma plataforma de networking que visa promover e empoderar as mulheres africanas e afrodescendentes em várias esferas da sociedade, através de eventos, debates e ciclos de conversas.

A sua fundadora, Neusa Sousa, é uma das poucas portuguesas que constam na lista deste anos das Top 100 Women in Social Enterprise e vai participar na Cimeira do Impacto, que terá lugar nos dias 24 e 25 de Março de 2022.

A Euclid Network é uma comunidade europeia de profissionais da sociedade civil que se querem ligar através das fronteiras para uma comunidade mais forte, mais inovadora e mais sustentável Tem por missão capacitar pessoas e empresas sociais para conduzir uma mudança positiva. Trabalha com a política e o financiamento da UE, cria ligações, partilha e produz know-how e aumenta a visibilidade das organizações da sociedade civil e das empresas sociais.

Durante quase 15 anos, a Euclid Network tem fomentado o empreendedorismo social e a inovação social na Europa através do intercâmbio de conhecimentos, desenvolvimento de capacidades, trabalho em rede e advocacia internacional. Esta plataforma combina os conhecimentos especializados de 21 países europeus para capacitar o empreendedorismo social na promoção de mudanças positivas.

Para capacitar as mulheres líderes na Europa e acelerar o progresso em direcção a um mundo mais igualitário em termos de género, a Euclid Network lançou a Iniciativa Top 100 Women in Social Enterprise. Desta forma, celebra e enaltece as mulheres no sector das empresas sociais, destacando o seu percurso de impacto e as suas realizações, criando um espaço de partilha e networking para que possam aprender, evoluir umas com as outras e inspirarem-se mutuamente.

Neusa Sousa, santomense de 29 anos é licenciada em Turismo, mestranda em Estudo das Mulheres - As Mulheres na Sociedade e Cultura pela faculdade Nova de Lisboa, formada em Introdução ao Jornalismo pela CENJOR, é produtora de conteúdos do programa Bem-Vindos da RTP África, repórter, organizadora de eventos, ativista por questões género, impulsionadora pelo empoderamento das mulheres africanas e afrodescendentes, empreendedora, organizadora de eventos e impulsionadora do afroempreendedorismo. A sua principal marca é o Chá de Beleza Afro do qual é fundadora e CEO, que para além de ser uma plataforma que empodera as mulheres negras é um evento que conta com 6 edições, este ano sob o tema “O caminho para o sucesso”. Em 2022 lançou o afroteacast, um podcast que pretende trazer vários temas ligado ao universo feminino, problemas sociais, africanidade, pan-africanismo e capitalismo, ou seja, temas necessários, importantes e urgentes para o debate e reflexão públicos.

08.03.2022 | por Alícia Gaspar | chá de beleza afro, empreendedorismo social, Euclid Network, luta anti-racista