PING! - Programa de Incursão à Galeria: Debates / Workshops / Percursos / Cinema / Visitas
Ping é um som, irregular ou compassado, que antecipa uma repetição ou então uma resposta e coloca quem o ouve à espera, à escuta. Não havendo retorno, será que o repetimos na expectativa de uma resposta? Na linguagem computorizada, o ping mede a velocidade em função do tempo que existe entre o envio e a receção de informação numa rede.
O Programa de Incursão à Galeria (ping!) desenvolve‑se tendo como base as ideias de tempo e continuidade, mantendo uma relação de proximidade com o público — escolar e não escolar — a partir de um ‘vai e vem’ discursivo e prático.
(Descarregar o pdf com o programa completo)
Acreditando numa mediação artística que conecta indivíduos numa rede de transmissão de ideias e de conhecimento, em que a arte contribui para um sistema mais aberto e livre, o ping! Realiza programas nos espaços expositivos da Galeria Municipal do Porto (GMP), no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett (BMAG) e nos Jardins do Palácio de Cristal, estendendo-se também à sala de aula ou a outros lugares de aprendizagem não convencionais.
Para o ano de 2021, o ping! Apresenta três eixos temáticos alicerçados na Botânica dos Jardins do Palácio (Gineceu & Estigma), na Primeira Exposição Colonial Portuguesa (Um Elefante no Palácio de Cristal) e, ainda, na envolvente urbana da GMP (Exodus).
O ping! propõe ainda duas iniciativas transversais, desenhadas especificamente para a comunidade escolar: as Visitas-Pavão e os Embaixadores ping!.
GINECEU & ESTIGMA
O programa Gineceu & Estigma, com epicentro nos Jardins do Palácio de Cristal, tem como objetivo dar a conhecer novas perspetivas sobre o universo da Botânica, recorrendo à criação artística e à investigação em questões de género, política e natureza.
Este programa engloba conferências, workshops e percursos interpretativos da botânica do jardim, concebidos por investigadores e artistas convidados, e articula‑se através de dois temas:
Em Ecopensamento, parte‑se de estudos ecocríticos para promover o debate sobre novas possibilidades de interdependência entre os domínios natural, social e político.
Em Especulações Botânicas, introduzem‑se questões que têm sido levantadas por artistas sobre a ciência que se dedica ao estudo das plantas, tais como a nomenclatura científica atribuída às espécies e o reconhecimento do saber empírico e popular do seu poder curativo.
ECOPENSAMENTO
29 ABRIL - Qui, 19h00 - Michael Marder - Auditório da BMAG
Que tipo de crianças somos nós? Um caso para o cultivo vegetal da humanidade
Conferência com Michael Marder.
Moderação: Mariana Pestana
Michael Marder
Professor de Filosofia na Universidad del País Vasco (Espanha) e da Fundação Ikerbasque, Michael Marder tem focado o seu trabalho de investigação nas áreas de filosofia ambiental e pensamento ecológico, teoria política e fenomenologia. É editor associado da revista Telos e autor de 16 monografias, tais como Dump Philosophy (2020), Political Categories (2019), Energy Dreams (2017), The Philosopher’s Plant: An Intellectual Herbarium (2014) e Plant-Thinking: A Philosophy of Vegetal Life (2013). Já lecionou na George Washington University, na Georgetown University (EUA), na University of Toronto e na University
of Saskatchewan (Canadá).
Mariana Pestana
Arquiteta e curadora, Mariana Pestana tem um especial interesse pelo papel da ficção numa época marcada pelo progresso tecnológico e pela crise ambiental. É cofundadora do coletivo The Decorators, com o qual desenvolve projetos de arquitetura e curadoria em colaboração com pessoas e comunidades locais. Recentemente, foi curadora da 5.ª Bienal de Design de Istambul e cocuradora das exposições The Future Starts Here (Victoria and Albert Museum, Reino Unido, 2018) e Eco Visionaries: Art and Architecture After the Anthropocene (MAAT, Portugal, 2018; Matadero, Espanha, 2019; e Royal Academy, Reino Unido, 2019).
10 JUNHO - Qui, 16–19h - Leitoras Peripatéticas - Jardins do Palácio
Percurso para os jardins com Círculo das Leitoras Peripatéticas
Círculo das Leitoras Peripatéticas
O coletivo Círculo das Leitoras Peripatéticas é composto por Sofia Gonçalves, Susana Gaudêncio e Susana Pomba. Em 2014, as artistas estiveram em residência no Moinho da Fonte Santa, numa área geográfica isolada no concelho de Alandroal, Alentejo, onde trabalharam a partir de materiais da Biblioteca Biberstein‑Gusmão para a escrita de um guião a ser lido durante uma caminhada à volta do Moinho. Desta residência, denominada Elogio ao tempo lento, resultou a primeira edição do coletivo, composta por três ‘libretos’ apresentados como roteiros de acesso à biblioteca e à sua paisagem contígua.
01 JULHO - Qui, 19h00 - Yayo Herrero - Auditório da BMAG
Pensar como uma árvore: Ética e Estética recompõem os laços quebrados com a terra
Conferência com Yayo Herrero.
Moderação: Marta Lança
Yayo Herrero
Antropóloga, engenheira técnica agrícola e ativista, Yayo Herrero é uma das mais reconhecidas vozes do ecofeminismo a nível europeu. É professora da Cátedra
UNESCO de Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável na Universidad Nacional de Educación a Distancia (Espanha) e é sócia-fundadora da Cooperativa Garúa. Entre 2005 e 2014, coordenou o grupo espanhol Ecologistas en Acción e, entre 2012 e 2018, foi diretora da Fundación FUHEM, que promove a justiça social, o aprofundamento da democracia e a sustentabilidade ambiental. É, ainda, coautora de diversos livros e artigos relacionados com o campo interdisciplinar da ecologia social.
Marta Lança
Formada em Literatura Portuguesa e doutoranda em Estudos Artísticos, Marta Lança tem investigado sobre questões pós‑coloniais, disputas de memória e produção de conhecimento em plataformas colaborativas. Já trabalhou nas áreas da cultura e da educação em Cabo Verde, Angola, Moçambique e Brasil. Criou e edita, desde 2010, o portal BUALA. Recentemente organizou os encontros Sou esparça e a liquidez maciça: gestos de liberdade (MAAT, Portugal, 2020) e Terra Batida: uma rede de arte e ciência sobre conflitos socioambientais (Festival Alkantara, Portugal, 2020), com Rita Natálio.
ESPECULAÇÕES BOTÂNICAS
02 & 03 JULHO / 15 & 16 OUTUBRO
Sex, 18–20h / Sáb, 10–16h - Workshop com Uriel Orlow - Jardins do Palácio e Palco do Auditório da BMAG
Assembleia das Plantas
Este workshop resulta de uma residência de investigação que o artista realizou nos Jardins do Palácio de Cristal, para dar lugar a uma interpretação sobre as implicações políticas, curativas e históricas da relação entre humanos e plantas. Será constituído por dois momentos ligados entre si, em julho e outubro, e implica o desenvolvimento de um projeto individual nesse intervalo temporal.
Uriel Orlow
A prática do investigador e artista multidisciplinar Uriel Orlow integra filme, fotografia, desenho e som, e tem incidido em temas como os resíduos do colonialismo, as manifestações espaciais da memória, e o mundo botânico enquanto palco político. A sua obra já foi exposta em diversas instituições reconhecidas internacionalmente, como Tate Modern (Reino Unido), Palais de Tokyo (França), Kunsthaus Zürich e Centre d’Art Contemporain Genève (Suíça). Já publicou três monografias — Conversing with Leaves (2020), Soil Affinities (2019) e Theatrum Botanicum (2018) — e, atualmente, leciona na Universidade de Westminster, no Royal College of Art (Reino Unido) e na Zurich University of the Arts (Suíça).
10 JULHO - Sáb, 16–19h - Carla Filipe - Jardins do Palácio
Percurso para os jardins com Carla Filipe
Carla Filipe
Licenciada em Artes Plásticas e mestre em Práticas Artísticas Contemporâneas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Carla Filipe começou a expor no início dos anos 2000. Cofundou o Salão Olímpico e o Projecto Apêndice e, em 2009, recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Através de um olhar atento e de um marcado envolvimento com o seu entorno, a artista busca os elementos basilares que conferem sentido à vida de uma comunidade específica, construindo a sua obra a partir da relação permeável entre objetos de arte, cultura popular e ativismo. Recentemente, integrou Incerteza Viva (32.ª Bienal de São Paulo, Brasil, 2016), foi cocuradora de O ontem morreu hoje, o hoje morre amanhã (Galeria Municipal do Porto, Portugal, 2018) e expôs a solo em Amanhã não há arte (MAAT, Portugal, 2019).
30 OUTUBRO - Sáb, 16–19h - Von Calhau! - Jardins do Palácio
Percurso para os jardins com Von Calhau!
Von Calhau!
Criado em 2006 por Marta Ângela e João Alves, o coletivo Von Calhau! tem vindo a desenvolver um corpo de trabalho nas áreas da música e das artes visuais, com múltiplas ramificações e cruzamentos que se vão manifestando nos seus concertos e performances, na edição de discos, na realização de filmes e vídeos, numa profusa produção de desenhos e obra gráfica e nas suas publicações. A dupla cofundou o estúdio de artes gráficas Oficina Arara e já participou em exposições e residências em locais como o Atelier MTK (França), a Galeria ZDB e o Museu de Serralves (Portugal) e mais recentemente a Residency Unlimited (EUA).
*Para participar nas conferências realizadas no Auditório da BMAG, deve levantar o bilhete gratuito (máximo 2 por pessoa) até 10 minutos antes do início do evento. Pode reservar o seu lugar antecipadamente através do e-mail galeriamunicipal@agoraporto.pt.
*Para participar nos percursos e workshops, deve inscrever-se previamente. A seleção dos participantes será feita por ordem de inscrição, através do e-mail galeriamunicipal@agoraporto.pt.
UM ELEFANTE NO PALÁCIO DE CRISTAL
O programa Um Elefante no Palácio de Cristal parte de um convite da Galeria Municipal do Porto a três curadores e um coletivo artístico para o desenvolvimento de um programa público sobre a Primeira Exposição Colonial Portuguesa, que se realizou em 1934 nos Jardins do Palácio de Cristal — e que teve como mascote o elefante, à época materializado tanto em souvenirs de porcelana como numa majestosa escultura no cimo do Palácio.
Desenterrando visões e rastos históricos, este eixo programático propõe revisitar o acontecimento e expor as suas implicações na contemporaneidade através de três subtemas:
Em Ética do Olhar e da Representação, convocam-se questões de literacia visual, com um foco na problemática de ‘quem olha quem’, ‘de onde olha’ e ‘como olha’, partindo dos registos visuais existentes da Primeira Exposição Colonial Portuguesa para uma reflexão crítica orientada através de olhares contemporâneos.
Em Colonialismo, Capitalismo e Religião, evoca-se a relação entre o poder político, económico e ideológico, explorando temas como as relações materiais e de produção, a política colonial extrativa, a Escravatura, o trabalho forçado e o estatuto do indigenato.
Em Encenação do Império Colonial, realiza-se uma análise histórico-política desta e de outras exposições coloniais e das suas reminiscências na memória e no espaço urbano atuais.
Dentro de cada subtema é proposto um programa de sessões para o público geral e para as escolas, que inclui debates, exibição de filmes, workshops e percursos orientados por investigadores e artistas.
Curadoria - Alexandra Balona
Alexandra Balona é investigadora e curadora independente. É doutoranda na European Graduate School & Lisbon Consortium e investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa. É membro da associação Rampa e cofundadora de PROSPECTIONS for Art, Education and Knowledge Production. Foi cocuradora de Metabolic Rifts (2017–2018), coeditora de Metabolic Rifts: Reader (2019) e de An Untimely Book (2018). Integra o conselho editorial da revista Sinais de Cena, é crítica de dança no jornal Público e publica em revistas como Contemporânea e Art Press.
Melissa Rodrigues
Performer e arte‑educadora, Melissa Rodrigues é licenciada em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo‑se especializado em Performance pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Integrou, ainda, a Formação Intensiva Acompanhada em Artes Performativas pelo c.e.m. — centro em movimento, em Lisboa. Como investigadora nas áreas da Performance e Cultura Visual, tem desenvolvido pesquisa em Imagem e Representação do Corpo Negro, em colaboração com artistas visuais, cientistas sociais e performers. Integra o InterStruct Collective, a associação Rampa e o Núcleo Anti‑Racista do Porto.
Nuno Coelho
Designer, curador, professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e investigador do CEIS20 — Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra. Doutorado em Arte Contemporânea, Nuno Coelho debruça‑se, no seu trabalho, sobre conceitos como identidade e memória, explorando arquivos e a política de produção de imagens por instituições e marcas comerciais históricas portuguesas. É membro da associação Rampa. É coautor do livro Uma terra sem gente para gente sem terra (2009), autor de Uma história de Confiança (2017) e editor do 5.º Caderno — Ensaio sobre os arquivos do Rivoli (2017).
Com a participação de InterStruct Collective
Pela pertinência e relevância do trabalho desenvolvido em torno da Primeira Exposição Colonial Portuguesa do legado colonial no espaço público, o InterStruct Collective foi convidado a realizar o projeto ATLAS, que atravessa e une os diferentes momentos deste programa. Criado em 2018, o coletivo visa fomentar o diálogo em torno do interculturalismo, proporcionando uma plataforma discursiva onde pessoas de diferentes origens culturais podem colaborar, propor intervenções e encenar projetos artísticos de importância social. O InterStruct Collective é composto por Claire Sivier, Desirée Desmarattes, Isabel Stein, Melissa Rodrigues, Miguel F., Sebastian Ioan e Vijay Patel.
ÉTICA DO OLHAR E DA REPRESENTAÇÃO
13 MAIO - Qui, 19h - Bambi Ceuppens - Auditório da BMAG
Conferência com Bambi Ceuppens
Moderação: Alexandra Balona
Bambi Ceuppens apresentará uma análise sobre as Exposições Coloniais do Porto,
em 1934, e de Bruxelas, em 1958, incidindo sobre a problemática dos zoos humanos e sobre as implicações éticas destes eventos na contemporaneidade.
Bambi Ceuppens
Investigadora, linguista e historiadora doutorada em Antropologia Social, Bambi Ceuppens é, desde 2007, investigadora sénior e curadora do Royal Museum for Central Africa (agora Africa Museum, Tervuren, Bélgica), onde estuda a história colonial do Congo Belga e a cultura popular congolesa. Desempenhou um papel crucial na intensa renovação desta instituição que, no final de 2018, reabriu portas com um novo enfoque na África contemporânea, adotando uma retrospetiva crítica do passado colonial. Recentemente, foi cocuradora das exposições Congo Art Works: Popular Painting (BOZAR, Bélgica, 2016– 2017; Garage Museum of Contemporary Art, Rússia, 2017) e Congo Stars (Kunsthaus Graz, Áustria, 2018; Kunsthalle Tübingen, Alemanha, 2019). Leciona Antropologia das Artes na KASK School of Arts e na LUCA School of Arts (Bélgica).
14 MAIO - Sex, 19h - Ana Cristina Pereira - Auditório da BMAG
Análise de filmes por Ana Cristina Pereira
Nesta sessão serão exibidos e comentados excertos de filmes documentais sobre a Primeira Exposição Colonial Portuguesa, seguindo-se um debate aberto ao público sobre questões de literacia visual e de ética da representação.
Ana Cristina Pereira
Atriz e encenadora desde 1996 e docente no ensino secundário e superior desde 2001, Ana Cristina Pereira (também conhecida como Kitty Furtado) é doutorada em Estudos Culturais pela Universidade do Minho, com a tese Alteridade e identidade na ficção cinematográfica em Portugal e em Moçambique. Tem como principais interesses de investigação temas como racismo, identidade social, representações sociais e memória cultural no cinema, numa perspetiva pós‑colonial e interseccional, sobre os quais tem publicado vários artigos científicos. É investigadora do projeto (THE)OTHERING e membro do Núcleo Anti‑Racista do Porto.
15 MAIO - Sáb, 10–13h - InterStruct Collective - Jardins do Palácio e Auditório da BMAG
ATLAS I
Workshop e percurso para os jardins com InterStruct Collective
Neste workshop será desenhada uma cartografia relacional entre imagens, palavras e conceitos referentes à Primeira Exposição Colonial Portuguesa e ao seu legado.
*A participação em qualquer um dos três workshops Atlas é independente da participação nos restantes.
COLONIALISMO, CAPITALISMO E RELIGIÃO
27 MAIO - Qui, 19h - Cristina Roldão - Auditório da BMAG
Conferência com Cristina Roldão
Moderação: Melissa Rodrigues
Partindo da sua investigação em educação e programas pedagógicos em Portugal,
Cristina Roldão irá propor uma reflexão sobre formas de perpetuação de colonialidade no âmbito social, económico e político, através da análise de conceitos como lusotropicalismo, legado colonial, privilégio branco, entre outros.
Cristina Roldão
Socióloga, professora convidada da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, investigadora no CIES-IUL — Centro de Investigação e Estudos de Sociologia e membro da coordenação da secção temática Classes, Desigualdades e Políticas Públicas da Associação Portuguesa de Sociologia. As desigualdades sociais perante a escola são o seu principal domínio de pesquisa, com particular enfoque nos processos de exclusão e racismo institucional que tocam os afrodescendentes na sociedade portuguesa, questões que aborda na sua tese de doutoramento e em pesquisas recentes de que fez parte, como Caminhos escolares de jovens africanos (PALOP) que acedem ao ensino superior (2015).
28 MAIO - Sex, 19h - Ariel de Bigault - Auditório da BMAG
Sessão de cinema:
Fantasmas do Império, de Ariel de Bigault
Sex, 19h2020, Portugal/França, 112’
Ariel de Bigault
O trabalho de Ariel de Bigault, autora e realizadora francesa, tem estado ligado às rotas da lusofonia. O seu percurso cinematográfico começou em Lisboa, com a realização de documentários, e o encontro com o Brasil deu‑se pela investigação sobre a imagem do negro, especialmente no cinema. Realizou a série documental Éclats Noirs du Samba (1987), com Gilberto Gil, Grande Othelo, Martinho da Vila, entre outros, e Margem Atlântica (2006), que apresenta autores, atores e músicos de origens africanas em conquista de espaço e público. Estreia agora em sala o filme Fantasmas do Império (2020). Paralelamente, realizou trabalhos de pesquisa e divulgação da música africana contemporânea, sobretudo lusófona.
29 MAIO - Sáb, 10–13h - InterStruct Collective - Jardins do Palácio e Auditório da BMAG
ATLAS II
Workshop e percurso para os jardins com InterStruct Collective
*A participação em qualquer um dos três workshops Atlas é independente da participação nos restantes.
ENCENAÇÃO DO IMPÉRIO COLONIAL
17 JUNHO - Qui, 19h - Bruno Sena Martins e Patrícia Ferraz de Matos - Auditório da BMAG
Debate com Bruno Sena Martins e Patrícia Ferraz de Matos
Moderação: Nuno Coelho
Neste debate será proposta uma análise crítica, histórica e política da Primeira Exposição Colonial Portuguesa, inserindo-a no contexto nacional e internacional, e discutindo os seus vestígios na memória coletiva e no espaço urbano atual.
Bruno Sena Martins
Licenciado em Antropologia e doutorado em Sociologia, Bruno Sena Martins é investigador do CES — Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, onde cocoordena o programa de doutoramento Human Rights in Contemporary Societies e leciona no programa de doutoramento Pós-Colonialismo e Cidadania Global. Foi vice-presidente do conselho científico do CES, entre 2017 e 2019, e cocoordenador do núcleo Democracia, Cidadania e Direito da mesma instituição, entre 2013 e 2016. Tem pesquisado e publicado sobre temas como corpo, deficiência, direitos humanos, racismo e colonialismo, e é coautor de diversos livros, entre os quais Não Posso Ser Quem Somos? (2020) e Quem Precisa dos Direitos Humanos? (2019).
Patrícia Ferraz de Matos
Antropóloga e investigadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Desde 2019, é editora associada do Anthropological Journal of European Cultures e membro da rede History of Anthropology Network. Doutorada em Antropologia Social e Cultural, tem centrado os seus estudos na história da antropologia portuguesa e no colonialismo português. Em 2005, recebeu o Prémio de História Contemporânea Victor de Sá, atribuído pela Universidade do Minho pela investigação As Côres do Império — Representações Raciais no Império Colonial Português. É, ainda, autora de A vida e a obra do Professor Mendes Correia (1888–1960): articulações entre antropologia, nacionalismo e colonialismo em Portugal (2011).
18 JUNHO - Sex, 19h - Joana Pontes - Auditório da BMAG
Sessão de cinema:
Visões do Império, de Joana Pontes
2020, Portugal, 93’
Joana Pontes
Doutorada em História, na especialidade de Impérios, Colonialismo e Pós‑Colonialismo, Joana Pontes estudou também Psicologia, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, e Cinema, na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. De 2004 a 2008, foi assessora da Direção de Programas da RTP para a área do documentário. Atualmente, dedica‑se à escrita e realização de documentários, lecionando nessa área na Escola Superior de Comunicação Social. Recebeu o Grande Prémio da Lusofonia atribuído ao documentário O Escritor Prodigioso (2005). É coautora do livro A Hora da Liberdade (2012).
18 JUNHO - Sex, 14–18h - Bárbara Neves Alves - Palco do Auditório da BMAG
Workshop com Bárbara Neves Alves
Neste workshop centrado no Monumento ao Esforço Colonizador Português serão exploradas práticas de investigação, experimentação e crítica que estimulem a reinscrição do monumento no debate público e no espaço da cidade, partindo da sua história e materialidade.
Bárbara Neves Alves
Designer e investigadora, Bárbara Neves Alves doutorou‑se em Design na Goldsmiths, University of London com uma investigação em torno do conceito de miscommunication, que desafia a noção de ‘boa comunicação’ enquanto objetivo do design. Ultimamente, em Amsterdão, tem centrado o seu trabalho e investigação em temas como ecologias de comunicação, políticas de comunicação, ruído, métodos participativos, design socialmente responsável e práticas de descolonização. A par das suas investigações, Bárbara Neves Alves colaborou com o coletivo Cascoland e tem lecionado enquanto professora convidada em diversas instituições de ensino superior na Holanda.
19 JUNHO - Sáb, 10–13h - InterStruct Collective - Jardins do Palácio e Auditório da BMAG
ATLAS III
Workshop e percurso para os jardins com InterStruct Collective
*A participação em qualquer um dos três workshops Atlas é independente da participação nos restantes.
22 OUTUBRO - Apresentação/Lançamento - Hora e local a definir
Apresentação do projeto ATLAS, com InterStruct Collective.
Lançamento da publicação Um Elefante no Palácio de Cristal
*Para participar nas atividades realizadas no Auditório da BMAG, deve levantar o bilhete gratuito (máximo 2 por pessoa) até 10 minutos antes do início do evento. Pode reservar o seu lugar antecipadamente através do e-mail galeriamunicipal@agoraporto.pt. Para participar nos workshops, deve inscrever-se previamente. A seleção dos participantes será feita por ordem de inscrição, através do e-mail galeriamunicipal@agoraporto.pt
NAS ESCOLAS - (3º ciclo)
14 MAIO - Sex, 10–12h - Sofia Yala Rodrigues
Workshop com Sofia Yala Rodrigues
Neste workshop será proposto um exercício prático e poético de observação, análise e ressignificação de imagens de arquivo, para uma reflexão crítica sobre ética e representação do corpo negro, desde a imagética colonial e pós-colonial à cultura visual contemporânea.
Sofia Yala Rodrigues
Artista plástica licenciada em Estudos Africanos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Sofia Yala Rodrigues frequenta atualmente o mestrado em Antropologia e Culturas Visuais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem um especial interesse por histórias pessoais, fragmentos coloniais e diáspora. Recentemente, participou nas residências À Margem do Cinema Português: Residência Artística Afroeuropeans (CEIS20 — Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra, Portugal, 2019) e Catchupa Factory Artist Residency 2018 (Associação Olho‑de‑gente, Cabo Verde, 2018). Vive entre Lisboa e Brighton.
NAS ESCOLAS (ensino secundário e superior)
14 MAIO - Sex- 14-16h - Gisela Casimiro
Workshop com Gisela Casimiro
A partir da sua prática enquanto escritora e artista, Gisela Casimiro irá perscrutar, questionar e desvelar as interligações entre colonialismo, imagem e representação.
Gisela Casimiro
Escritora, artista e ativista, Gisela Casimiro dirige o departamento de Cultura do INMUNE - Instituto da Mulher Negra em Portugal. Publicou o seu primeiro livro de poemas intitulado Erosão (2018), fez parte de antologias como Rio das Pérolas (2020) e Venceremos! Discursos escolhidos de Thomas Sankara (2020) e participa em As Penélopes (2021). Nos últimos anos assinou crónicas regulares no Hoje Macau, Buala e Contemporânea. Apresentou ainda exposições em espaços como O Armário, a galeria Zé dos Bois, a galeria Balcony e o Museu Nacional de Etnologia.
NAS ESCOLAS - (2º e 3º ciclo)
28 MAIO - Sex, 10–12h - Dori Nigro
Workshop com Dori Nigro
Neste workshop, Dori Nigro propõe criar um espaço intimista de reflexão e ação-reparação em torno da história colonial, do passado e do presente, convocando memórias e narrativas tanto de desumanização como de resistência.
Dori Nigro
Performer e arte‑educador, Dori Nigro reside atualmente no Porto. Doutorando em Arte Contemporânea, pela Universidade de Coimbra, e mestre em Práticas Artísticas Contemporâneas, pela Faculdade de Belas Artes do Porto, tem ainda uma especialização em Arte Educação pela Universidade Católica de Pernambuco e o bacharel em Comunicação Social/Fotografia, pela Associação de Ensino Superior de Olinda. É membro criador do coletivo de artistas C3 (Portugal/Sérvia/Espanha, 2015), membro do Núcleo Anti‑Racista do Porto e cocriador do coletivo de criação artística Tuia de Artifícios (Brasil/Portugal, 2007), que atua convidando a comunidade a partilhar experiências artísticas através de exercícios de criação em performance e intervenções em espaços íntimos ou públicos.
NAS ESCOLAS - (ensino secundário e superior)
28 MAIO - Sex, 14–16h - Inês Borges
Workshop com Inês Borges
Partindo da análise de materiais gráficos desenvolvidos no âmbito da Primeira Exposição Colonial Portuguesa, este workshop discutirá o problema da falta de representação de pessoas negras no design gráfico, com o fim de criar narrativas e histórias diversificadas da negritude.
Inês Borges
Designer gráfica e de comunicação, Inês Borges tem focado o seu trabalho nas áreas da tipografia, branding e projetos editoriais. Licenciou‑se em Design de Comunicação pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e, em 2019, concluiu o mestrado em Design Gráfico pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha do Instituto Politécnico de Leiria, com uma dissertação intitulada Design gráfico como forma de descolonização — Um estudo e reflexão sobre discursos visuais de discriminação e formas de combatê-los.
*Os workshops têm a lotação de uma turma. A seleção será feita por ordem de inscrição, através do e-mail galeriamunicipal@agoraporto.pt.
Ficha técnica
ping!
Comissariado por
Guilherme Blanc, Juan Luis Toboso, Matilde Seabra
Coordenação geral
Matilde Seabra
Assistência à programação
Isabeli Santiago e Rebecca Moradalizadeh
Mediação e visitas guiadas
Isabeli Santiago, Matilde Seabra, Rebecca Moradalizadeh
Produção
Patrícia Vaz
Edição e revisão da brochura
Lídia Queiroz e Beatriz Pinto
Design
Inês Biachi
Galeria Municipal do Porto
Presidente
Rui Moreira
Curador Sénior
Juan Luis Toboso
Diretora Executiva
Sílvia Fernandes
Projeto Educativo
Matilde Seabra (Coord.)
Rebecca Moradalizadeh
Assistente de Curadoria
Isabeli Santiago
Coordenadora de Produção
Patrícia Vaz
Coordenador Técnico
Paulo Coelho
Comunicação
Tiago Dias dos Santos (Coord.)
Hernâni Baptista
Galeria Municipal do Porto Rua D. Manuel II
Jardins do Palácio de Cristal
Entrada gratuita Terça–Domingo 10h–18h
Encerrada às segundas‑feiras +351 226 081 063
www.galeriamunicipaldoporto.pt
galeriamunicipal@agoraporto.pt
facebook e instagram: /galeriamunicipaldoporto