Questões indígenas: ecologia, terra e saberes ameríndios TMM

Conferencias, debates e filmes em torno das questões ameríndias no Brasil e países vizinhos com alguns dos mais importantes antropólogos e lideranças indígenas. Pensar em solidariedade com os indígenas na América do Sul enquanto conhecemos as suas culturas ou lutas políticas é o grande desafio que propomos neste programa. Éticas ou estéticas indígenas, a Terra como ser sensível e a expressão de potencialidades múltiplas de interação, a Amazónia e a Patagónia como espaço de resistência e confronto, mas também de proposição de formas de viver em conjunto que diferem do modo que ali tem sido imposto pelo projeto colonial serão parte deste diálogo. Ao pensarmos com os indígenas, veremos que a ideia antiga de que culturas, línguas ou sociedades minoritárias indígenas estão ou estiveram em vias de extinção são afinal expressão de ameaças que, ao tocarem um povo indígena, tocam um projeto de mundo sobre o qual iremos debater e no qual nós, Europeus, também estamos implicados.

curadoria: Liliana Coutinho com Susana de Matos Viegas ilustração: Pedro Lourenço

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28.04.2017 | por martalanca | ameríndias, antropólogos, Brasil, conferências, debates, filmes, índigenas, Teatro Maria Matos

UTOPIAS > António Alvarenga discute o futuro do capitalismo > 5 abril 18h30

03.04.2017 | por martalanca | António Alvarenga, capitalismo, Teatro Maria Matos, Utopias

UTOPIAS > Conferência de Alexei Yurchak > 12 janeiro

Para o povo soviético, o colapso do Estado surgiu como uma surpresa completa e, ao mesmo tempo, como algo de natural. Esse evento dramático revelou um paradoxo presente no seio do sistema soviético: se a maioria dos seus cidadãos experimentava este sistema como eterno e imutável, também tinham estado sempre preparados para a sua desintegração. No livro Everything Was Forever, Until It Was No More: The Last Soviet Generation [Tudo foi para sempre, até não o ser mais: a última geração soviética], Alexei Yurchak, professor de Antropologia na Universidade de Califórnia, Berkeley, usa este paradoxo como ponto de partida para a análise da vida soviética durante o período do “socialismo tardio”. Por um lado, a imagem do socialismo que emerge neste livro é muito diferente dos estereótipos que reduzem a realidade soviética a um simplismo binário: estado de opressão versus resistência popular, cultura oficial versus não oficial, linguagem totalitária versus linguagem privada, mentira pública versus verdade escondida. Por outro, o próprio conceito de hipernormalização que Yurchak introduz revela-se potencialmente útil para análise de outros sistemas políticos, como comprovou o célebre documentário de Adam Curtis, HyperNormalisation, estreado em 2016. Nesta conferência, Alexei Yurchak discutirá os argumentos principais do seu livro, estendendo esta reflexão à análise do capitalismo contemporâneo.

 

11.01.2017 | por marianapinho | Alexei Yurchak, antropologia, capitalismo, Estado, socialismo, Teatro Maria Matos, União Soviética, Utopias

Passa-Porte / Hotel Europa | Teatro Maria Matos

Depois do espetáculo Portugal Não é um País Pequeno, André Amálio e a companhia Hotel Europa continuam o seu trabalho sobre o fim do colonialismo português com Passa-Porte. Este espetáculo de teatro documental centra-se nas independências das antigas colónias portuguesas de Angola e Moçambique, e em todas as alterações de nacionalidade que afetaram as pessoas que viviam nesses países africanos. Passa-Porte retrata através de testemunhos reais estes eventos históricos e os relatos daqueles que fugiram da violência decorrente do fim do colonialismo ou do início da guerra civil em Angola. Revela também histórias dos que escolheram ficar nos países independentes e que acreditavam na construção de novos países depois de quase 500 anos de colonialismo. Este espetáculo reflete também a forma como o Estado e a sociedade portuguesa olharam para estas pessoas e as consequentes mudanças feitas na lei da nacionalidade em 1975 para escolher quem poderia ser considerado português.

criação: André Amálio
cocriação e interpretação: André Amálio, Selma Uamusse, Tereza Havlickova
movimento: Tereza Havlickova
interpretação musical: Selma Uamusse
espaço cénico: André Amálio e Tereza Havlickovacolaboração: Pedro Silvadesenho de 
luz: Carlos Arroja
produção: Hotel Europa 
coprodução: Maria Matos Teatro Municipal 
apoio: Fundação GDA 
apoio à residência: Alkantara e O Espaço do Tempo
agradecimentos: Anastácia Carvalho, Teatro Mosca e a todas pessoas que gentilmente partilharam connosco as suas histórias de vidafoto: António Gomes

Mais informações, aqui.

04.11.2016 | por marianapinho | colonialismo, colónias portuguesas, guerra cívil, Hotel Europa, Passa-Porte, Teatro Maria Matos