Não há cura

Alice Marcelino / Carlota Bóia Neto / Daniela Vieitas /  Gabriela Noujaim / Indira Grandê / Pamina Sebastião / Sofia Yala

 21 de julho - 3 setembro

Performance “Na Porta ao Lado” de Daniela Vieitas.

Sessões | 19h-20h-21h

DJ Mistah Isaac apresenta“Wako Kungo Sessions” Hosted by Diaza 18h-22h

Galeria MOVART em Lisboa apresenta uma nova interpretação da exposição NÃO HÁ CURA, a coletiva que há um ano inaugurou no Instituto Camões em Luanda. A exposição é agora transportada para uma outra cidade, num outro país e continente. Embora num contexto sócio-político diferente, NÃO HÁ CURA reúne um conjunto de obras que refletem sobre problemáticas universais, e que fazem sentido serem agora mostradas no espaço lisboeta da Galeria MOVART.

A conversa e a desconstrução são os pontos de partida desta mostra que questiona a imposição dos espaços, das diretrizes curatoriais e das convenções sociais. Um diálogo, por ora, sem fim à vista, que se propõe redescobrir e resignificar o eu, o corpo e a mulher, procurando relançar e repensar radicalmente o papel da arte.

A exposição, inicialmente comissariada por Keyezua, conta com a participação de Alice Marcelino (Angola), Carlota Bóia Neto (Portugal), Daniela Vieitas (Portugal), Gabriela Noujaim (Brasil), Indira Grandê (Angola), Pamina Sebastião (Angola) e Sofia Yala (Angola) que irão apresentar obras inusitadas entre instalação, performance, fotografia, video e colagem.

Galeria MOVART,  Rua João Penha 14A, 1250 - 131 Lisboa

18.07.2022 | por Alícia Gaspar | alice marcelino, arte, Carlota Bóia Neto, cultura, Daniela Vieitas, exposição, feminismo, gabriela noujaim, Indira Grandê, movart, NÃO HÁ CURA, Pamina Sebastião, Sofia Yala

Our (spatial) stories live in performative futures

Curadoria: Cindy Sissokho & Fabián Villegas

Inauguração: 25 de Fevereiro de 2022, das 18h às 21h

Datas: Exposição patente até 19 de Março 2022, Quarta a Sábado, das 15h às 19h

Local: R. Damasceno Monteiro, 12 R/C | 1170-112 – Lisboa

Artistas: Rafael De Oliveira, Désirée Desmarattes, Theo Gould, Henrique J. Paris, Lion
Maré Djaci, Odair Monteiro, Nuno Silas, Sofia Yala

Cada regime de representação colonial é construído sobre o apagamento, o silenciamento, a devastação dos ecossistemas culturais, as geografias existenciais, as cartografias emocionais. A imagem é precedida por sons, o olhar colonial apaga os sons, remove o contexto e os objectos de representação. Tira o objecto fora da representação da sua própria concepção de espaço e temporalidade.

Através da fotografia, textos, sons, performance e vídeo, os oito artistas criam espaços de intimidade para o quotidiano, criam coletivamente ferramentas que revelam narrativas familiares, itinerários diaspóricos e arquivam o eu em processos de auto-realização e reivindicação a sua existência fora de um olhar colonial e a temporalidade.

O artista fá-lo através do auto-retrato, ligando-se através de objectos familiares como sistemas de transmissão e recuperação histórica das memórias. Esta narração é trazida dentro de uma ‘casa’ – as casas de família, o quarto, o estúdio fotográfico como um espaço seguro e até mesmo o corpo – capturando o vernáculo da diáspora, reivindicando a presença negra na cidade entrincheirada dentro de narrativas/monumentos coloniais e aos projectos ‘casa’ como espaço para horizontes emancipatórios e utópicos de vida colectiva.

Através de exercícios de insurreição e imaginação política, o diálogo da diáspora com os espaços de monumentalidade na cidade, activando espaços de memória, cria viagens auto-cartográficas, arquivos monumentais de legado anticolonial.

Como é que o regime de imagens tem um papel na informação do planeamento futuro, visão utópica e dinâmica desejos em torno de viver em cidades para a diáspora?

Através da representação e compreensão dos movimento que ocorrem (estratificação laboral, migração, mobilidade social, cultural e económica zonificação, etc.) contra as narrativas actuais de rejeição, transformação, gentrificação, etc.

A exposição é uma viagem pedagógica que não só exibe mas procura o exercício de uma imaginação de narrativas diásporas no futuro. Faz-nos questionar quais são as metáforas de nós próprios no futuro.

As obras dos artistas são um convite à ficcionalização das narrativas, e uma possibilidade de procurar através da ficção uma ferramenta pedagógica para visualizar os futuros performativos. A exposição refere-se indiretamente ao conceito histórico de “Heterotopias” e a ressonância com a categoria de “utopias localizadas”, em que construímos mundos dentro de mundos, um novo sentido de espacialidade no regime colonial de espacialidade.

Permitem-nos também pensar, visualizar e experimentar o que significa criar e recuperar histórias espaciais através da lente das suas experiências pessoais que se infiltram através da narração visual de histórias. Elas reconsideram um sentido de espaço e lugar através da fugitividade, exílio e deslocamento e negociar um sentido de pertença contra a violência espacial.

Este projecto é apoiado por UCREATE um projecto de Creative Europe a decorrer na Bélgica, Hungria, Portugal e Itália liderado por 4 organizações artísticas (Fundação Internacional Yehudi Menuhin (BE); HANGAR (PT); Mus-e Hungary (HUN); BIG SUR (IT)) com o objectivo de utilizar as artes e a co-criação artística como um meio para criar laços sociais entre indivíduos.

21.02.2022 | por Alícia Gaspar | arte, cultura, Désirée Desmarattes, diáspora, fotografia, Henrique J. Paris, Lion Maré Djaci, Nuno Silas, Odair Monteiro, Rafael De Oliveira, Sofia Yala, Theo Gould