GHOST | As pós-vidas do contrato e da escravatura: narrativas sobre trabalho forçado entre Cabo Verde e São Tomé e Príncipe

De forma a documentar a história cultural das práticas de trabalho forçado que, durante o colonialismo português, vigoraram em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, nasce o projeto GHOST. As pós-vidas do contrato e da escravatura: narrativas sobre trabalho forçado entre Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Esta investigação, sediada no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES) e que vai estar em curso até 2027, propõe-se produzir um conhecimento novo e aprofundado sobre o trabalho forçado nestes dois arquipélagos, que ainda hoje impacta as dinâmicas de vida das sociedades cabo-verdiana e santomense. GHOST visa contribuir para a discussão sobre o reconhecimento de passados coloniais negligenciados e dos seus legados, ao traçar caminho para uma abordagem mais crítica e democrática do trabalho forçado. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO Entre 1903 e 1970, cerca de 80 mil cabo-verdianos foram enviados para trabalhar nas plantações de café e de cacau de São Tomé e Príncipe. Em resultado deste afluxo maciço de trabalhadores cabo-verdianos, geralmente designado por contrato (termo velado para servidão e/ou trabalho forçado), houve um impacto profundo em ambas as sociedades, com reflexos na sua cultura e nas suas estruturas sociais. Nesta investigação, o entendimento desta história vai ser feito a partir do estudo das narrativas do contrato, como poesia, prosa, pintura, cinema, música, imprensa e histórias de vida. Ao examinar como e por que razão as narrativas sobre o trabalho forçado evoluíram ao longo do tempo nos dois arquipélagos africanos, este projeto de investigação pretende colmatar uma lacuna nos estudos globais sobre as plantações, que tendem a centrar-se no continente americano. O projeto oferece, para tal, um novo quadro concetual para pensar as plantações coloniais, o trabalho forçado e os processos de memorialização: a fantasmagoria. A fantasmagoria contempla os modos pelos quais um passado colonial mal resolvido — e, neste caso, a violência do trabalho nas plantações — se fazem conhecer no presente. Isto diz respeito, por exemplo, ao regresso dos contratados como espíritos, por possessão ritual ou outros mecanismos, mas também engloba os processos ativos de desumanização, silenciamento e marginalização através dos quais sujeitos (pós)coloniais concretos são transformados em espectros. OBJETIVOS DE INVESTIGAÇÃO Situado nos campos interdisciplinares dos Estudos Pós-coloniais, dos Estudos de Cultura e dos Estudos da Memória, o projeto procura responder a três questões centrais: 1) quais foram as manifestações culturais do trabalho colonial nas plantações produzidas em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe a partir do século XX? 2) como são retratados nestas narrativas o trabalho forçado e o contrato? 3) poderá a fantasmagoria servir como método de descolonização deste passado colonial partilhado? Em resposta a estas questões de investigação, o projeto propõe-se: (a) Fazer uma história cultural comparativa do trabalho forçado, através do levantamento e da análise de narrativas cabo-verdianas e santomenses, e determinar como estas experiências são simultaneamente objeto e sujeito de memórias divergentes; (b) Examinar a memorialização do trabalho forçado em dois arquipélagos africanos, contribuindo para a internacionalização de um aspeto marginalmente representado da história global; (c) Demonstrar como as fantasmagorias (pós)coloniais podem acentuar o poder político e social da memória no reconhecimento de passados coloniais negligenciados e dos seus legados duradouros. IMPACTOS ESPERADOS DO PROJETO Além da divulgação dos avanços e resultados da investigação através de conteúdos científicos — nomeadamente publicações e comunicações académicas — GHOST pretende, igualmente, fazer chegar o conhecimento a outras esferas da sociedade, através, por exemplo, da produção de um podcast, da organização de um ciclo de cinema, e de ações formativas (como oficinas, sessões escolares e cursos de formação avançada). Será ainda elaborado um documento de orientação (policy brief), destinado maioritariamente a decisores políticos e às organizações internacionais portuguesas com trabalho de cooperação com estes países africanos, especialmente nos domínios da cultura e da educação. O objetivo é maximizar a inclusão da história do trabalho forçado como uma dimensão central nas práticas de memória relativas ao passado colonial e reforçar as capacidades das comunidades locais e dos diferentes intervenientes (inter) nacionais envolvidos no que diz respeito ao conhecimento dos legados coloniais nas sociedades pós-coloniais. EQUIPA Inês Nascimento Rodrigues (Investigadora Principal) Miguel Cardina (CES) Crisanto Barros (Uni-CV) Olavo Amado (CACAU) GESTÃO DO PROJETO Jessica Santos (CES) INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra PARCEIROS ASSOCIADOS Universidade de Cabo Verde CACAU — Casa das Artes, Criação, Ambiente e Utopia, São Tomé e Príncipe.

21.06.2024 | por martalanca | cabo verde, São Tomé e Príncipe, trabalho forçado

Chamada de trabalhos aberta até 30 de março!

A Universidade Jean Piaget de Cabo Verde foi selecionada para a atribuição de uma subvenção ao abrigo do programa PARCOS de Apoio a Congressos e Seminários na área da Língua Portuguesa, promovido pelo IILP - Instituto Internacional de Língua Portuguesa.

A candidatura parte do Polo do Mindelo da nossa Universidade que, em parceria com o CHAM_ Centro de Humanidades da Universidade Nova de Lisboa estão a organizar o 1EILLAP_ 1º Encontro Internacional Lusófono de Literatura, Arquitetura e Património, e que se realizará nos dias 9 e 10 de maio no Centro Cultural do Mindelo. 

A subvenção para a qual fomos selecionados permitir-nos-á contar com o IILP enquanto nosso coorganizador e, com isso, promover uma Bolsa de Apoio à Participação no Encontro, a qual denominamos de BAP-IILP/EILLAP, cujos valores poderão oscilar entre os 150€ e os 250€, dependendo da quantidade de candidaturas à bolsa que recebermos e se se tratarão de participações nacionais ou internacionais.

BAP-IILP/EILLAP

150€ - 250€

Candidaturas até 5 de abril

através de eillap2024@gmail.com 

+info: https://novaresearch.unl.pt/en/activities/1º-eillapencontro-internacional-lusófono-de-literatura-arquitetur

27.03.2024 | por martalanca | cabo verde, Universidade Jean Piaget

Campanha Neve Insular - exposição pop up e masterclass em Mallorca

Olá, 
É início de semana, e o meu coração segue palpitando para responder a todas as lutas!
Por isso escrevo-vos, para contar duas novidades da Neve Insular em Cabo Verde: uma distinção e uma campanha em que conto convosco!

1. É com grande entusiasmo que partilhamos a notícia de que a exposição + programa de seminário e workshops “Neve Insular 0,0003% - algodão e resistência” foi nomeado ‘Best of’ das artes visuais africana e afrodiaspórica em Portugal em 2023 (Bantumen). Ficamos muito felizes com o reconhecimento da ação conjunta do projeto semente do i2ADS com o coletivo NI! Esta distinção é, também por isso, resultado de todas as ligações que constituem o nosso cultivar relações! Assim esta distinção da Bantumen é para esta constelação.

2. Após essa primeira exposição internacional, estaremos presentes em Mallorca para a apresentação de:


 Neve Insular 0,0003% - algodão e resistência POP UP Exhibition e Master Class 1-13 maio de 2024XTANT, Cidade de Palma, ilha de Mallorca, Espanha


Lançamos um crowdfunding “Neve Insular - utopia a partir do algodão” para reforçar a rede de suporte da Neve Insular. A itinerância da exposição na XTANT-Roots 2024 permitirá alargar o impacto internacional do trabalho que realizamos com a comunidade, especificamente no sector da arte e design. Além disso, dar a conhecer a história cultural de Cabo Verde mediante uma abordagem contemporânea e artística.


 

19.02.2024 | por Nélida Brito | arte, cabo verde, exposição, neve insular, workshop

Lançamento do livro “João Lopes Filho” de Elsa Frazão Mateus

Vai decorrer, no dia 1 de fevereiro, às 17h30, o lançamento do livro “João Lopes Filho: Professor - Investigador - Escritor” da autoria de Elsa Frazão Mateus, no auditório da UCCLA. Trata-se de uma biografia que retrata a vida de João Lopes Filho, destacando a sua dedicação ao estudo, à investigação e à partilha.

Com a chancela da Rosa de Porcelana Editora, o livro será apresentado por Luís de Figueiredo.

O lançamento do livro terá transmissão, em direto, através da página do Facebook da UCCLA em https://www.facebook.com/UniaodasCidadesCapitaisLinguaPortuguesa 

Sinopse:

A autora desta biografia retrata a vida de João Lopes Filho, destacando a sua dedicação ao estudo, à investigação e à partilha. O livro também aborda as sementes que o biografado lançou muito além da sua obra, com um alcance invejável. De facto, tanto pela sua atividade docente, como pela sua escrita ou ainda pela intervenção cívica que desde sempre o caracterizou, João Lopes Filho foi acrescentando ao seu legado um número indeterminável de indivíduos que, influenciados pelos seus ensinamentos, pelas suas palavras, procuraram abraçar, de algum modo, a sua ciência, a sua arte. 

Biografia da autora:

Elsa Frazão Mateus é natural da ilha de S. Vicente, Cabo Verde. Licenciou-se em Antropologia, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 1993. Na altura conheceu João Lopes Filho, tendo iniciado a colaboração em alguns dos seus trabalhos. Em 2010 concluiu o mestrado em Antropologia Social e Cultural, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, doutorando-se em Antropologia, na mesma instituição, com a especialização em Antropologia da Saúde, em 2015. Desde então, tem-se dedicado ao associativismo e ativismo pela saúde, a nível nacional e internacional, tendo sido galardoada com a Medalha de Mérito Científico, em 2020, atribuída pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

 

30.01.2024 | por Nélida Brito | Books, cabo verde, João Lopes Filho

Em Memória da Memória. Interrogações e testemunhos pós-imperiais

Episódio #10 “Herdar o Império” Conversa com Ariana Furtado
 

Márcio de Carvalho (cortesia do artista)Márcio de Carvalho (cortesia do artista)Em memória da memória, sentamo-nos com Ariana Furtado.
Ariana Furtado nasceu em Cabo Verde em 1976 e veio viver para Portugal ainda bebé de colo. A sua biografia e a da sua família, ascendentes e descendentes, acabaram por ocupar um lugar central no trabalho pedagógico e social que faz. Sobretudo na área da educação, vocação maior e cumprida. Professora do 1.º ciclo do ensino básico, tradutora de livros infantis e coautora do projeto “Com a mala na mão contra a discriminação”, Ariana contorno-nos neste encontro um pouco mais dessas suas outras mil faces.
As vivências de Ariana, entre Cabo Verde e Portugal, configuram-se em labirintos que se inscrevem sem nome. São experiências marcadas na pele e que transportaram para a sua biografia íntima, familiar e profissional. Essas heranças do império, e que o tempo não apaga, Ariana espera que se mitigem na próxima geração, a da sua filha Madalena.
A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.

Ouvir aqui. 

12.01.2024 | por mariana | Africa, african culture, african studies, ariana furtado, cabo verde

Mesa Redonda - O MERCADO CULTURAL AFRICANO E AS INDÚSTRIAS CRIATIVAS

CCV - Centro Cultural de Cabo Verde

QUARTA FEIRA | 24 de maio de 2023, 18.30 horas

Entrada livre

Organizada pelo Grupo dos Embaixadores Africanos em Portugal, a mesa-redonda “O mercado cultural Africano e as indústrias criativas” está inserida nas comemorações do Dia de África, que é assinalado a 25 de maio, dia em que foi criada a OUA em 1963. Tem como propósito a promoção de um espaço de debate sobre a cultura africana e o papel das indústrias criativas no contexto da ZCLCA - Zona de Comércio Livre Continental Africana, bem como fomentar a cooperação e o intercâmbio entre as nações africanas.

O mercado das indústrias criativas é composto por diversas áreas, como as artes visuais, a música, a literatura, o audiovisual, a arquitetura, o património cultural e a publicidade e marketing. Cada uma dessas áreas tem um papel importante no desenvolvimento económico e cultural de África.

Os oradores convidados para esta mesa-redonda são pessoas com comprovado conhecimento nos temas que abordarão:

MÚSICA - José da Silva (Jo da Silva)

Empresário e produtor musical de grandes artistas africanos, entre os quais Cesária Évora e representante da Sony para o mercado africano;

AUDIOVISUAL - Ana Sofia Fonseca

Cineasta com vasta experiência e realizadora do premiado filme “Cesária Évora;

LITERATURA - Luís Vicente

Editor especialista em literatura africana e dono da editora Edições Nimba;

ARTES PLÁSTICAS - Paula Nascimento)

Aclamada curadora especialista em arte africana;

ARTES - Frank Ntaluma

Reconhecido escultor moçambicano;

PUBLICIDADE E MARKETING - Filipe Alfaiate

Professor na Nova School of Business and Economics, com uma carreira académica notável;

ARTISTA - Selma Uamusse

Famosa cantora moçambicana

ESPECIALISTA EM MERCADO AFRICANO - Uzoma Agulonye

Académico nigeriano com larga experiência e inúmeras publicações sobre o mercado africano.

Evento aberto ao público em geral.

 

 

24.05.2023 | por mariadias | arte, cabo verde, cccv, Mercado africano, música

Mostra de fotografia: "UM CARNAVAL FORA DO CARNAVAL" | MÁRIO SOARES

01 de abril | 11 horas

CCCV - Centro Cultural Cabo Verde

Rua de São Bento, 640, 1250-222 Lisboa, piso -1

Mário Soares, fotógrafo cabo-verdiano, natural da Ilha de Santo Antão, apresenta-nos um conjunto de registos fotográficos captados em pleno Carnaval na Ilha de São Vicente. este conjunto de fotografias retrata especificamente os Mandingas, que são uma das maiores manifestações culturais e tradições do Carnaval de São Vicente e dão um contributo significativo para a enorme diversidade cultural que há em Cabo Verde. No desfile dos Mandingas participam grupos provenientes de várias zonas da Ilha de São Vicente, bem como de outras ilhas. No tempo da escravatura os Mandingas eram associados à feitiçaria e à macumba e quase que se pode dizer que quem entra no meio fica enfeitiçado pela vibração e energia das pessoas que brincam o Carnaval, que começa normalmente no segundo domingo de janeiro e termina com o enterro, no domingo após o Carnaval, onde se reúnem todos os grupos das diversas zonas de São Vicente e das pessoas que vêm de vários pontos do país e da diáspora.

 

Sobre o fotógrafo

Mário Soares nasceu no dia 11-06-1984, na ilha de Santo Antão, Cabo Verde, filho de Carlos Soares e Zulmira Lima. É casado. Passou a infância e toda a adolescência na Cidade de Porto Novo. Sendo filho de artistas (pai carpinteiro e mãe cantora), desde cedo se interessou pela arte, nomeadamente, na criação e elaboração de artesanato. Assumindo-se como um autodidata, procurou sempre técnicas para inovar a sua arte. Aos vinte anos, rumou para Portugal, onde tirou o Curso Técnico de Contabilidade. Após terminar o curso, começou a trabalhar na área das telecomunicações, mas desde logo percebeu que a fotografia era uma paixão paralela ao seu ofício.

Tendo participado em alguns concursos de fotografia em Portugal, sentiu necessidade de aperfeiçoar as suas capacidades. Sempre se interessou por fotografar pessoas e paisagens. É um defensor acérrimo da seguinte máxima: «a fotografia deve mostrar a essência das pessoas e dos locais, sofrendo o mínimo de alterações possíveis por parte do fotógrafo».

No ano de 2014, dez anos após ter ido para Portugal, decidiu regressar à sua terra, terra da Morabeza, para então trabalhar e constituir família. Atualmente trabalha como freelancer, tendo desempenhado funções como fotógrafo do Dr. Abrão Vicente, Ministro do Mar e da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde. Realizou várias exposições individuais em Cabo Verde. Organizou uma exposição fotográfica no ano de 2019, intitulada de: “Um simples olhar”, no Centro Cultural do Mindelo, Cabo Verde. Em novembro de 2019, a sua exposição “Um simples olhar” foi apresentada no espaço cultural “Nôs Raiz”, na ilha de Santo Antão.

No ano de 2021, apresentou um espólio fotográfico em Porto Novo, na “Casa para Todos”, cujo título foi: “A nossa casa, as nossas vivências”. A mesma exposição seguiu para a Câmara Municipal de Porto Novo, onde permaneceu até setembro de 2021.

 

29.03.2023 | por mariadias | cabo verde, diáspora, fotografia, Mário Soares

Antropocenica 2022

Entre 6 a 7 de Outubro a Fundação Calouste Gulbenkian acolhe a 1ª edição da ANTROPOCENICA, reunindo pensadores, artistas, arquitetos, investigadores e demais especialistas que abordam o Antropoceno, o colonialismo e questões relacionadas à floresta amazónica.

Autoria - Lalo de Almeida, um dos vencedores World Press Photo 2022.Autoria - Lalo de Almeida, um dos vencedores World Press Photo 2022.

A ANTROPOCENICA é uma trienal de Debates que acontece em 2022 em Portugal, em 2023 no Brasil e em 2024 em Cabo Verde.  

Destaca-se a presença de convidados especiais como o foto-repórter Lalo de Almeida (um dos vencedores World Press Photo 2022), o sertanista Sydney Possuelo (ex-presidente da FUNAI, BR) e o cineasta Jorge Bodanzky (pioneiro no cinema sobre a degradação ambiental na Amazónia), três grandes conhecedores da Amazónia e dos problemas ambientais e humanos a ela associados.

Esta primeira edição contempla ainda a Mostra artística “TransAmazónias: Zonas Imaginárias” com a exibição da premiada série fotográfica Distopia Amazónica do foto-repórter Lalo de Almeida, no dia 7, no Teatro Romano em Lisboa. A Mostra divide-se ainda pela cidade de Évora e pelas ruínas romanas de São Cucufate na Vidigueira com a exibição de filmes e a presença de Lalo de Almeida, Sydney Possuelo e Jorge Bodanzky.

Pensada e organizada por Dirk Michael Hennrich (Alemanha/Univ. Lisboa/filósofo), Maria da Conceição Lopes (PT/Univ. Coimbra/arqueóloga) e Silvio Cordeiro (BR/arquiteto e editor) – com apoio conjunto do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e do CEAACP da Univ. de Coimbra (entidades financiadas pela FCT) -  a ANTROPOCENICA tem na sua Comissão Científica o pensador indígena Ailton Krenak, a Professora Inocência Mata, a cineasta Filipa César, o filósofo Viriato Soromenho-Marques, o cientista político Odair Barros-Varela, a arqueóloga Anne Rapp Py-Daniel, o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, entre outra/os, que constituirão as mesas de debate e o programa.

Os debates na Fundação C. Gulbenkian, a 6 e 7 de Outubro, terão transmissão em streaming no canal Youtube da Antropocenica.

Participação presencial nos debates sujeita a inscrição até 30 de Setembro.

Mais informações.

Autoria - Nicolas Reynard. Sobre uma expedição amazónica de Sydney Possuelo.Autoria - Nicolas Reynard. Sobre uma expedição amazónica de Sydney Possuelo.

27.09.2022 | por Alícia Gaspar | antropocenica 2022, Brasil, cabo verde, colonialismo, floresta amazónica, Portugal, trienal de debates

"Daniel e Daniela", de Sofia Pinto Coelho

Quarta-feira, 14 de setembro, às 21h30, na Cinemateca Portuguesa

Após assinar “Carta ao meu Avô” e “Despojos de Guerra”, Sofia Pinto Coelho estreia-se no cinema com uma aventura por Cabo Verde, São Tomé e Guiné-Bissau com dois protagonistas improváveis: Daniel, de 83 anos, e Daniela, de 12.

A história de um pai que leva a filha numa viagem às suas origens e que se torna num diálogo sobre racismo, herança colonial, memórias familiares e aspirações individuais que percorre mais de cem anos de História. 

Entre risos, canções e livros, tudo o que irão encontrar pelo caminho é pretexto para aquele que é um dos maiores colecionadores em Portugal de livros sobre a África lusófona deixar conhecimento e pensamento crítico à sua filha, preparando-a para o futuro com o coração cheio de esperança e liberdade.

Documentário  82 min  2022

Guião / Script
Sofia Pinto Coelho
Vozes / Cast
Sofia Pinto Coelho
Actores / Cast
Daniel Nunes, Daniela Nunes
Argumento e Diálogos / Dialogues and Screenplay
Sofia Pinto Coelho
Fotografia / Photography
Pedro Castanheira
Música / Music
N/A
Montagem / Editing
Sofia Pinto Coelho
Produtor (pessoa singular) / Producer
Pandora da Cunha Telles e Pablo Iraola
Coprodução / Coproduction
SIC

 

05.09.2022 | por Alícia Gaspar | cabo verde, cinemateca portuguesa, daniel e daniela, filme, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe

Programa de Energias Renováveis para Mulheres: cada projecto uma história para votação

São doze mulheres, provenientes de São Tomé e Príncipe, de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, que ao longo dos últimos seis meses trabalharam diariamente para desenvolverem projetos de energia sustentável a serem implementados nas suas comunidades locais.

Da instalação de sistemas de energia solar ou de irrigação, a projectos educativos e de capacitação, ou projetos que permitam a possibilidade de conservação de alimentos, cada um destes projectos ajudará a desenvolver a economia local, a contribuir para o empoderamento e para a igualdade de género ou, até, gerar impacto social e ambiental nas comunidades abrangidas. Até ao dia 19 de Julho, estão abertas as votações para que o público ajude a eleger o projecto vencedor. Convidamo-lo a ouvir as histórias destas mulheres e a contribuir com o seu voto. Saiba mais aqui.

13.07.2022 | por Alícia Gaspar | cabo verde, empoderamento, energias renováveis, energias renováveis para mulheres, feminismo, Guiné Bissau, igualdade de género, São Tomé e Príncipe, votação

“Tempo Djá Muda” | Concerto de apresentação 14 de abril

KRIOL é o recente projeto formado por Danilo Lopes (Fogo-Fogo, Refillon e Orquestra Todos) com o seu primo Renato Chantre (Kussondulola, Mercado Negro e Orquestra Cesária Évora) que promete reinventar a música tradicional de Cabo Verde.

Esta dupla de peso juntou-se durante a pandemia motivada por criar novas sonoridades com o objetivo de levar o melhor da ilha até nós.

“Tempo Djá Muda” reflete a fusão do universo musical cabo-verdiano e os tempos em que vivemos em que “está tudo trocado, sem tempo de ouvir, só tempo de falar… aquilo que conta é mostrar a tua força” É uma crítica à sociedade em que vivemos e surge também como uma mensagem de esperança… “é tempo de os homens grandes mudarem!”

Desde Mazurkas, Valsas, Colá San Jon até Coladeras e Batukes… os concertos dos Kriol são uma viagem pelos sons do Atlântico, com um psicadelismo tropical que lhes é bastante peculiar, onde a dança simplesmente acontece.

O concerto de apresentação é no dia 14 de Abril na Casa Independente, com hora marcada para as 22h30. Depois seguem-se os Makafula que assumam os comandos da pista de dança até às 02h para nos fazer viajar pelo afro electronic. A noite promete!

06.04.2022 | por Alícia Gaspar | batukes, cabo verde, colá san jon, coladeras, concerto, KRIOL, mazurkas, música, tempo djá muda, valsas

ATLANTICA: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé and Príncipe and their Diasporas

Pão, pão, queijo, queijo, 2010 | Gelantin silver print | 60 x 200 cm © Sandim Mendes Pão, pão, queijo, queijo, 2010 | Gelantin silver print | 60 x 200 cm © Sandim Mendes

Lançamento do livro Atlantica: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé and Príncipe and their Diasporas

10 de Dezembro 2021 | 18h00 – 21h00

Local: Hangar | Rua Damasceno Monteiro, n.º 12 - r/c, 1170-112 Lisboa 

ATLANTICA: Contemporary Art  from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé  and Príncipe and their Diasporas é o terceiro livro da editora Hangar Books, especializada em publicações no contexto das artes contemporâneas, com foco nas espistemologias do sul. 

Na sequência das duas obras anteriores dedicadas, respectivamente, a Angola e a Moçambique, este novo livro da série “Atlantica” centra-se na arte de Cabo Verde, da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe, bem como nas suas diásporas.  É editado pelo artista César Schofield Cardoso, em conjunto com Mónica de Miranda, que assina também a coordenação.

Entre os artistas selecionados, encontramos Olavo Amado, Nú Barreto, Welket Bungué, César Schofield Cardoso, Irineu Destourelles, Vanessa Fernandes, Ângelo Lopes, Sandim Mendes, Melissa Rodrigues, Herberto Smith, Abdel Queta Tavares e René Tavares. E nos ensaios teóricos:  Azu Nwagbogu, Mónica de Miranda, César Schofield Cardoso, Ana Balona de Oliveira, Ana Cristina Pereira, Inês Beleza Barreiros, Raquel Schefer, Ana Nolasco, Álvaro Luís Lima, Michelle Salles, Paula Nascimento, Mariana Aboim, Raquel Lima, Valdívia Delgado Tolentino, Cristiana Tejo, Luísa Santos, Inocência Mata e Joacine Katar Moreira. 

Este quadro curatorial destaca artistas contemporâneos dentro e das regiões que atuam desde a viragem do milénio até ao presente. São artistas envolvidos em pesquisas e práticas de arte experimental e conceptual que investigam narrativas coloniais e pós-coloniais. As obras dos artistas representados neste livro são diversas em meio e abordagem, bem como no que respeita a questões sociais de endereço, como identidade e política corporal, lugar, memória e história. O novo milénio assistiu a uma produção cultural sem precedentes, caracterizada por um misto de radicalidade e marginalidade, nostalgia e utopia. Estes artistas estão principalmente comprometidos em desafiar noções fixas de lugar e afirmar conexões entre a produção artística e as formações políticas, sociais, ideológicas e pessoais.

“Atlantica” é o título e o princípio organizador desta série e o seu significado semântico remonta à mitologia clássica. Está carregado de potencial interpretativo sobre questões de localização, geografia, exílio, migração, separação, êxodo, diáspora e deslocamento, e representa o movimento de deixar a terra natal, uma experiência comum para muitos dos artistas representados nos outros livros da série. Atlantica aponta também para a história bem estudada da travessia do Atlântico Sul e do Norte e remete para o conceito de The Black Atlantic (1993), de Paul Gilroy. Gilroy usa as imagens do Atlântico para demonstrar a posição de identidades entre duas (ou mais) terras, culturas, que não podem ser definidas por fronteiras. Atlantica situa-se neste lugar de dupla consciência no trabalho de W.E.B. Du Bois, em The Souls of Black Folk (Du Bois 1903, 8).

Na celebração do lançamento deste livro, no dia 10 de Dezembro, às 18h, no Hangar, teremos um seminário moderado por César Schofield Cardoso com conversas com teóricos, artistas e investigadores. Este ciclo se estenderá por outros eventos como video-screenings, residências e rádio durante 2022.  Organização de Mónica de Miranda.

PROGRAMAÇÃO

Dia 10 de Dezembro. (18h00-21h30)

18h00

César Schofield Cardoso, “The space we share” (Editor’s note).

18h30

Ana Balona de Oliveira “Contemporary Art and the Interwoven Histories of Cabo Verde, Guinea-Bissau and São Tomé e Príncipe”. 

19h00

Inocência Mata “Between Sankofa and Janus…”transterritorialized” artists”.

19h30

Joacine k Moreira “TO DECOLONIZE IS TO D.E.P.R.O.G.R.A.M.E. Systemic Racism, Body, Gender and Diaspora in Arts”.

20h00

Artists Talk 

  • Vanessa Fernandes 
  • Irineu Destourelles
  • Nú Barreto
  • Melissa Rodrigues 
  • René Tavares 

 

CICLO DE VIDEO ONLINE DIÁSPORA: ITINERÁRIO DIALÓGICO

Curadoria de JOÃO SILVÉRIO

Artistas: Cesar Schofield Cardoso, Melissa Rodrigues, Vanessa Fernandes, Sandim Mendes, Welket Bungué

Lançamento 15/12/2021 às 19h

Diáspora: itinerário dialógico

Esta seleção de artistas para exibição na plataforma Hangar Online inclui trabalhos em vídeo e fotografias.  A extensão, por assim dizer, à fotografia, tenta reforçar uma ligação à prática documental tão presente nas imagens que os arquivos da diáspora se revelam como uma memória colonial do século passado.  Nesse sentido, procura-se propor um itinerário dialógico, ou seja, uma sequência de narrativas e documentos que exploram temas e temas atuais e comuns, como a (s) diáspora (s), o período colonial e diferentes abordagens das questões identitárias que representam a suposição de diferença, desejo e liberdade.

JOÃO SILVÉRIO

Mestre em Estudos Curatoriais pela Faculdade Belas-Artes da Universidade de Lisboa. É curador associado da colecção de arte contemporânea da Fundação PLMJ. Curador e tutor no projeto RAMA Residências para Artistas, Maceira, Portugal. Inicia a sua actividade como curador independente em 2003.

Cria o projecto independente EMPTY CUBE em Outubro de 2007 que tem apresentado projectos de artistas, designers e arquitectos (www.emptycube.org). Foi Presidente da Secção Portuguesa da AICA – Associação Internacional de Críticos de Arte, desde Março de 2013 até Dezembro de 2015. Cria, em 2019, a editora independente EMPTY CUBE_reader que lançou a primeira edição com uma obra dos artistas Musa paradisiaca.

Escreve regularmente sobre projectos artísticos em catálogos, publicações e websites entre os quais no www.emptycube.org

Conheça a editora Hangar Books:

https://hangar.com.pt/edicoes/ 

18.11.2021 | por Alícia Gaspar | arte, cabo verde, contemporary arts, cultura, diasporas, Guinea Bissau, HANGAR, lançamento de livro, livro, política, São Tomé and Príncipe

“O Abecedário” junta livrarias de Portugal, Cabo Verde e Brasil

De 10 a 12 de setembro, o Abecedário - Festival da Palavra vai invadir seis livrarias em Portugal, Cabo Verde e Brasil. Com a participação de escritores, jornalistas, artistas e outras personalidades o objetivo da iniciativa é partilhar experiências acerca das múltiplas vertentes da palavra proximidade. 

Com base numa programação de tertúlias centrada no tema da proximidade e destinada a promover as livrarias de rua, este ano, o Festival da Palavra decorrerá na livraria Barata, na Stolen Books e na livraria Tinta nos Nervos, em Lisboa, na livraria Gigões e Anantes (Aveiro), e ainda na livraria Pedro Cardoso, na cidade da Praia, Cabo Verde, e na livraria Zaccara, em São Paulo, Brasil.

Entre os convidados desta edição estão a dramaturga Cláudia Lucas Chéu, a escritora Patrícia Portela, o escritor brasileiro Lira Neto, a artista visual Vanessa Teodoro e o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente.

As tertúlias terão público nas livrarias, mas sempre dependentes do cumprimento das regras de distanciamento face à chegada da covid-19. Como forma de solução do limite, serão, igualmente, transmitidas online.

O festival é promovido pelo projeto Cabine de Leitura, uma rede de micro-bibliotecas em antigas cabines telefónicas, criada em 2014, e tem curadoria do gestor cultural Carlos Moura-Carvalho.

Texto de Isabel Marques e Lusa, originalmente publicado por Gerador a 26.08.2021

27.08.2021 | por Alícia Gaspar | abecedário festival da palavra, Brasil, cabo verde, Portugal, projeto cabine de leitura

Literaturas Afrikanas

O blog na rua 

Acompanhando a conferência “Desafios das línguas nacionais e da língua portuguesa nalguns países da CPLP”, o blog participará com uma banca de livros de autoria africana  escritos em línguas nacionais ou em versão bilingue com o português. Haverá também dicionários e gramáticas de várias língua nacionais africanas e, até, do Brasil.

Uma mesa especial será consagrada a obras das e dos ilustres palestrantes da conferência e do programa de acompanhamento. 

Vejam a programação do evento  aqui.  

A banca estará pronta para vos acolher a partir das 12.00 horas até às 20.00 horas , na sexta feira , dia 21 de maio, no “Bistrô Crioulo” do Centro Cultural de Cabo Verde , na Rua de São Bento, em Lisboa. 

A conferência começa às 17 horas e pode ser acompanhada online aqui. Para a participação presencial é necessária uma inscrição prévia.

 Apareçam nesta celebração da palavra africana (e não só)  e divulguem!!!!

20.05.2021 | por Alícia Gaspar | cabo verde, centro cultural de cabo verde, língua portuguesa, lisboa, literaturas afrikanas

“Bidon – Nação Ilhéu”

Este documentário, realizado pelos cabo-verdianos Celeste Fortes e Edson Silva, retrata a estória de três personagens femininas e vai mostrar como é que cada um vive a sua relação com o bidão que chega de fora. Um dos casos é de uma menina que vive permanentemente em contacto com a sua mãe, que vive nos Estados Unidos, através do envio de bidões. Outro caso é de uma senhora que tem o sonho de receber o bidão, mas nunca o recebeu. “Ao longo do documentário, vamos ver como é que ela alimenta este sonho de receber um bidão, inclusive porque ela já viveu nos Estados Unidos, mas apesar disso, nunca recebeu um bidão e a partir do percurso que ela faz por algumas lojas da ilha vai procurando as memórias dessa experiência de vida lá fora e vai alimentando este sonho de receber um bidão”. 

A terceira personagem é uma “rabidante” que compra os produtos que vêm nos bidões e a partir da venda desses produtos ela sustenta a sua família.

O “Bidon – Nação Ilhéu”, segundo a mesma fonte, costura essas três estórias para mostrar como é que o bidão é uma peça fundamental na economia e na sustentabilidade do país. Por razões logísticas e orçamentais toda a estória foi construída na Ilha de São Vicente, entretanto, sublinhou que o curioso é que a partir de São Vicente foi possível ter contacto com outras ilhas e outros países, a partir deste projeto.

10.05.2019 | por martalanca | cabo verde, cinema, “Bidon – Nação Ilhéu”

Cachupa de Culturas - documentário

CONVITE | 22 Abril | Padrão dos Descobrimentos | 18H30
Preview do Documentário “Cachupa de Culturas” de Hugo Israel, Av. Brasília 1400-038 Lisboa ENTRADA LIVRE

IMAGINÁRIOS PÓS-COLONIAIS E DESOCIDENTALIZAÇÃO DA ARTE 

 

A ambiguidade cabo-verdiana foi criada e alimentada por Portugal com o claro intuito de confundir aquele povo quanto à sua autonomia e assim manter o status quo colonialista, ao defender a quimera de que Portugal e as suas colónias seriam um corpo só. Facto é que, distante geograficamente tanto de Portugal quanto do continente africano mas histórica e intrinsecamente ligados a ambos, Cabo Verde é fruto do processo de fusão desses dois polos presentes na consciência da cabo-verdianidade, o que deu origem a uma idiossincrasia própria: a miscigenação e uma língua nova e comum a todos os cabo-verdianos, o crioulo e, daí, o conceito de crioulidade para descrever a experiência de miscigenação e de construção identitária da nação. A identidade e a diferença são construções ativas no contexto das relações sociais e culturais, não são inatas ou naturais.

Linhas de orientação; 1) Identidade no pós-colonialismo: hibridização e ruralismo tropical; 2) Mestiços e/ou Crioulos? 3) A diferença em relação ao outro, reivindicações essencialistas sobre quem pertence e quem não pertence. 4) Identidade étnica Vs. nacional. Cultura cabo-verdiana, africanidade e a europeização? 5) Consolidação da identidade cabo-verdiana:(Ir)responsabilidade Portuguesa 6) Identidade cabo-verdiana é também construída e vivida pela diáspora 7) Há uma relação entre a tentativa, Portuguesa, de dificultar a formação identitária das ex-colónias e o atual recenseamento étnico da sua população a partir de 2021?

 

18.04.2019 | por martalanca | cabo verde, Identidade

As Cidades e as Trocas, filme de Luísa Homem e Pedro Pinho

Documentário / 16mm / 139’ / 2014

Ciclo Cinema Português: Novos Olhares III
Sessão na Cinemateca Portuguesa
Dia 23 de Maio às 21h30 Sala M. Félix Ribeiro

Em 2008, no limiar da crise económica que se instalou depois, num arquipélago atlântico ao largo de África ocidental, a utilização intensiva de areia para construção de hotéis e resorts ameaça a existência das praias locais - a principal fonte de atração da florescente indústria turística. Ali ao lado, numa capital costeira em pleno deserto do Sahara, os homens de negócios agitam-se com a possibilidade de exportar o seu recurso mais abundante. Inicia-se então um triângulo comercial que se completa com a exploração de brita vulcânica e com a transferência maciça de solo de um lugar ao outro, através do oceano. O filme “As Cidades e as Trocas” procura fazer um registo silencioso da chegada de uma economia de escala, dos seus fluxos e dos seus efeitos na transformação da paisagem física e humana de uma ilha.

23.05.2017 | por martalanca | Areia, As Cidades e as Trocas, cabo verde, ilha, turismo, viagem

Catchupa Factory – Projecto Colectivo

Curadoria de António Júlio Duarte e Diogo Bento


No âmbito da iniciativa Catchupa Factory – Novos Fotógrafos, lançada em Maio de 2016, realizou-se o Curso Avançado de Projecto em Fotografia, com a participação de 12 fotógrafos cabo-verdianos provenientes de diferentes ilhas.
Pretendia-se incentivar o desenvolvimento de um projecto fotográfico documental dando particular ênfase ao trabalho de edição e de construção de sequências narrativas. Ao exercício proposto, todos responderam de forma praticamente unívoca: tendo como pano de fundo a cidade do Mindelo, os trabalhos apresentados reflectiam preocupações de ordem social, cultural e económica.
Partindo de um maior ou menor conhecimento da cidade (e fazendo-o com recurso a diferentes estratégias), cada um dos autores acabou por percorrer ou habitar diferentes espaços (não é a própria fotografia, também, um acto performativo?). Em alguns casos é nos lugares de maior intimidade que se desenvolve a narrativa, sendo que outros fotógrafos foram obrigados a deslocar-se em território até então desconhecido. Dentro de uma esfera tão ampla de abordagens, talvez a característica mais visível seja uma atitude de transgressão relativamente às noções de centro e periferia. Numa cidade em que a própria geografia e o desenvolvimento urbanístico determinam de forma tão vincada sociabilidades distintas, vemos nestes trabalhos como as diferentes fronteiras e centralidades acabam por ser corrompidas.
Foram estes aspectos que quisemos destacar no processo de deslocamento dos projectos fotográficos para esta plataforma eminentemente visual e interactiva. De que forma a dispersão e localização das tomadas de vista foram condicionadas pela biografia de cada autor, por sentimentos de pertença, distanciamento, curiosidade ou desejo?
A Catchupa Factory – Novos Fotógrafos é uma iniciativa da AOJE e contou com o apoio do Ministério da Cultura de Cabo Verde e da Fundação Calouste Gulbenkian; o Curso de Projecto foi orientado por António Júlio Duarte e Diogo Bento e teve a participação de Pedro dos Reis (da RAUM) e Miguel Rodrigues que entre 16 e 18 de Maio conduziram um workshop e conversa sobre a fotografia e o espaço digital, no âmbito da iniciativa Raum: em Cabo Verde, com o apoio da Direção-Geral das Artes.

ver aqui 

04.01.2017 | por martalanca | António Júlio Duarte, cabo verde, Catchupa Factory, Diogo Bento, residências artísticas

Tarde cultural cabo-verdiana

No próximo dia 27 de maio, pelas 14h30, a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa dará lugar à Tarde Cultural Cabo-Verdiana, onde decorrerão várias palestras e actividades dedicadas à cultura cabo-verdiana.

A entrada é livre.

26.05.2016 | por claudiar | cabo verde, FLUL

Exposição "Casa dos Estudantes do Império, 1944-1965. Farol da Liberdade"

No próximo dia 25 de abril, pelas 18h30, será inaugurada a exposição “Casa dos Estudantes do Império, 1944-1965. Farol da Liberdade”, no Salão Júlio Resende do Centro Cultural Português do Mindelo, em Cabo Verde.

Desde outubro de 2014 que a UCCLA tem vindo a promover uma vasta homenagem à Casa dos Estudantes do Império - criada em 1944, pelo regime do Estado Novo, para responder ao reforço do convívio dos estudantes universitários das ex-colónias portuguesas, que não possuíam instituições de ensino superior nos seus países e que tinham que continuar a frequência universitária em Portugal.

Esta exposição pretende dar a conhecer um pouco melhor da história e da realidade vivida por estes jovens. Trata-se de uma mostra documental, com fotografias, publicações periódicas, livros, documentos oficiais, etc, cedidos ou disponibilizados pelos associados e por algumas instituições.

A exposição decorrerá no âmbito das comemorações da revolução dos cravos e estará patente até ao dia 30 de abril, de segunda a sexta-feira, das 9 às 12h30 e das 15 às 19 horas.

Importa referir que esta exposição já esteve patente nas cidades de Lisboa (Portugal), Maputo (Moçambique), Praia (Cabo Verde), seguindo, no próximo dia 25 de abril, para a cidade do Mindelo (Cabo Verde) e, posteriormente, para Luanda (Angola).

Entrada livre

07.04.2016 | por claudiar | cabo verde, Casa dos Estudantes do Império, exposição