Moção aprovada pela reunião ordinária, de 5 de abril de 2025, da assembleia da delegação da associação da língua materna cabo-verdiana em portugal (dalmacv.pt)

Moção aprovada pela reunião ordinária, de 5 de abril de 2025, da assembleia da delegação da associação da língua materna cabo-verdiana em portugal (dalmacv.pt) A Comissão Científica da DALMACV-PT composta, in casu, por Ana Josefa Cardoso, Dulce Pereira, Alice Matos, Nélia Alexandre e Hans-Peter (Lonha) Heilmair informa que o processo de análise e reflexão sobre o "Manual de Língua e Cultura Cabo-Verdiana" se encontra em curso. Esta reflexão crítica de leitura do manual incide sobre três tópicos: i) Questões Linguísticas; ii. Questões Pedagógico-Didáticas e iii. Questões de Política de Língua.

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14.04.2025 | por vários e José Luís Hopffer Almada

Migro, logo existo

Migro, logo existo Mas a cor é um território. A sexualidade, território. A crença, território. O corpo, território. O género, território. A memória, território. A dança, território. O cabelo, o sonho, o luto, a trauma (seja lá o que isso for), a língua e a linguagem, são todos territórios. Territórios, não propriedades privadas. Mas queremos colocar fronteiras, colocar linhas e marcas em tudo, apesar de todos vivermos em migrações constantes.

Mukanda

14.04.2025 | por Marinho de Pina

Angola entra com lei pesada no combate às “fakenews”

Angola entra com lei pesada no combate às “fakenews” O governo angolano entende que apesar deste tipo de disseminação não ser um acontecimento recente, com a existência da Internet tudo se tornou mais rápido e eficaz, sendo insuficientes as “ferramentas tradicionais do direito” tendo em vista o seu combate. Neste contexto considera-se urgente “a necessidade de se adaptar uma abordagem legal suficientemente abrangente e integrada das informações falsas ocorridas na internet”.

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13.04.2025 | por Reginaldo Silva

A menina burra e a caixa invisível

A menina burra e a caixa invisível Essa sabedoria só resultava dentro dela, mas como nenhum deles sabia sequer que estava em uma caixa, nem que havia algo fora da caixa, e menos ainda nomear todas as coisas e cores estranhas que existiam e que, agora, a menina, que fora burra quase toda a vida, conhecera justamente por causa da sua desobediência. Na triste história da menina burra, a história não acaba assim tão triste, e a menina não acaba assim tão burra. Ela aprendeu a aprender, aprendeu que era a escuridão da caixa a impedia de enxergar conhecimentos e sabedorias, e finalmente foi aos registos e mudou seu nome para "a menina cujo cérebro só aprendia na luz".

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11.04.2025 | por Manuella Bezerra de Melo

Manual do 10.º ano de língua e cultura cabo-verdiana – nota de esclarecimento

Manual do 10.º ano de língua e cultura cabo-verdiana – nota de esclarecimento  Sentimo-nos no dever de esclarecer o grande público quanto a alguns dos princípios orientadores (socio)linguísticos, pedagógicos e didáticos, há muito atestados em literatura especializada e em contextos semelhantes à ecologia linguística cabo-verdiana, que fundamentam todas as opções adotadas na elaboração do Manual, inclusivamente a escolha de uma proposta de ortografia pandialetal para a voz das autoras.

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10.04.2025 | por vários

Nota Autobiográfica ao livro "O Cemitério do Elefante Branco"

Nota Autobiográfica ao livro "O Cemitério do Elefante Branco" Nos meus 12 anos, limitava-me a vê-los e a ouvi-los falar, sem dizer nada. Escutava e assimilava, como se estivesse sentado em frente de uma televisão, olhando as notícias através da neblina do fumo do tabaco. Observado em silêncio, aquele ambiente de decadência, ruína e letargo convertia-se num espectáculo irresistível e aguçava o meu apetite intelectual. Havia algo, ali, que me repelia profundamente, mas que, ao mesmo tempo, me atraía poderosamente. Aquelas personalidades, regadas com álcool, sarcasmo e uma enorme capacidade de mentirem a si próprias, eram atormentadas e autodestrutivas, arrogantes e sedutoras, viscerais e sofisticadas, vulcânicas e complexas. Estavam na Europa, mas com a cabeça totalmente no outro hemisfério do planeta, incapazes de cortar o cordão umbilical com as ex-colónias.

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08.04.2025 | por João Pedro George

Dr.ChatGpt ou de Como eu aprendi a não me preocupar com a IA e passei a amá-la.

Dr.ChatGpt ou de Como eu aprendi a não me preocupar com a IA e passei a amá-la. A IA pode escrever toscamente piadas, mas isso não acontece com a maioria dos seus concorrentes humanos? E ao combinar estilos de humoristas passados ou contemporâneos, ou fazendo pastiches de ídolos, será a IA assim tão diferente dos humoristas que procuram ainda a sua “voz”? No fundo, como os escritores que, influenciados pelas suas “leituras”, escrevem à “maneira” de um Lobo Antunes, de um Saramago ou um Hemingway, ou seguindo as regras de determinados géneros e de correntes literárias, ou os cineastas que fazem filmes à Tarantino, westerns fordianos, melodramas Almodovaríanos? Fábio Porchat, por exemplo, começou a sua carreira interrompendo o programa de um ídolo nosso (Jô Soares) para representar um guião de Porchat, de um hipotético episódio da série os Normais, criada e escrita por Fernanda Young, em que Porchat faz os papeis de Vani (Fernanda Torres) e Rui (Luiz Fernando Guimarães).

Cara a cara

07.04.2025 | por Pedro Goulão

“Explosão musical contra a motosserra de Milei”

“Explosão musical contra a motosserra de Milei” A canção de protesto é marca profunda na América Latina. Lá no Sul, na Argentina, a música voltou às ruas para denunciar a destruição do Estado de bem-estar e a repressão de grupos vulneráveis ou de qualquer um que grita alto nas ruas contra o governo de Milei. A memória do cancioneiro latino-americano das ditaduras-Condor atualiza-se – não é mais só trova, virou rap, hip-hop reggaeton, pop, trap. Som vivo contra esta regressão que tenta, como antes, impor silêncios profundos.

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02.04.2025 | por Pedro Cardoso

Ela desnomeia

Ela desnomeia A definição não é alheia à vontade de substituir o sistema dominante, socialmente estabelecido. A indefinição, contudo, corresponde a outra estratégia, uma que exige que nos mantenhamos abertos ao mundo e aos outros. Nada, nem mesmo a linguagem, está garantido. Afinal, “desnomear” nem sequer é uma palavra. Eva tem estado sempre a imaginar um mundo diferente daquele que conhecemos.

Corpo

01.04.2025 | por Marta Rema

Kaydara - introdução

Kaydara - introdução Kaydara é o título de uma história didáctica que faz parte do ensino tradicional do povo fula da região da curva do rio Níger. É habitual o mestre contar a história em serões, perante um público de jovens e idosos. Na maior parte das vezes, conta apenas fragmentos; chega ao círculo dos aldeões, senta-se, conta a história, pára e só retoma o seu relato três meses mais tarde. Porém, por vezes, conta-a de uma só vez durante “as longas noites da estação fria”, enquanto um guitarrista o acompanha. Ou pode começar subitamente a desenvolver um dos símbolos, por ocasião de um acontecimento que tenha analogias com esse mesmo símbolo.

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30.03.2025 | por Amadou Hampâté Bâ

O Espelho

O Espelho Ainda hoje, neste século 21, os Negros debatem-se contra o Espelho, contra si, contra o Deus branco. De cada vez que um africano negro besuntar o rosto e o corpo com creme ‘branqueador’, de cada vez que uma africana negra envergar uma cabeleira ‘lisa’ – e o número desses casos é exorbitante -, continuamos a assistir à luta dos Negros contra o Espelho, contra o seu limite, imposto pelo Homem Branco. Esse limite é a ‘Vergonha’ de ‘Ser’.

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28.03.2025 | por Brassalano Graça

O ‘Jardim Imperial’ de Délio Jasse, ou Jardim das Delícias Brancas

O ‘Jardim Imperial’ de Délio Jasse, ou Jardim das Delícias Brancas     Jasse considera como os vários projetos coloniais europeus partilharam o mesmo objetivo, pelo qual competiam, de aceder a todo o tipo de recursos para benefício económico das suas elites – uma realidade que, sendo agora impulsionada sob novas roupagens globalizadas por novos (a par dos mesmos velhos) agentes dos chamados progresso e desenvolvimento, está longe de ter terminado.

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25.03.2025 | por Ana Balona de Oliveira

Futuro a três metáforas: um passo atrás do outro

Futuro a três metáforas: um passo atrás do outro O corpo abre durante as caminhadas, principalmente nas mais arriscadas onde nenhum pensamento se pode atravessar entre mim e o terreno. Nada mais para além do pousar o pé ali, por inteiro, atenta às condições de cada passo. Escritores, filósofos, tantos já escreveram sobre esta tarefa simples de colocar um pé a seguir a outro, por caminhos novos ou pertencentes a uma rotina que vai desvelando o lugar de cada vez que é cumprida.

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18.03.2025 | por Liliana Coutinho

«Quem nunca foi à bruxa, que dance na torre do sino!»

«Quem nunca foi à bruxa, que dance na torre do sino!»   Um livro raro no panorama histórico da literatura portuguesa, uma obra prodigiosamente construída, numa escrita requintadamente equilibrada entre a fascinante sugestividade imagética e a inquiridora descritividade contida, onde a ironia e o humor são preciosos condimentos narrativos que nos permitem um deliciado prazer de leitura. Atrevo mesmo dizer: um belíssimo romance, em que não falta a densidade psicológica das personagens, numa polifonia de vozes e saberes, e um virtuoso emaranhado mágico de ambiências. Retrato fiel, acrescente-se, de um Portugal pouco menos que medievo.

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18.03.2025 | por Zetho Cunha Gonçalves

O si-mesmo como sujeito imperial

O si-mesmo como sujeito imperial Propõe-se um percurso que se quer exaustivo da literatura colonial portuguesa dos anos 1920 relativa a Moçambique. Numa primeira parte, são facultados dados contextuais e definidos conceitos operatórios de análise indispensáveis para se empreender o estudo das narrativas coloniais e do seu tempo histórico. São depois apresentados dados biográficos dos principais autores desse período, bem como as suas obras. A análise centra-se em seguida nos dois grandes vetores, geográfico e morfológico, de constituição e divisão dos sujeitos coloniais.

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17.03.2025 | por João Manuel Neves

Entre cartas e fotografias: uma pequena história do colonialismo – Parte II

Entre cartas e fotografias: uma pequena história do colonialismo – Parte II Pesquisadores (e historiadores em particular) costumam atribuir suas descobertas ao sucesso de uma busca obsessiva pelo fato, atribuem achados ao ato de procurar incessantemente a determinação mais precisa do passado. Esquecem-se assim do caráter fragmentário de todo arquivo e de como cada um dos documentos que o compõe podem nos trazer “vestígios do passado [que] visam o presente e nos dizem alguma coisa. É graças às suas lacunas que os arquivos ainda nos olham” (Ibidem). As “descobertas” historiográficas são, portanto, a correspondência entre o olhar do historiador e o passado que ressurge como um relâmpago tensionado para o futuro.

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16.03.2025 | por Luciana Martinez

Crónica da morte anunciada da sátira

Crónica da morte anunciada da sátira Se calhar é esse o segredo da sátira: portar-se como o gato de Schrodinger: por cada lado que a quer ver morta há um oposto que a mantém viva. Mas isto é só um se calhar, eu mal percebo de humor quanto mais de física para saber se a metáfora é realmente aplicável. Como dizia uma ilustre pensadora portuguesa, Lili Caneças, estar vivo usualmente é o contrário de estar morto e, desse ponto de vista, será que a sátira é mais lazarenta que o próprio Lázaro.

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15.03.2025 | por Pedro Goulão

A Tanga Rota da Pandialetalidade [ou os propósitos supremacistas/bairristas de dona Dominika e suas nacionais e desalmadas ajudantas, ora erigidos como vera língua do povo das ilhas]

A Tanga Rota da Pandialetalidade [ou os propósitos supremacistas/bairristas de dona Dominika e suas nacionais e desalmadas ajudantas, ora erigidos como   vera língua do povo das ilhas]   O processo de normalização linguística, como as senhoras dotóras sabem bem melhor do que eu, simples poeta que sou, deve ter um carácter prospetivo de resposta ao conflito linguístico, e na sua dinâmica não deve contribuir para o acirramento do conflito, como ora fazem as mentes proponentes, as autoras materiais, as consultoras cientificadas e revisoras do manual, benza-as deus, com a sua tentativa pouco encapotada de golpe.

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11.03.2025 | por José Luiz Tavares

Ainda estamos aqui, com a nossa metodologinga

Ainda estamos aqui, com a nossa metodologinga Com quantas palavras se compra a representatividade étnico-racial na produção de conhecimento, de arte, e de cultura? Quantas são necessárias para barrar o tokenismo e o epistemicídio em curso? Para quando uma justiça distributiva onde o financiamento científico e de formação avançada beneficiem realmente aquelas pessoas, grupos e culturas historicamente escamoteados?

Mukanda

04.03.2025 | por Gessica Correia Borges

O futuro foi ontem: os chineses continuam a treinar pombos-correios

O futuro foi ontem: os chineses continuam a treinar pombos-correios A memória, pessoal, colectiva ou cultural, nestes tempos hediondos que vivemos e aos quais ninguém é imune ̶ década segunda do século XXI, que deveria ser o século da mais consumada e prazerosa felicidade humana ̶ porém, tempos de inequívoca e perfeitíssima Idade da Pedra lascada “futurista” ̶ , onde a sua rasura (da memória, bem entendido), adulteração, apagamento e extermínio são milimetricamente calculados e mui democraticamente impostos e acriticamente aceites como «o novo normal» ̶ , é outra das questões fulcrais que se nos colocam.

A ler

04.03.2025 | por Zetho Cunha Gonçalves