Aprender a desaprender - Diálogos para a descolonização da arquitetura

Apresentação do livro no Hangar, Lisboa, 12 setembro, 18h30.

O evento conta com uma Introdução por Paulo Moreira (editor da publicação) e André Tavares, e uma conversa entre Ana Balona de Oliveira (IHA / NOVA-FCSH), Marta Lança (Buala) e Yolana lemos (CITAD, BANGA Coletivo).O livro reúne arquitetos, artistas, críticos e autores do presente, e aborda vários temas: o papel das diásporas na história, procurando reescrever narrativas emancipatórias sobre a relação entre colonizado e colonizador; as escalas de ação das práticas espaciais; as histórias pessoais e os comentários pedagógicos. Tem contributos de Ibiye Camp, Margarida Waco, Luísa Santos, Mónica de Miranda, Banga Colectivo, Natache Sylvia Iilonga, Thais Andrade, Gabriela Leandro Pereira, Lara I. C. Ferreira, Anyibofu Nwoko Ugbodaga e Demas Nwoko.



10.09.2024 | por martalanca | descolonização da arquitetura, instituto, Paulo Moreira

Arquiteturas Film Festival anuncia os filmes vencedores deste ano

Já são conhecidos os vencedores da secção de competição. No próximo ano, o festival decorrerá no Batalha Centro de Cinema, entre outros espaços da cidade.

©Ivo Tavares Studio©Ivo Tavares Studio

De 27 de Setembro a 1 de Outubro, o Arquiteturas Film Festival decorreu pela primeira vez no Porto, e reafirmou-se como uma relevante plataforma para a disseminação da cultura arquitetónica. Celebrou práticas espaciais que abordam a ideia de “abrandamento” na arquitetura contemporânea. O festival, organizado pelo INSTITUTO, decorreu em vários espaços da cidade, como a Casa Comum, a FAUP, a Fundação Marques da Silva, o INSTITUTO e o Cinema Passos Manuel, sob quatro eixos: Programa Oficial, Programa da Instituição Convidada, Programa Experimental e Programa de Competição. 

Para além da apresentação de filmes, o festival potenciou conversas, masterclasses e uma exposição, que possibilitaram debates mais aprofundados sobre as temáticas e as pesquisas inerentes à produção dos filmes. Pela primeira vez, o festival contou com uma Instituição convidada, o Centre for Documentary Architecture, que apresentou um ciclo de filmes, debates e uma exposição na Fundação Marques da Silva, patente até ao dia 22 de outubro.  

Já são conhecidos os vencedores da secção de Competição do festival, em cinco categorias: a nova categoria Consciência Social, bem como Documentário, Experimental, Ficção, Talento Emergente e Prémio do Público. 

Entre os filmes premiados, destacam-se duas produções portuguesas: “Luz de Presença” (Ficção), de Diogo Costa Amarante, com uma protagonista da vida noturna da cidade do Porto, e “Lugares de Ausência” (Talento Emergente), de Melanie Pereira, um filme biográfico sobre a questão da emigração entre Portugal e Luxemburgo. De destacar também a nova categoria de prémio de Consciência Social, que premiou o filme “Neighbors in my backyard”, que apresenta um dispositivo de segregação entre dois bairros da cidade de Montreal, no Canadá, construído em 1960 e ainda presente nos dias de hoje. O público do festival votou como melhor filme “What Shall We Do With These Buildings?”, de Jonathan Ben-Shaul, filmado em Kharkiv pouco tempo antes do conflito que viria a marcar a vida e a paisagem urbana da Ucrânia. Desde que o filme foi filmado, a cidade foi bombardeada, tornando-se este um retrato de uma Ucrânia esperançosa em lidar com os seus conflitos latentes. O ator-bailarino do filme, Igor Klyuchnik, é um dos fundadores do grupo de voluntários Evacuate Kharkiv, que já evacuou da cidade mais de 5000 civis. 

O Arquiteturas Film Festival destaca assim filmes que abordam questões de justiça e igualdade social e espacial. Afirma-se, assim, como plataforma para promover causas relevantes que afetam as cidades, o ambiente construído, e a sociedade atual.

©Ivo Tavares Studio©Ivo Tavares Studio

©Renato Cruz Santos©Renato Cruz Santos©Ivo Tavares Studio©Ivo Tavares Studio

Eis os filmes galardoados:

Categoria Consciência Social — “Neighbors in my backyard”

Realizador: Eli Jean Tahchi

País: Canada

 

Categoria Ficção — “Luz de Presença” 

Realizador: Diogo Costa Amarante

País: Portugal 

 

Categoria Novo Talento — “Lugares de Ausência” 

Realizador: Melanie Pereira

País: Portugal

 

Categoria Documental — “Concrete Forms of Resistance”

Realizador: Nick Jordan

País: United Kingdom / Lebanon

 

Categoria Experimental —Terrain Vague

Director: Edward Kihn

País: United States

 

Prémio do Público —  What Shall We Do With These Buildings?

Realizador: Jonathan Ben-Shaul

País: Ucrânia

 

Menção Honrosa — Per voi oggi la luce del sole non splenderà

Realizador: Andrea Bordoli

País: Switzerland

No próximo ano, o festival decorrerá mais cedo e em co-produção entre o INSTITUTO e o renovado Batalha Centro de Cinema, sob um tema a anunciar em breve, envolvendo novamente uma rede de espaços da cidade. As datas já estão definidas: 27 de junho a 1 de julho de 2023.

©Renato Cruz Santos©Renato Cruz Santos

04.10.2022 | por Alícia Gaspar | arquitecturas film festival, batalha centro de cinema, cinema, documentários, filmes vencedores, instituto, Paulo Moreira, slow down

Arquitecturas Film Festival regressa a Lisboa em Junho com foco em Angola

Tendo como tema Bodies Out Of Space, o festival vai realizar-se no Cinema São Jorge de 1 a 6 de Junho.

O Cine-Estúdio do Namibe é um edifício projectado pelo arquitecto José Botelho Pereira para Moçâmedes, mas que nunca recebeu filmes. Walter Fernandes (Livro | Angola Cinemas) O Cine-Estúdio do Namibe é um edifício projectado pelo arquitecto José Botelho Pereira para Moçâmedes, mas que nunca recebeu filmes. Walter Fernandes (Livro | Angola Cinemas)

Arquitecturas Film Festival regressa ao Cinema São Jorge, em Lisboa, de 1 a 6 de Junho deste ano, numa oitava edição que se debruça sobre Angola e um total de 36 filmes, anunciou a organização esta terça-feira.

Sem se realizar em 2020, devido à pandemia de covid-19, o regresso do festival dedicado à arquitectura faz-se nos primeiros dias de Junho, com o tema Bodies Out Of Space. “É uma excursão sobre a construção social do espaço conectado a um fio que circula dentro das suas próprias narrativas de dominação. Narrativas também sobre identidade que, muitas vezes, é retirada ou forçada a representar o nosso corpo”, pode ler-se na apresentação. A partir desta reflexão, acrescenta a nota, nasce “uma vontade de pensar activamente sobre a responsabilidade como espectadores” por um “labirinto de desigualdades como descendentes directos da exploração do espaço e dos corpos”.

Além da selecção oficial e da competitiva, o evento debruça-se sobre Angola, país onde “a confluência de tempos e regimes é visível na sua arquitectura e na sua memória colectiva”, com a curadoria da jornalista, escritora e produtora Marta Lança.

O certame arranca com a exibição de Para Lá dos Meus Passos, de Kamy Lara e Paula Agostinho, seguindo cinco bailarinos de diferentes regiões do território angolano. A programação inclui a estreia em sala de “Body-Buildings”, do português Henrique Pina, que cruza dança, arquitectura e cinema no olhar para “seis retratos coreográficos em seis locais portugueses distintos”. Tânia Carvalho, Vera Mantero, Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Victor Hugo Pontes e Jonas & Lander cruzam a dança com a arquitectura de Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura, Aires Mateus, João Luís Carrilho da Graça e João Mendes Ribeiro.

Ao todo, são 36 filmes de mais de uma dezena de países diferentes, com a programação completa a ser anunciada em breve. Documentários, filmes de ficção, animação e obras experimentais estarão incluídas na selecção, sempre com a marca da arquitectura contemporânea, com prémios atribuídos para Novos Talentos, Melhor Ficção, Melhor Filme Experimental e o Prémio do Público.

Ao lado da programação cinematográfica, o café do Cinema São Jorge recebe um ciclo de debates intitulado África Habitat, organizado em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, e a exposição de instalações dos angolanos Lino Damião e Nelo Teixeira. Afonso Quintã organiza ainda uma mostra sobre os cineteatros de Angola, partindo de material do Cine-Estúdio do Namibe, um projecto do arquitecto José Botelho Pereira para Moçâmedes, concluído em 1974, mas que nunca entrou em funcionamento.

Concebido pela Do You Mean Architecture e pelo Instituto, o Arquitecturas é uma co-produção com a EGEAC e o Cinema São Jorge, com vários outros parceiros e o apoio da Embaixada de Angola.

16.03.2021 | por Alícia Gaspar | Aires Mateus, Álvaro Siza, angola, arquitectura, arquitecturas film festival, arquitetura, bodies out of space, body buildings, cinema, cinema de são jorge, dança, do you mean architecture, Eduardo Souto de Moura, embaixada de angola, Henrique Pina, instituto, João Luís Carrilho da Graça e marta lança, João Mendes Ribeiro, lisboa, Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Tânia Carvalho, Vera Mantero, Victor Hugo Pontes e Jonas & Lander