JUST MY IMAGINATION (Running Away with Me)


Exposição com curadoria de Azu Nwagbogu  

Abertura: 25 de Novembro - 17h / 21h 

Duração: 25 de Novembro de 2021 a 29 de Janeiro de 2022 | Quarta a Sábado - Das 15h às 19h

Artistas: Zanele Muholi & Ayogu Kingsley

No rescaldo das lutas pelas Liberdades Civis dos anos sessenta, nos Estados Unidos, e do movimento independente que varreu o continente africano, os anos setenta proporcionaram uma nova era aos artistas Negros, na qual sentiram a liberdade para escrever, produzir canções, arte, acolher eventos mundiais (FESTAC 77), combates de boxe (Rumble in the jungle 74), música e literatura que não estavam enraizados nas lutas, mas sim na alegria, no amor, na diversão, e na família Negra, sem deixar de abordar, de modo subtil, as injustiças sociais a partir de dentro – uma experiência intra-negra e não em reação ao “outro”, por assim dizer. Esta ideia de Negritude pós-moderna é hoje recuperada na cultura visual contemporânea, através do Retrato Negro. A Negritude passou da angústia existencialista a realidade natural, imaginação, aspiração, fantasia e agora nostalgia. Encontramo-nos num momento de nostalgia por fragmentos do passado, que guia e alimenta o presente, e desperta a imaginação. Just My Imagination (Running Away with Me) é uma canção do grupo americano de Soul, The Temptations. Nesta canção, a icónica banda fantasia acerca da felicidade doméstica, o tipo de futuro utópico que é nitidamente negado e dissociado da experiência Negra contemporânea. Just My Imagination foi uma ode à esperança de viver uma vida familiar simples e tranquila. Esta exposição apresenta um realismo natural que se torna visível através da pintura e da fotografia, uma vez que ambos os meios interagem e dominam a arte contemporânea de hoje em dia.

Zanele Muholi e Ayogu Kingsley são artistas contemporâneos com esperanças e aspirações moldadas por fragmentos da sua perceção da experiência Negra africana na infância. Esta exposição pretende recriar os atos de resignação perante fantasias emancipatórias moldadas por memórias pesadas de infância, histórias e cultura visual. Tal como as melodias psicadélicas Soul da obra epónima dos Temptations, lançada em 1971, o artista funde-se e atravessa o imaginário e a realidade para enfrentar o eu. Entre a auto-exploração vulnerável e declarações arrojadas, cada obra de arte desafia os arquétipos normativos e os padrões de comportamento ditados pela cultura contemporânea. 

Cada narrativa visual apresenta a imagem do próprio. Seja através do autorretrato performativo ou da pintura hiper-realista, os meios arrojados escolhidos pelos artistas abrem espaço à coragem de romper com a servidão.

Notas Biográficas:

_Azu Nwagbogu é o Fundador e Diretor da African Artists’ Foundation (AAF), uma organização sem fins lucrativos sediada em Lagos, na Nigéria. Nwagbogu foi nomeado Diretor/Responsável de Curadoria Interino do Museu Zeitz de Arte Contemporânea na África do Sul, de junho de 2018 a agosto de 2019. Nwagbogu é também Fundador e Diretor do LagosPhoto, um festival anual internacional de fotografia artística realizado em Lagos. É editor do Art Base Africa, um espaço virtual para descobrir e conhecer arte contemporânea de África e das suas diásporas. Nwagbogu é um curador com um especial interesse na museologia futura.

_Zanele Muholi, ativista visual que trabalha com fotografia, nascida em Umlazi, Durban. Atualmente vive e trabalha em Umbumbulu. A missão autoproclamada de Muholi é “reescrever uma história visual negra, queer e trans da África do Sul para que o mundo tome conhecimento da nossa resistência e existência no auge dos crimes de ódio na África do Sul e além-fronteiras”. Está atualmente a construir a primeira escola de artes em KwaZulu Natal. Muholi co-fundou o Forum for Empowerment of Women (FEW) em 2002. Em 2009, fundou também o Inkanyiso, um fórum para meios visuais (de ativismo) queer. Continua a oferecer formação e a co-proporcionar workshops de fotografia para jovens mulheres nos bairros da cidade. Muholi estudou Fotografia Avançada no Workshop de Fotografia de Mercado em Newtown, Joanesburgo, e em 2009 concluiu um mestrado em Documentary Media na Universidade de Ryerson, Toronto. Em 2013, tornou-se Professora Honorária na Universidade de Artes/Hochschule für Künste Bremen.

_Ayogu Kingsley Ifeanyichukwu é um artista nigeriano conhecido pelo seu estilo hiper-realista. Nascido em Enugu, na região oriental da Nigéria, Ayogu interessou-se pela pintura e pela arte desde muito jovem. Isto levou-o a estudar pintura e gráfica no Enugu State College of Education (Technical). A obra de Ayogu pode ser descrita como deslumbrante e detalhada, retratando situações com um amplo espetro de emoções expostas através de lágrimas, desespero e afinidade. Quem observa as suas peças sente invariavelmente uma ligação aos quadros.

*Todos os direitos de imagem reservados aos artistas. 

19.11.2021 | por Alícia Gaspar | arte, ayogu kingsley ifeanyichukwu, azu nwagbogu, exposição, fotografia, HANGAR, pintura, realismo, Zanele Muholi

Zanele Muholi was honoured at the Index on Censorship Freedom of Expression awards in London.

Muholi won the Index Arts award, for which she had been nominated alongside Russian punk group Pussy Riot, Saudi Arabian filmmaker Haifaa al Mansour, and Indian cartoonist Aseem Trivedi.

The Index Awards are, according to the organizers, ‘an extraordinary celebration of the courageous and determined individuals around the world who have stood up for free expression, often at great personal risk’. Dedicating the award to two friends who were victims of hate crimes and later succumbed to HIV complications, Muholi said: ‘To all the activists, gender activists, visual activists, queer artists; writers, poets, performers, art activists, organic intellectuals who use all art forms of expressions in South Africa. The war is not over till we reach an end to ‘curative rapes’ and brutal killing of black lesbians, gays and transpersons in South Africa.’

According to The Guardian, CEO Kirsty Hughes said: ‘Zanele has shown tremendous bravery in the face of criticism and harassment for ground-breaking images which include intimate portraits of gay women in South Africa, where homosexuality is still taboo and lesbians are the target of horrific hate crimes. She has won the award both for her courage and the powerful statements made by her work.’

Born in Umlazi, Durban, in 1972, Muholi describes herself as a ‘visual activist’, presenting positive imagery of black lesbians and transgendered persons through her work. Her series of black and white portraits, Faces and Phases, was exhibited at Documenta 13 in 2012, as was her documentary, Difficult Love, which has been shown to acclaim at festivals around the world.

Works from Muholi’s Faces and Phases series are currently on exhibition at Yancey Richardson Gallery in New York, through 6 April.

 

GALERIA DE ZANELE MUHOLI NO BUALA 

Ler aqui artigo sobre o trabalho da artista 


02.04.2013 | por martalanca | Zanele Muholi