Teatro Estúdio Fontenova

“Cerco” 

Apresentação online a 21 de Março

A performance “Cerco”, do Teatro Estúdio Fontenova, estreada em 2020, será apresentada online no Festival Mátria Amada, no dia 21 de Março de 2021, numa sessão entre as 20h e as 23h (hora de Portugal), aproximadamente às 22h.

Ocupámos as terras, delimitámo-las, fechámo-las cada vez mais, até para quem sempre viveu delas. E como reagiu o nosso corpo a estes “cercos”? Foi-se fechando também, nele mesmo, e na sua ligação à terra. Corpo e Terra, dois lugares que habitamos, como não pensar neles de forma intrinsecamente ligada? Olhamos para o Alentejo, para Setúbal, para movimentos indígenas que questionam a violência para com terra e a violência para com o corpo da mulher, questionámos mulheres à volta do mundo na sua ligação corpo-terra, questionámos as nossas próprias ligações, bebemos das investigações académicas de Silvia Federici e do conceito de Marx de “cercamento”. Assim, cercámos corpos, palavras, memórias e movimentos descobrindo que precisamos de os devolver, mais livres e mais abertos.

“Dizemos Mãe Terra… é a nossa mãe, e nós somos os filhos, e tudo entre nós e a terra é o nosso cordão umbilical. Então… se violarmos a terra, violamos estas coisas… envenenamo-nos.” — Laura Red Elk (Pueblo Pintado)

Em memória da(s) (histórias) da avó Guilhermina.
Em memória da Acácia que era meu avô.

Criação: Eduardo Dias e Patrícia Paixão | Interpretação: Fábio Nóbrega Vaz e Patrícia Paixão | A partir de: Silvia Federici, Relatório “Violence on the Land, Violence on our Bodies”; Textos de Amala Oliveira, Anna Luňaková, Bitasta Das, Iliana Martinez, Shahd Wadi, Silvia Floresta, Tatiana Zalla, Guida Brito (Blog “Navegantes de Ideias”) | Música: Accordzéâm (Tema “Des Hauts Débats”) e Tio Rex / Miguel Reis (Tema “BOM DIA! e Outros Pensamentos”) | Voz-Off:Carlos Pereira, Graziela Dias, Ricardo Gaete, Ricardo Guerreiro Campos, Sara Túbio Costa | Design, Vídeo e Operação Técnica: Leonardo Silva | Agradecimentos: Inês Monteiro Pires, Luís Junqueira | Apoio à Produção: Tomás Barão | Fotografia: Helena Tomás

Ficha Técnica Vídeo Integral: Realização, Câmara e Montagem: Leonardo Silva | Assistentes de Câmara: Helena Tomás e Tomás Barão | Captação e Pós-Produção Áudio: João Mota | Anotação: Helena Tomás

Produção: Graziela Dias | Direção Artística: José Maria Dias | Co-Produção: Casa Da Cultura | Setúbal | Produção Executiva: Teatro Estúdio Fontenova | Estrutura financiada: Governo de Portugal – Direção-Geral das Artes e Município de Setúbal

Promovido pelo Grupo Manuí (Brasil) e coordenado pela Tati Zalla e pelo Leandro Pfeifer, o Festival Mátria Amada vai reunir músicos, escritores, artistas, atores, lideranças indígenas e quilombolas e promover reflexões acerca dos cuidados com o meio ambiente e preservação dos ecossistemas através de intervenções artísticas e um espetáculo a cada evento.

Decorre em quatro dias, das 20h às 23h (hora de Portugal), no canal de YouTube do Grupo Manuí:

21 de Março — O cuidado com a Terra como inspiração artística
28 de Março — Mestres tradicionais e os cuidados com a Terra
4 de Abril — O caipira e os cuidados com a Terra
11 de Abril — Povos Originários e os cuidados com a Terra


18.03.2021 | por Alícia Gaspar | Brasil, evento, festival, mátria amada, parcerias, Portugal, teatro, teatro estúdio fonte nova

Dossiê “O contemporâneo visto pelo ecrã: Políticas, culturas, memórias e identidades”

Organizadores: Carlos Alberto Máximo Pimenta-Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI- Brasil); Edson Capoano, Pedro Rodrigues Costa e Vítor de Sousa-CECS-Universidade do Minho (Portugal)

Prazo de submissão: 30 de março de 2021

Data prevista de publicação: a partir de abril de 2021

Critérios: - Os textos devem ser escritos dentro das exigências da RCH, conforme diretrizes indicados no endereço: https://www.rchunitau.com.br/index.php/rch/about/submissions

Idiomas: Português (Brasil)/English

Envio de propostas: https://www.rchunitau.com.br/index.php/rch/announcement/view/10?fbclid=IwAR04PpLLC_EGrm9DrwpvLBAgtS78JJT5m7PPvf_yO79xsv3UWY0fE4RDIdc

 

 

Call for papers

 Trata-se de chamada pública de textos para compor o dossiê “O contemporâneo visto pelo ecrã: políticas, culturas, memórias e identidades”, a ser publicado na RCH–Revista Ciências Humanas (e-ISSN 2179-1120) dos Programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Humano e em Educação da Universidade de Taubaté. Portanto, este dossiê se propõem reunir reflexões que discutam as inseguranças de nossos tempos que “colocam em xeque” a ordem política, econômica, social, cultural, moral, ética, intelectual, simbólica e subjetiva estabelecida a partir de um consenso cêntrico “ditado” pela cultura ocidental que desfila nos ecrãs (entendido como “tela” de cinema, televisão, computador, celular, tablet, etc.), mas traz, consigo, o fortalecimento do debate sobre a condição humana.

Dessa premissa, impõe leituras distintas da realidade, em que se abrem perspectivas para outros e novos conhecimentos “abafados”, “calados”, “omitidos”, “desprivilegiados”, “subalternizados”, “colonizados” ou para “novas” e “outras” interpretações de distintas formatações de linguagem e comunicação social, diante de um modelo hegemônico de desenvolvimento, crescimento, ordem e progresso aplicados, com maior ou menor grau, a todos, em escala mundial. Abrem-se, por isso mesmo, face às “imposições” dos tempos informacionais e tecnológicos que experimentamos, amplos campos de disputa “dos”, “nos” e “pelos” sistemas de linguagens e de comunicações sociais que “afetam”, para o bem e para o mau, questões de políticas, culturas, memórias e identidades.

Do quadro enunciado, esperamos que este dossiê aglutine um conjunto de textos, pesquisas e pesquisadores que trabalhem temáticas contemporâneas, de caráter interdisciplinar, teórico e empírico, tendo questões e interfaces entre “políticas”, “culturas”, “memórias” e “identidades” vividas e experienciadas que aglutinem preocupações que percebam as disputas no campo das comunicações e linguagens sociais no sentido de constituir outras plataformas de desenvolvimento social, ambiental e econômico, tais como:
(1) problemáticas, desafios e consequências da era digital (participação, formação, educação, ética, violências, subjetividades);

(2) políticas e (bio)diversidades culturais;

(3) inovações, manifestações e processos populares de geração de renda;

(4) Trajetos e trajetórias descolonizadoras do sul ao norte, do “centro” à “periferia”; 

(5) Relações migratórias–travessias, dinâmicas interculturais, identidades transculturais e “artivismo curatorial”.

09.02.2021 | por Alícia Gaspar | Brasil, call for papers, culturas, divulgação, identidades, memórias, política, Portugal, RCH, Revista ciências humanas

Conexões FESTin no Porto discute a Amazônia

Hoje, 20 de outubro, a partir das 14h, o FESTin retorna ao Porto na segunda etapa de sua itinerância, em mais uma parceria com o Espaço Cultural Tropical Hub e o Instituto Amigos da Amazônia (iAMA), para a realização de sua actividade de debates, o CONEXÕES FESTin. O seminário “A Amazônia e o Futuro da Humanidade” discutirá temas fundamentais, evidenciando a importância da Amazônia como ativo ambiental, social, econômico e cultural.

Durante a programação será exibida a longa-metragem documentário “Amazônia, O despertar da Florestania”, que tem como um de seus realizadores a actriz brasileira Christiane Torloni, que estará presente na sessão prevista para ter início às 19h30.

Christiane Torloni durante as gravações do documentário “Amazônia, o Despertar da Florestania”Christiane Torloni durante as gravações do documentário “Amazônia, o Despertar da Florestania”

Com a proposta de abordar como o meio ambiente vem sendo tratado desde o início do séc. XX, o documentário, realizado por Christiane Torloni e Miguel Przewodowski, resgata personagens históricos e reúne depoimentos de representantes de diversos segmentos ligados ao tema – indígenas, ambientalistas, jornalistas, artistas e intelectuais, entre outras pessoas que vêm lutando para preservar esse legado. A “Florestania”, palavra que sintetiza os conceitos de cidadania e direitos florestais, é o código genético de nossa identidade.

Programação

14h – Conferência de abertura, com Prof. Virgílio Viana (Superintendente da Fundação Amazônia Sustentável - FAS e Diretor Executivo do Instituto Amigos da Amazônia - iAMA)
16h – Painel: Perspectivas para os fundos patrimoniais relacionados
com cultura e meio ambiente no Brasil, com Ricardo Levisky (Presidente
Legado Levisky)
17h – Painel: Bem Viver e Felicidade na visão dos Índios Baniwas, com
Profª. Alíria Noronha (Conselheira do iAMA)
17h45 – Coffee break
18h15 – Mesa redonda: Amazônia Sustentável | Participantes: Christiane Torloni (actriz e realizadora), Eng. Aurélio Tavares (Energias Renováveis e Sócio Fundador do iAMA), Prof. Jorge Bento (Ex-Reitor da Faculdade de Desportos da Univ. do Porto e Sócio Fundador do iAMA), Prof. Efrem de Aguiar Maranhão (Membro Titular da Academia Brasileira de Educação), Profª. Gisele Lins (Reitora da Univ. Nilton Lins e Sócia Fundadora do iAMA) | Mediador: Alexei Waichenberg (Curador e Diretor Executivo do Tropical Hub)
19h30 – Exibição do filme “Amazônia, o Despertar da Florestania”
21h30 – Coquetel de inauguração DO iAMA

Alguns trechos do seminário poderão ser vistos, ao vivo, no Instagram @tropicalhub.pt. Mas as inscrições para participar presencialmente, gratuitas, ainda podem ser feitas aqui.

O Tropical Hub

FESTin Porto, em setembro, exibiu 5 longas nos jardins do Tropical HubFESTin Porto, em setembro, exibiu 5 longas nos jardins do Tropical Hub

A convite dos organizadores, o FESTin teve a honra de inaugurar a programação do novo espaço cultural do Porto, no mês passado. O Tropical Hub conta com uma galeria de arte e um espaço a céu aberto de música, teatro e cinema, e sediará o Instituto Amigos da Amazônia (iAMA). O espaço fica na Avenida de Montevidéu, 196, Foz do Douro – Porto.

FESTin em Lisboa em dezembro

Após as incertezas do primeiro semestre, que levaram ao seu adiamento em abril. o Festival retorna a Lisboa para a realização de sua 11a edição. No tradicional Cinema São Jorge e em parceria com a Mostra de Cinema da América Latina, reunirá realizadores, produtores, artistas e o público do cinema falado em português.

20.10.2020 | por martalanca | amazônia, amazônia sustentável, Brasil, christiane torloni, festin, índios baniwas

Doutoranda da Universidade de Coimbra vence 3.ª edição do Prémio Internacional de Investigação Histórica «Agostinho Neto»

Cristina Sá Valentim acaba de vencer a 3.ª edição do Prémio Internacional de Investigação Histórica «Agostinho Neto» – Edição 2019-2020, com a obra «Sons do Império, Vozes do cipale. Canções Cokwe, Poder e Trabalho durante o colonialismo tardio na Lunda, Angola». A distinção deste estudo contempla a sua publicação em Angola e no Brasil, a atribuição de um diploma e de um troféu, bem como a quantia de 50 mil dólares.

Cristina Sá ValentimCristina Sá Valentim

No trabalho agora reconhecido, a autora procurou expor as complexidades das relações coloniais de dominação e resistência a partir de práticas que tiveram como denominador comum a música africana e o trabalho forçado no nordeste angolano. Trata-se da tese de doutoramento orientada por Catarina Isabel Martins (CES/FLUC) e Ricardo Roque (ICS-ULisboa), desenvolvida no âmbito do programa doutoral «Pós-Colonialismos e Cidadania Global», ministrado no Centro de Estudos Sociais (CES) e na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Na ata de divulgação do/a vencedor do Prémio, pode ler-se que a obra eleita se carateriza como «um trabalho assaz importante, pluridisciplinar, inovador, que usa fontes diversificadas e cruza as fontes escritas com fontes orais e as fontes musicais e, nesse aspecto, é não só inovador como praticamente único, tratando de um grupo muito significativo na história de Angola, os Cokwe, população marcada pela adesão à novidade, pelo dinamismo e pela capacidade criativa e de mudança».

O objeto de estudo foram as canções coletadas pela «Missão de Recolha de Folclore Musical» (1950-1960) da ex-Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), com particular ênfase nas canções evocativas do cipale (designação local africana para o trabalho forçado ou contratado) gravadas durante a década de 1950 no seio do povo Cokwe. Essas canções, interpretadas por africanos/as, incluindo trabalhadores contratados, foram integradas nos repertórios dos chamados “Grupos Folclóricos Indígenas” organizados pelo Museu do Dundo. Na forma de discos e bobinas em coleções de “Folclore Musical de Angola”, essas canções africanas foram divulgadas a nível nacional e internacional entre África, Europa e América através de exposições, concertos, conferências, estudos musicológicos, programas na rádio e notícias na imprensa e na televisão. A autora sugere que parte dessas canções gravadas, e o processo de folclorização de que foram alvo, serviram tanto propósitos de dominação colonial como responderam a vários interesses das comunidades africanas. Essas canções não só funcionaram como ferramentas complexas de dominação úteis ao projeto colonial português, como também foram instrumentos de expressão cultural autónoma e, até, de crítica ao poder colonial, para os/as africanos/as.

Na elaboração deste trabalho, Cristina Sá Valentim recorreu a uma metodologia interdisciplinar combinando uma interpretação antropológica orientada por pesquisa etnográfica com fontes arquivísticas escritas, visuais e sonoras, e com testemunhos orais de atores angolanos e portugueses.

Promovido de dois em dois anos pela Fundação António Agostinho Neto (FAAN) e o Instituto Afro-brasileiro de Ensino Superior (IABES), representado pela Faculdade Zumbi dos Palmares (FZP), o galardão destina-se a destacar as obras de investigação ― da autoria de investigadores/as angolanos/as, brasileiros/as ou de outras nacionalidades ― escritas sobre Agostinho Neto, Angola, África, Brasil, a Diáspora e Afrodescendentes que contribuam para o melhor conhecimento da história de Angola, do Brasil e de África.

Na edição deste ano do Prémio, o júri foi composto por Isabel de Castro Henriques (Professora Associada com Agregação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Aposentada), Vanicléia Silva Santos (Professora Associada da História de África Pré-colonial na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Membro do Comité Científico da UNESCO para o IX volume da História Geral de África e Editora do III Volume), Maria da Conceição Neto – (Professora Auxiliar na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto), Maria Alexandra Miranda Aparício (Diretora-Geral do Arquivo Nacional de Angola), Roquinaldo Amaral Ferreira (Henry Charles Lea Professor de História na Universidade da Pensilvânia, Filadélfia), Thomas Patrick Wilkinson (Investigador integrado do CITCEM de Universidade do Porto), Ivair Augusto Alves dos Santos (Professor na Universidade de Brasília), José Vicente (Presidente do Instituto Afro-brasileiro de Ensino Superior) e Irene Alexandra da Silva Neto (PCA da FAAN).

O Prémio Internacional de Investigação Histórica «Agostinho Neto» foi constituído, em 2014, pela FAAN, em parceria com o IABES, ao qual se juntou a UNESCO em 2016.

 

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Contacto para mais informações:
Cristina Sá Valentim | cristina.valentim@gmail.com // 933.733.561

20.10.2020 | por martalanca | angola, Brasil, Cristina Sá Valentim, Portugal, Prémio Internacional de Investigação Histórica Agostinho Neto

O Dia da Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra, celebrado ontem (20), em frente da estátua de Zumbi dos Palmares, na Praça XI, Riode Janeiro, foi festejado com grupos culturais, religiosos, ativistas, políticos, roda de capoeira e outros. Zumbi dos Palameres - líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência contra a escravidão, foi reverenciado com roda de samba, grupo Afoxé Filhos de Gandhi, lavagem do busto, cantorias de baianas, desfile de moda e várias outras atividades em frente à estátua de Zumbi. “Zumbi é um herói nacional e o único da história do Brasil que foi construído de baixo para cima, pelo povo, pela comunidade negra. Ele não é herói dos negros, pura e simplesmente, como se quer caracterizar, mas um herói da pátria. Ele está inscrito no Panteão da República e ainda não tem a reverência que deveria ter do Estado brasileiro”, afirmou o Prof. Dr. Babalawô  Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e da  Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP).


Organizado por Luiz Eduardo Oliveira Negrogun, Presidente do Conselho estadual dos Direitos do Negro - A Festa no busto de Zumbi, acontece há 34 anos, na Praça XI, traz os festejos como forma de chamar atenção para a causa - “A questão básica é passarmos para essa juventude que ainda existe uma esperança e um caminho. Se nós estivermos unidos e conscientes, vamos avançar e ser vitoriosos. Temos que combater o racismo. Porque ele está entranhado de tal forma na sociedade que, somente com a união, nós vamos conseguir exterminá-lo. Sempre com muito orgulho com nossas raízes”, alegou Negrogun.  
Zumbi é símbolo da resistência negra ao escravismo e da luta dos afrobrasileiros contra o racismo, a discriminação e a exclusão social. O feriado é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira, a data contou ainda com outras comemorações espalhadas pelo Rio, como no Dida Bar e Restaurante, na Praça da Bandeira, hoje, a casa é reconhecida como um reduto da comunidade negra. No dia da consciência negra, recebeu o Restaurante do Quilombo do Campinho de Paraty, para uma viagem gastronômica aos quilombos e ancestralidades. A data também foi comemorada como reverência para outro líder, foi promulgada no dia 19, no Diário oficial do Estado do Rio de Janeiro, a Lei 8623/2019, dos deputados André Ceciliano e Waldeck Carneiro (PT), que inscreve o nome do marinheiro negro João Cândido Felisberto no Livro dos Herois e Heroinas do Estado do Rio. O “Almirante Negro” foi líder da chamada “Revolta da Chibata” na historiografia brasileira, no início do século XX.   

21.11.2019 | por martalanca | Brasil, consciência negra

LULA a vida é Luta e a Luta é LIVRE

Exposição Fotográfica de Lutacom fotografias de Ricardo StuckertInaugurou a 27 de outubro, às 18h, no dia do aniversário de 74 anos de Luís Inácio Lula da Silva, na Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário (R. da Voz do Operário, 13, Graça) em Lisboa. Até 3 de novembro. A série de 18 fotografias de Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial do ex-presidente, apresenta imagens sensíveis sob uma perspectiva otimista dos períodos da presidência de Lula (2003-2010) até as caravanas recentes em sua última campanha eleitoral para a presidência do Brasil em 2018. Os momentos escolhidos pelo toque, pelo olhar, pelo respeito, pelos abraços endereçados àqueles e àquelas que interagiram com o presidente revelam a grandeza do líder popular que Lula foi e ainda é.


Lula está preso político. Mas suas ideias, como o próprio disse em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista em São Bernardo do Campo - São Paulo antes de sua prisão arbitrária, já estão pairando no ar e não tem como prendê-las. Estão difundidas pelo Brasil e pelo mundo, espalhadas por aqueles que acreditam em sociedades mais justas e inclusivas.

Lula está preso político. Mas não por muito tempo. Num processo viciado pelo desejo de ascensão política assentado na promessa rasteira de cargos, convicções — ao  invés de provas — levaram o ex-presidente a uma condenação injusta. Condenação esta que já foi revelada em seu caráter parcial e eleitoreiro através dos vazamentos de mensagens e áudios dos procuradores do processo em conluio com o Juiz do caso, hoje Ministro do seu principal oponente na corrida para a eleição presidencial. Importante se faz lembrar que o presidente em exercício no Brasil só foi eleito pelo impedimento de Lula de ser candidato, já que o ex-presidente era favorito em todas as pesquisas de intenções de voto.

Em meio ao desastre político, ao empoderamento do mal, à amplitude da depressão cívica, ao desespero e ao desamparo que assolam o Brasil, o aniversário de Lula, que passeia entre a data oficial da certidão de nascimento no dia 6 de outubro e a data real confirmada pelo próprio, 27 de outubro, pode surgir como um momento de reconcentração das forças da luta e da resistência dos brasileiros e brasileiras que enfrentam cotidianamente as mazelas que se abatem cruelmente em todos os setores da sociedade naquele país. 

“Os poderosos podem matar uma, duas ou cem rosas.
Mas jamais conseguirão deter a chegada da primavera.”

(Che Guevara citado por Lula em 7 de abril de 2018.)

Agradecimentos: Cidolli, Igor Sardinha, Luiza Beloti Abi Saab, Lurian da Silva, Magnum Amado, Ricardo Stuckert, Rita Morais e a todos os brasileiros e brasileiras que se mantém em estado de constante denúncia, mesmo morando fora do Brasil | Arte: Mauricio Moura | Curadoria: Samara Azevedo | Fotografia: Ricardo Stuckert | Montagem: Kuka C. Clifford | Produção: Fátima de Carvalho e Miriam Andrade Guimarães | Apoio: Instituto Lula, Diálogo e Ação Petista - Lisboa, Partido dos Trabalhadores - Núcleo Lisboa, Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário e Vozes no Mundo - Frente Pela Democracia no Brasil - Coimbra | Organização: Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira de Lisboa+ INFO: +351 926 637 752 Fátima de Carvalho +351 932 081 104 Samara Azevedo https://www.facebook.com/events/742767532817178/  

28.10.2019 | por martalanca | Brasil, fotografia, Lula

Kalunga Project lança "Muxima" e "Monami"

Kalunga Project nasce de um sonho do músico e compositor Galiano Neto, nativo da ilha de Luanda, que compõe e toca com a alma e tem em suas mãos um talento singular.  Juntou uma família de amigos, Carlos Sanches, Jorge Kaipas e Salima Gulamali que consigo criaram um projecto que tem como objectivo preservar, difundir e eternizar a música de raíz de Angola. 

Desde o Semba, à Rebita, ao Kilapanga, entre outros, o Kalunga Project pretende manter vivos estes ritmos e musicalidade, almejando divulgá-los pelo mundo.

O EP “Muxima”, que seu nome significa coração em kimbundo (uma língua falada em Angola), é o primeiro trabalho que apresentam e conta com diversos temas, todos eles interpretados de uma forma única, criativa e original. 

Utilizam como símbolo deste projeto um Ovo, que representa a criação, o nascimento e a transformação, uma nova forma de vida. O símbolo foi pintado por Eleutério Sanches, a quem é feita uma homenagem especial neste EP. 

São também homenageadas as eternas vozes femininas de Angola, Lurdes Van Dunen e Lilly Tchiumba.

Juntamente ao lançamento do EP vem também o single “Monami”, um clássico da música Angolana. Tema de Lurdes Van Dunen e que significa “Meu Filho”. Relembra a dor de uma mãe que perde os seus filhos, onde a força, a musicalidade e os instrumentos tradicionais como a Dikanza, transmitem este lamento e sofrimento ao ouvido e coração de quem o ouve e sente.

O EP físico “Muxima” e o 2º single “Monami” foram lançados hoje, 4 de julho, e estão também disponíveis em todas as plataformas digitais.

10.07.2019 | por martalanca | angola, Brasil, Festival de Músicas do Mundo, kalunga

Herói Independente: Brasil em Transe

No rescaldo do carnaval, da vitória da Mangueira com a face de Marielle e do #goldenshowerbolsonaro, todo o Brasil treme entre forças tectónicas opostas: apressemo-nos a ajudar a lançar um foco sobre as trevas do oportunismo. Todo o cinema é político, ora veja-se a programação deste Herói Independente do IndieLisboa 2019, o cinema amado vindo do Brasil.
Há 25 anos o cinema brasileiro vivia a sua retomada. O ano de 1994 marcava o regresso à produção nacional, depois do período de interregno em que Collor de Mello dissipara todos os apoios e incentivos à criação cinematográfica. Em 2019 o país e o seu cinema vivem de novo tempos turbulentos, uma conjuntura que escolhemos não ignorar.
Depois dos filmes brasileiros terem arrecadado os principais prémios do IndieLisboa em 2018, é tempo de celebrar a criatividade, de apoiar uma comunidade que vive um período particularmente auspicioso. Neste programa mostraremos filmes muito recentes e inéditos em Portugal, espelhando uma produção audaciosa e politicamente desperta. Seremos (também) a voz e o espaço deste cinema, contribuiremos activamente para a sua continuidade.
Uma carta de amor do IndieLisboa ao último ano em filmes brasileiros, este programa reflecte a proximidade entre o festival e um cinema atento, revelador, destemido, original, que tem estado no radar IndieLisboa desde a primeira edição. É tempo de homenagear esta longa relação num período em que o mundo pede que estejamos atentos, que  façamos a nossa parte.
Juntamente com as longas metragens apresentadas, poderão ser vistas mais um conjunto de curtas metragens recentes, que revelaremos em breve. O programa terá também ecos nas secções Competição Internacional, Competição Nacional, Silvestre e Boca do Inferno, numa selecção que será revelada integralmente no dia 2 de Abril. Os convidados do programa estarão em Lisboa para uma conversa sobre o presente e o futuro do cinema brasileiro (e do Brasil) durante o festival.Programa (em construção):
A Noite Amarela, Ramon Porto Mota
A Rosa Azul de Novalis, Gustavo Vinagre, Rodrigo Carneiro
Divino Amor, Gabriel Mascaro
Domingo, Clara Linhart, Fellipe Barbosa
Fabiana, Brunna Laboissière
No Coração do Mundo, Gabriel Martins, Maurilio Martins
Os Jovens Baumann, Bruna Carvalho Almeida
Querência, Helvécio Marins Jr
Seus Ossos e Seus Olhos, Caetano Gotardo
Temporada, André Novais Oliveira
 

12.03.2019 | por martalanca | Brasil

Mostra Ameríndia, Percursos do Cinema Indígena no Brasil

13 a 17 março 2019  

A produção cinematográfica indígena no Brasil tem contribuído de um modo decisivo para a emergência de novos instrumentos de conhecimento indígena e intervenção no mundo.  Em Portugal, esta mostra de cinema emergiu do interesse de um grupo de pesquisadores/as, programadores/as culturais e ativistas em aprofundar o contributo do pensamento e cinema ameríndios, especificamente dos povos indígenas que vivem no Brasil, para a sociedade contemporânea. 

É neste sentido que a Apordoc, em conjunto com os centros de investigação CHAM, CRIA, ICS,  IHA, e o Museu Calouste Gulbenkian, apresenta a Mostra Ameríndia: Percursos do Cinema Indígena no Brasil.

Pensado de forma colaborativa com projetos envolvidos na produção e difusão desta cinematografia no Brasil, como a Mostra Aldeia SP, o programa integra uma multiplicidade de experiências que nos retiram dos lugares convencionais de olhar e entender o cinema. 

A Mostra apresenta uma seleção de filmes em que os coletivos indígenas actuam em diferentes níveis. Por vezes, são cineastas no sentido ocidental e direcionam a câmara para o quotidiano da sua aldeia, rituais ou a sociedade colonial.  Outras vezes colaboram com não-indígenas na produção de obras. As propostas, selecionadas de diferentes momentos históricos e produzidas por diferentes povos indígenas em diversos contextos de produção, dão forma a uma real multiplicidade nas suas escolhas formais e temáticas.

Still 'Já me transformei em imagem'Still 'Já me transformei em imagem'

A presença inédita de quatro cineastas indígenas, Zezinho YubeMaria Dalva Manduca Mateus Kaxinawá (Ayani)Patrícia Ferreira, Alberto Álvares, assim como a vinda do curador e ativista Ailton Krenak e da artista plástica e ativista Daiara Tukano, oferecem ao programa uma singularidade na comunicação com o público. 

A Mostra terá ainda um ciclo de debates e uma publicação que funciona como instrumento de difusão do conhecimento sobre os povos ameríndios, o seu cinema, cosmovisões e lutas na atualidade. 
A sessão de abertura será no dia 13 de Março, com o filme Já Me Transformei em Imagem de Zezinho Yube e haverá um cocktail a partir das 20h00. 

Datas: 13 - 17 de Março de 2019 Local: Museu Calouste Gulbenkian – Coleção Moderna – Sala Polivalente

R. Dr. Nicolau Bettencourt, 1050-078 Lisboa Sessões: 13 sessões (16h00 | 19h00 | 21h00) + oficina infantil (16 Março - 11h00) 

Preço:  3 euros
Conheça a programação completa AQUIImagens da Mostra
Mais informações em:  www.doclisboa.org    www.gulbenkian.pt

Evento FB.

19.02.2019 | por martalanca | Brasil, Cinema Indígena, Mostra Ameríndia

Não Ceder Ao Medo

Mostra retrata a violência do ponto de vista de estudantes e professores, no CMAHO

O Centro Cultural Municipal de Arte Hélio Oiticica apresenta do dia 1º de dezembro de 2018 a 28 de janeiro de 2019 a exposição Não Ceder Ao Medo, o mais recente trabalho da artista Elisa Castro. Serão expostas quarenta bandeiras brancas bordadas por estudantes que retratam as suas experiências com a violência diária. 

Para esta exposição,  a artista que também é professora, escutou e coletou histórias sobre medos de crianças e professores de uma comunidade violenta em Niterói, ao longo do ano de 2017. Elisa criou dispositivos para  envolver toda a escola e seu entorno, mobilizando o espaço público através de uma urna com a qual coletava medos escritos e com uma grande faixa na entrada da escola. Abrindo lugar para que alunos pudessem verbalizar seus temores mais particulares no espaço escolar, transformando esse material em bandeiras a partir do desenho e do bordado.

Não Ceder Ao Medo tem como questão central a problemática da conexão com o outro nos espaços de violência social, propondo a análise e o diálogo entre arte e educação, como possibilidades de pensar a história, a sociedade, a política e as relações entre sujeito e espaço. A mostra é fruto de um intenso processo de escuta, como é particular em sua obra.

“A mostra é fruto de intervenções artísticas realizadas durante um ano em uma escola pública localizada em uma comunidade violenta em Niterói, na qual frequentemente estudantes sofrem com intervenções policiais justificadas pelo poder público como “combate” à venda e ao tráfico de drogas. Para iniciar o projeto instalei  uma grande faixa com a frase “Não Ceder Ao Medo”na entrada da escola e  uma urna para que crianças e professores pudessem depositar seus medos. Desta forma, desenvolvi um projeto de escuta, no qual os alunos tinham espaço para falar sobre sua experiência com a violência. Durante as aulas, enquanto se escutavam, cada estudante representava seu medo,  através  de  desenhos bordados sobre tecido. A proposta dessa  exposição é que, como uma criança, pulemos o muro do medo que silencia a violência e produz a inércia. Para “Não Ceder ao Medo” devemos levantar nossa bandeira e mostrar nela o que é mais íntimo em nós, avançando sem temer o porvir”, afirma Elisa Castro.

Elisa Castro é artista, tem como eixo de principal de seu trabalho a escuta como possibilidade poética e prática artística.Desde 2007, participa de exposições nacionais e internacionais, entre elas estão: a 17 Bienal de Cerveira(Portugal), IV Bienal Internacional da Bolívia (La Paz), 7 Bienal deArte do Mercosul: Grito e Escuta (Porto Alegre-BR). Suas obras estão nas coleções permanentes do Museu de Arte do Rio (MAR), Museu de ArteModerna (MAM-RJ) e Fundação Bienal de Cerveira.

Serviço: Exposição Não Ceder Ao Medo

Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica – Galerias 1 e 2

Rua Luís de Camões, 68 – Centro – Rio de Janeiro, RJ Cep: 20060-040

Telefone: +55 21 2242 1012

Abertura: 1º de dezembro de 2018, a partir das 14h.

Visitação: de 1º de dezembro a 28 de janeiro de 2019

Funcionamento: de segunda a sábado, das 12h às 18h. Fechado aos domingos e feriados

Email: cmaho.cultura@gmail.com

Facebook: facebook.com/cma.heliooiticica

Instagram: instagram.com/cma.heliooiticica

 

27.11.2018 | por martalanca | Brasil, Medo, secundaristas

Ameaça despejo de 450 famílias que vivem há 20 anos numa área em Minas gerais.

Nós, familias do mst do Sul de MG, do Quilombo Campo Grande, queremos denunciar a ação fascista contra a nossa luta de 20 anos.

Aqui, as famílias, depois de tantos anos, já contam com infraestrutura de energia elétrica, casas de alvenaria e produzem uma grande diversidade de produção agroecológica, como café, muitas variedades de milho, feijão, hortaliças, frutas, sementes orgânicas gado, galinhas, porcos. Essas famílias geram, com seu trabalho, soberania alimentar, não apenas para quem produz e vive na terra, mais para milhares de pessoas que passaram a ter acesso a um alimento saudável, sem veneno e de qualidade.

Os acampamentos também geram distribuição de renda. A terra, que era apenas de um dono, agora traz dignidade para quase 450 famílias mais de 2.000 pessoas que estavam quase tendo seu sonho de ter a posse da terra realizado com um decreto estadual.

Mas agora, através de um conluio jurídico entre os grandes fazendeiros, deputados da bancada ruralista e empresas do agronegócio da região, estão organizando um processo de despejo para as famílias que moram e resistem ao longo desses 20 anos de luta.

Inaceitável a situação!

Há 2 meses atrás as famílias quase tinham sido assentadas e agora podem perder tudo o que construíram ao longo desses anos.

Esse é um dos conflitos agrários mais antigos do país.

Pedimos a todas as organizações, apoiadores que enviem o e-mail abaixo para os endereços:

bhe.vagraria@tjmg.jus.br (vara Agrária)
contato@crdhsulmg.com.br (entidade que está acompanhando o caso)

Aos cuidados do Dr. Sr. Juiz Walter Ziwicker Esbaille Junior,

Venho através deste declarar sobre ação de reintegração de posse N° 0024.11.188.917-6 ajuizada em 17.06/2011, meu pedido de indeferimento de ação de reintegração de posse, que estão de acordo com os artigos 22 a 20 da DUDH consubstancia os direitos sociais, o direito ao trabalho, à escolha do trabalho, pois as 450 famílias, mais de 2000 pessoas já estão em posse velha da área a mais de 20 anos, tem suas casas, produção e reprodução da vida neste local.

Pela resolução do conflito e pela permanência das famílias, fazemos esse apelo

Sem mais a declara

Nome / Organização, Estado, país, data

Somos resistência!

A luta pela Adrianópolis é a Luta pela democracia

01.11.2018 | por martalanca | Brasil, MST, quilombolas, terra

Filmes sobre o Brasil hoje no DocLisboa

Maria AuxiliadoraMaria Auxiliadora26.10, 21:30h Cinema São Jorge

Alma Clandestina, de José Barahona, é uma biografia de Maria Auxiliadora Lara Barcelos, uma mulher activista política contra a ditadura brasileira nos anos 60. Foi presa, torturada e banida do Brasil, acabando por se exilar e viver na clandestinidade em Berlim durante os anos 70. O realizador estará presente na sessão. Link do filme

sobre Maria Auxiliadora a Marta Mestre escreveu este ensaio no BUALA, Adjetivo esdrúxulo: Maria Auxiliadora.

26.10, 14h Culturgest 

No filme Maré, três mulheres quilombolas expressam a sua apreensão entre a incerteza do futuro e a força da ancestralidade. Uma crítica actual e pertinente da escravatura e da subsequente desigualdade sócio-económica-racial que estrutura e se perpetua no Brasil de hoje. A realizadora Amaranta Cesar e Erica Batista, uma das mulheres retratadas no filme, estão presentes na sessão. Link do filme 

26.10.2018 | por martalanca | Brasil, DocLisboa, filmes

QUILOMBO DE SANTANA I Porto

O projecto QUILOMBO DE SANTANA, numa acção conjunta com a Associação de Moradores, propõe—se a construir um espaço de crítica e acção sobre as questões contemporâneas da cultura quilombola e outras, a partir do Quilombo de Santana. 
Após vários anos de actuação com os moradores está prevista uma actuação no local que envolve a concepção e construção da cozinha comunitária, do centro cultural e da rede de saneamento básico sustentável, cujo financiamento provém da campanha / crowdfunding Limparsantanafeita entre Fevereiro e Maio de 2018 e que atingiu o montante de 7560 €. 
O lançamento do projecto será no dia 24 de Julho, entre as 17:00 e as 21:00, no espaço Mira Forum, no Porto, e contará com a presença do DJ Caio Azevedo e com o concerto “Samba de Guerrilha” do músico brasileiro Luca Argel.
//////////// Entrada Livre //////////

14.07.2018 | por martalanca | Brasil, quilombo de santana, quilombos

Encontro "Em defesa da democracia brasileira" | Teatro Capitólio, Lisboa [12 ABR, 18h]

O Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra e a Fundação José Saramago (FJS) têm a honra de convidar V. Exa. a participar no encontro“O Futuro das lutas democráticas: Em defesa da democracia brasileira”, que terá lugar no dia 12 de abril, no Teatro Capitólio (Lisboa), às 18h00.

Neste encontro em defesa da democracia brasileira reunir-se-ão representantes políticos do Brasil, Espanha e Portugal, entre os quais Guilherme Boulos eManuela D’Ávila (ambos pré-candidatos à Presidência do Brasil pelo PSOL e PCdoB, respetivamente), Tarso Genro (PT), Cristina Narbona (Presidenta do PSOE), Pablo Iglesias (Secretário-Geral do Podemos), Ana Catarina Mendes(Secretária-Geral adjunta do PS) e Catarina Martins (Coordenadora do Bloco de Esquerda).

A sessão será coordenada por Pilar del Río (FJS) e Boaventura de Sousa Santos (CES).

A entrada é livre e não serão feitas reservas antecipadas de bilhetes.

05.04.2018 | por martalanca | Brasil, CES, democracia

LIMPAR SANTANA, Quilombo de Santana - campanha

O projecto LIMPAR SANTANA consiste na construção de um sistema de saneamento básico sustentável que garantirá a limpeza das linhas de água do Quilombo de Santana para melhorar o actual nível da qualidade de água de consumo da totalidade das suas habitações.

Avaliada a situação topográfica, geotécnica e geográfica existente, propõe-se utilizar bacias evapotranspiradoras, sistema que permite o tratamento de efluentes através de um filtro natural e da evaporação pela folha de bananeiras; e sistemas de caixas de água biodigestoras que transformam as águas num resíduo utilizável para a agricultura.

Abrir-se-á, ainda, a possibilidade de construção posterior de uma cozinha comunitária certificada, que permitirá introduzir a actual produção alimentar quilombola no circuito de mercado da região, feiras e mercados populares.

O projectos LIMPAR SANTANA é essencial para o desenvolvimento local do quilombo e terá influência directa tanto na qualidade de vida da população, como no fortalecimento da economia local.

SOBRE O PROMOTOR

A associação de moradores do Quilombo de Santana representa a sua população, interna e externamente, e é constituída na sua totalidade por moradores da comunidade.

No ano de 2016, através da participação directa de dois cidadãos próximos em algumas acções da comunidade, Nuno Flores e Thiago Coqueiro, iniciou trabalhos de reabilitação do sistema de saneamento básico de uma casa da comunidade.

Desta acção surgiu uma parceria com a associação de moradores que consiste na construção de um sistema de saneamento básico sustentável que garantirá a limpeza das linhas de água do Quilombo de Santana e, consequentemente, melhorar o actual nível da qualidade de água de consumo da totalidade das habitações.

No caso de não se atingir o objectivo de 7500€, o montante doado incodicionalmente servirá para melhorar a rede de saneamento existente através do mesmo processo, após reavaliação e redesenho dos objectivos do projecto em função do orçamento disponivel.

ORÇAMENTO E PRAZOS

Prazo: 365 dias

Orçamentos:  5354.25 € - construção de sistema de sanemaneto - fossas

1500€ - logística

 

07.03.2018 | por martalanca | Brasil, Limpar Santana, quilombos

Questões indígenas: ecologia, terra e saberes ameríndios TMM

Conferencias, debates e filmes em torno das questões ameríndias no Brasil e países vizinhos com alguns dos mais importantes antropólogos e lideranças indígenas. Pensar em solidariedade com os indígenas na América do Sul enquanto conhecemos as suas culturas ou lutas políticas é o grande desafio que propomos neste programa. Éticas ou estéticas indígenas, a Terra como ser sensível e a expressão de potencialidades múltiplas de interação, a Amazónia e a Patagónia como espaço de resistência e confronto, mas também de proposição de formas de viver em conjunto que diferem do modo que ali tem sido imposto pelo projeto colonial serão parte deste diálogo. Ao pensarmos com os indígenas, veremos que a ideia antiga de que culturas, línguas ou sociedades minoritárias indígenas estão ou estiveram em vias de extinção são afinal expressão de ameaças que, ao tocarem um povo indígena, tocam um projeto de mundo sobre o qual iremos debater e no qual nós, Europeus, também estamos implicados.

curadoria: Liliana Coutinho com Susana de Matos Viegas ilustração: Pedro Lourenço

ver programa

28.04.2017 | por martalanca | ameríndias, antropólogos, Brasil, conferências, debates, filmes, índigenas, Teatro Maria Matos

Exposição "Visão Yanomani", de Claudia Andujar


“Visão Yanomami” é uma seleção do trabalho fotográfico de Claudia Andujar realizado entre os anos 70 e parte dos anos 80 do século XX.
A obra de Claudia Andujar sobre os Yanomami introduz questões da fotografia contemporânea dentro do espectro da iconografia dos povos indígenas no Brasil. A sua narrativa visual trouxe para os campos fotográficos predominantes (fotografia documental clássica, fotografia etnográfica e fotojornalismo) um olhar assumidamente pessoal, aliando intenções documentais a uma busca estética bastante apurada. Segundo a autora, a idiossincrasia da sua obra deve-se essencialmente à sua trajetória pessoal, pautada pela condição de minoria: “Sem dúvida, minha fotografia é marcada pelo meu passado. Um passado de guerra, um passado de minorias. Isso é algo que não só me preocupa, mas me perturba. É parte da minha vida. Me interesso muito pela questão da justiça e das minorias que estão tentando se afirmar no mundo, mas se deparam sempre com um dominador que procura apará-las. Mas existe também um outro lado, que é a estética, o equilíbrio, presentes nas minhas imagens. Nem sempre o lado social pode se juntar ao lado estético. Eu sofro por isso. Quando consigo juntar as duas coisas, me sinto aliviada.” (Andujar in Persichetti, 2000:15)
Curadoria Instituto Inhotim

Gozo, de Claudia Andujar.Gozo, de Claudia Andujar.
Exposição: 11 fevereiro › 15 abril 2017
Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico
Rua da Palma, 246
Segunda a sábado, das 10h às 19h_tel.218 844 060
https://www.facebook.com/arquivo.mun.lisboa

12.04.2017 | por marianapinho | Brasil, Claudia Andujar, fotografia, indígena, Visão Yanomani

Colonialismo do Colonialismo: Como Era Gostoso o Meu Francês, de Nelson Pereira dos Santos

Colonialismo do Colonialismo: Um novo Ciclo de Cinema na Zona Franca Nos Anjos desta vez focado no tema do Colonialismo e da “Descolonização”. O ciclo será composto por quatro filmes que decorrerão todas as quintas-feiras de Março.
O segundo filme será “Como Era Gostoso o Meu Francês” de Nelson Pereira dos Santos, esta quinta-feira às 21h00. A cantina estará fechada para o evento mas teremos petiscos e bar aberto.

Entrada livre



Nelson Pereira dos Santos foi um dos cineastas que ensaiaram as primeiras nuances do Cinema Novo Brasileiro. Com seu Rio, 40 Graus (1955), o diretor plantou a ideia da liberdade da câmera, da naturalidade dos cenários e de um roteiro livre de maneirismos. Influenciado pelo neorrealismo, o diretor foi um dos pioneiros a abordar temas contemporâneos e não farsescos; pessoas de diferentes classes sociais e relações humanas em diversos níveis. Em 1963, com o lançamento de seu icônico Vidas Secas, Nelson Pereira dos Santos já tinha seu lugar marcado na cinematografia brasileira.
Nossa atenção, no entanto, se volta para Como Era Gostoso o Meu Francês (1971), uma visão não paternalista ou eurocêntrica das relações entre os índios e os europeus nas primeiras décadas do século XVI. Os eventos históricos que permeiam a obra estão localizados no período da França Antártica, a colônia francesa estabelecida no Rio de Janeiro entre 1555 e 1560.
O roteiro do filme, escrito em tupi, francês e português, baseia-se principalmente em Viagem ao Brasil, relato do alemão Hans Staden, viajante capturado pelos tupinambás que sobreviveu ao ritual antropofágico, e de volta à Alemanha, publicou a sua versão dos costumes e funcionamento da vida na comunidade indígena. Temos ainda temos indicações históricas de obras quinhentistas de Theodore De Bry, André Thevet e Jean de Léry. O diretor ainda leu e se utilizou de outros registros históricos, como a carta de Villegagnon a Calvino e textos de padres jesuítas.
Essa grande existência de documentos e versões históricas trouxeram grande riqueza para o filme, o que permitiu, por exemplo, que se adotasse o ponto de vista dos tupinambás para o período de preparação do prisioneiro francês (preparação para o ritual antropofágico), com destaque para a visão feminina em boa parte da obra. A desconstrução – ou resultado de um exercício antropofágico, vindo de um filme inserido no movimento tropicalista – da visão comum sobre a relação de índios e europeus estranha o espectador desavisado ou desacostumado com tal abordagem, especialmente porque mostra o controle indígena sobre muitas situações, do comércio aos acordos sobre manutenção de prisioneiros.
Do ponto de vista histórico ou mesmo do uso de fontes narrativas, Como Era Gostoso o Meu Francês é um filme louvável. A percepção da pureza dos nativos e o trato para com o prisioneiro – sempre muito bem cuidado antes de ser morto e assado para servir de alimento à tribo – é um dos elementos que foge à maior parte das versões sobre esse período, seja em filmes ou mesmo alguns documentários. Aqui, esse novo olhar vem adicionar ao conhecimento do espectador mais uma versão para os fatos, e não reafirmar o que já se sabe.
Todavia, mesmo que irretocável no quesito histórico-narrativo, o filme falha como produto. Em primeiro lugar, a falta de um enredo (mais) dramático – no sentido de construção de um drama – acaba por misturar o gênero de ficção com nuances de documentário num enredo que só poderia ser bom se fosse abordado por um único gênero. Durante todo o tempo, os eventos ligados à cultura indígena aparecem expostos quase sem nenhum filtro narrativo, com grande número de danças, grande repetição de cenas (ou sequências com ambientações diferentes mas que representavam a mesma coisa) e os incômodos intertítulos, com trechos de documentos históricos.
Se no início do filme vemos representada de forma irônica brilhante a carta a Calvino, por que não usar o mesmo estilo de narração para os documentos a seguir? A separação entre as cenas filmadas e os textos históricos quebrou o ritmo da obra e mesmo que estes sejam bem distribuídos por toda a película, o filme passaria muito melhor sem eles.
Como Era Gostoso o Meu Francês foi censurado pelo gabinete militar, classificado de imoral. O filme foi levado para festivais internacionais (Berlim, Cannes), e só depois de muitas tentativas, liberado para exibição no país. Sobre a censura, a escritora Clarice Lispetor se pronunciou, em sua crônica no Jornal do Brasil. O texto data de 16 de outubro de 1971: “Trata-se de um filme que não escandaliza ninguém. […] Talvez seja inocência minha, mas por favor me respondam: qual é a diferença entre o corpo nu de um índio e o corpo nu de um homem branco? Assisti ao filme em salinha de projeção particular. Havia outras pessoas assistindo também. Duas delas eram freiras de alto nível eclesiástico. A opinião delas: filme belíssimo, de uma ‘grande pureza’, de um valor histórico inestimável por causa de toda a reconstituição […] no filme não há um só gesto ou intenção obscenos ou simples sugestão maliciosa. Será que daqui a pouco nos escandalizaremos se virmos um menino branco nu? Porque em menino pode e em adulto não pode? […] Melhor, por via das dúvidas, pôr terno e gravata nos tupinambás.”
A despeito das falhas de concepção, essa obra de Nelson Pereira dos Santos é um registro do cinema nacional e da própria história do Brasil que deve ser visto e discutido. Tanto por ser fruto de uma época de transformações culturais, quanto por vir de um cineasta que ajudou dar uma cara nova ao cinema nacional, Como Era Gostoso o Meu Francês é um daqueles filmes que dão ao espectador uma outra proposta de pesamento sobre uma ideia já enraizada e massificada pela própria história. 

(Luis Santiago@planocritico.com)

Como Era Gostoso o Meu Francês (Brasil, 1971)
Direção: Nelson Pereira dos Santos
Roteiro: Nelson Pereira dos Santos, Humberto Mauro
Elenco: Arduíno Colassanti, Ana Maria Magalhães, Eduardo Imbassahy Filho, Manfredo Colassanti, José Kléber, Gabriel Archanjo, Gabriel AraújoAna Batista
Duração: 84 min.

06.03.2017 | por marianapinho | Brasil, Colonialismo do Colonialismo, Descolonização, Nelson Pereira dos Santos, tupinambás

«Os indígenas e a luta pelos seus direitos no Brasil» por Aílton Krenak

na FCSH/NOVA 29 de Junho | 17h00 | Edifício ID, Sala Multiusos 2 | Entrada livre 19h00 | Lançamento do Livro Encontros - Aílton Krenak 

Ailton Krenak, reconhecido internacionalmente como um dos maiores líderes do movimento indígena brasileiro, estará na FCSH/NOVA para falar de ecologia e direitos dos povos índios.
A palestra «Os indígenas e a luta pelos seus direitos no Brasil» está inserida no âmbito do Colóquio Internacional «Os Indígenas e as Justiças nas Américas» actividade que encerra o projecto «The Native Peoples and the Portuguese Inquisition», um amplo e inédito levantamento documental realizado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo sobre os indígenas denunciados e processados pela Inquisição de Lisboa na América Portuguesa, desde o século XVI ao XIX. A investigação foi desenvolvida ao abrigo do programa europeu de ciência Marie Curie.

Aílton Krenak ficará para uma sessão de comentários que seguirá a exibição do filme “Índio Cidadão?”. O vídeo mostra o seu discurso marcante e decisivo na Constituinte de 1987 e está incluído no documentário mencionado.

Programa do Colóquio(.pdf)

29.06.2016 | por martalanca | Aílton Krenak, Brasil, índigenas

Seminário de Estudos Internacionais - E agora, Brasil?

No próximo dia 13 de maio, pelas 18h, o ISCTE-IUL apresenta o Seminário de estudos Internacionais “E Agora, Brasil?”, a decorrer no auditório JJ Laguinha.

Para mais informações:

Facebook

11.05.2016 | por claudiar | Brasil, estudos internacionais, ISCTE-IUL, seminário