José (ou Zeca) Afonso é uma referência nacional. Entre as vozes de contestação ao regime do Estado Novo, a ditadura que já se prolongava desde 1928 em Portugal, era ele que encabeçava. Era precisamente a partir da arte, da composição lírica, da música que expressou a sua indignação em relação ao estado do país, fazendo-o de forma tão sagaz e subtil que foi fintando a austeridade da censura. Após a queda do regime, manteve-se firme e vincou as promessas de Abril, que asseverou até 1987, ano em que faleceu, vítima de esclerose lateral amiotrófica. No entanto, o seu legado perdura e é, cada vez mais, um alimento para a alma de quem não é só português, mas de quem respira e usufrui da liberdade.
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24.02.2021 | por Lucas Brandão