Doual'Art em Abril

Veja as novidades na programação de Abril no site do centro cultural camaronês doual’art, na cidade de Douala.

25.04.2011 | por martamestre | doual'art

Lixo Extraordinário vai abrir o Festin 2011

Filmado ao longo de quase dois anos, Lixo Extraordinário acompanha a visita do artista plástico Vik Muniz a um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. Lá, ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis. O objetivo inicial de Muniz era “pintar” esses catadores com o lixo. No entanto, o trabalho com estes personagens revela a dignidade e o desespero que enfrentam quando sugestionados a imaginar suas vidas fora daquele ambiente.

 

FESTIVAL: FESTIN 2011 - FESTIVAL DE CINEMA ITINERANTE DA LÍNGUA PORTUGUESA
Fomentar a interculturalidade, a inclusão social e o intercâmbio cultural nos países de língua portuguesa, através da realização de um Festival de Cinema comprometido com a divulgação de diferentes culturas e práticas de respeito à diversidade presente nos povos de Língua Portuguesa é o objetivo do FESTin.

25.04.2011 | por martalanca | festin

O JOGADOR a partir de FIÓDOR DOSTOIÉVSKI

“A história decorre em Roletemburgo, num hotel, na Alemanha, num ambiente de casinos. A nossa inspiração manter-se-á nesse universo e é essa a imagética em que mergulhamos”, dizia o encenador Gonçalo Amorim no início desta temporada e antes do trabalho d’ O Jogador se começar a precipitar e a concretizar. Este é um espectáculo fruto de um processo longo, pelo qual passam a adaptação da obra literária do autor russo Fiódor Dostoiévski  e um clube de leitura que permitiu alargar o processo além da equipa criativa.
Hoje, volvidos vários meses, Gonçalo Amorim reflecte: “Em O Jogador, espectáculo em quatro episódios construído a partir do romance de Dostóievski, há um trabalho sobre o tempo: tempo nosso que dividimos a acção do romance em episódios e lhe brincamos com os momentos de aceleração e de suspensão, deixando-nos absorver pela intriga. Tempo das personagens que se encontram em Roletemburgo, espaço aparte do mundo, organizado em torno da vertigem da Roleta. E tempo da Cidade, a quem propusémos um Clube de Leitura que durou vários meses, e a quem agora desafiamos que se organize como melhor lhe convier e participe num espectáculo de teatro em formato blockbuster. (…)”.
E este é também um trabalho sobre o vício, mas não só o vício da roleta e do jogo. O vício formula-se no formato: esta peça de teatro assume o formato ‘série’. São quatro episódios que podem ser vistos em sequência, ou não, só de uma vez ou não.
Encenação Gonçalo AmorimAdaptação Emília CostaAssistência de encenação e dramaturgia Ana Bigotte VieiraAssistência de encenação e movimento Vânia RoviscoCenografia Rita AbreuAssistência de cenografia Raquel AlbinoFigurinos e adereços Ana Limpinho, Maria João CasteloMúsica original Paulo Furtado, Rita RedshoesDesenho de luz José Manuel RodriguesSonoplastia Sérgio MilhanoVídeo Frederico LoboIntérpretes António Fonseca, Carla Galvão, Carla Maciel, Duarte Guimarães, Iris Cayatte, Joana de Verona, João Villas Boas, Mónica Garnel, Nicolas Brites, Raquel Castro, Romeu Costa, Vânia Rovisco  

 

Teatro S.LUiz, 5 A 21 MAIO / QUA E QUI ÀS 21H00; SEX A DOM ÀS 18H00

Quarta Episódio 1 às 21h00; Episódio 2 às 22h30
Quinta Episódio 3 às 21h00; Episódio 4 às 22h15
Sexta a Domingo Episódio 1 às 18h00; Episódio 2 às 19h30; Episódio 3 às 21h15; Episódio 4 às 22h30

CLUBE DE LEITURA “Mesmo antes de começarem os ensaios, e até à estreia, proponho-me a ler em conjunto com o público O Jogador e outras obras de Dostoiévski. Seguindo um modelo de clube de leitura à americana, vamos sentar-nos nuns sofás e ler uns para os outros, mas também vamos ler em casa e discutir à volta de um cházinho. Conto ter durante as sessões alguns convidados desde membros da equipa de O Jogador até especialistas na obra de Dostoiévski. As sessões decorrerão todos os sábados de quinze em quinze dias, das 15h00 às 19h00. Espera-se que sejam quatro horas descontraídas à volta de um livro. O  clube  além de  fazer  a  ‘contagem decrescente’ para o espectáculo de Maio pretende funcionar como um verdadeiro clube de leitura, ou seja, a partir de certa altura serão os próprios membros a definir o que querem ler a seguir. Teremos duas sessões públicas do clube em que os membros falarão das obras que leram até à altura.”Gonçalo Amorim
As inscrições, gratuitas e limitadas, deverão ser feitas via email (com nome, idade, telefone e profissão) para geral@teatrosoaluiz.pt até 8 de Outubro.

25.04.2011 | por martalanca | jogador, teatro

Temporada 2011 da Companhia de Dança Contemporânea de Angola

A Companhia de Dança Contemporânea de Angola estreia no dia 29 de Abril (Dia Mundial da Dança) a sua nova peça intitulada “O Homem que chorava sumo de tomates”, com coreografia de Ana Clara Guerra Marques.
Os figurinos de Nuno Guimarães; os textos são de Miguel Hurst e do escritor e artista plástico Frederico Ningi que assina também os desenhos do fundo cenográfico. As fotografias são de Rui Tavares. A criação vídeo é da Geração 80 e as animações de Nelo Costa e Enzo Traça.
Nesta nova criação, a CDC Angola opta pelo teatro-dança, voltando à crítica social para trabalhar sobre flagrantes e personagens do quotidiano angolano, onde o humor ocupa um lugar especial.
“O Homem que chorava sumo de tomates” estará em cartaz no Nacional Cine-Teatro (Chá de Caxinde), nos seguintes dias e horário: Mês de Abril: dias 29 e 30 às 20.30H Mês de Maio: dias 6, 7, 13, 14, 20 e 21 às 20.30H e dias 1, 8, 15 e 22 às 18.30H

25.04.2011 | por martalanca | Ana Clara Guerra Marques, Companhia de dança contemporânea de Angola

PAULO REIS, "carpe diem"

O Curador e Crítico de Artes Visuais Paulo Reis residente em Portugal faleceu hoje às 18:30h no Hospital Egas Moniz. Com uma formação em Comunicação Social e História de Arte era professor de teorias de arte e de estética em várias universidades. Nos últimos anos tinha uma actividade intensa de curadoria internacional tendo sido responsável por muitas exposições em diversos países da Europa e América Latina.

Paulo Reis veio a Portugal pela primeira vez em 1998 para participar num Colóquio sobre as Artes na América do Sul. Em 2000 foi curador com Ruth Rosengarten da Exposição “UM OCEANO INTEIRO PARA NADAR” de artistas portugueses e brasileiros realizada na Culturgest. Foi uma exposição histórica pelo ineditismo e pelo impacto que teve a partir de então nas relações culturais e artísticas entre o Brasil e Portugal.

Paulo Reis tornou-se a partir de então um verdadeiro “embaixador cultural” entre os artistas e os curadores destes dois países e a sua afeição por Portugal levou-o a passar longas temporadas neste país, a que se seguiu, a partir de 2005, passar a residir em Lisboa.

Foi o criador do CARPE DIEM - Arte e Pesquisa, instituição vocacionada para a produção e realização de exposições e fórum artístico internacional, instalado no Palácio do Marquês de Pombal na Rua do Século, na capital lisboeta. Foi co-fundador e co-director da revista Dardo, juntamente com David Barro, promovendo uma série de iniciativas relacionadas com a triangulação Brasil-Portugal-Espanha.

Era uma pessoa de uma invulgar generosidade e de uma atenção e cuidado particular para com artistas de cujas causas era um militante inconformado.

 

ANTÓNIO PINTO RIBEIRO, proximo futuro

24.04.2011 | por martalanca | paulo reis

Paulo Flores em Vila Nova de Santo André

O músico, cantor e compositor angolano Paulo Flores vai estar em Vila Nova de Santo André, na noite de dia 24 de Abril, para o concerto comemorativo dos 37 anos do 25 de Abril.

Trata-se do concerto que a Câmara Municipal de Santiago do Cacém promove e oferece à população no âmbito das comemorações da Revolução dos Cravos. Este ano, o concerto realiza-se em Vila Nova de Santo André, junto ao Parque Central, às 22h00.

23.04.2011 | por ritadamasio | 25 de abril, angola, comemorações, música angolana, revolução dos cravos

Conferência Azagaia e Ramón Esono - MAPUTO

Conferência: “Música e Ilustração: plataformas de liberdade de expressão”.

Oradores: AZAGAIA, RAMÓN ESONO EBALÉ E CREMILDO BAULE.

Anfiteatro 1502 da Faculdade de Letras e Ciências Sociais às 10:30h. Aberto a todos os interessados.Quarta-Feira27/04/2011

 A partir do próximo dia 27 de Abril estará patente na Baixa da cidade (Rua Bagamoio e Galeria ENAV) a exposição intitulada “Bocas Silenciadas” (Açaimes), do ilustrador de banda desenhada da Guiné Equatorial Ramón Esono Ebalé: 15 lâminas que, desde a dureza de cada traço do marcador do artista, reflectem de forma crítica sobre a Liberdade do Homem e a Liberdade de Expressão.

Em paralelo com a inauguração mundial da exposição “Bocas Silenciadas” terá lugar uma conferência, organizada em parceria com a Faculdade de Letras e Ciências Sócias, intitulada Música e Ilustração: plataformas de liberdade de expressão, com a participação do próprio Ramón Esono conjuntamente com o popular cantor moçambicano AZAGAIA.

Para além da exposição, Ramón Esono vai desenvolver um workshop sobre banda desenhada em parceria com a ENAV e um mural feito com graffiti juntamente com o artista moçambicano SHOT-B.

A visita de Ramón Esono Ebalé faz parte do programa cultural que a Embaixada de Espanha está a elaborar em paralelo com a celebração da 2ª Edição da Feira do Livro de Maputo, uma iniciativa conjunta do Conselho Municipal de Maputo e do Grupo Culturando que terá lugar nos dias 29 e 30 de Abril e 1 de Maio, e que decorrerá no Jardim do Parque dos Continuadores em Maputo (FEIMA).

 

23.04.2011 | por martalanca | BD, Guiné Equatorial

KALEMBASKIM

Mais de 80 jovens na ilha de Luanda praticam este desporto. Pequenas tabuas de madeira por si feitas servem de pranchas. O seu sonho é tornarem-se profissionais na modalidade.

23.04.2011 | por martalanca | KALEMBASKIM

O INEVITÁVEL É INVIÁVEL - Manifesto dos 74 nascidos depois de 74

Somos cidadãos e cidadãs nascidos depois do 25 de Abril de 1974. Crescemos com a consciência de que as conquistas democráticas e os mais básicos direitos de cidadania são filhos directos desse momento histórico. Soubemos resistir ao derrotismo cínico, mesmo quando os factos pareciam querer lutar contra nós: quando o então primeiro-ministro Cavaco Silva recusava uma pensão ao capitão de Abril, Salgueiro Maia, e a concedia a torturadores da PIDE/DGS; quando um governo decidia comemorar Abril como uma «evolução», colocando o «R» no caixote de lixo da História; quando víamos figuras políticas e militares tomar a revolução do 25 de Abril como um património seu. Soubemos permanecer alinhados com a sabedoria da esperança, porque sem ela a democracia não tem alma nem futuro.
O momento crítico que o país atravessa tem vindo a ser aproveitado para promover uma erosão preocupante da herança material e simbólica construída em torno do 25 de Abril. Não o afirmamos por saudosismo bacoco ou por populismo de circunstância. Se não é de agora o ataque a algumas conquistas que fizeram de nós um país mais justo, mais livre e menos desigual, a ofensiva que se prepara – com a cobertura do Fundo Monetário Internacional e a acção diligente do «grande centro» ideológico – pode significar um retrocesso sério, inédito e porventura irreversível. Entendemos, por isso, que é altura de erguermos a nossa voz. Amanhã pode ser tarde.
O primeiro eixo dessa ofensiva ocorre no campo do trabalho. A regressão dos direitos laborais tem caminhado a par com uma crescente precarização que invade todos os planos da vida: o emprego e o rendimento são incertos, tal como incerto se torna o local onde se reside, a possibilidade de constituir família, o futuro profissional. Como o sabem todos aqueles e aquelas que experienciam esta situação, a precariedade não rima com liberdade. Esta só existe se estiverem garantidas perspectivas mínimas de segurança laboral, um rendimento adequado, habitação condigna e a possibilidade de se acederem a dispositivos culturais e educativos. O desemprego, os falsos recibos verdes, o uso continuado e abusivo de contratos a prazo e as empresas de trabalho temporário são hoje as faces deste tempo em que o trabalho sem direitos se tornou a norma. Recentes declarações de agentes políticos e económicos já mostraram que a redução dos direitos e a retracção salarial é a rota pretendida. Em sentido inverso, estamos dispostos a lutar por um novo pacto social que trave este regresso a vínculos laborais típicos do século XIX.
O segundo eixo dessa ofensiva centra-se no enfraquecimento e desmantelamento do Estado social. A saúde e a educação são as duas grandes fatias do bolo público que o apetite privado busca capturar. Infelizmente, algum caminho já foi trilhado, ainda que na penumbra. Sabemos que não há igualdade de oportunidades sem uma rede pública estruturada e acessível de saúde e educação. Estamos convencidos de que não há democracia sem igualdade de oportunidades. Preocupa-nos, por isso, o desinvestimento no SNS, a inexistência de uma rede de creches acessível, os problemas que enfrenta a escola pública e as desistências de frequência do ensino superior por motivos económicos. Num país com fortes bolsas de pobreza e com endémicas desigualdades, corroer direitos sociais constitucionalmente consagrados é perverter a nossa coluna vertebral democrática, e o caldo perfeito para o populismo xenófobo. Com isso, não podemos pactuar. No nosso ponto de vista, esta é a linha de fronteira que separa uma sociedade preocupada com o equilíbrio e a justiça e uma sociedade baseada numa diferença substantiva entre as elites e a restante população.
Por fim, o terceiro e mais inquietante eixo desta ofensiva anti-Abril assenta na imposição de uma ideia de inevitabilidade que transforma a política mais numa ratificação de escolhas já feitas do que numa disputa real em torno de projectos diferenciados. Este discurso ganhou terreno nos últimos tempos, acentuou-se bastante nas últimas semanas e tenderá a piorar com a transformação do país num protectorado do FMI. Um novo vocabulário instala-se, transformando em «credores» aqueles que lucram com a dívida, em «resgate financeiro» a imposição ainda mais acentuada de políticas de austeridade e em «consenso alargado» a vontade de ditar a priori as soluções governativas. Esta maquilhagem da língua ocupa de tal forma o terreno mediático que a própria capacidade de pensar e enunciar alternativas se encontra ofuscada. Por isso dizemos: queremos contribuir para melhorar o país, mas recusamos ser parte de uma engrenagem de destruição de direitos e de erosão da esperança.

Se nos roubarem Abril, dar-vos-emos Maio!


Alexandre de Sousa Carvalho – Relações Internacionais, investigador; Alexandre Isaac – antropólogo, dirigente associativo; Alfredo Campos – sociólogo, bolseiro de investigação; Ana Fernandes Ngom – animadora sociocultural; André Avelãs – artista; André Rosado Janeco – bolseiro de doutoramento; António Cambreiro – estudante; Artur Moniz Carreiro – desempregado; Bruno Cabral – realizador; Bruno Rocha – administrativo; Bruno Sena Martins– antropólogo; Carla Silva – médica, sindicalista; Catarina F. Rocha – estudante; Catarina Fernandes – animadora sociocultural, estagiária; Catarina Guerreiro – estudante; Catarina Lobo – estudante; Celina da Piedade – música; Chullage - sociólogo, músico; Cláudia Diogo – livreira; Cláudia Fernandes – desempregada; Cristina Andrade – psicóloga; Daniel Sousa – guitarrista, professor; Duarte Nuno - analista de sistemas; Ester Cortegano – tradutora;Fernando Ramalho – músico; Francisca Bagulho – produtora cultural; Francisco Costa – linguista; Gui Castro Felga – arquitecta; Helena Romão – música, musicóloga; Joana Albuquerque – estudante; Joana Ferreira – lojista; João Labrincha – Relações Internacionais, desempregado; Joana Manuel – actriz; João Pacheco – jornalista; João Ricardo Vasconcelos – politólogo, gestor de projectos; João Rodrigues – economista; José Luís Peixoto – escritor; José Neves – historiador, professor universitário; José Reis Santos – historiador; Lídia Fernandes – desempregada; Lúcia Marques – curadora, crítica de arte; Luís Bernardo – estudante de doutoramento; Maria Veloso – técnica administrativa; Mariana Avelãs – tradutora; Mariana Canotilho – assistente universitária; Mariana Vieira – estudante de doutoramento; Marta Lança– jornalista, editora; Marta Rebelo – jurista, assistente universitária; Miguel Cardina – historiador; Miguel Simplício David – engenheiro civil; Nuno Duarte (Jel) – artista; Nuno Leal– estudante; Nuno Teles – economista; Paula Carvalho – aprendiz de costureira; Paula Gil – Relações Internacionais, estagiária; Pedro Miguel Santos – jornalista; Ricardo Araújo Pereira– humorista; Ricardo Lopes Lindim Ramos – engenheiro civil; Ricardo Noronha – historiador;Ricardo Sequeiros Coelho – bolseiro de investigação; Rita Correia – artesã; Rita Silva – animadora; Salomé Coelho – investigadora em Estudos Feministas, dirigente associativa; Sara Figueiredo Costa – jornalista; Sara Vidal – música; Sérgio Castro – engenheiro informático;Sérgio Pereira – militar; Tiago Augusto Baptista – médico, sindicalista; Tiago Brandão Rodrigues – bioquímico; Tiago Gillot – engenheiro agrónomo, encarregado de armazém; Tiago Ivo Cruz – programador cultural; Tiago Mota Saraiva – arquitecto; Tiago Ribeiro – sociólogo;Úrsula Martins – estudante…

22.04.2011 | por martalanca | 25 de abril, direitos sociais, manifesto

LeV2011 - literatura de viagem, encontro em Matosinhos

Acabado de chegar de Lisboa, Gonçalo M. Tavares discorre sobre a impossibilidade de fugirmos à nossa herança, o que faz com que qualquer viagem nunca vá além dessas fronteiras, por mais que se caminhe. Sobre se a viagem aumenta a nossa capacidade de sermos mais lúcidos, ou mais sensatos, o autor tem dúvidas, ainda que a ideia de viagem o entusiasme cada vez mais. Não havendo linhas rectas na natureza, o percurso mais directo entre dois pontos é uma invenção humana, e a passagem da linha recta terrestre à linha recta aérea marca, definitivamente, a ideia de viagem contemporânea. Eliminando o que está no meio, resta-nos o ponto de partida e o destino, e esse parece ser o fascínio da viagem actual, ao contrário do passado, em que a viagem era, essencialmente, o percurso.

 A história da viagem é, segundo Gonçalo M. Tavares, a história da eliminação progressiva do percurso. E a viagem é, na verdade, o modo como se move (ou não se move) a nossa atenção; podemos calcorrear o mundo sem nunca sair do sítio, ou deslocarmo-nos sem sairmos do mesmo sítio.

Com Eduardo Sacheri, argentino, inauguram-se as participações noutras línguas. Feliz por toda a assistência o compreender, e depois das desculpas, habituais nestas coisas, por não perceber nem falar português, Sacheri confessa que não é um grande viajante e teme que isso seja um problema para a sua participação neste encontro. Ainda assim, lembra-se de uma grande viagem que iniciou há vários anos e que continua a empreender, a viagem como leitor. O que terá começado como uma forma de enfrentar o medo do escuro (com uma lanterna, que acendia quando o pai lhe apagava a luz e que o permitia ler durante várias horas, sem que ninguém desconfiasse) transformou-se numa viagem sem retorno definido e capaz de potenciar uma outra viagem, a da escrita.

Cadeirão Voltaire

22.04.2011 | por martalanca | viagem

Baile do Carmo


direção: Shaynna Pidori

 assistente de direção: Luana A. Costa

 produção executiva: Daniel Hanai

Com 26 minutos de duração, Baile do Carmo foge das tradicionais formas de narrar documentários sobre festejos históricos e constrói sua narrativa a partir das expectativas e preparativos de seus personagens: o imaginário dos frequentadores do evento é o detalhe mais importante da produção. Assim, destacam-se os preparativos para a festa, a integração entre as famílias e a valorização da comunidade negra na formação da sociedade local. A consciência de sua ancestralidade afro-brasileira junto ao desejo pela partilha do momento festivo e da alegria do encontro, toma o primeiro plano nas falas das personagens, desvelando-nos o segredo da longevidade e resistência do Baile do Carmo.

Em clara manifestação ritualística, a encenação de sua véspera traz à tona as histórias íntimas e coletivas de homens e mulheres que assinalam em suas palavras e gestos a beleza de sua afro-brasilidade: o cuidado com as vestimentas, a criação dos penteados, o frio na barriga ao pisar o salão pela primeira vez, a expectativa dos reencontros… O ápice do ritual, o Baile do Carmo em seu esplendor, congrega as diferentes gerações que, ao longo da história, inscreveram no tecido social de Araraquara a letra da cultura afro-brasileira. 

 

aqui matéria da TV Brasil

22.04.2011 | por martalanca | Baile do Carmo, documentário

MAURO PINTO na INFLUX, LISBOA

‘MAPUTO - LUANDA - LUBUMBASHI’

14 MAY - 25 JUN 2011

influx

22.04.2011 | por martalanca | Mauro Pinto

Tarrafal - Memórias do Campo da Morte Lenta

Diana Andringa, 2010

Com: Edmundo Pedro, Eulalia Fernandes de Andrade, Joaquim Lopes, Morgan Rusler 
Produção: Diana Andringa

vai passar na RTP1, dia 27, às 23h

 

Filmado durante o Simpósio Internacional sobre o Campo de Concentração do Tarrafal, que reuniu na Ilha de Santiago, Cabo Verde, muitos dos que por ali passaram – antifascistas portugueses (1936-1954) e nacionalistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde (1962- 1974) – o documentário recolhe as memórias do português Edmundo Pedro, um dos dois únicos sobreviventes do primeiro período do campo, e de angolanos, guineenses e cabo-verdianos que ali foram encarcerados na sequência do desencadear da luta de libertação nas colónias. Os relatos, na primeira pessoa, revelam-nos a extrema dureza desse “campo da morte lenta”, criado à imagem dos campos de concentração nazis, mas também o modo como os prisioneiros conseguiram organizar-se para resistir e para, apoiados apenas na força dos seus ideais, ali reinventar a vida, até à Libertação.

21.04.2011 | por martalanca | documentário, tarrafal

Caipirinha Lounge - reggae

Em saudação a mais um aniversário do Capirinha Lounge (aos 2 aninhos, ainda está na sua infância), é com muito prazer que vos apresento a mais nova mixtape de um dos vossos blogs preferidos. Chama-se Reggae Lusófono, Vol. 1 e é uma colecção de 16 canções de reggae e dub do universo lusófono. Ouviram reggaes pesados, e outros mais leves, de artistas angolanos, brasileiros, portugueses, e moçambicanos. Nomes conhecidos como The Grasspoppers, Kussondulola, e Natiruts, e outos que talvez não estivessem à espera, como o Paulo Flores, a Vanessa da Mata e a CéU. Ouvir reggae de qualidade é uma sensação única, mas é melhor escutá-lo em companhia, por isso se acham que algum conhecido iria gostar, não se coibam de reencaminhar este email.

In celebration of Caipirinha Lounge’s second birthday (at two years old, it’s still in its infancy), I’m pleased to present you with the blog’s newest mixtape and one that was a lot of fun to make. It’s called Reggae Lusófono, Vol. 1 and it’s a collection of 16 reggae and dub tracks from the Lusophone universe. You’ll hear sick reggae jams from Angolan, Brazilian, Portuguese and Mozambican artists; you’ll hear well known Lusophone reggae names like The Grasspoppers, Kussondulola, and Natiruts, as well as names that perhaps you weren’t expecting, such as Paulo Flores, Vanessa da Mata and Céu. Listening to quality reggae is a practice almost everyone enjoys, so If you think a friend of yours will like the music on offer, don’t hesitate to forward this email. 

Reggae Lusófono, Vol. 1 (link to blog post on Caipirinha Lounge with detailed play order)
Reggae Lusófono, Vol. 1 (Direct link to playlist)

Caipirinha Lounge / Cláudio Silva

21.04.2011 | por martalanca | Caipirinha Lounge, reggae

Aline Frazão, a nova voz angolana é do mundo!

21.04.2011 | por martalanca | Aline Frazão, música angolana

Tertúlia BUALA #3: audiovisual em Angola e Moçambique

hoje às 22h no Chapitô

convidados Margarida Cardoso (realizadora), Nuno Milagre (assistente de realização) e Gita Cerveira (director de som) 
e muitas intervenções das outras mesas… 
Vamos conhecer algumas histórias de filmes rodados em Angola e Moçambique, percursos de pessoas ligadas a esta cinematografia, troca de experiências em relação aos meios de produção, linhas temáticas, percepções, festivais, produções nacionais, fronteiras entre documentário e ficção. 


www.buala.org

20.04.2011 | por martalanca | cinema

Zeca Afonso, "Maior que o Pensamento"

Após ano e meio de produção, o documentário sobre o Zeca Afonso, “Maior que o Pensamento”, de Joaquim Vieira, está dividido em três partes (Primórdios, Combate e Liberdade), passa na RTP1 nos próximos dias 24, 25 e 26 de abril a seguir ao Telejornal (cerca das 21h00). 

 

20.04.2011 | por martalanca | Zeca Afonso

II Griots- Colóquio de culturas africanas, Natal- Rio Grande do Norte.

O GRIOTS- Colóquio de culturas africanas é um evento que acontece a cada 2 anos na cidade de Natal- Rio Grande do Norte. Apesar de ser uma iniciativa do departamento do curso de letras da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o evento tem o intuito  de dialogar não só sobre literatura africana, mas sobre história, sociologia, artes em geral.

O evento acontecerá nos dias 25 (dia da África) 26 e 27 de maio na UFRN. Já temos como conferencistas confirmados Suleiman Cassamo, Kabengelê Munanga, Mohamed Bamba, Felinto Elisio, Cuti, Moema Parente Augel, Ondjaki entre outros.
Esse ano o Griots, em sua segunda edição, expande seu olhar, partindo da África, para as margens… Uma ótima oportunidade não só para aqueles que estudam África como para todos os estudantes das minorias…
Mais informações

20.04.2011 | por franciscabagulho | literaturas africanas

Oficina de poesia no Telhal, Sintra, com entrada livre

Oficina de Poesia na Casa de Saúde do Telhal (Sintra), com alguns residentes na instituição, que escrevem habitualmente poesia e participam, desde 2010, em encontros quinzenais de leitura e discussão em torno da poesia.

coordenação 

Tiago Ribeiro Patricio

 

 

A oficina terá entrada livre e irá decorrer no Sábado dia 30 de Abril em dois turnos, das 10h30 às 12h00 e das 14h00 às 15h30

19.04.2011 | por martalanca | poesia

Doc's Kingdom 2011

Todas as fronteiras
A edição 2011 do seminário Doc’s Kingdom será programada tomando como base o conceito de fronteira no sentido mais lato do termo. Partindo da interrogação de “Todas as fronteiras”, pretende-se abordar a questão das fronteiras geográficas e políticas mas também, muito para além disso, a das fronteiras entre géneros cinematográficos ou entre diferentes dispositivos de filmagem – que, em rigor, é antes de mais a ultrapassagem de tais fronteiras no documentarismo contemporâneo. Partindo justamente da constatação de que esse estilhaçar de fronteiras é um dos traços identitários do documentário recente – senão mesmo de todo o cinema contemporâneo – o tema em causa será, como sempre, uma sugestão de entrada no programa e uma proposta para os debates, não uma limitação destes, sendo apenas subordinado à própria dinâmica do grupo de participantes.

All the frontiers
The 2011 edition of Doc’s Kingdom seminar will be programmed taking as its basis the concept of frontier in its broadest sense. Starting from the interrogation “All the frontiers”, we intend to address the issue of geographical and political frontiers but also, much beyond that, the issue of frontiers between cinematographic genres or between different shooting methods — which, strictly speaking, amounts to overtaking such frontiers in contemporary documentary filmmaking. Taking as its starting point the recognition that such a shattering of frontiers constitutes one of the identity traits of recent documentary – if not of all contemporary cinema – the theme in question will be, as always, a suggested path into the program and a proposal for the debates, not a limitation; it will only be dependent on very dynamics of the group of participants.

 

Doc’s Kingdom Seminário International sobre Cinema Documental

19.04.2011 | por martalanca | documentário, fronteiras