Atlas da Solidão

Atlas da Solidão Para que serve a solidão? Porque se torna ameaçadora? Como podemos usufruir da nossa solidão num mundo que se tornou mais veloz do que nunca? Atlas da Solidão aborda um tema crucial para o entendimento da contemporaneidade e convoca uma reflexão sobre múltiplas dimensões da solidão, positivas e negativas, num programa interdisciplinar que procura abordar o tema dos pontos de vista teórico, simbólico e prático. O programa — que inclui conversas, um concerto, uma oficina para adolescentes, um curso online, performances, dança e uma exposição — concentra-se na Appleton Associação Cultural, em Lisboa, até dia 29 de abril, que se torna numa plataforma de encontro entre o público e os intervenientes do projeto.

Vou lá visitar

04.04.2023 | por Marta Rema

Le Frére

Le Frére Não o surpreende, habituou-se a tal rejeição nas primeiras horas parisienses. Cede. A carne mais barata do mercado deve ceder. Quando chegou à Cidade-Luz o homem flébil apagou-se. Agradeceu ao pseudo-frére, e sem ser ouvido encolheu-se ainda mais. Entrara naquele restaurante para se alimentar, saíra ainda mais esfomeado. Tu testemunhas toda a humilhação, que não pára por aqui, anotas, o homem flébil não consegue sair dali. Enquanto a porta e o seu estômago rodopiam, a gente mais ágil, mais competente, com mais firmeza, confiança e poder de decisão (e todas essas características que nos permitem vencer neste mundo do excel) continua a entrar. Estás no canto da sala e observas como a miséria do outro é apenas um formalismo incómodo, deve ser ignorado durante as conversas, no fundo é uma chatice, para os que entram, se sentam à mesa e se alimentam.

A ler

04.01.2023 | por Francisco Mouta Rúbio

Notas de rodapé sobre o estado de excepção

Notas de rodapé sobre o estado de excepção O nosso contacto com a informação geopolítica aumentou, mas é cada vez menos íntimo e, o vocabulário, convocado para definir toda estas exterioridades, começa a desgastar-se. Os corpos que recebem este mar de notícias da frente tornaram-se inorganizáveis. Os olhares repousam sobre os ecrãs. Recordações-ecrãs, imagens-ecrãs: a realidade fragmentada dá origem a novas necessidades de diversão. As nossas percepções apenas se alinham esporadicamente: este é o efeito mais devastador e inédito desta guerra.

A ler

23.01.2017 | por Claire Fontaine