“É Noite na América”, nova exposição de Ana Vaz

4 julho a 7 outubro 2022   

Curadoria de Daniel Ribas

Entrada Livre · de terça a sexta · 14H00 – 19H00

Sala de Exposições da Escola das Artes da Católica

Rua de Diogo Botelho, 1327, 4169-005 Porto

“É Noite na América” é o nome da mais recente exposição da artista brasileira Ana Vaz, com curadoria de Daniel Ribas, que estará patente na Sala de Exposições da Escola das Artes da Universidade Católica no Porto. A inauguração da exposição está agendada para o dia 4 de julho, às 19h30, e integra o Programa Público da Porto Summer School on Art & Cinema 2022. “É Noite na América” é uma comissão e produção da Fondazione in Between Art Film e coproduzida pela Pivô Arte e Pesquisa e Spectre Productions. A exposição teve estreia mundial no prestigiado Jeu de Paume, em Paris, tendo seguido depois para Veneza. Chega, agora, ao Porto.

“Nesta exposição, a partir de materiais filmados em Brasília, Ana Vaz adensa a sua pesquisa sobre o confronto entre a utopia modernista da cidade com os animais, ditos ‘selvagens’, numa espécie de filme de terror experimental, questionando as nossas preconceções sobre cidade, natureza, humano ou ecologia”, refere Daniel Ribas, coordenador do mestrado em Cinema e curador da exposição da Escola das Artes da Universidade Católica no Porto.

Ana Vaz é uma das mais relevantes artistas e cineastas contemporâneas, tendo os seus filmes e exposições circulado por diversos museus, festivais e cinematecas. O seu trabalho é marcado por um constante desafio experimental sobre as formas poéticas do cinema contemporâneo, ressaltando as profundas contradições do nosso tempo, sobretudo com as práticas destruidoras das instituições.

“Azul meio-dia. Sol de verão. Um corpo morto no meio da calçada. Nenhum ruído a não ser o zunido dos carros. Os passos desaceleram enquanto me aproximo do corpo: pelos ásperos, compridos, rajados de preto e rosa, patas em arco, unhas compridas como se congelado em pleno movimento, focinho longo de quem a terra quer comer. O corpo do filhote desgarrado de uma mãe em luto, atropelou-me. Na estrada da cidade-avião, Necrópole transformada em oásis pelos arquitetos, milhares de vidas acurraladas buscam refúgio nos seus jardins. Como velar por este morto? O filhote de tamanduá a quem não encontro nome a não ser Fuga, atropelado pela ferocidade dos carros, envenenado pelas peçonhentas plantações, morto pela expansiva cidade que acurrala qualquer vida que não se adapte a ela. 55 milhões de anos, neste instante. Azul meia-noite. Os bichos retornam à cidade. Fazem ninhos nos parques de estacionamento. Celebram o lixo de seus habitantes num festim noturno que foge à tirania do sol, dos monumentos, das estradas, dos palanques. Feitiço animalesco contra o império da morte na calada da noite americana: tempo que faz do dia noite. Também tempo do bicho-cinema que tenta acompanhar Fuga através de sua própria pele de flme vencido, em vias de extinção. Analógica pele escamando o fm de um século marcado pela sua maior característica: o lixo. Analógico lixo resgatado como testemunha desta fauna em fuga da extinção” – É assim que a artista Ana Vaz retrata através de uma visão muito própria as criaturas da noite do jardim, ao mesmo tempo que faz o paralelismo com a vida na cidade e as suas inquietudes.

“É Noite na América” é uma exposição em formato de instalação fílmica gravada no jardim zoológico de Brasília, habitat de centenas de espécies resgatadas na cidade. Tamanduás, lobos-guará, corujas, cachorros-do-mato, capivaras, carcarás se encontram com biólogos, veterinárias, cuidadores e a polícia ambiental, que através de uma trama soturna onde os desafios da preservação da vida tecem uma trama de perspetivas cruzadas. Nesta iteração, a exposição expande-se de forma poética, assim como de arquivo, contos e conversas num diorama ilusionista onde é possível observar e sermos observados. No final de contas, quem são os verdadeiros cativos? As criaturas, ou nós? Uma exposição a não perder, patente na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto até 7 de outubro. A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

Sobre a artista:

Ana Vaz nasceu no planalto central brasileiro habitada pelos fantasmas enterrados pela capital federal modernista Brasília. Cerratense de origem e andarilha por escolha, Ana viveu nas terras áridas do Brasil central e do sul da Austrália, nos pântanos do norte Francês e nas margens orientais do Atlântico Norte em Portugal. Atualmente, traça a sua caminhada entre Paris e Brasília. Nos seus trabalhos questiona o cinema enquanto arte do (in)visível e como instrumento capaz de desumanizar o humano, expandindo as suas conexões e devires com outras formas de vida — tanto humanas, como espectrais.

Consequências ou expansões da sua cinematografia, as suas atividades incorporam-se também na escrita, na pedagogia crítica, em instalações ou caminhadas coletivas.

Os seus filmes foram apresentados em festivais de cinema, seminários e instituições tais como a Tate Modern, Palais de Tokyo, Jeu de Paume, Berlinale Forum Expanded, New York Film Festival, TIFF Wavelengths, Cinéma du Réel, Courtisane, entre outros. Destacam-se algumas das suas exposições recentes: “Penumbra” exposição coletiva no Complesso dell’Ospedaletto (Veneza), “É Noite na América” exposição individual no Jeu de Paume (Paris), “Os filmes de Ana Vaz” exposição individual no Dazibao (Montréal), 36º Panorama de Arte Brasileira “Sertão” exposição coletiva no MAM (São Paulo), “Meta-Arquivo 1964-1985: Espaço de Escuta e Leitura de Histórias da Ditadura” exposição coletiva no Sesc-Belenzinho (São Paulo) e “Profundidad de Campo” exposição individual no Matadero (Madrid). Em 2015, recebeu o Kazuko Trust Award concedido pela Film Society of Lincoln Center em reconhecimento da excelência artística e da inovação do seu trabalho em imagem em movimento. Em 2019, recebeu o apoio do Sundance Documentary Film Fund para completar o seu primeiro longa-metragem.

Ana Vaz é também integrante e fundadora do coletivo COYOTE, juntamente com Tristan Bera, Nuno da Luz, Elida Hoëg e Clémence Seurat, um grupo interdisciplinar que trabalha nos campos da ecologia e ciência política através de formas experimentais (conversas, derivas, publicações, eventos e performances).

22.06.2022 | por Alícia Gaspar | ana vaz, arte, cultura, daniel ribas, é noite na américa, Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, porto

Open Call - Festival Internacional de Dança Contemporânea de Lisboa

O CUMPLICIDADES – Festival Internacional de Dança Contemporânea de Lisboa, convida à apresentação de projetos internacionais, para artistas estrangeiros residentes em Portugal, para integrar a programação da próxima edição, que terá lugar em Maio de 2023 em Lisboa.

A presente convocatória pretende recolher propostas de criadores estrangeiros residentes no país para a apresentação de espetáculos a realizar em espaços de cena convencionais ou não-convencionais, espaços expositivos ou em contexto de rua. 

Tratando-se de um festival de Dança, espera-se que as propostas apresentadas tenham em consideração esta especificidade, seja enquanto meio de reflexão crítica e teórica, seja enquanto forma de produção e prática artística.

Com uma curadoria distinta a cada edição, o festival destaca-se pelo fato de ver sempre renovada a sua linha programática, potenciando diferentes visões e abordagens no domínio da dança contemporânea. O tema estabelecido por Luiz Antunes, curador da programação nacional do  Cumplicidades em 2023, é Cara a Cara, Somos todos Sapiens, com uma interpelação implícita à reflexão sobre os aspectos conturbados dos tempos em  que vivemos. A sua programação contempla os limites e as fronteiras, nos planos da cultura e do território, assim como na experiência dos corpos e da interioridade. Esta open call vem lançar o desafio de abordar e expandir estas questões, a partir do ponto de vista de artistas internacionais que residem atualmente em território português.

A seleção dos projetos será feita pela equipa da EIRA, com vista a integrar a programação internacional – esta deverá ser articulada com a linha programática definida por Luiz Antunes, de forma a criar uma coesão temática de programação. 

  • Privilegiam-se os projetos que não tenham sido apresentados em Lisboa;
  • Cada proponente deverá enviar apenas um projeto;
  • A candidatura pode ser feita em termos individuais ou por coletivos artísticos (formais ou informais);
  • São aceitas candidaturas em Português, Espanhol e Inglês;
  • O festival cobre todos os custos inerentes à apresentação: cachet, gastos relativos a técnica, alojamento (quando não sediados em Lisboa), alimentação e transporte;

A contratação irá cumprir as regras do Estatuto do Trabalhador da Cultura.

Calendarização prevista:
Prazo de envio de propostas: 15 de Junho de 2022
Respostas por email: 1 de Julho de 2022
Período de apresentação: Maio 2023 (datas precisas a definir futuramente)

Como candidatar-se:
Enviar para o email producao@festivalcumplicidades.pt (peso máximo de 10 megas), com assunto “Convocatória_Nome do Artista” , a seguinte informação (arquivo em PDF):

* Dados de contacto (Nome, email, telemóvel)
* Sinopse do projeto
* Breve biografia dos elementos que compõem a equipa artística
* Rider técnico
* Condições financeiras
* Link para vídeo integral
* Imagens / Fotografias

Em caso de dúvidas ou questões, enviar por favor email para producao@festivalcumplicidades.pt

07.06.2022 | por Alícia Gaspar | arte, cultura, dança, dança contemporanea, festival cumplicidades, open call

[RE]CANTOS: Pontes para o Encontro

Candidaturas abertas nas artes performativas até 15 de junho

Residência Artística inclui Caminhada com cantos por ruas de Lisboa


Residência Artística Internacional [RE]CANTOS: Pontes para o Encontro, idealizada pelo L.A.P. - Laboratório de Artes Performativas em conjunto com Graziele Sena, recebe candidaturas até 15 de junho, com sessões de trabalho em Lisboa.

A residência internacional inédita em Portugal decorre entre 01 e 13 de agosto de 2022, com Caminhada por ruas do centro de Lisboa em 10 de agosto. Os artistas Gustavo Antunes, Julia Medina e Miriam Freitas fundadores do L.A.P.- Laboratório de Artes Performativas convidam a artista brasileira Graziele Sena, ex-integrante do Open Program of Workcenter of Jerzy Grotowski and Thomas Richards, e mais 11 artistas a serem selecionados por convocatória aberta, cujas candidaturas são até 15 de junho.

A chamada dirige-se a atores, performers, bailarinos, cantores, encenadores, coreógrafos e investigadores das artes cénicas interessados pela exploração da voz, do canto, da palavra falada e cantada. É para quem quer explorar o canto e o cantar como vias para um encontro com o outro e para a potencialização da presença em cena.

A Residência parte de um trabalho sobre cantos tradicionais afro-diaspóricos – e do ato de cantar em grupo – compreendidos enquanto pontes para um encontro não só intercultural, mas também um encontro entre passado e presente, entre tradição e contemporaneidade. Trata-se de perseguir uma das perguntas fundamentais da investigação da artista Graziele Sena: podem a vida, a memória e a experiência preservadas no canto antigo serem (re)cantadas através de uma nova oralidade? Ao longo do processo, o canto será abordado em sua relação com diferentes elementos do ofício performativo: a atenção, o contato, a ação, a intenção, a ação física, entre outros.

Em [RE]CANTOS: Pontes para o Encontro, o teatro, o canto – e o cantar juntos – são veículos para a interação humana, para a integração social e para a valorização de culturas e narrativas historicamente estigmatizadas no Portugal contemporâneo. Propõe-se como um gesto artístico - ao mesmo tempo social e político - que visa criar um espaço coletivo de trabalho e escuta, bem como de estímulo ao convívio e ao encontro intercultural.

Esta iniciativa integra o Programa do IBERCENA e está aberta a todos os integrantes dos seus países-membros. A participação na Residência Artística é gratuita.

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L.A.P - Laboratório de Artes Performativas surge no início de 2020, em plena pandemia, a convergir interesses e esforços de seus fundadores Gustavo Antunes, Julia Medina e Miriam Freitas, no sentido de investigar, criar e promover projetos artísticos e pedagógicos na área das artes performativas. Em 2021, realiza a Residência Artística Entoar o Corpo Sensível com o apoio do IBERCENA, em sua primeira edição em Portugal, da Fundação GDA e do ICNOVA da NOVA de Lisboa. Sítio eletrónico do LAP.

03.06.2022 | por Alícia Gaspar | arte, cultura, graziele sena, IBERCENA, L.A.P, open call, teatro

Dia 7 de maio, Todos a Marvila!

A Lisbonweek arranca este sábado com passeios culturais, exposições, arte urbana, performances, obras site-specific, Tuc tuc’s por Marvila, Meet the Artists, DJ’Sunset, e muitas surpresas!

Viver e (re)descobrir os encantos da Marvila antiga e contemporânea é a proposta deste ano da Lisbonweek. A 7ª edição começa com o Open Day - “Todos a Marvila!” - um dia aberto ao público com muitas atividades gratuitas para conhecer a história e o património de Marvila, e promover o contacto com as artes e o talento que caracterizam este bairro.

O ponto de encontro será no Prata Riverside Village onde se concentram diversas atividades artísticas. Aqui vai poder visitar a retrospetiva “10 anos da Lisbonweek” com os melhores momentos de todas as edições, duas instalações site-specific dos artistas residentes da Lisbonweek (Maura Grimaldi e Catarina Lopes Vicente), e o circuito de arte pública criado pela Galeria Underdogs em parceria com a VIC Properties, em que os tapumes que circundam os edifícios em construção do Prata Riverside Village se transformam em grandes telas pelas mãos dos artistas Maria Imaginário, Jorge Charrua e Guga Liuzzi.

No pátio exterior do Prata Riverside Village e junto ao rio, assista às duas performances dos artistas residentes José Cereceda e Inês Neves. Ainda no Prata, vai poder encontrar dois novos “Estúpidos” – o projeto de instalação do artista Robert Panda - duas esculturas que a Lisbonweek e o Prata Riverside Village doaram à freguesia de Marvila. Os “Estúpidos” são figuras antropomórficas estilizadas, com uma conotação marcadamente amigável – o “estúpido” sentado convida a pessoa a sentar-se junto dele e a observar o rio, o “estúpido” de pé contempla a bela Lisboa. Aproveite ainda para descer até ao parque de estacionamento desta nova vila urbana e visitar a exposição “Brilha Rio” que mostra alguns dos melhores letreiros comerciais de Lisboa, e ali ao lado estará também a acontecer o Mercado P’LA Arte, um projeto de exposição e venda de obras de artistas.

Parta depois à descoberta de Marvila num dos vários TucTuc’s disponíveis que farão viajar pelas ruas e locais emblemáticos do bairro. O Palácio da Mitra vai estar aberto ao público, de forma gratuita, entre as 15h e as 16h45. A entrada será feita por grupos de 25 pessoas, a cada meia hora, e para garantir o seu lugar, basta inscrever-se através do email: contact@lisbonweek.com.

Vai poder conhecer as restantes obras site-specific dos artistas residentes Virgílio Pinto e Leonor Sousa, na Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, e as propostas das galerias de arte parceiras, como a Underdogs e a Francisco Fino, onde pode contactar com os artistas e curadores das exposições. Haverá ainda a rota drink & tapas Lisbonweek pelo bairro, com menus a 5€, que passará por locais como o Nãm - Fábrica de Cogumelos, a Fábrica de Cerveja Lince, o Bar das Colunas, e muitas outras surpresas! A festa termina na Rua Capitão Leitão ao som da DJ Adria Ming, para celebrar Marvila até ao pôr do sol.

Toda a programação disponível em www.lisbonweek.com

04.05.2022 | por Alícia Gaspar | arte, cultura, Lisbonweek, Marvila, openday, palácio da mitra

Ciclo Visualidades Negras — Kenneth Montague

Kenneth Montague (Canadá) é um reputado curador e colecionador de arte, fundador e diretor da Wedge Curatorial Projects, uma organização sem fins lucrativos que apoia artistas africanos e da diáspora, emergentes e consagrados.

No dia 4 de maio, falará no CCB sobre a sua mais recente exposição e livro de fotografias da cultura da diáspora africana: As We Rise, eleito um dos 20 Melhores Livros de Fotografia de 2021 pela revista TIME. Criada a partir da sua própria coleção – The Wedge Collection, em Toronto, uma coleção dedicada a artistas de ascendência africana – a exposição, e a publicação que a acompanha, analisa as ideias multifacetadas da vida negra, abordando temáticas como diligência, beleza, alegria, pertença, subjetividade e autorrepresentação. Com mais de uma centena de obras de artistas negros do Canadá, Caraíbas, Reino Unido, Estados Unidos e continente africano e, portanto, diferentes perspetivas atlânticas, este projeto oferece uma exploração da identidade negra em todos os lados do Atlântico.

Esta conferência integra o ciclo Visualidades Negras, com curadoria e moderação de Filipa Lowndes Vicente (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), que propõe várias reflexões sobre a relação entre visualidade e negritude.

Com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

Mais informações aqui. 

21.04.2022 | por Alícia Gaspar | arte, CCB, ciclo visualidades negras, cultura, debate, diaspora africana, kenneth montague

“Somos O Que Somos” é o novo single de A’mosi Just a Label

A’mosi Just a Label volta a levar-nos através da simplicidade da sua música até “Somos O Que Somos”, um retrato sobre a existência de cada um. O novo single, totalmente cantado em português, é o mais recente avanço de um disco a editar no dia 29 de abril.


A’mosi Just a Label é a forma existencial de um ser humano que não se caracteriza apenas pelo um nome. O artista angolano, nascido no Uige, com pais Bazombo, fundou a Konono Soul Music, batizando assim a editora independente numa homenagem ao género musical com o mesmo nome. Foi em 2014, com o EP “Jack Nkanga”, que o artista começou a ganhar notoriedade ao ser nomeado para os prémios Angola Music Awards. Venceu o prémio francês Le Rêve Africain em 2016, e foi ainda nomeado no top da Rádio Luanda com dois singles “Redentor” e “Arts & Crafts”, em 2013 e 2014 respectivamente.

A’mosi produz um som vanguardista, num conjunto de melodias com influências contemporâneas e urbanas, ilustrados por textos e poesias baseados na intuição humana ao enfatizar o bem da natureza. “Somos O Que Somos” é “um retrato sobre a existência, desde a forma como viemos ao mundo, à nossa postura diante da vida sendo ela boa ou má, à beleza que esbanjamos, o que compreendemos sobre a humanidade enquanto existimos. É uma referência ao valor das coisas sem a influência humana e a felicidade que supostamente somos.” explica A’mosi.

O novo single é um tema totalmente cantado em português, escrito, composto, e produzido inteiramente pelo artista. “Somos O Que Somos” junta vários músicos entre Angola, Portugal e Brasil, e foi gravado por Pedro Serraninho, em Lisboa nos estúdios do Atlântico Blue, por Idalésio no estúdio da Arca Velha em Luanda, por Joselmo Graciano no estúdio da Libito Music, e ainda editado por Waldemar Vilela sob direção do próprio autor da música.

É nesta forma despretensiosa de olhar a vida que A’mosi Just A Label nos leva de novo através da leveza da sua música, desta vez com o single “Somos O Que Somos”. O novo tema pode ser escutado nas plataformas digitais habituais.

13.04.2022 | por Alícia Gaspar | a'mosi just a label, arte, konono soul music, música, somos o que somos

Marlene Monteiro Freitas regressa ao D. Maria II para mergulhar em clássico de Eurípides

Cinco anos depois de ter estreado Bacantes, Prelúdio para uma Purga no Teatro Nacional D. Maria II, a coreógrafa e bailarina Marlene Monteiro Freitas regressa à Sala Garrett com o espetáculo que mergulha neste clássico do teatro. A 13 e 14 de abril, quarta e quinta-feira, às 19h, será possível ver ou rever Bacantes, Prelúdio para uma Purga, o olhar de Marlene Monteiro Freitas sobre As Bacantes, de Eurípedes.

©Guidance©Guidance

No texto de Eurípides, estão presentes o delírio e o irracional, a ferocidade e o desejo de paz, a selvajaria e a aspiração a uma vida simples. Direções contraditórias, elementos que chocam, corpos íntegros que se desmembram e crenças testadas ao limite. Este é o mundo que Marlene Monteiro Freitas percorre em Bacantes, Prelúdio para uma Purga. Um autêntico combate de aparências e dissimulações, polarizado entre os campos de Apolo e Dionísio.

Estreado em Lisboa em 2017, Bacantes, Prelúdio para uma Purga é um espetáculo coproduzido pelo Teatro Nacional D. Maria II e por vários teatros e festivais europeus, que tem viajado internacionalmente nos últimos cinco anos. Cofundadora da estrutura de artes performativas P.OR.K, Marlene Monteiro Freitas recebeu recentemente o Chanel Next Prize, prémio internacional dedicado à inovação no âmbito das artes e da cultura, distinção que juntou ao Leão de Prata da Bienal de Veneza, que lhe foi atribuído em 2018.

Mais informações sobre Bacantes, Prelúdio para uma Purga aqui.

07.04.2022 | por Alícia Gaspar | arte, bacantes prelúdio para uma purga, cultura, eurípides, marlene monteiro freitas, teatro, teatro dona maria

JUSTLX – Feira de Arte Contemporânea de Lisboa

A JUSTLX – Feira de Arte Contemporânea de Lisboa, irá regressar finalmente em Maio. Forçada a adiar as últimas edições nos anos da pandemia, a feira que aposta em artistas emergentes volta a acontecer nas datas normais, ou seja, em maio, entre os dias 19 e 22, desta vez no Centro de Congressos de Lisboa, em Belém.


A congénere lisboeta da feira JUSTMAD que se realiza em Madrid há 13 anos, é um evento especial com uma importante aposta em novas galerias e artistas contemporâneos que permitem descobrir novos talentos. A JUSTLX é já considerada uma feira muito relevante dentro daquela que se está a tornar a Art Week de Lisboa, coincidindo com outras eventos culturais na cidade, e que trazem um grande impulso e visibilidade ao panorama artístico português.

A terceira edição da JUSTLX conta com a direção artística de Semíramis González e Óscar García que também dirigem a feira JUSTMAD em Madrid. Ambos lideram um projeto curatorial de grande qualidade técnica e artística, e que aposta na excelência estética tanto na seleção de galerias como dos artistas que estas apresentam.

“Apesar das circunstâncias globais que nos obrigaram a adiar a JUSTLX, temos agora toda a energia concentrada numa grande edição em 2022 que fortaleça as vendas das nossas galerias em grandes coleções, e continue o trabalho de disseminar a arte contemporânea emergente entre colecionadores nacionais e internacionais.”, assinalam Semíramis González e Óscar García, Diretores Artísticos da Feira.

Para o espaço no Centro de Congressos de Lisboa, a JUSTLX irá trazer um máximo de 28 galerias oriundas de diversos países, nomeadamente Portugal, Espanha, França, EUA, Venezuela e China.

A edição contará ainda com uma instalação artística colaborativa que combina sustentabilidade ambiental e um compromisso com o mundo rural. Trata-se da obra “Acequia 41”, criada na residência artística RAS DE TERRA, em Villanueva de la Vera, Cáceres, por Isabel Flores, Tamara García, Natasha Lelenco e Rafael Blanco, sob a direção criativa da artista Mónica Sánchez-Robles. Ras de Terra faz parte da New European Bauhaus, um pacto verde promovido pela Comissão Europeia, que abre novas oportunidades de desenho e criação. A peça resultante do trabalho conjunto será exposta na feira JUSTLX de 19 a 22 de Maio.

Com esta presença diversificada, a JUSTLX consolida, uma vez mais, a internacionalização da cidade de Lisboa no âmbito das feiras de arte.

A JUSTLX é organizada pela Art Fairs, uma empresa espanhola promotora de feiras de arte e eventos culturais, e que organiza, desde 2009, as feiras Madridfoto (Feira Internacional de Fotografia), a JUSTMAD (Feira Internacional de Arte Emergente), a Justmadmia (Feira Internacional de Arte Emergente de Miami) e a Summa (Feira Internacional de Arte Contemporânea).

30.03.2022 | por Alícia Gaspar | arte, feira de arte contemporânea, JUSTLX, lisboa

Pantera - Companhia Clara Andermatt

Ideia da homenagem Darlene Barreto

Direção artística Clara Andermatt

Cocriação Clara Andermatt e João Lucas

Assistência à criação Felix Lozano, Amélia Bentes

Intérpretes Avelino Chantre (Avê), Bruno Amarante (Djam Neguin), Diogo Picão Oliveira, Domingos Sá (Kabum), Jorge Almeida, José Cardoso (Zeca), Nickita Bulú, Sócrates Napoleão

Participação especial Mayra Andrade

CCB . 19 e 20 março . sábado e domingo . 19h00 . Grande Auditório


O músico e compositor Orlando Barreto, mais conhecido como Pantera, nasceu na ilha de Santiago, Cabo Verde, em 1967 e deixou-nos aos 33 anos.

A sua filha Darlene – que tinha apenas 6 anos à data de falecimento de seu pai – tem  levado a cabo, nos últimos anos, uma profunda pesquisa sobre a vida e obra de Pantera; foi nesse contexto que nos lançou o desafio de lhe fazer uma homenagem.

Pantera abriu novos caminhos na música do seu país. Na sua voz pulsava Cabo Verde e as suas gentes: explorando as formas da tradição, fazia brotar uma poesia repleta de amor, perspicácia e assertividade.

Sobre esses traços encontramos a nossa própria visão, através das vivências que pudemos partilhar com ele, como amigo e como artista. Para além deste reencontro no reviver da sua criatividade e do seu afeto, seguimos um caminho de exploração, mergulhando na sua terra, costumes e cultura, não deixando de as projetar num mundo contemporâneo onde ele também se posicionava.

Este é, assim, um espetáculo construído nas andanças da memória. E é, sobretudo, uma intensa e dinâmica experiência de colaboração. Cada um dos intérpretes estabelece uma relação pessoal no relembrar da sua própria experiência e devolve-nos uma riqueza criativa que se converte no valor e no sentido desta homenagem.

Entre o muito que ficou por fazer e o muito que ficará por dizer, este é o nosso recado para o Pantera.

Lisboa, outubro de 2021

Clara Andermatt e João Lucas

08.03.2022 | por Alícia Gaspar | arte, CCB, Companhia Clara Andermatt, cultura, pantera

Oficina de rap - Casa Fernando Pessoa

O que sei eu de mim? com Telma Tvon

Telma TvonTelma Tvon

19 MAR 2022 · 15:00 – 17:00

19 MAR, sábado: 15h às 17h

20 MAR, domingo: 11h às 13h e 15h às 17h

Apresentação ao público: domingo, às 19h

Jovens dos 14 aos 18 anos

Gratuito mediante inscrição, até 16 de março, através de formulário

As palavras ditas em voz alta ajudam-nos a pensar. Sabemos tanto sobre o que nos rodeia - e o que sabemos sobre nós? Telma Tvon reúne pessoas que vivem a questionar e fazem das respostas possíveis, poemas, versos, rimas - Arte.

Integrado no programa de Dia Mundial da Poesia

Telma Tvon

Registada como Telma Marlise Escórcio da Silva mas aqui apresentada como Tvon, nasce num dia de sol chuvoso no Abril de Luanda, de Angola, residindo em Lisboa, de Portugal, desde os tempos do ensino basicamente básico.

A Licenciada em Estudos Africanos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e a Mestre em Serviço Social pelo ISCTE-IUL, é também amante da cultura Hip-Hop, apaixonada pela defesa dos Direitos Humanos e a Devoradora das Literaturas Africanas.

08.03.2022 | por Alícia Gaspar | arte, casa fernando pessoa, dia mundial da poesia, oficina de rap, telma tvon

Podcast - África em clave feminina: música e arte

Marta Lança - Ativismo cultural progressista

Portuguesa, Marta Lança tem um forte relacionamento com a África, onde tem trabalhado no âmbito da cultura em diversos países. Para lá levou a sua experiência de jornalista cultural, escritora, editora e aprendeu a ouvir, a confrontar pontos de vista, a apreciar a criatividade artística africana e a ter uma visão ampla das políticas culturais no continente. Tudo isto levou-a a criar o “Buala”, portal de recolha e difusão de conhecimentos sobre a cultura, as artes e a história em África.

Pelo seu ativismo e trabalho de difusão e promoção da cultura africana, Marta Lança foi a convidada da nossa emissão semanal ”África em Clave Feminina: música e arte” do dia 3 de março.

Em entrevista telefónica a partir de Lisboa, falou do seu relacionamento com a África e de como isso acabou por gerar “Buala”, um portal com uma linha editorial abrangente, aberto às várias formas de arte. 

Uma das secções do site é toda dedicada ao falecido cineasta, escritor e poeta angolano, Rui Duarte de Carvalho, figura que a Marta conheceu de perto e que, a seu ver, estava muito para além do seu tempo e cujas obras precisam de ser mais valorizadas e conhecidas. 

Sempre atualizado, “Buala” que já tem mais de uma década de vida, tem funcionado sobretudo graças ao voluntariado e a algumas ajudas nos últimos anos. A fundadora espera que a África dê uma mão forte em recursos materiais e humanos para que se possa continuar e mesmo passar o testemunho. Afinal de contas, apostar na cultura é apostar no desenvolvimento socioeconómico. 

Quanto ao ponto da situação da cultura e das artes em África, com base na sua experiência em diversos países, Marta Lança considera que há muita criatividade, mas falta uma verdadeira política de apoio aos artistas, à educação às artes, à promoção da cultura em geral. No entanto, há hoje no mundo muita curiosidade em relação à África e ao que os artistas africanos têm a dizer - afirma. Há que valorizar mais os artistas porque refletem e têm um olhar holístico da sociedade. 

Atualmente, Marta Lança está a escrever um romance sobre o fim da guerra civil em Angola e coordena o projeto ReMapping Memories Lisboa e Hamburgo. Mas, o seu percurso profissional e de ativismo cultural vai muito para além de tudo isto, como se pode constatar pela crónica do poeta, ensaísta e editor (Rosa de Porcelana Editora) Filinto Elísio, parceiro da emissão “África em Clave Feminina: música e arte”.

— Dulce Araújo 

Oiça aqui a entrevista na íntegra.

Oiça aqui o podcast.

Via Vatican News.

04.03.2022 | por Alícia Gaspar | Africa, arte, feminismo, Marta Lança, podcast

Our (spatial) stories live in performative futures

Curadoria: Cindy Sissokho & Fabián Villegas

Inauguração: 25 de Fevereiro de 2022, das 18h às 21h

Datas: Exposição patente até 19 de Março 2022, Quarta a Sábado, das 15h às 19h

Local: R. Damasceno Monteiro, 12 R/C | 1170-112 – Lisboa

Artistas: Rafael De Oliveira, Désirée Desmarattes, Theo Gould, Henrique J. Paris, Lion
Maré Djaci, Odair Monteiro, Nuno Silas, Sofia Yala

Cada regime de representação colonial é construído sobre o apagamento, o silenciamento, a devastação dos ecossistemas culturais, as geografias existenciais, as cartografias emocionais. A imagem é precedida por sons, o olhar colonial apaga os sons, remove o contexto e os objectos de representação. Tira o objecto fora da representação da sua própria concepção de espaço e temporalidade.

Através da fotografia, textos, sons, performance e vídeo, os oito artistas criam espaços de intimidade para o quotidiano, criam coletivamente ferramentas que revelam narrativas familiares, itinerários diaspóricos e arquivam o eu em processos de auto-realização e reivindicação a sua existência fora de um olhar colonial e a temporalidade.

O artista fá-lo através do auto-retrato, ligando-se através de objectos familiares como sistemas de transmissão e recuperação histórica das memórias. Esta narração é trazida dentro de uma ‘casa’ – as casas de família, o quarto, o estúdio fotográfico como um espaço seguro e até mesmo o corpo – capturando o vernáculo da diáspora, reivindicando a presença negra na cidade entrincheirada dentro de narrativas/monumentos coloniais e aos projectos ‘casa’ como espaço para horizontes emancipatórios e utópicos de vida colectiva.

Através de exercícios de insurreição e imaginação política, o diálogo da diáspora com os espaços de monumentalidade na cidade, activando espaços de memória, cria viagens auto-cartográficas, arquivos monumentais de legado anticolonial.

Como é que o regime de imagens tem um papel na informação do planeamento futuro, visão utópica e dinâmica desejos em torno de viver em cidades para a diáspora?

Através da representação e compreensão dos movimento que ocorrem (estratificação laboral, migração, mobilidade social, cultural e económica zonificação, etc.) contra as narrativas actuais de rejeição, transformação, gentrificação, etc.

A exposição é uma viagem pedagógica que não só exibe mas procura o exercício de uma imaginação de narrativas diásporas no futuro. Faz-nos questionar quais são as metáforas de nós próprios no futuro.

As obras dos artistas são um convite à ficcionalização das narrativas, e uma possibilidade de procurar através da ficção uma ferramenta pedagógica para visualizar os futuros performativos. A exposição refere-se indiretamente ao conceito histórico de “Heterotopias” e a ressonância com a categoria de “utopias localizadas”, em que construímos mundos dentro de mundos, um novo sentido de espacialidade no regime colonial de espacialidade.

Permitem-nos também pensar, visualizar e experimentar o que significa criar e recuperar histórias espaciais através da lente das suas experiências pessoais que se infiltram através da narração visual de histórias. Elas reconsideram um sentido de espaço e lugar através da fugitividade, exílio e deslocamento e negociar um sentido de pertença contra a violência espacial.

Este projecto é apoiado por UCREATE um projecto de Creative Europe a decorrer na Bélgica, Hungria, Portugal e Itália liderado por 4 organizações artísticas (Fundação Internacional Yehudi Menuhin (BE); HANGAR (PT); Mus-e Hungary (HUN); BIG SUR (IT)) com o objectivo de utilizar as artes e a co-criação artística como um meio para criar laços sociais entre indivíduos.

21.02.2022 | por Alícia Gaspar | arte, cultura, Désirée Desmarattes, diáspora, fotografia, Henrique J. Paris, Lion Maré Djaci, Nuno Silas, Odair Monteiro, Rafael De Oliveira, Sofia Yala, Theo Gould

LOOT - Exposição Individual de Barbara Wildenboer

05 Fevereiro 2022 - 19 Março 2022

Entrada Livre

THIS IS NOT A WHITE CUBE | Rua da Emenda, nº 72, Chiado, Lisbon

A galeria de arte THIS IS NOT A WHITE CUBE inaugura a 5 de Fevereiro “LOOT”, a primeira exposição individual da artista sul-africana Barbara Wildenboer em Portugal. 

A mostra integra cerca de 30 trabalhos inéditos, repartidos em três núcleos distintos, de entre os quais se destaca aquele que agrega o mais recente corpo de trabalho da artista e que dá nome à exposição.

“LOOT - SPOILS OF WAR”, decorre do interesse crescente da artista pela forma como um novo modelo de significações foi gerado e moldado a partir do encontro histórico e civilizacional entre África e a Europa. 

A materialização da ideia dá-se através da  exploração do conceito de  ‘apropriação’  que, se por um lado constitui, nesta exposição, uma referência directa aos artefatos saqueados e expropriados das suas origens no contexto da colonização, por outro lado, traduz a consistência plástica da obra da artista que, na apropriação “per se” encontra um instrumento de trabalho verdadeiramente essencial para a construção de um medium artístico que desde há muito envolve a reconfiguração e integração de textos, livros, mapas e imagens pré-existentes em colagens e instalações tridimensionais. 

Transversalmente, Barbara Wildeboer utiliza no seu processo criativo uma combinação de processos analógicos e digitais que concorrem para a construção de uma obra diversificada e rica, composta maioritariamente por colagens, construções fotográficas, instalações em papel, esculturas fotográficas animadas digitalmente e book arts. 

Tendo por base este modelo e o conceito de apropriação, ao longo dos últimos dois anos, a artista recolheu imagens de inúmeros artefactos antigos de proveniências distintas - de África, Oceânia, Grécia Antiga, Mesopotâmia e Américas - que atualmente integram as coleções de museus no mundo ocidental, na Grã-Bretanha, Alemanha, França e EUA. 

Arredadas do contexto original e assembladas em sistemas visuais complexos, de carácter surrealizante, estas imagens passam por um processo autoral de re-significação, assumindo nesta exposição uma natureza renovada. Na sua génese está uma (re) leitura iconográfica que enquadra o peso histórico dos contatos de carácter intercultural.

Ao longo da exposição, assistimos a um ritual de re-significação iconográfica, de descodificação e recodificação da imagem, que concorre para a construção de uma visão crítica da historiografia e dos processos de apropriação e “fetichização” das culturas. 

No epicentro da mostra e do debate que através desta a artista procura alavancar, encontramos um conjunto de instalações escultóricas monocromáticas que na sua configuração se assemelham a “escadas, postes, árvores, torres”, totens ou pequenos obeliscos, que “consistem numa assimilação de diferentes relíquias, figuras de fertilidade, máscaras, vasos e elementos arquitectónicos” diversos. 

Estes artefactos de papel, agrupam-se arguta e sagazmente, numa acomodação reflectida que evoca, de um modo idiossincrático e absurdo, a sistematização do Museu Ocidental para  evidenciar as múltiplas formas como estes objetos podem ser percepcionados. 

“As esculturas de papel aludem à curadoria das exposições de artefactos arqueológicos que, sendo colocados em pedestais ou em vitrinas, são depois iluminados por forma a produzir a ideia da aura de uma obra de arte sobre objeto que está já muito afastada das suas funções originais. 

O resultado é uma espécie de documentário de ficção ou de documento ficcional que faz referência a coisas reais, mas que as transforma em algo mais.”

Os conceitos de originalidade e de autoria são elementos centrais nesta exposição de Barbara Wildenboer, que através da sua ação, num desafio declarado às convenções do mundo artístico, vem produzido contributos significativos para a inversão do pensamento numa era  marcada pela necessidade de imposição de uma ideologia decolonial.

A exposição “LOOT” ficará patente até 19 de Março, de 3ª feira a sábado, entre as 14h30 e as 19h30. A entrada é livre, obedecendo às necessárias normas de segurança e prevenção em tempos de pandemia.

(Graça Rodrigues - Curadora, Janeiro de 2022)

Sobre Barbara Wildenboer

Barbara WildenboerBarbara Wildenboer

Barbara Wildenboer (b. 1973, África do Sul) investiga o conceito filosófico de estética através de uma série de diferentes meios e processos. Ao explorar este conceito, juntamente com fenómenos como a temporalidade, a geometria fractal e a interligação de todos os seres vivos, ela expõe as ligações entre uma miríade de formas de vida - desde a microscópica à imensa. 

O foco principal de Wildenboer é a estética ambiental, a qual ela vê englobando tanto territórios naturais, como a interação humana com o reino natural. No seu trabalho, explora ainda a ideia do sublime matemático (noção estética desenvolvida inicialmente por Immanuel Kant) e o modo como o infinito / ausência de limites do universo transcendem os limites da razão.

Wildenboer utiliza uma combinação de processos analógicos e digitais para produzir um corpo de trabalho diversificado e rico, composto maioritariamente por colagens, construções fotográficas e em papel, instalações, esculturas fotográficas animadas digitalmente e book arts.

Equipa

Diretora Geral e Co-Diretora Artística  |  Sónia Ribeiro

Curadora e Co-Diretora Artística  |  Graça Rodrigues

Assistente de Galeria | Francisca Vaz

Design Gráfico e Audiovisual  |  Francisco Blanco e  Nelson Chantre

THIS IS NOT A WHITE CUBE 

04.02.2022 | por Alícia Gaspar | Africa, arte, Barbara Wildenboer, Europa, exposição, LOOT, pós-colonialismo, this is not a white cube

Espaço "Espelho D' Agua" exibe restauração de obras de Rigo 23

Público pode acompanhar o processo de restauro da instalação Torre de Cochim – Uma Armada de Ecos

Uma das obras, Talappana, antes do atual processo de restauroUma das obras, Talappana, antes do atual processo de restauro

Equipa durante o restauroEquipa durante o restauro

Quem passa pela margem do Rio Tejo, ao lado do Padrão dos Descobrimentos, já deve ter percebido as esculturas no lago em frente ao Espaço Espelho D’Agua. Mas nem todos conhecem a história por trás daquele túnel com anéis de bambu, arame e corda ou do tuk-tuk estilizado que ali estão. A instalação Torre de Cochim – Uma Armada de Ecos, do artista madeirense Rigo 23, está a ser restaurada e o grande destaque desta iniciativa é a possibilidade do público acompanhar os bastidores do restauro, uma experiência viva e singular, que restabelece o contato das pessoas com a arte.

Presente desde a inauguração do Espelho D’Agua, em 2014, a instalação é composta por três esculturas: Kappiri, Talappana e Miri. Desenvolvida como uma Armada de Ecos, que dá corpo a histórias e episódios que foram transmitidos oralmente, de geração em geração em Cochim (Índia), a peça abraça a memória popular e cria novos veículos para a celebração da história oral. São ecos da chegada de Vasco da Gama à Índia, capturados in loco 500 anos depois. Uma forma de manifestação da memória, a trazer indagações sobre o passado e perspectivas para o futuro.

Kappiri, feita de tronco de madeira reciclados, é o escravo mártir; Miri, feita com anéis de bambu e arame, é o barco vítima de pilhagem; e Talappana, o tuk tuk, é o anfitrião tradutor. A Armada dos Ecos é uma armada estática. Ela permite ao visitante embarcar em viagens de longo alcance, munido da sua imaginação.

São obras que tiveram necessidades distintas de restauro, Kappiri e Miri foram reparadas em um mês. Talappana é a que mais trabalho e tempo tem exigido – um período de três meses, desde novembro passado, com previsão de finalização a meados de fevereiro. A restauração, a ser conduzida no próprio local desde sempre, tem envolvido dezenas de pessoas, na sua maioria alunos da Escola Superior de Belas Artes e recém-graduados da mesma escola.

“O trabalho está a ser liderado pelo Francisco Côrte, um jovem artista madeirense recém-graduado pela FBAUL (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa) e que colaborou comigo também no projecto Coroa do Ilhéu em Câmara de Lobos, na Ilha da Madeira”, explica Rigo 23. Além de Francisco, o projecto também contou com o apoio de Christian Haas, um artista e DJ radicado na Califórnia, que foi aluno de Rigo 23 no início dos anos 00, no San Francisco Art Institute. “O Christian deslocou-se a Portugal para dar o seu apoio na fase final da  Coroa do Ilhéu e terminou ficando umas semanas a mais em Lisboa para dar apoio a esta obra de restauro. Este aspecto de transmissão de conhecimentos/estágio profissional é intrínseco à própria obra, uma vez que o mesmo aconteceu em Cochim, na Índia, onde a peça foi originalmente produzida”, revela Rigo 23, que junto com a equipe, utilizou os materiais originais ou o mais aproximados, tais como bambú, madeiras, tecidos, metal, napa, tintas, óleos e lixas.

Torre de Cochim - Uma Armada de Ecos não está exposta em Belém, à beira do Rio Tejo, de onde saíram os conquistadores portugueses, por uma mera casualidade. Segundo o artista, as obras têm o poder de agir como objectos interculturais de resistência a narrativas que considera fantasiosas e imperiais. “Ao lado de uma história oficial esculpida em brilhante e opressiva pedra branca, ao serviço de uma ideologia violenta de domínio e apagamento histórico da cultura de outros povos, estas obras são feitas de materiais frágeis e necessitam de cuidados regulares para perdurarem”, enfatiza.

Mário de Almeida, dono do Espaço Espelho D’Agua, revela que expor obras de Rigo 23 era um desejo antigo. “O projeto Espaço Espelho D’Agua, desde o seu início, teve histórias e coincidências muito interessantes. Uma dessas coincidências foi o Rigo 23 ter solicitado à CML para expor esta instalação no lago em frente ao Espaço, pouco tempo depois de termos ganho o concurso público da concessão. É um artista que queria conhecer desde 2009 – época em que abri uma galeria de arte contemporânea em São Paulo/Brasil (SOSO Arte contemporânea africana) – , o que só veio acontecer aqui em Lisboa, e acabamos por inaugurar o Espaço com a exposição da instalação Torre de Cochim - Uma Armada de Ecos, de obras no exterior, e com obras do artista no interior”, conta Mário.

História da obra

A peça foi produzida a convite da edição inaugural da Bienal de Kochi-Muziris 2012 — a primeira bienal de arte contemporânea organizada na Índia. Membros da comunidade local, em colaboração com jovens universitários a trabalhar na Bienal, formaram a equipe de Rigo 23 à época.

Torre de Cochim é uma referência à Torre de Belém, construída no início do século XVI, que celebra o período das Descobertas Portuguesas e a abertura da primeira rota marítima entre a Europa e a Índia.

Kaappiri, feita com troncos de madeira reciclados de Chinese Fishing Nets e elementos esculpidos de madeira local, é uma alusão aos africanos levados como escravos, pelos portugueses, para Cochim.

Miri, feita de bambu, arame, corda de fibra de coco e 270 lamparinas de kerosene, faz referência ao barco de peregrinos que se destinava a Mecca, mas foi interceptado, pilhado e incendiado pela armada de Vasco da Gama, rumo a Cochim, em 1502. 400 pessoas a bordo, nenhum sobrevivente.

Talappana é o primeiro nome do sumo sacerdote que recebeu Vasco da Gama e foi seu tradutor à sua primeira chegada à Índia, em 1498. Ele foi torturado, mutilado e enviado para morrer pelos homens de Vasco da Gama, na sua segunda viagem em 1502. A obra Talappana é construída a partir de um tuk-tuk. Com lona e chapa metálica, foram incorporadas asas e bico de corvo; orelhas de cão e ainda um par de pés humanos em madeira.

Sobre Rigo 23

Rigo 23 colabora frequentemente com indivíduos e colectivos na implementação de operações de arte concebidas para contextos específicos, privilegiando o diálogo solidário intercultural e intercomunitário.

Natural da Madeira – ilha vulcânica produtora de emigração e receptora de turismo – a sua poética tem origem aí: nas experiências abismais de deslocação, desencontro e saudade; na claustrofobia das relações assimétricas de poder e na imensidão propiciada pela libertação das mesmas.

Participa da primeira colectiva aos 18 anos – Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa (1984). Pouco depois, parte para a California – BFA-San Francisco Art Institute (1991); MFA-Stanford University (1995).

A sua obra toma formas distintas de acordo com o projecto, mas a paixão pelo desenho, trabalho manual e experimentação são constantes na sua obra.

Tem sido convidado a participar em várias bienais e trienais de arte contemporânea e continua a produzir obras de arte pública internacionalmente. No momento prepara trabalho para a estação do Metro de Beverly Hills, na Califórnia, que será inaugurada em 2025.

Sobre o espaço “Espelho D’ Agua”

O Espaço Espelho D’Agua resulta de um concurso público organizado em 2012 pela Associação de Turismo de Lisboa – ATL para a exploração de parte de um edifício localizado na emblemática zona de Belém, em frente ao rio Tejo. O espaço compõe uma área de 1.200 m2 e foi inicialmente construído em 1940 durante a Exposição do Mundo Português.

O mote do projeto é o de que neste local, onde há cinco séculos os portugueses partiram para o mundo, seja agora uma plataforma de conexões culturais aonde se traga as culturas contemporâneas das diferentes regiões por onde os portugueses andaram nessa aventura durante as grandes navegações.

Desta forma criou-se um espaço onde se desenvolve atividades de gastronomia, exposição de arte e design, música, cinema e vídeo, entre outras formas de divulgação cultural. Tendo presente todo enquadramento histórico do local, e o que ele representa na atual conjuntura mundial, visa criar um ambiente artístico e cultural que reflita sobre a relação dos portugueses com o mundo e do mundo com os portugueses.

Apresentar neste local as mais variadas formas de expressão cultural contemporânea dos países que se relacionam historicamente com Portugal é a principal premissa do projeto que esteve na base da criação do Espaço Espelho D’Agua.

Serviço

Torre de Cochim — Uma armada de ecos

Local: Espaço Espelho D’Agua

Endereço: Av Brasília, Edifício Espelho D’Agua (ao lado do Padrão dos Descobrimentos) Horário de visitação: diariamente

02.02.2022 | por Alícia Gaspar | arte, Belém, espaço espelho d'agua, rigo 23

Gina Diama (Meu nome minha história)

Pintura angolana de Grácia Ferreira e Silvestre Quizembe em exposição na galeria Artistas de Angola


A Galeria Artistas de Angola abre portas à exposição coletiva Gina Diama (Meu Nome Minha História) dos artistas plásticos angolanos Grácia Silva e Silvestre Quizembe, com curadoria do Fotógrafo António Silva. A inauguração será no dia 18 de fevereiro, sexta-feira, a partir das 17h, na Rua Sousa Lopes N.º 12A em Lisboa. A exposição ficará patente até 18 de março do mesmo ano.

Gina Diama (Meu Nome Minha História) é uma palavra de origem Kimbundo, língua nativa do norte de angola. É uma forma de apresentação, reveladora da identidade e da origem de alguém.  As peças em exposição revelam episódios da história pessoal dos autores — receios, traumas, pensamentos, sonhos, viagens e desejos, de forma eloquente e expressiva.

Na exposição poderão ser vistas e apreciadas várias obras de ambos os artistas nos formatos de pintura, baixo relevo e escultura, realizadas entre 2020 e 2022, em plena época de pandemia e dúvidas preocupantes para os artistas.

Sobre o artista Silvestre Quizembe

Quizembe 2022Quizembe 2022Nasceu em Angola (Uíge), em 1991 e atualmente é finalista do Curso de Artes Plásticas, na Escola Superior de Arte e Design em Caldas da Rainha. O seu trabalho é representativo das suas matrizes estéticas, ancoradas na arte Angolana.  

Percurso, Materiais e Expressão

Durante o seu percurso tem vindo a desenvolver objetos tridimensionais em cartão, metal, barro e tela, explorando amplamente a sua plasticidade e flexibilidade. Na sua prática artística, utiliza também objetos encontrados que adapta a novas funções estéticas e formais. Quizembe explora os materiais para projetar e materializar formas tridimensionais fragmentadas e expressivas do seu auto-retrato e que se podem identificar como máscaras. Algumas delas são por vezes ativadas através da prática da performance, próximas da ideia de ritual enquanto ação que catalisa a memória. A sua pintura, composta pela convivência de múltiplas linguagens pictóricas, é cromaticamente vibrante e figurativa, e explora fundamentalmente o auto-retrato num universo onírico e psicológico. 

Sobre a artista Grácia Ferreira

Grácia Ferreira 2021Grácia Ferreira 2021Engrácia Ferreira dos Santos, nome artístico Grácia Ferreira, 48 anos de idade é natural de Luanda - Angola. Concluiu o Ensino Secundário no Instituto de Formação Artístico e Cultural em Luanda (INFAC), defendendo o trabalho final de escultura com o tema “Diferença conceptual entre estatueta e estátua”. Como artista plástica as suas telas e peças já passaram por vários países e continentes, com exposições em Cabo Verde, Angola, Cuba e Portugal.

Percurso, Materiais e Expressão

Cedo descobriu que a sua disciplina favorita era a Educação Visual e Plástica. Desde sempre se recorda de fazer rabiscos nas paredes de casa. Formou-se em Escultura, mas a paixão pela pintura esteve sempre presente e o destino encarregou-se de a encaminhar para as telas, pincéis e tintas. A sua fonte de inspiração é a arte no geral, seja de anónimos ou famosos. Baseia-se muito em coisas do dia-a-dia, na realidade africana e a tudo isto soma a criatividade e imaginação que mora no seu subconsciente.

Privilegia os acrílicos, o óleo, e a aguarela, sobre os mais diversos suportes, nomeadamente a tela, o papel e muitos materiais reciclados. Também a cor e a multiplicidade pictórica são proeminentes na sua pintura, vivendo apaixonada pelo surrealismo e o pelo abstratismo, o que lhe possibilita viajar no tempo. As suas imagens e envolvente pictórica são muito belas.

02.02.2022 | por Alícia Gaspar | arte, cultura, exposição, Galeria Artistas de Angola, gina diama, grácia silva, silvestre quizembe

"O Sistema", exposição do artista angolano Cristiano Mangovo

A galeria de arte .insofar convida: O SISTEMA

Cristiano Mangovo

Curadoria de Katrine Sirois

4.02 – 30.04.2022 na Rua Capitão Leitão, nº 53, Marvila, 1950-050 Lisbon


A galeria de arte .insofar apresenta “O Sistema”, uma exposição individual do artista angolano Cristiano Mangovo. Inaugura dia 4 de fevereiro entre as 16h-21h, coincidindo com a comemoração do Dia do Início da Luta Armada de Libertação Nacional.

Sob a curadoria da canadiana Katherine Sirois, a exposição é composta por uma seleção de pinturas que abordam questões sóciopolíticas complexas, tais como as hierarquias, as mentalidades de divisão e oposição profundamente enraizadas e difundidas, os conflitos de interesses ou o exercício do poder, a sua conquista e preservação a todo o custo.

Ecoando uma expressão comum em Angola, o título da exposição – O Sistema – impregna o conjunto das obras de Mangovo com um ligeiro toque de filosofia política. Esta referência à expressão popular e largamente utilizada para qualificar algo que seja disfuncional, ineficiente, fraudulento, inadequado ou injusto destaca o questionamento sobre a natureza ardilosa e intangível do “sistema” que assombra as obras de grandes dimensões.

Sem pretender mostrar a natureza profunda de um tal sistema de poder, cujo magnetismo e dinâmica são capazes de corroer qualquer espírito elevado, a exposição propõe-se questionar e estimular a reflexão sobre o imperialismo, as rivalidades e os jogos de poder entre indivíduos, tribos, regiões, países, géneros ou mesmo entre Estados e as suas populações.

Cristiano Mangovo

Nascido em Angola no ano de 1982, vive e trabalha presentemente em Lisboa. Sendo natural de Cabinda, a sua visão, imaginação e referências estão enraizadas na rica e complexa paisagem sócio-cultural multicamada dessa região. As suas aptidões artísticas e o seu interesse precoce pelo desenho levaram-no a estudar pintura na Academia de Belas Artes de Kinshasa. Considerado como um dos mais prolíficos entre os pintores da geração angolana do pós-guerra, Mangovo desenvolveu um estilo único, profundo, exuberante e maduro, que poderia ser definido como Expressionismo Figurativo. Motivado por um apurado sentido de observação e um espírito crítico perspicaz, a marca artística de Mangovo caracteriza-se por um impulso criativo energético, ritmos visuais fortes, cores e contrastes ousados, formas em movimento orgânicas desinibidas e representações corporais distorcidas.

Colocando o seu foco em tópicos complexos através de uma peculiar ótica satírica, a sua abordagem inovadora, com o uso de tipologias e símbolos arquetípicos e a sua atenção a questões como a injustiça, a desigualdade, a pobreza e o ecocídio, vai além das especificidades locais visando almejar uma dimensão universal. A sua obra faz parte de várias colecções de arte, tal como: AFRICANA Art Foundation (Suíça), Centro Cultural Brasil (Angola), Dâr-alMakhzen (Marrocos), Fondation Gandur pour l’Art (Suíça), Fundo das Nações Unidas para a População (RDC), Lycée Français A.E.F.L. (Angola) e Museu da Presidência da República Portuguesa (Portugal). Destaques recentes incluem a Residência Artistica Black Rock no Senegal, Prémios Lusofonia (2021) na categoria de artes visuais e a próxima Bienal de Kinshasa. Actualmente, Cristiano Mangovo é representado pela galeria de arte .insofar.

Katherine Sirois

curadora

Historiadora de arte canadiana sediada em Lisboa, autora independente e co-curadora da revista de arte contemporânea Wrong Wrong.

Como bolseira do Social Sciences and Humanities Research Council of Canada, concluiu os seus diplomas em Estudos de História da Arte na Université du Québec em Montreal. Assistente de ensino e de investigação na UQÀM, nomeadamente no projecto federal “The Self and the Other” no âmbito de “Issues of Identity Definitions in Contemporary Aboriginal Arts”, migrou para a Europa para realizar estudos de doutoramento em Estética (EHESS, Paris e Paris I-Panthéon Sorbonne). É actualmente associada ao Instituto de História das Artes da Universidade Nova de Lisboa.

Autora de ensaios e textos para catálogos de exposições de arte contemporânea e, por último, curadora da exposição “Fukuko Ando: Weaving (the) Cosmos” no Museu da Fundação do Oriente em Lisboa e membro da equipa de curadoria de “Histórias de Rostos: Variações Belting” no Museu Berardo.

31.01.2022 | por Alícia Gaspar | arte, cristiano mangovo, exposição, insofar, o sistema

TOCHAS, exposição de fotografia de Vasco Célio

a partir de 24 de novembro || 18h - 20h, Campo de Santa Clara, 167, Lisboa (nas Antigas Oficinas de Fardamento do Exército)

Curadoria: Sara Goulart

Em lugar incerto entre lenda e historiografia, conta-se que, há cerca de quatrocentos anos, os habitantes de São Brás de Alportel, perante a ameaça de invasão por parte de uma frota inglesa, acenderam tochas de fogo no alto do serro, à noite, criando a ilusão de exército grandioso e conseguiram assim afastar o inimigo. A vitória é anualmente evocada pelos homens de São Brás que substituíram a tocha incandescente por uma composição floral por eles elaborada e transportada numa procissão do rito pascal católico. 

Nos anos de 2012 e 2017, Vasco Célio retratou as centenas de homens de S. Brás de Alportel que empunham as suas tochas floridas na procissão pascal da Ressureição. Desse trabalho resultou uma exposição de novo fotografias à escala real. 

Apoios: DGArtes; Câmara Municipal de São Brás de Alportel; Ironic Art Nation; BUALA; Artadentro; Stills e Largo Residências.

22.11.2021 | por Alícia Gaspar | arte, exposição de fotografia, fotografia, inauguração, TOCHAS, vasco Célio

JUST MY IMAGINATION (Running Away with Me)


Exposição com curadoria de Azu Nwagbogu  

Abertura: 25 de Novembro - 17h / 21h 

Duração: 25 de Novembro de 2021 a 29 de Janeiro de 2022 | Quarta a Sábado - Das 15h às 19h

Artistas: Zanele Muholi & Ayogu Kingsley

No rescaldo das lutas pelas Liberdades Civis dos anos sessenta, nos Estados Unidos, e do movimento independente que varreu o continente africano, os anos setenta proporcionaram uma nova era aos artistas Negros, na qual sentiram a liberdade para escrever, produzir canções, arte, acolher eventos mundiais (FESTAC 77), combates de boxe (Rumble in the jungle 74), música e literatura que não estavam enraizados nas lutas, mas sim na alegria, no amor, na diversão, e na família Negra, sem deixar de abordar, de modo subtil, as injustiças sociais a partir de dentro – uma experiência intra-negra e não em reação ao “outro”, por assim dizer. Esta ideia de Negritude pós-moderna é hoje recuperada na cultura visual contemporânea, através do Retrato Negro. A Negritude passou da angústia existencialista a realidade natural, imaginação, aspiração, fantasia e agora nostalgia. Encontramo-nos num momento de nostalgia por fragmentos do passado, que guia e alimenta o presente, e desperta a imaginação. Just My Imagination (Running Away with Me) é uma canção do grupo americano de Soul, The Temptations. Nesta canção, a icónica banda fantasia acerca da felicidade doméstica, o tipo de futuro utópico que é nitidamente negado e dissociado da experiência Negra contemporânea. Just My Imagination foi uma ode à esperança de viver uma vida familiar simples e tranquila. Esta exposição apresenta um realismo natural que se torna visível através da pintura e da fotografia, uma vez que ambos os meios interagem e dominam a arte contemporânea de hoje em dia.

Zanele Muholi e Ayogu Kingsley são artistas contemporâneos com esperanças e aspirações moldadas por fragmentos da sua perceção da experiência Negra africana na infância. Esta exposição pretende recriar os atos de resignação perante fantasias emancipatórias moldadas por memórias pesadas de infância, histórias e cultura visual. Tal como as melodias psicadélicas Soul da obra epónima dos Temptations, lançada em 1971, o artista funde-se e atravessa o imaginário e a realidade para enfrentar o eu. Entre a auto-exploração vulnerável e declarações arrojadas, cada obra de arte desafia os arquétipos normativos e os padrões de comportamento ditados pela cultura contemporânea. 

Cada narrativa visual apresenta a imagem do próprio. Seja através do autorretrato performativo ou da pintura hiper-realista, os meios arrojados escolhidos pelos artistas abrem espaço à coragem de romper com a servidão.

Notas Biográficas:

_Azu Nwagbogu é o Fundador e Diretor da African Artists’ Foundation (AAF), uma organização sem fins lucrativos sediada em Lagos, na Nigéria. Nwagbogu foi nomeado Diretor/Responsável de Curadoria Interino do Museu Zeitz de Arte Contemporânea na África do Sul, de junho de 2018 a agosto de 2019. Nwagbogu é também Fundador e Diretor do LagosPhoto, um festival anual internacional de fotografia artística realizado em Lagos. É editor do Art Base Africa, um espaço virtual para descobrir e conhecer arte contemporânea de África e das suas diásporas. Nwagbogu é um curador com um especial interesse na museologia futura.

_Zanele Muholi, ativista visual que trabalha com fotografia, nascida em Umlazi, Durban. Atualmente vive e trabalha em Umbumbulu. A missão autoproclamada de Muholi é “reescrever uma história visual negra, queer e trans da África do Sul para que o mundo tome conhecimento da nossa resistência e existência no auge dos crimes de ódio na África do Sul e além-fronteiras”. Está atualmente a construir a primeira escola de artes em KwaZulu Natal. Muholi co-fundou o Forum for Empowerment of Women (FEW) em 2002. Em 2009, fundou também o Inkanyiso, um fórum para meios visuais (de ativismo) queer. Continua a oferecer formação e a co-proporcionar workshops de fotografia para jovens mulheres nos bairros da cidade. Muholi estudou Fotografia Avançada no Workshop de Fotografia de Mercado em Newtown, Joanesburgo, e em 2009 concluiu um mestrado em Documentary Media na Universidade de Ryerson, Toronto. Em 2013, tornou-se Professora Honorária na Universidade de Artes/Hochschule für Künste Bremen.

_Ayogu Kingsley Ifeanyichukwu é um artista nigeriano conhecido pelo seu estilo hiper-realista. Nascido em Enugu, na região oriental da Nigéria, Ayogu interessou-se pela pintura e pela arte desde muito jovem. Isto levou-o a estudar pintura e gráfica no Enugu State College of Education (Technical). A obra de Ayogu pode ser descrita como deslumbrante e detalhada, retratando situações com um amplo espetro de emoções expostas através de lágrimas, desespero e afinidade. Quem observa as suas peças sente invariavelmente uma ligação aos quadros.

*Todos os direitos de imagem reservados aos artistas. 

19.11.2021 | por Alícia Gaspar | arte, ayogu kingsley ifeanyichukwu, azu nwagbogu, exposição, fotografia, HANGAR, pintura, realismo, Zanele Muholi

ATLANTICA: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé and Príncipe and their Diasporas

Pão, pão, queijo, queijo, 2010 | Gelantin silver print | 60 x 200 cm © Sandim Mendes Pão, pão, queijo, queijo, 2010 | Gelantin silver print | 60 x 200 cm © Sandim Mendes

Lançamento do livro Atlantica: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé and Príncipe and their Diasporas

10 de Dezembro 2021 | 18h00 – 21h00

Local: Hangar | Rua Damasceno Monteiro, n.º 12 - r/c, 1170-112 Lisboa 

ATLANTICA: Contemporary Art  from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé  and Príncipe and their Diasporas é o terceiro livro da editora Hangar Books, especializada em publicações no contexto das artes contemporâneas, com foco nas espistemologias do sul. 

Na sequência das duas obras anteriores dedicadas, respectivamente, a Angola e a Moçambique, este novo livro da série “Atlantica” centra-se na arte de Cabo Verde, da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe, bem como nas suas diásporas.  É editado pelo artista César Schofield Cardoso, em conjunto com Mónica de Miranda, que assina também a coordenação.

Entre os artistas selecionados, encontramos Olavo Amado, Nú Barreto, Welket Bungué, César Schofield Cardoso, Irineu Destourelles, Vanessa Fernandes, Ângelo Lopes, Sandim Mendes, Melissa Rodrigues, Herberto Smith, Abdel Queta Tavares e René Tavares. E nos ensaios teóricos:  Azu Nwagbogu, Mónica de Miranda, César Schofield Cardoso, Ana Balona de Oliveira, Ana Cristina Pereira, Inês Beleza Barreiros, Raquel Schefer, Ana Nolasco, Álvaro Luís Lima, Michelle Salles, Paula Nascimento, Mariana Aboim, Raquel Lima, Valdívia Delgado Tolentino, Cristiana Tejo, Luísa Santos, Inocência Mata e Joacine Katar Moreira. 

Este quadro curatorial destaca artistas contemporâneos dentro e das regiões que atuam desde a viragem do milénio até ao presente. São artistas envolvidos em pesquisas e práticas de arte experimental e conceptual que investigam narrativas coloniais e pós-coloniais. As obras dos artistas representados neste livro são diversas em meio e abordagem, bem como no que respeita a questões sociais de endereço, como identidade e política corporal, lugar, memória e história. O novo milénio assistiu a uma produção cultural sem precedentes, caracterizada por um misto de radicalidade e marginalidade, nostalgia e utopia. Estes artistas estão principalmente comprometidos em desafiar noções fixas de lugar e afirmar conexões entre a produção artística e as formações políticas, sociais, ideológicas e pessoais.

“Atlantica” é o título e o princípio organizador desta série e o seu significado semântico remonta à mitologia clássica. Está carregado de potencial interpretativo sobre questões de localização, geografia, exílio, migração, separação, êxodo, diáspora e deslocamento, e representa o movimento de deixar a terra natal, uma experiência comum para muitos dos artistas representados nos outros livros da série. Atlantica aponta também para a história bem estudada da travessia do Atlântico Sul e do Norte e remete para o conceito de The Black Atlantic (1993), de Paul Gilroy. Gilroy usa as imagens do Atlântico para demonstrar a posição de identidades entre duas (ou mais) terras, culturas, que não podem ser definidas por fronteiras. Atlantica situa-se neste lugar de dupla consciência no trabalho de W.E.B. Du Bois, em The Souls of Black Folk (Du Bois 1903, 8).

Na celebração do lançamento deste livro, no dia 10 de Dezembro, às 18h, no Hangar, teremos um seminário moderado por César Schofield Cardoso com conversas com teóricos, artistas e investigadores. Este ciclo se estenderá por outros eventos como video-screenings, residências e rádio durante 2022.  Organização de Mónica de Miranda.

PROGRAMAÇÃO

Dia 10 de Dezembro. (18h00-21h30)

18h00

César Schofield Cardoso, “The space we share” (Editor’s note).

18h30

Ana Balona de Oliveira “Contemporary Art and the Interwoven Histories of Cabo Verde, Guinea-Bissau and São Tomé e Príncipe”. 

19h00

Inocência Mata “Between Sankofa and Janus…”transterritorialized” artists”.

19h30

Joacine k Moreira “TO DECOLONIZE IS TO D.E.P.R.O.G.R.A.M.E. Systemic Racism, Body, Gender and Diaspora in Arts”.

20h00

Artists Talk 

  • Vanessa Fernandes 
  • Irineu Destourelles
  • Nú Barreto
  • Melissa Rodrigues 
  • René Tavares 

 

CICLO DE VIDEO ONLINE DIÁSPORA: ITINERÁRIO DIALÓGICO

Curadoria de JOÃO SILVÉRIO

Artistas: Cesar Schofield Cardoso, Melissa Rodrigues, Vanessa Fernandes, Sandim Mendes, Welket Bungué

Lançamento 15/12/2021 às 19h

Diáspora: itinerário dialógico

Esta seleção de artistas para exibição na plataforma Hangar Online inclui trabalhos em vídeo e fotografias.  A extensão, por assim dizer, à fotografia, tenta reforçar uma ligação à prática documental tão presente nas imagens que os arquivos da diáspora se revelam como uma memória colonial do século passado.  Nesse sentido, procura-se propor um itinerário dialógico, ou seja, uma sequência de narrativas e documentos que exploram temas e temas atuais e comuns, como a (s) diáspora (s), o período colonial e diferentes abordagens das questões identitárias que representam a suposição de diferença, desejo e liberdade.

JOÃO SILVÉRIO

Mestre em Estudos Curatoriais pela Faculdade Belas-Artes da Universidade de Lisboa. É curador associado da colecção de arte contemporânea da Fundação PLMJ. Curador e tutor no projeto RAMA Residências para Artistas, Maceira, Portugal. Inicia a sua actividade como curador independente em 2003.

Cria o projecto independente EMPTY CUBE em Outubro de 2007 que tem apresentado projectos de artistas, designers e arquitectos (www.emptycube.org). Foi Presidente da Secção Portuguesa da AICA – Associação Internacional de Críticos de Arte, desde Março de 2013 até Dezembro de 2015. Cria, em 2019, a editora independente EMPTY CUBE_reader que lançou a primeira edição com uma obra dos artistas Musa paradisiaca.

Escreve regularmente sobre projectos artísticos em catálogos, publicações e websites entre os quais no www.emptycube.org

Conheça a editora Hangar Books:

https://hangar.com.pt/edicoes/ 

18.11.2021 | por Alícia Gaspar | arte, cabo verde, contemporary arts, cultura, diasporas, Guinea Bissau, HANGAR, lançamento de livro, livro, política, São Tomé and Príncipe

Alkantara Festival arranca no sábado com quatro espetáculos no mesmo dia

Os primeiros dias do festival são marcados pelas criações de Cherish Menzo, Chiara Bersani, Clara Amaral e Faustin Linyekula.

Alkantara Festival – Festival Internacional de Artes Performativas, que este ano decorre entre 13 e 28 de novembro, arranca no próximo sábado (13 de novembro) com quatro espetáculos, que serão apresentados em quatro palcos lisboetas, nomeadamente da Culturgest, Centro Cultural de Belém (CCB), Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) e Teatro do Bairro Alto (TBA). O arranque do festival será assinalado pela festa de abertura Meio Fio, com curadoria de Cigarra, que se realiza no Estúdio Time Out (no Time Out Market), a partir das 21h00.

O primeiro momento do festival está a cargo da artista portuguesa Clara Amaral, que apresenta She gave it to me I got it from her na Biblioteca Palácio Galveias, nos dias 13, 14, 16 e 17 de novembro, uma coprodução do Alkantara com o Teatro do Bairro Alto e a Veem House for Performance (Amesterdão). Clara Amaral tem desenvolvido um trabalho feminista, interseccional e interdisciplinar para explorar o aspeto performativo da leitura e da linguagem. Nos dias 13 e 14 de novembro há sessões às 15h, 16h30, 18h30 e 20h. Na terça e quarta-feira, 16 e 17 de novembro, as sessões decorrem às 17h, 18h30, 20h30 e 22h. No dia 13 de novembro às 18h30 e no dia 16 de novembro às 16h30 as sessões terão interpretação em Língua Gestual Portuguesa.
She gave it to me I got it from her, de Clara Amaral @The Book PhotographerShe gave it to me I got it from her, de Clara Amaral @The Book Photographer
Também com apresentação no primeiro dia do festival, a coreógrafa holandesa Cherish Menzo leva Jezebel ao CCB nos dias 13, 14 e 15 de novembro, às 19h. Aqui, a criadora e intérprete assume-se como protagonista de um universo musical controlado por homens, o hip hop, para desconstruir estereótipos associados ao corpo hipersexualizado da mulher. No dia 15 de novembro, após o espetáculo, haverá, na Black Box do CCB, uma conversa (falada em inglês) com Cherish Menzo e a rapper Chonk Kwong mediada pela tradutora, jornalista e ativista cultural angolana Carla Fernandes.

Jezebel, de Cherish Menzo @Bas De BrouwerJezebel, de Cherish Menzo @Bas De Brouwer

Já no Teatro Nacional D. Maria II, estará Chiara Bersani com Gentle Unicorn  de 13 a 16 de novembro (sábado, segunda e terça-feira, às 19h; domingo às 16h30). A artista italiana reflete sobre o significado político do seu próprio corpo, assumindo-se como agente na criação da imagem que o mundo terá dela. Após a sessão de domingo, dia 14, haverá na Sala Estúdio do TNDMII, uma conversa entre Chiara Bersani e a artista portuguesa Diana Niepce, com moderação de Carla Fernandes. A conversa será em inglês.

Gentle Unicorn, de Chiara Bersani @Alice BrazzitGentle Unicorn, de Chiara Bersani @Alice Brazzit

Ainda no primeiro dia do festival, às 21h00, já na Culturgest, dá-se o espetáculo de abertura oficial do festival, com o bailarino e coreógrafo congolês Faustin Linyekula. Linyekula, que em 2016 foi o artista convidado da Bienal Artista na Cidade, em Lisboa, estreia em Portugal História(s) do Teatro II, peça que revisita a nação congolesa nos anos 70 e a criação do Ballet National du Zaïre com três dos seus membros originais. O espetáculo pode também ser visto no sábado, dia 14 de novembro, às 19h00.

História(s) do Teatro II, de Faustin Linyekula ©Agathe PoupeneyHistória(s) do Teatro II, de Faustin Linyekula ©Agathe Poupeney

Uma festa de abertura repleta de performances

Na noite de sábado, 13 de novembro, o Time Out Market acolhe a festa de abertura da edição deste ano do Alkantara Festival, com curadoria de Cigarra (Ágatha Barbosa) e intitulada Meio Fio. Durante 5 horas, Meio Fio será mais do que uma festa ou pista de dança, assumindo-se como espaço performativo. O programa inclui música, performances, instalações e “degustações sinestésicas” preparadas por Cigarra, Jajá Rolim, Kurup, Jaçira, Eubrite, Muleca XIII, Judas, Paulo Fluxuz_, entre outros artistas. A festa acontece no espaço do Estúdio Time Out, entre as 21h e as 02h. A entrada é livre.

Até ao dia 28 de novembro, a programação do Alkantara Festival vai circular pelas salas dos habituais parceiros do festival, como o Centro Cultural de Belém, a Culturgest, o São Luiz Teatro Municipal, o Teatro do Bairro Alto e o Teatro Nacional D. Maria II, assim como pelo Espaço Alkantara, em Santos, e a Casa da Dança, em Almada.

Os bilhetes para os espetáculos, cujos preços variam entre os 7 e 16 euros, podem ser adquiridos nas bilheteiras, físicas e online, dos teatros parceiros. Há ainda várias atividades de entrada livre, como performances ou ensaios abertos. A programação completa encontra-se disponível no site do Alkantara Festival: https://alkantara.pt

11.11.2021 | por Alícia Gaspar | alkantara festival, arte, cinema, conversas, cultura, espetáculos, teatro