Lisboa e a Memória do Império Património, Museus e Espaço Público

Lisboa e a Memória do Império  Património, Museus e Espaço Público analisar várias instâncias pelas quais são construídas e reproduzidas “imagens” de memória associadas à história imperial de Portugal, entendida este enquanto eixo articulador fundamental da identidade nacional portuguesa. O foco está, portanto, dirigido a uma “memória-imagem”, ou a uma memória-representação, chancelada pelo Estado, pelas corporações e pelas instituições de cultura pública,

20.06.2018 | por Elsa Peralta

Quilombos: nossa vida e trajetória é de luta

Quilombos: nossa vida e trajetória é de luta A palavra quilombo significa: sociedade formada por jovens guerreiros que pertenciam a grupo étnicos desenraizados de suas comunidades. O Território Remanescente de Comunidade Quilombola é uma concretização das conquistas da comunidade afro descendente no Brasil, fruto das várias e heróicas resistências ao modelo esclavagista e opressor instaurado no Brasil colônia e do reconhecimento dessa injustiça histórica.

07.03.2018 | por Marcos Lamoreux

Arquiteturas e Urbanismos do sul em debate

Arquiteturas e Urbanismos do sul em debate Com vasta programação e intenso debate, integrantes do MALOCA reforçaram seus laços, ampliaram suas parcerias e definiram a agenda do grupo para o próximo triênio, que segue fortemente focada no debate étnico-racial em arquitetura e urbanismo e nas questões de ensino na área, o papel social dos arquitetos e urbanistas no Brasil e na América Latina.

11.12.2017 | por Andréia Moassab e Gabriel Cunha

Corpos de Excepção

Corpos de Excepção O planeta divide-se em duas zonas: uma civilizada, onde há um modo de vida do mundo livre a preservar, e outra selvagem, habitada por criaturas que podem ser abatidas para seu próprio bem. Esta estrutura replica-se, numa escala proporcional, nas nossas próprias zonas civilizadas: as cidades têm zonas de gente de bem e bairros suburbanos para imigrantes, pobres, negros e, portanto, criminosos. A guerra sem fim ao terrorismo justifica que vivamos numa espécie de estado de exceção permanente em que os direitos, liberdades e garantias podem ser suspensos para preservar a nossa segurança.

28.11.2017 | por Nuno Ramos de Almeida

Teat(r)o oficina: corpos livres em perigo

Teat(r)o oficina: corpos livres em perigo No país da história golpeada, estamos vivendo os nefastos desdobramentos da sua mais recente reedição, ocorrida em 2016, que reverbera em variadas esferas. Todas as conquistas e aspirações dos de baixo estão sendo questionadas: proteção social, educação pública de qualidade, saúde para todos, combate às desigualdades sociais e raciais, políticas culturais, o limitado voto... Nessa encruzilhada, estamos: sabe(re)mos resistir (o que significa, para a esquerda, re-existir)? É este o contexto da nova ofensiva contra o Teatro Oficina Uzyna Uzona, ativo há quase seis décadas na cidade de São Paulo, no bairro do Bixiga.

18.11.2017 | por Jean Tible

Abuso num bairro black, reflexão sobre a violência policial, o racismo e a segregação nas periferias de Lisboa

Abuso num bairro black, reflexão sobre a violência policial, o racismo e a segregação nas periferias de Lisboa Disciplinar aqueles que vivem nos bairros e controlar um exército de indesejáveis, muitas vezes produzindo a própria desordem, é uma das funções do poder soberano nas sociedades capitalistas. Nos bairros negros as leis podem ser transgredidas, como fica evidente na praxis da polícia na Cova da Moura, dada a lógica de exceção prevalecer nesses territórios.

23.10.2017 | por Otávio Raposo e Pedro Varela

CAMPUS UNIVERSITÁRIO: uma reflexão para o século XXI a partir do estudo de caso da instalação da Universidade de Cabo Verde

CAMPUS UNIVERSITÁRIO: uma reflexão para o século XXI a partir do estudo de caso da instalação da Universidade de Cabo Verde Este artigo debate a relação entre concepções arquitetônicas e modelos educacionais para o ensino superior no século XXI. Para este fim analisaremos o caso da instalação da Universidade de Cabo Verde. É possível vislumbrarmos um projeto arquitetônico com melhor capacidade de atender a uma universidade localizada no continente africano no início do século XXI? Esta discussão será capaz de apontar novos caminhos para arquitetura e ensino superior ou estará refém de paradigmas anteriores, produzidos pelo norte global?

22.05.2017 | por Andréia Moassab

A outra história brutal da Alemanha: deve o “Quarteirão Africano” de Berlim ser renomeado?

A outra história brutal da Alemanha: deve o “Quarteirão Africano” de Berlim ser renomeado? Numa cidade aparentemente especialista na monumentalização e memorialização, o passado colonial da Alemanha, e por extensão a história por detrás do Quarteirão Africano, esteve até recentemente ausente da consciência pública.

11.04.2017 | por Ana Naomi de Sousa

As marcas urbanas da violência colonial

As marcas urbanas da violência colonial Reconhecer o protagonismo de mulheres e homens negras/os é inadiável para descolonizar a memória, chave para o empoderamento e a emancipação coletivos. Construtoras/es de cidades e de cidadania, suas histórias desconstroem a versão embranquecida de um 13 de maio que pretendeu, durante muito tempo, reiterar a subalternização e o apassivamento. Ao contrário de comemorativa, esta é uma data de luta contra as marcas da violência colonial arraigadas nas estruturas e nos territórios brasileiros.

05.07.2016 | por Andréia Moassab, Joice Berth e Thiago Hoshino

Quem vai poder morar em Lisboa?

Quem vai poder morar em Lisboa? Um grupo informal de habitantes da cidade de Lisboa juntou-se à volta de uma preocupação comum: a percepção de uma abrupta alteração das dinâmicas da cidade e sobretudo da grande subida do preço da habitação. Começaram por conversar casualmente sobre o que os preocupava. Essas conversas tornaram-se mais regulares. As inquietações comuns tornaram-se mote para a organização de um debate à volta do tema. Das conversas e de alguma pesquisa foi escrito, a várias mãos, este texto. Qual é o problema do preço da habitação subir em Lisboa?

13.06.2016 | por vários

Lisboa(s) escondida(s)

Lisboa(s) escondida(s) Nestas comunidades de afrodescendentes há uma ansiedade de mudança. Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo, reconhece que, após mais de duas décadas de luta pelos direitos das minorias, “ficou muito por fazer. Não se entende porque, no século XXI, nós ainda, por exemplo, estejamos a discutir se a lei da nacionalidade, em Portugal, tinha de ser na base do direito de sangue ou no direito de solo”, afirma.

19.04.2016 | por Carla Fernandes

DELHI DELIGHT! A Máquina de desejos do século XXI

DELHI DELIGHT! A Máquina de desejos do século XXI      Cozinhada num caldeirão onde a utopia neoliberal constitui actualmente o dispositivo mais poderoso na construção da sua narrativa urbana, onde a sociedade indiana (ainda estratificada e dividida), o seu meio amniótico e os traumas pós-coloniais a sua atmosfera favorita, Delhi (como outras grandes metrópoles globais) constitui o espelho mais próximo do que pode ser considerado o fruto anárquico do urbanismo especulativo. Cresce desvairadamente fugindo ao controlo do plano, superando a própria realidade, numa odisseia que parece ter sido imaginada por Homero, Fritz Lang e Calvino em simultâneo.

04.04.2016 | por Sebastião Santos

No te ne kemin

No te ne kemin Nô t nekemim, em crioulo estamos a caminho, centra-se num estudo partilhado sobre uma metodologia de actuação em assentamentos informais na cidade do Mindelo, Cabo Verde, nomeadamente no Alto de Bomba e suas áreas anexas, elaborada com os alunos do primeiro ano das disciplinas de Antropologia do Espaço e Teoria Geral de Organização do Espaço dos cursos de Design, Artes Visuais e Arquitectura do M_EIA – Instituto Universitário de Arte, Tecnologia e Cultura. Após um trabalho de cartografia crítica, previamente elaborado na Ilha da Madeira - outra área da cidade - onde se consolidou uma base teórica sobre o tema, ampliou-se o campo de actuação ao recorrer-se a uma estrutura educativa aberta e experimental, que se propõe a desafiar as gerações mais jovens a construir um pensamento divergente do “main stream” e a perseguir novas utopias.

23.02.2016 | por Nuno Flores e Manoel Ribeiro

Patrimónios de Influência Portuguesa: Modos de Olhar

Patrimónios de Influência Portuguesa: Modos de Olhar A influência portuguesa é assim um espaço que extravasou na geografia e no tempo os limites formais das sucessivas configurações geopolíticas do antigo Império, produzindo transculturalidades intensas e difusas, celebradas e ocultas, ostensivas e sensíveis, que o pós-colonialismo vai fragmentadamente absorvendo.

15.09.2015 | por Margarida Calafate Ribeiro e Walter Rossa

Xikala – História e Urbanidade de um Bairro de Luanda

Xikala – História e Urbanidade de um Bairro de Luanda Paulo Moreira afirma ter iniciado este trabalho “motivado pela urgência em documentar e compreender a forma urbana” do bairro antes da demolição. As preocupações do arquiteto não estão circunscritas à sua disciplina, a proposta que nos apresenta é mais do que um projeto de investigação sobre um bairro informal, trata-se de um olhar intimista sobre a organização espacial, social e cultural da Chicala.

07.09.2015 | por Cláudia Silva

Violência e racismo na Cova da Moura

Violência e racismo na Cova da Moura Polícia espanca jovens negros e inventa “pseudo-invasão de esquadra” para justificar tortura. “Não há capitalismo sem racismo”. Afinal, o racismo é uma forma de legitimar uma mão-de-obra subalterna com vista a reduzir os salários e aumentar os lucros dos patrões. Grande parte dos negros e das negras estão “incluídos” na sociedade portuguesa de uma forma bastante específica: enquanto mão-de-obra precária, barata ou desempregada. Por isso, o racismo só pode ser pensado em associação com a dimensão das classes sociais. As consequências desta nefasta combinação todos conhecem: marginalização em múltiplas esferas da vida social (da escola aos media; do local de trabalho à moradia), violência policial, segregação e humilhações sem fim.

11.02.2015 | por Otávio Raposo

Convívio ou violência? Os meets e a afirmação do direito à cidade

Convívio ou violência? Os meets e a afirmação do direito à cidade Portugal passou a conhecer uma nova forma de convívio entre os jovens. Chama-se meet e já integra a agenda sócio-política do país. O meet é um encontro realizado em espaços públicos de Lisboa, no qual as redes sociais desempenham um papel preponderante. O objectivo, conforme a descrição dos seus organizadores nas páginas dos eventos, é proporcionar o encontro de amigos, socializar e conviver. Foi a partir de um meet nas proximidades do centro comercial Vasco da Gama, em Agosto, que este assunto ocupou o horário nobre dos telejornais portugueses.

17.10.2014 | por Otávio Raposo

A city called mirage de Kiluanji Kia Henda

A city called mirage de Kiluanji Kia Henda A City Called Mirage é o título da exposição individual do artista angolano KILUANJI KIA HENDA (Luanda, 1979). Inaugura no dia 18 de Setembro, quinta-feira, às 21h30, poderá ser visitada, na Galeria Filomena Soares, em Lisboa, até dia 29 de Novembro de 2014. É uma exposição complexa que traça vias originais sobre um tema recorrente nos últimos tempos: o das cidades entre a virtualidade e a desertificação. Kiluanji aposta na ficção (científica e mitológica) e na ironia como formas de transcender o pessimismo da hipercrítica e a estética da ruína. Através do humor adquire-se consciência do quão efémeras são as maiores construções humanas: todas as cidades voltarão a ser matéria-prima, tal como os metais retirados do subsolo voltarão a fundir-se na terra.

11.09.2014 | por Lucas Parente

Assincronias urbanas: Cabo Verde e a necessária ressemantização do território

Assincronias urbanas: Cabo Verde e a necessária ressemantização do território O défice habitacional em Cabo Verde é elevado e essa carência materializa-se na multiplicação de bairros informais, que desfiguram o perfil paisagístico das cidades e condicionam a qualidade de vida das populações. Como chegamos a este ponto? Que vantagens trazem as soluções apontadas e quais as suas vulnerabilidades? Como resolver esta problemática?

22.08.2014 | por Andréia Moassab

Visões de África politicamente correctas

Visões de África politicamente correctas O mundo que o colonialismo mudou, por sua vez, só pode ser entendido na sua complexidade, a partir da análise das sociedades que ajudou a organizar, que influenciou e transformou, muitas vezes de forma dramática. Hoje, nos antigos impérios, alguns dos principais bloqueios a esta interpretação provêm da permanência de perspectivas pós-imperiais e nacionalistas que continuam a conceber a história à medida de uma gesta nacional.

05.04.2014 | por Nuno Domingos