Festival Imaterial | Património pensado e vivido

1 — 9 OUT 2022
Évora, Portugal

Em época de globalização, é comum pensar-se que o mundo cabe no ecrã de qualquer telemóvel. Mas a imensa riqueza das culturas e dos povos que se espalham pelo planeta, e as suas formas de expressão só são verdadeiramente partilhadas quando público e artistas se olham e estabelecem um diálogo real.

O Imaterial acredita que é nessa presença que a escuta se apura, que as barreiras se destroem, que as diferenças e as afinidades se tornam uma ponte capaz de ligar duas margens. Uma ponte entre lugares e visões da vida, mas também entre passado e presente, entre os legados recebidos de gerações anteriores e reinventados para o agora.

No Imaterial, o “outro” só existe enquanto espelho de cada um. Só existe na descoberta de que o muito que nos separa é, afinal, aquilo que mais nos aproxima.

Programa


Mais informações.

03.10.2022 | por Alícia Gaspar | artes, ciclos de cinema, cinema, conferências, cultura, évora, festival imaterial

Festival Escrita na Paisagem, julho e agosto, EVORA

Com o tema cosmopolíticas, a 9ª edição do Festival Escrita na Paisagem em parceria com o Mural Sonoro abrem um espaço ao entrosamento entre as culturas portuguesa e africana. Nove quartas-feiras, nove concertos de 4 de Julho a 29 de Agosto.
Uma partilha histórica do ser e do fazer, informada pelas ideias de identidade e de diferença resultantes de um longo processo de cruzamento e miscigenação, dá a forma a esta cultura comum que se manifesta no campo artístico e, sobretudo, no campo musical, como valor inquestionável da produção contemporânea. A música de raiz africana respira na produção de vários criadores musicais dos séculos XX e XXI em Portugal. Respira, tanto pela circulação dos protagonistas, como pela indústria discográfica e da difusão musical. Respira nas profundas influências que a relação histórica que une as duas culturas potencia (entre os limites do período colonial, a circulação que as independências geraram e as contaminações que o mundo global continuamente (re)faz). Está, como dizemos, no ar dos tempos, na massa do sangue. Entra no ouvido e faz mover os corpos e os continentes.
Com músicos e conjuntos de várias géneses, o palco do África Move é transnacional e apela à reflexão sobre a integração social através de práticas musicais em contexto migratório. Depois de Skolah Bedja (PT), Bilan (Cabo Verde), Francesco Valente (Itália), Múcio Sá (Brasil) e Dj Leo Leonel (Rio de Janeiro, Brasil), em Agosto o África Move recebe ainda os Cacique 97 e Selma Uamusse, os Irmãos Makossa (Itália e Angola), o Dj Tiago Mata Angelino (PT) e o percurssionista Marco Fernandes (PT).
É já na próxima quarta-feira, dia 1 de Agosto, que vamos poder ouvir o colectivo luso-moçambicano Cacique 97. O palco do África Move vai mudar-se para a Praça do Giraldo, em Évora, para receber o colectivo afro-beat, que dispensa já apresentações, e promete agitar a praça. Dia para ouvir também Selma Uamusse, voz de trabalhos que muitos conhecem, como Gospel Collective, Movimento, Wraygunn, e que irá abrir a noite a solo com um tributo feito a Nina Simone.
Africa Move, de 4 de Julho a 29 de Agosto, no Festival Escrita na Paisagem.
Em breve toda a programação do festival em
www.escritanapaisagem.net
http://muralsonoro.tumblr.com/

25.07.2012 | por candela | africa move, cacique 97, évora, festival escrita na paisagem, mural sonoro, selma uamusse

Escrita na Paisagem – Festival de Performance e Artes da Terra - 9ª edição | 1 de Julho a 31 de Agosto | Évora


O Festival Escrita na Paisagem chega à 9ªedição com o tema cosmopolíticas. Tema complexo e de extrema actualidade, permite situar a criação artística contemporânea entre o Alentejo e o mundo, entre a condição local e o apelo global.

As relações entre as culturas portuguesa e africana ganharam forma e centralidade inequívocas, atravessadas pela inquirição sobre as identidades e as diferenças, sobre os processos de cruzamento e miscigenação, sobre, enfim, uma história que se partilha e anda mal resolvida nos planos ideológico e político, mas cujos frutos no campo artístico, e sobretudo no campo musical, são inquestionáveis: a música de raiz africana respira nas várias gerações de criadores musicais dos séculos XX e XXI em Portugal, seja pela circulação de protagonistas, seja pela indústria discográfica e da difusão musical, seja pelas profundas influências que as relações históricas potenciaram (entre os limites do período colonial, a circulação que as independências geraram e as contaminações que o mundo global continuamente (re)faz).

A abrir um espaço à ‘transnacionalização’ o Escrita na Paisagem, em parceria com Mural Sonoro, um projecto de Soraia Simões, apresenta Africa Move, o programa de todas as quartas-feiras, dedicadas à música, no Largo de São Vicente, em Évora. Nove quartas-feiras e onze concertos a não perder!

A abrir o programa dia 4 de Julho, numa noite dedicada à multi-instrumentalidade, estão Skolah Bedja. Miguel Gomes, da Associação Gaita de Foles de Portugal, músico de gaita de foles e percussões,  e Sebastião Antunes, Mestre da Quadrilha e músico de guitarra, bouzouki, bandolim, bandoleta, percussão, flauta e tin whistle.

Dia 11 de Julho vamos ouvir Bilan. Filho de uma família de músicos cabo-verdianos reconhecidos, o contacto com a cidade e uma certa saudade das ilhas da Morabeza, passam para a sua estética e execução sonora/musical. Segundo Bilan, a sua música “reforça uma miscigenação de estilos e influências mostrando, dentro da música urbana, um outro lado de viagem e de diáspora, banhado pela língua crioula e os contornos da ’sabura’ “. 

Múcio Sá e Francesco Valente tocam no dia 18 de Julho. Nascido no Brasil (Bahia) Múcio é um músico/instrumentista, que manuseia instrumentos como Mandolim, Ukelele, banjo, baixo, guitarra portuguesa. Francesco Valente, de conjuntos como os Terrakota ou Orquestra Todos, é também um multi-instrumentista, embora frequentemente o ouçamos e vejamos mais ligado ao contrabaixo.

O Dj Leo Leonel, chega ao Largo de São Vicente no dia 25 de Julho. Nascido no Rio de Janeiro, é um apaixonado da música e trará a sua visão ao festival Escrita na Paisagem, num set preparado para o efeito, onde cruzará de forma natural a ‘lusofonia’ com a ‘cultura pop global’. Da ‘tradição à modernidade’, expressões dele.

No 1º dia de Agosto, o festival recebe Cacique 97, o colectivo luso-moçambicano que dispensa apresentações e já marcou presença em prestigiados festivais. Há na sua música uma influência evidente do universo das percussões tradicionais/típicas da região em que assenta a música que produzem. Como os ‘yoruba’, ou estilos locais, como o ‘highlife’ e ‘juju’. Há as mesmas influências que se juntaram ao ‘afro-beat’  de uma época, como o ‘reggae’, o ‘jazz’, a ‘soul’ e ‘funk’.  

Dia para ouvir ainda Selma Uamusse, a voz de Gospel Collective, Movimento, Wraygunn e solista nas suas interpretações em tributos, como o recentemente feito a Nina Simone que irá apresentar em Évora.

No dia 8 de Agosto vamos ouvir o grupo brasileiro em digressão por Portugal, Bemba Trio com um conjunto de músicas originais.

O duo Irmãos Makossa, o italiano e o angolano que encerraram o Festival Músicas do Mundo do ano passado, num ambiente contagiante, chegam no dia 15 de Agosto. A cruzar raízes como poucos, os Irmãos Makossa são uma espécie de ‘autodidactas da procura de raridades’.

A noite de 22 de Agosto é para ouvir o set do Dj Tiago Angelino, com sons que vão da ‘África Portuguesa’ (Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe) à ‘África Negra’ (como o Mali). 

Dia 29 de Agosto marca a última quarta-feira de Africa Move no festival Escrita na Paisagem, com o percussionista Marco Fernandes introduzido pelo músico e compositor Jaime Reis, na apresentação da obra percussion and tape commissioned by Frankfurt Ballet, dance entitled “Walking Music”, para dois percussionistas. Noite em que vamos poder voltar a ouvir mais o Dj Tiago Angelino, a encerrar com o imperativo: dançar!
Africa Move, de 4 de Julho a 29 de Agosto, no Festival Escrita na Paisagem.
Em breve toda a programação do festival em www.escritanapaisagem.net e http://muralsonoro.tumblr.com/.

18.06.2012 | por joanapereira | artes, évora, performance

Ciclos de São Vicente: 'Viandeiros' uma viagem pela diversidade cultural brasileira - Luiz Canoa

6 de Junho 22h | Igreja de São Vicente, Évora
Uma das características mais marcantes da vida moderna parece encontrar-se nas mobilidades. Circula-se pelo globo com a facilidade (e a rapidez) de um fósforo, entre as malhas da rede virtual e a sempre presente vivência da realidade. E deslocamo-nos, continuamente.Porque viajar é preciso, como dizia o poeta, em Junho exploramos esta condição global e moderna através do imaginário da viagem em todas
as suas dimensões. A viagem global, a viagem histórica ou a narrativa de viagem, o céu, o mar e a terra, sim. Mas também as migrações, os exílios e as fugas. A viagem talvez seja a forma mais actual de, entre a condição do homo viator e a errância globalizada, pensar os nosso destinos. Será, como quer Michel Onfray, que nos situamos sempre entre a imobilidade das raízes e os fluxos do nomadismo?
Assim, em mês de mobilidades, a programação dos Ciclos de São Vicente propõe uma viagem pela diversidade cultural brasileira.

Dança, música e teatralidade dão forma a Viandeiros, um espectáculo que potencia a capacidade expressiva do actor em palco. Luiz Canoa, criador e actor de Viandeiros, dá vida a oito personagens
que nos guiam numa verdadeira viagem sensorial pela diversidade cultural brasileira. Com base em pesquisas realizadas por várias regiões do Brasil e testemunhos de mestres e artistas de várias àreas da cultura brasileira, nascem José Borba, um político, pai de santo e palhaço de Pernambuco, Adelino, cantor de rua cego do Ceará, Zé Firmino, mestre de Folia de Reis em Minas Gerais ou Uiré, índio Xavante do Mato Grosso do Sul. É a partir de transformações vocais e corporais, que trazem sotaques e comportamentos diversos, que Canoa nos convida a viajar pela tradição e cultura popular, levantando ainda questões sobre liberdade, poder, contemporaneidade e religião. Premiado no único concurso de monólogos do Brasil, o Concurso Nacional de Monólogos de Festival de Teatro de Teresina, e vencedor
de prémios de melhor actor, direcção e sonoplastia no 7º Festival de Teatro de Campo Mourão, em 2007, Viandeiros é uma simbiose entre religião e ambiente lúdico, entre tradição e universalidade, um mergulho na região arquetípica da alma humana, mais precisamente um contacto com aquilo a que o autor chama de “Homem Mítico Brasileiro”.
Rua do Eborim nº 16, Porta 6
7004 - 504, Évora
Tlf.: 266 704 236, Tlm.: 919 306 951

Colecção B, associação cultural facebook

 

06.06.2012 | por martacacador | Brasil, évora, Luiz Canoa, teatro