Duração: 25 de Novembro de 2021 a 29 de Janeiro de 2022 | Quarta a Sábado - Das 15h às 19h
Artistas:Zanele Muholi & Ayogu Kingsley
No rescaldo das lutas pelas Liberdades Civis dos anos sessenta, nos Estados Unidos, e do movimento independente que varreu o continente africano, os anos setenta proporcionaram uma nova era aos artistas Negros, na qual sentiram a liberdade para escrever, produzir canções, arte, acolher eventos mundiais (FESTAC 77), combates de boxe (Rumble in the jungle 74), música e literatura que não estavam enraizados nas lutas, mas sim na alegria, no amor, na diversão, e na família Negra, sem deixar de abordar, de modo subtil, as injustiças sociais a partir de dentro – uma experiência intra-negra e não em reação ao “outro”, por assim dizer. Esta ideia de Negritude pós-moderna é hoje recuperada na cultura visual contemporânea, através do Retrato Negro. A Negritude passou da angústia existencialista a realidade natural, imaginação, aspiração, fantasia e agora nostalgia. Encontramo-nos num momento de nostalgia por fragmentos do passado, que guia e alimenta o presente, e desperta a imaginação. Just My Imagination (Running Away with Me) é uma canção do grupo americano de Soul, The Temptations. Nesta canção, a icónica banda fantasia acerca da felicidade doméstica, o tipo de futuro utópico que é nitidamente negado e dissociado da experiência Negra contemporânea. Just My Imagination foi uma ode à esperança de viver uma vida familiar simples e tranquila. Esta exposição apresenta um realismo natural que se torna visível através da pintura e da fotografia, uma vez que ambos os meios interagem e dominam a arte contemporânea de hoje em dia.
Zanele Muholi e Ayogu Kingsley são artistas contemporâneos com esperanças e aspirações moldadas por fragmentos da sua perceção da experiência Negra africana na infância. Esta exposição pretende recriar os atos de resignação perante fantasias emancipatórias moldadas por memórias pesadas de infância, histórias e cultura visual. Tal como as melodias psicadélicas Soul da obra epónima dos Temptations, lançada em 1971, o artista funde-se e atravessa o imaginário e a realidade para enfrentar o eu. Entre a auto-exploração vulnerável e declarações arrojadas, cada obra de arte desafia os arquétipos normativos e os padrões de comportamento ditados pela cultura contemporânea.
Cada narrativa visual apresenta a imagem do próprio. Seja através do autorretrato performativo ou da pintura hiper-realista, os meios arrojados escolhidos pelos artistas abrem espaço à coragem de romper com a servidão.
Notas Biográficas:
_Azu Nwagbogu é o Fundador e Diretor da African Artists’ Foundation (AAF), uma organização sem fins lucrativos sediada em Lagos, na Nigéria. Nwagbogu foi nomeado Diretor/Responsável de Curadoria Interino do Museu Zeitz de Arte Contemporânea na África do Sul, de junho de 2018 a agosto de 2019. Nwagbogu é também Fundador e Diretor do LagosPhoto, um festival anual internacional de fotografia artística realizado em Lagos. É editor do Art Base Africa, um espaço virtual para descobrir e conhecer arte contemporânea de África e das suas diásporas. Nwagbogu é um curador com um especial interesse na museologia futura.
_Zanele Muholi, ativista visual que trabalha com fotografia, nascida em Umlazi, Durban. Atualmente vive e trabalha em Umbumbulu. A missão autoproclamada de Muholi é “reescrever uma história visual negra, queer e trans da África do Sul para que o mundo tome conhecimento da nossa resistência e existência no auge dos crimes de ódio na África do Sul e além-fronteiras”. Está atualmente a construir a primeira escola de artes em KwaZulu Natal. Muholi co-fundou o Forum for Empowerment of Women (FEW) em 2002. Em 2009, fundou também o Inkanyiso, um fórum para meios visuais (de ativismo) queer. Continua a oferecer formação e a co-proporcionar workshops de fotografia para jovens mulheres nos bairros da cidade. Muholi estudou Fotografia Avançada no Workshop de Fotografia de Mercado em Newtown, Joanesburgo, e em 2009 concluiu um mestrado em Documentary Media na Universidade de Ryerson, Toronto. Em 2013, tornou-se Professora Honorária na Universidade de Artes/Hochschule für Künste Bremen.
_Ayogu Kingsley Ifeanyichukwu é um artista nigeriano conhecido pelo seu estilo hiper-realista. Nascido em Enugu, na região oriental da Nigéria, Ayogu interessou-se pela pintura e pela arte desde muito jovem. Isto levou-o a estudar pintura e gráfica no Enugu State College of Education (Technical). A obra de Ayogu pode ser descrita como deslumbrante e detalhada, retratando situações com um amplo espetro de emoções expostas através de lágrimas, desespero e afinidade. Quem observa as suas peças sente invariavelmente uma ligação aos quadros.
*Todos os direitos de imagem reservados aos artistas.
ATLANTICA: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé and Príncipe and their Diasporas é o terceiro livro da editora Hangar Books, especializada em publicações no contexto das artes contemporâneas, com foco nas espistemologias do sul.
Na sequência das duas obras anteriores dedicadas, respectivamente, a Angola e a Moçambique, este novo livro da série “Atlantica” centra-se na arte de Cabo Verde, da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe, bem como nas suas diásporas. É editado pelo artista César Schofield Cardoso, em conjunto com Mónica de Miranda, que assina também a coordenação.
Entre os artistas selecionados, encontramos Olavo Amado, Nú Barreto, Welket Bungué, César Schofield Cardoso, Irineu Destourelles, Vanessa Fernandes, Ângelo Lopes, Sandim Mendes, Melissa Rodrigues, Herberto Smith, Abdel Queta Tavares e René Tavares. E nos ensaios teóricos: Azu Nwagbogu, Mónica de Miranda, César Schofield Cardoso, Ana Balona de Oliveira, Ana Cristina Pereira, Inês Beleza Barreiros, Raquel Schefer, Ana Nolasco, Álvaro Luís Lima, Michelle Salles, Paula Nascimento, Mariana Aboim, Raquel Lima, Valdívia Delgado Tolentino, Cristiana Tejo, Luísa Santos, Inocência Mata e Joacine Katar Moreira.
Este quadro curatorial destaca artistas contemporâneos dentro e das regiões que atuam desde a viragem do milénio até ao presente. São artistas envolvidos em pesquisas e práticas de arte experimental e conceptual que investigam narrativas coloniais e pós-coloniais. As obras dos artistas representados neste livro são diversas em meio e abordagem, bem como no que respeita a questões sociais de endereço, como identidade e política corporal, lugar, memória e história. O novo milénio assistiu a uma produção cultural sem precedentes, caracterizada por um misto de radicalidade e marginalidade, nostalgia e utopia. Estes artistas estão principalmente comprometidos em desafiar noções fixas de lugar e afirmar conexões entre a produção artística e as formações políticas, sociais, ideológicas e pessoais.
“Atlantica” é o título e o princípio organizador desta série e o seu significado semântico remonta à mitologia clássica. Está carregado de potencial interpretativo sobre questões de localização, geografia, exílio, migração, separação, êxodo, diáspora e deslocamento, e representa o movimento de deixar a terra natal, uma experiência comum para muitos dos artistas representados nos outros livros da série. Atlantica aponta também para a história bem estudada da travessia do Atlântico Sul e do Norte e remete para o conceito de The Black Atlantic (1993), de Paul Gilroy. Gilroy usa as imagens do Atlântico para demonstrar a posição de identidades entre duas (ou mais) terras, culturas, que não podem ser definidas por fronteiras. Atlantica situa-se neste lugar de dupla consciência no trabalho de W.E.B. Du Bois, em The Souls of Black Folk (Du Bois 1903, 8).
Na celebração do lançamento deste livro, no dia 10 de Dezembro, às 18h, no Hangar, teremos um seminário moderado por César Schofield Cardoso com conversas com teóricos, artistas e investigadores. Este ciclo se estenderá por outros eventos como video-screenings, residências e rádio durante 2022. Organização de Mónica de Miranda.
PROGRAMAÇÃO
Dia 10 de Dezembro. (18h00-21h30)
18h00
César Schofield Cardoso, “The space we share” (Editor’s note).
18h30
Ana Balona de Oliveira “Contemporary Art and the Interwoven Histories of Cabo Verde, Guinea-Bissau and São Tomé e Príncipe”.
19h00
Inocência Mata “Between Sankofa and Janus…”transterritorialized” artists”.
19h30
Joacine k Moreira “TO DECOLONIZE IS TO D.E.P.R.O.G.R.A.M.E. Systemic Racism, Body, Gender and Diaspora in Arts”.
20h00
Artists Talk
Vanessa Fernandes
Irineu Destourelles
Nú Barreto
Melissa Rodrigues
René Tavares
CICLO DE VIDEO ONLINE DIÁSPORA: ITINERÁRIO DIALÓGICO
Esta seleção de artistas para exibição na plataforma Hangar Online inclui trabalhos em vídeo e fotografias. A extensão, por assim dizer, à fotografia, tenta reforçar uma ligação à prática documental tão presente nas imagens que os arquivos da diáspora se revelam como uma memória colonial do século passado. Nesse sentido, procura-se propor um itinerário dialógico, ou seja, uma sequência de narrativas e documentos que exploram temas e temas atuais e comuns, como a (s) diáspora (s), o período colonial e diferentes abordagens das questões identitárias que representam a suposição de diferença, desejo e liberdade.
JOÃO SILVÉRIO
Mestre em Estudos Curatoriais pela Faculdade Belas-Artes da Universidade de Lisboa. É curador associado da colecção de arte contemporânea da Fundação PLMJ. Curador e tutor no projeto RAMA Residências para Artistas, Maceira, Portugal. Inicia a sua actividade como curador independente em 2003.
Cria o projecto independente EMPTY CUBE em Outubro de 2007 que tem apresentado projectos de artistas, designers e arquitectos (www.emptycube.org). Foi Presidente da Secção Portuguesa da AICA – Associação Internacional de Críticos de Arte, desde Março de 2013 até Dezembro de 2015. Cria, em 2019, a editora independente EMPTY CUBE_reader que lançou a primeira edição com uma obra dos artistas Musa paradisiaca.
Escreve regularmente sobre projectos artísticos em catálogos, publicações e websites entre os quais no www.emptycube.org
Depois de uma abertura surpreendente em setembro, e que foi considerada um dosacontecimentos mais marcantes da rentré eartística de Lisboa, a .insofar inaugura no próximo dia 18 de Novembro o projeto Arrábida Bound com curadoria de Miguel von Hafe Pérez. Neste segundo momento expositivo serão apresentadas obras de Luís Palma (Porto, 1960) e Miguel Palma (Lisboa,1964).
A partir de uma vivência geracional compartida, a exposição vai dar visibilidade a produções recentes, num caso, inéditas noutro, de dois dos protagonistas nacionais da renovação das linguagens escultóricas e fotográficas nos anos noventa do século passado.
Na verdade, foi a partir da exposição Imagens para os anos 90, que teve lugar em Serralves em 1993, que estes três autores cimentaram uma amizade e um continuado trabalho que se estabeleceu ao arrepio de modas, conjunturas e determinações exteriores.
Arrábida Bound parte de uma coincidência verdadeiramente extraordinária: ambos os artistas desenvolveram nos últimos tempos uma série de trabalhos que de forma mais ou menos literal se associam à ponte da Arrábida, estrutura icónica da cidade do Porto. Construída entre 1957 e 1963, a estrutura revelou-se um desafio assoberbante nos seus princípios de engenharia, bem como um conseguido exemplo de uma elegância formal que viria a eternizar o seu autor, o engenheiro Edgar Cardoso.
O projeto Vinte e cinco palavras ou menos de Luís Palma parte de uma série fotográfica realizada no interior de uma autocaravana estacionada precisamente nas imediações da ponte da Arrábida e que era a habitação de um velho rock ́n’roller. A partir daí o autor faz uma viagem por memórias pessoais, incluindo um conjunto de fotografias dos finais dos anos oitenta, e socioculturais, onde se entre cruzam narrativas da política (nomeadamente do colonialismo e da revolução), da vida da estrada e do universo musical como definidor de atitudes e comportamentos.
Miguel Palma ancora os seus trabalhos inéditos na representação explícita da ponte da Arrábida num desdobramento entre a escultura e o desenho. Como sempre, referencia um universo ficcional onde a modernidade se apresenta enquanto paradigma tensivo entre eficácia e derrisão, entre conforto e desastre. Os seus mecanismos são uma espécie de máquinas celibatárias no sentido duchampiano, onde desejo e morte se confundem no lastro de movimentos repetitivos e circulares sem nexo evidente.
Arrábida Bound é, então, uma oportunidade para testemunhar como através da arte contemporânea se podem ativar criticamente conceitos como os de memória, história e sequelas da reflexão (ou falta dela) sobre o nosso passado recente.
André Tecedeiro & Laura Falésia à conversa com Gisela Casimiro.
André Tecedeiro é artista plástico e poeta. Laura Falésia é académica das áreas de estética, filosofia e gestão. São activistas. São também um casal.Conversam sobre poesia, cartas, amor, cinema, o dinheiro e o seu gato, Cotão de Umbigo Punk.
Sábado, 20 de novembro às 16h na Livraria Barata. Avenida de Roma 11 A.
Entrada livre! Streaming BUALA.
Laura: “Eu sinto que a nossa frequência é quase sempre a mesma - e quando não é, equilibra-se quando estamos juntos. Houve uma vez que me disseste que tu estavas comigo como quem está sozinho e eu senti isso como um elogio porque estar sozinha é uma das minhas sensações mais preciosas. Sinto-me honrada por quereres estar comigo, por me dares o teu tempo de solidão e por, ao mesmo tempo, não abdicares dele enquanto estamos juntos.”
André: “A fuga é o exacto ponto em que tudo se transformaainda que nada tenha mudado.”
Laura:“Quando dizemos que daqui para a frente tudo vai ser diferente, é mentira. Não vai ser tudo diferente, na verdade até há a possibilidade de não mudar assim tanto. Podemos mudar uma casa inteira, mas não vamos remover os seus alicerces. E quando mudamos os alicerces, sinto que só compreendemos que os mudámos quando eles já estão completamente renovados.”
André: “A fuga é o grandioso final em que os milagres acontecem a partir de dentro.”
Os críticos de jazz têm sido, na sua maioria, americanos brancos, mas os músicos mais importantes não. — LeRoi Jones
MÚSICA NEGRA é um dos mais livres e radicais exercícios de crítica musical. Nesta reunião de ensaios, recensões, crónicas e considerações pessoais, Amiri Baraka retrata a florescente cena do free jazz norte-americano dos anos 60. Num registo vívido e electrizante, Baraka traduz em palavras a liberdade de improvisação de um género que só pode ser entendido enquanto expressão de uma atitude sobre o mundo, e não apenas como uma forma de fazer música. É dessa expressão única e autêntica da cultura afro-americana que surgem músicos singulares e revolucionários como John Coltrane, Thelonious Monk, Miles Davis, Ornette Coleman, Cecil Taylor, Archie Shepp e Sun Ra.
Já disponível na nossa loja online e nas livrarias de todo o país.
LeRoi Jones, mais tarde Amiri Baraka (1934-2014), foi poeta, dramaturgo, crítico de música, professor, activista político e uma das vozes proeminentes da cultura norte-americana da segunda metade do século XX. Figura central do movimento beatnik dos anos 50 e do Black Power nas décadas posteriores, Amiri Baraka evidenciou-se pelo seu estilo inflamado e controverso, tendo contribuído para uma nova consciência do que significava ser negro nos Estados Unidos. Publicou numerosos artigos e ensaios sobre racismo, colonialismo e música afro-americana. Entre as suas obras, destacam-se Blues People: Negro Music in White America e Música Negra.
O Alkantara Festival 2021 arranca já no próximo sábado, dia 13 de novembro, com espetáculos de Cherish Menzo, Chiara Bersani, Clara Amaral e Faustin Linyekula, para além da festa de abertura MEIOFIO. Convidamos todas as pessoas a juntar-se a nós de 13 a 28 de novembro, para uma programação que se espalha por vários palcos.
The 2021 Alkantara Festival starts this Saturday, 13 November, with shows by Cherish Menzo, Chiara Bersani, Clara Amaral and Faustin Linyekula, and MEIOFIO, the festival opening party. We invite everyone to join us from 13 to 28 November, and enjoy a programme at theatres around the city.
Mais cedo, no mesmo dia, Clara Amaral apresenta o seu She gave it to me I got it from her, um livro que é uma coreografia, sobre três gerações de mulheres na sua família e o que transmitem entre elas.
Earlier, on the same day, Clara Amaral performs She gave it to me I got it from her, a piece where she presents a book that is a choreography about three generations of women in her family, and what they pass on to each other.
Conversa pós-espetáculo 15 novembro, com Cherish Menzo e Chong Kwong, mediada por Carla Fernandes
No Centro Cultural de Belém, recebemos a Jezebel de Cherish Menzo, uma mulher que se assume como protagonista de um universo musical controlado por homens, o hip hop, para desconstruir estereótipos. Jezebel desacelera a batida do hip hop, apropria-se das suas imagens e das suas letras, para se redefinir.
Post show talks 15 November, talk with Cherish Menzo and Chong Kwong, moderated by Carla Fernandes
At Centro cultural de Belém, we will welcome Cherish Menzo’s Jezebel, a ‘hip hop honey’ who deconstructs the stereotypes in 90s music videos. She navigates the landscape of hip hop culture, looking for ways to reclaim her own image, beyond those stereotypes.
@ ALICE BRAZZITI
CHIARA BERSANI Gentle Unicorn
TNDMII - SALA ESTÚDIO 13,15,16 NOV 19H 14 NOV 16H30
No Teatro Nacional D. Maria II, podemos observar o Gentle Unicorn de Chiara Bersani que, sozinha em cena, dá corpo a um unicórnio. Lentamente, Bersani permite-nos observar os seus gestos, a sua delicadeza e rever o que achamos que sabemos sobre ela.
At Teatro Nacional D. Maria II, we will have the chance to observe Chiara Bersani’s Gentle Unicorn. In this solo, Bersani dedicates her body to the figure of the unicorn. Slowly, she allows us to observe her gentle gestures and reconsider what we think we know about her.
Hoje, 12 de Novembro, o poeta, escritor e jornalista angolano João Melo traz a público o seu novo livro de poemas, «Diário do Medo», em edição da Editora Urutau, na Livraria Snob, Travessa de Santa Quitéria, 32-A, em Lisboa, pelas 18h30m.
A apresentação estará a cargo do escritor português Rui Zink.
Entrada livre.
O autor assume que este livro “constitui uma tentativa pessoal de descrever e, sobretudo, de posicionar-me, ao mesmo tempo como poeta e indivíduo, perante tais dramáticos acontecimentos”.
20.11 2021, sábado, 19h30 TERRA BATIDA Vídeo Performance - 180 Min Conversa Performance - 60 Min
Nesta vídeo-performance transmitida em direto via Internet, o artista visual Irineu Destourelles reflete sobre a ausência ideológica e histórica dos corpos negros na cidade de Lisboa, contraposta à exacerbação da vídeo-vigilância e da punição.
À vídeo-performance, segue-se uma conversa performance, intitulada “Leituras dos desassossegos de Tarantode: performance”, entre Irineu Destourelles e Gio Lourenço, do Teatro Griot, sobre desmemorização, violência, vigilância, e ‘animalização’ do corpo negro.
Dizem que Tarantode é a feia alma penada de João de Sá Panasco que anda pela nossa cidade sem segredo. Outrora, por desígnio real, nobre cavaleiro ao serviço da Ordem de Santiago. O “Preto da casa do Rei” com língua sanguinária e desdenhado pela corte. Morreu infeliz e só. Seguido à distância, Irineu Destoureles na pele de Tarantode, meio-pessoa, meio-animal, percorre Lisboa à procura de borboletas. Uma vídeo-performance transmitida em directo via internet.
— Irineu Destourelles
Nota biográfica
Irineu Destourelles é um artista visual cuja prática artística é sublinhada por um tratamento especulativo do impacto da violência discursiva sobre a personalidade. Trabalhando predominantemente com a imagem em movimento e com particular atenção ao conceitos que constroem categorias sociais ele propõem estados de ser problemáticos. Os seus trabalhos tem sido apresentados no Museu Calouste Gulbenkian (Lisbon, 2019), MAMA Showroom (Rotterdam, 2019), Goodman Gallery (Cidade do Cabo, 2019), Transmission (Glasgow, 2017), Transmediale (Berlim, 2015), Videobrasil 18 (São Paulo, 2013) entre outros. Estudou Belas artes na Willem de Kooning Academy (Roterdão) e Central Saint Martins (London). Nascido em Santo Antão, Cabo Verde em 1974 e vive em Edimburgo, Reino Unido.
Os primeiros dias do festival são marcados pelas criações de Cherish Menzo, Chiara Bersani, Clara Amaral e Faustin Linyekula.
O Alkantara Festival – Festival Internacional de Artes Performativas, que este ano decorre entre 13 e 28 de novembro, arranca no próximo sábado (13 de novembro) com quatro espetáculos, que serão apresentados em quatro palcos lisboetas, nomeadamente da Culturgest, Centro Cultural de Belém (CCB), Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) e Teatro do Bairro Alto (TBA). O arranque do festival será assinalado pela festa de abertura Meio Fio, com curadoria de Cigarra, que se realiza no Estúdio Time Out (no Time Out Market), a partir das 21h00.
O primeiro momento do festival está a cargo da artista portuguesa Clara Amaral, que apresenta She gave it to me I got it from her na Biblioteca Palácio Galveias, nos dias 13, 14, 16 e 17 de novembro, uma coprodução do Alkantara com o Teatro do Bairro Alto e a Veem House for Performance (Amesterdão). Clara Amaral tem desenvolvido um trabalho feminista, interseccional e interdisciplinar para explorar o aspeto performativo da leitura e da linguagem. Nos dias 13 e 14 de novembro há sessões às 15h, 16h30, 18h30 e 20h. Na terça e quarta-feira, 16 e 17 de novembro, as sessões decorrem às 17h, 18h30, 20h30 e 22h. No dia 13 de novembro às 18h30 e no dia 16 de novembro às 16h30 as sessões terão interpretação em Língua Gestual Portuguesa. She gave it to me I got it from her, de Clara Amaral @The Book Photographer Também com apresentação no primeiro dia do festival, a coreógrafa holandesa Cherish Menzo leva Jezebel ao CCB nos dias 13, 14 e 15 de novembro, às 19h. Aqui, a criadora e intérprete assume-se como protagonista de um universo musical controlado por homens, o hip hop, para desconstruir estereótipos associados ao corpo hipersexualizado da mulher. No dia 15 de novembro, após o espetáculo, haverá, na Black Box do CCB, uma conversa (falada em inglês) com Cherish Menzo e a rapper Chonk Kwong mediada pela tradutora, jornalista e ativista cultural angolana Carla Fernandes.
Jezebel, de Cherish Menzo @Bas De Brouwer
Já no Teatro Nacional D. Maria II, estará Chiara Bersani com Gentle Unicorn de 13 a 16 de novembro (sábado, segunda e terça-feira, às 19h; domingo às 16h30). A artista italiana reflete sobre o significado político do seu próprio corpo, assumindo-se como agente na criação da imagem que o mundo terá dela. Após a sessão de domingo, dia 14, haverá na Sala Estúdio do TNDMII, uma conversa entre Chiara Bersani e a artista portuguesa Diana Niepce, com moderação de Carla Fernandes. A conversa será em inglês.
Gentle Unicorn, de Chiara Bersani @Alice Brazzit
Ainda no primeiro dia do festival, às 21h00, já na Culturgest, dá-se o espetáculo de abertura oficial do festival, com o bailarino e coreógrafo congolês Faustin Linyekula. Linyekula, que em 2016 foi o artista convidado da Bienal Artista na Cidade, em Lisboa, estreia em Portugal História(s) do Teatro II, peça que revisita a nação congolesa nos anos 70 e a criação do Ballet National du Zaïre com três dos seus membros originais. O espetáculo pode também ser visto no sábado, dia 14 de novembro, às 19h00.
Na noite de sábado, 13 de novembro, o Time Out Market acolhe a festa de abertura da edição deste ano do Alkantara Festival, com curadoria de Cigarra (Ágatha Barbosa) e intitulada Meio Fio. Durante 5 horas, Meio Fio será mais do que uma festa ou pista de dança, assumindo-se como espaço performativo. O programa inclui música, performances, instalações e “degustações sinestésicas” preparadas por Cigarra, Jajá Rolim, Kurup, Jaçira, Eubrite, Muleca XIII, Judas, Paulo Fluxuz_, entre outros artistas. A festa acontece no espaço do Estúdio Time Out, entre as 21h e as 02h. A entrada é livre.
Até ao dia 28 de novembro, a programação do Alkantara Festival vai circular pelas salas dos habituais parceiros do festival, como o Centro Cultural de Belém, a Culturgest, o São Luiz Teatro Municipal, o Teatro do Bairro Alto e o Teatro Nacional D. Maria II, assim como pelo Espaço Alkantara, em Santos, e a Casa da Dança, em Almada.
Os bilhetes para os espetáculos, cujos preços variam entre os 7 e 16 euros, podem ser adquiridos nas bilheteiras, físicas e online, dos teatros parceiros. Há ainda várias atividades de entrada livre, como performances ou ensaios abertos. A programação completa encontra-se disponível no site do Alkantara Festival: https://alkantara.pt
Os Estúdios Victor Córdon, plataforma criativa pertencente ao OPART, reafirmam o seu diálogo com o Camões – Centro Cultural Português em Maputo, e alargam a sua colaboração na co-produção de um programa exclusivamente dedicado à internacionalização e circulação da dança. Itinerários é um programa de incentivo à criação artística, dirigido a criadores moçambicanos e pretende criar uma ponte entre países de expressão portuguesa em África e a Europa, promovendo iniciativas que correlacionem os territórios.
Desafiado a propor um coletivo de artistas, o coreógrafo moçambicano Horácio Macuácua traz-nos a esta 1ª edição do programa - Mai-Júli Machado, Osvaldo Passirivo e Yuck Miranda. Estes artistas desenvolvem uma criação durante duas semanas de residência artística, que culmina com uma apresentação de resultados do trabalho realizado a artistas e operadores culturais convidados, no dia 13 de novembro, nos EVC. Segue-se uma conversa moderada pelo coreógrafo David Marques, que enquanto facilitador desta iniciativa em Lisboa, criou um programa de atividades durante o período de residência, possibilitando a interação e contacto direto com artistas e atividades culturais. São exemplos Anaísa Lopes, Marco da Silva Ferreira, Tiago Cadete e David Zambrano. O programa inclui também, uma aula aberta à comunidade da dança de acesso gratuito, orientada pelos três artistas moçambicanos, no dia 12 de novembro, das 18 horas às 20 horas, nos EVC. São Luiz Teatro Municipal, TBA - Teatro do Bairro e Teatro Nacional D. Maria II juntam-se a este projeto, possibilitando o acesso a espetáculos das suas programações.
O programa termina em Maputo com uma apresentação no Kinani - Plataforma Internacional de Dança Contemporânea, no final de novembro.
Lugar: Recreios Desportivos da Trafaria – Casino – R. Guedes Coelho nº7, Trafaria, Almada
Máximo 12 participantes
A partir de um arquivo do tempo colonial em Angola e Moçambique, o KPerrom prepara uma revista anti-racista, em que se encontram as provas do crime. A partir deste material, queremos incluir outras pessoas num workshop, para construirmos uma outra revista juntos. Tem uma visão crítica ou técnica que queira partilhar? Oferecemos apoio para deslocação e alimentação. Para inscrição enviar algumas palavras que expliquem porque quer participar (máximo 30 palavras) ou, se tiver mais à vontade com vídeo ou expressão gráfica, envie resposta por vídeo (máximo 3 minutos) ou em desenho/ ilustração.
NKAKA “KPERROM” BUNGA SESSA (Angola, 1994) é músico (compositor, contrabaixo, rapper). Um dos impulsionadores do projeto 2825 | 2GTO que trabalha a emancipação da imagem e voz da comunidade da Trafaria. É estudante de Contabilidade no ISCAL, Lisboa. A sua relação com a arte impressa começa com a sua exploração independente de serigrafia têxtil.
CANTO DO CURIÓ ASSOCIAÇÃO CULTURAL
Canto do Curió é uma associação cultural que faz intervenção sócio-cultural a partir dos bairros da Trafaria, em Almada nos domínios de emancipação e participação social nas ciências, nas artes e na política. Em 2021 trabalha com três projectos principais: O “2T/2825”, que ensaia uma resposta integrada e de base comunitária a diferentes necessidades e riscos (saúde, ambiente, cultura) com financiamento do Programa Nacional Bairros Saudáveis e Junta de União de Freguesias de Caparica e Trafaria; O projecto independente “2GTO 2825” de rap/hiphop e serigrafia comunitárias; O projecto de ciência cidadã “Novos Decisores” que estuda galgamentos marítimos durante tempestades, financiado pela Fondation de France e Câmara de Almada.
Esta iniciativa resulta de uma proposta desenvolvida pela associação Canto do Curió e o projecto de investigação Photo Impulse(ICNOVA) em parceriacoma Universidade NOVA de Lisboa, no âmbito do projecto europeu T-Factor. Este projecto visa desbloquear o potencial transformador do uso temporário na regeneração urbana e envolver a população local na sua dinâmica criativa, bem como locais emblemáticos representantes da história da Trafaria numa relação directa com a comunidade.
Parceiro: Universidade de Lisboa/Museu de História Natural e da Ciência (colecçõesdo Instituto de Investigação Ciêntifica Tropical – IICT)
***EN***
WORKSHOP
ANTIRACIST ZINE – PROOF OF CRIME
Date: Saturday, December 11, 14h-20h
Location Recreios Desportivos da Trafaria – Casino – R. Guedes Coelho nº7, Trafaria, Almada
Maximum 12 participants
From an archive of colonial times in Angola and Mozambique, KPerrom is preparing an anti-racist magazine in which the evidence of the crime is found. From this material, we want to include other people in a workshop, to build another magazine together. Do you have a critical or technical view that you want to share? We provide support for travel and food. For registration, send a few words that explain why you want to participate (maximum 30 words) or, if you are more comfortable with video or graphic expression, send a response by video (maximum 3 minutes) or a drawing/illustration.
NKAKA “KPERROM” BUNGA SESSA (Angola, 1994) is a musician (composer, bass player, rapper). One of the drivers of the 2825|2GTO project that works the emancipation of the image and voice of Trafaria’s community. He is a student of Accounting at ISCAL, Lisbon. His connection with printmaking began with his independent exploration of textile silkscreen.
CANTO DO CURIÓ CULTURAL ASSOCIATION
Canto do Curió is a cultural association that carries out socio-cultural intervention from the neighborhoods of Trafaria, Almada in the fields of emancipation and social participation in the sciences, arts and politics. In 2021 it works with three main projects: 1) The “2T/2825”, which attempts an integrated and community-based response to different needs and risks (health, environment, culture) with financial support from the National Program “Bairros Saudáveis” and from the Municipal council of Caparica and Trafaria; 2) The independent project “2GTO 2825” of community rap/hiphop and silkscreen; The citizen science project “Novos Decisores” (“New Stakeholders”) which studies maritime flooding during storms, with financial support by the Fondation de France and the City Hall of Almada.
This initiative is the result of a proposal developed by Canto do Curió and the research project Photo Impulse (ICNOVA) in partnership with Universidade NOVA de Lisboa, within the scope of the European project T-Factor, aimed at unlocking the transformative potential of temporary use in urban regeneration and involve the local populations in its creative dynamics, as well as emblematic places representing the history of Trafaria in a direct relationship with the community.
Partner: University of Lisbon/Museum of Natural History and Science (IICT, Instituto de Investigação Tropical archive)
O Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra dá início em 27 de novembro ao programa da sua quarta edição, intitulada Meia-Noite pelas curadoras Elfi Turpine Filipa Oliveira.
Organizada desde 2015 pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), a Câmara Municipal de Coimbra e a Universidade de Coimbra, a Bienal apresenta pela primeira vez um programa que acontece em dois momentos e se prolonga até 2022: Meia-Noite. Parte 1, de 27 de novembro de 2021 a 15 de janeiro de 2022, e Meia-Noite. Parte 2, em curso entre 9 de abril e 26 de junho de 2022.
O Anozero’21–22 tem como curadoras convidadas Elfi Turpin e Filipa Oliveira. O título Meia-Noite parte da observação da «noite» como «espaço de fluidez e quebra de normas, lugar aberto a outras possibilidades de visão, de conhecimento, de interação, aberto a outros corpos». Para as curadoras, «a noite» é também «um espaço que sempre foi muito contestado, e ultimamente altamente politizado».
A partir desta ideia, Turpin e Oliveira propõem «trabalhar com outros territórios, ou metodologias que ajudam a pensar neste conceito de fluidez de pensamento que tenta dsfazer e encontrar outras possibilidades para as dicotomias impostas pela cultura ocidental». No Anozero’21–22, pretendem assim aplicar metodologias curatoriais que visam atuar, simultaneamente, como zonas de investigação: relações interpoéticas — entre diferentes espécies; depois do patriarcado — para englobar uma visão feminista interseccional; e formas alternativas de produção de conhecimento.
Meia-Noite. Parte 1 inicia-se já em 27 de novembro com uma exposição-conversa que estará patente até 15 de janeiro de 2022 na Sala da Cidade. A exposição apresenta uma instalação do artista Carlos Bunga (Portugal, 1976) e um programa de filmes que ambiciona explorar com a participação do público as zonas de investigação propostas: La cabeza mató a todos, de Beatriz Santiago Muñoz (Porto Rico, 1972), Les mains negatives, de Marguerite Duras (Vietname, 1914),À Bissau, le Carnaval, de Sarah Maldoror (França, 1929)e Shadow-Machine, de Elise Florenty (França, 1978) & Marcel Türkowsky (Alemanha, 1978).
Meia-Noite. Parte 1 lança assim, para a cidade de Coimbra e para o País, um desafio à participação e discussão no âmbito da quarta edição do Anozero. Todos os dias, diferentes grupos da cidade, e de fora desta, serão convidados pelas curadoras e pelo Serviço Educativo do CAPC a visionar os filmes e a iniciar conversas sobre diversidade, igualdade, justiça social, produção de conhecimento, relações poéticas entre espécies e a noite como espaço de resistência. Às quintas-feiras, entre 2 de dezembro e 13 de janeiro, às 18 h, estarão sempre presentes convidados para discutir com o público o filme do dia.
O segundo momento do Anozero’21–22 — Meia-Noite. Parte 2— tem lugar entre 9 de abril e 26 de junho, com o habitual circuito expositivo por espaços emblemáticos de Coimbra. É da própria cidade que emergem os propósitos da proposta curatorial de Elfi Turpin e Filipa Oliveira. Veja-se o caso concreto da Biblioteca Joanina, do século XVIII: nesta fortaleza do conhecimento, reside uma colónia de morcegos, animais notívagos que encontram o seu alimento nos insetos e lagartas presentes nos 55 mil livros da biblioteca barroca. De relações poéticas como estas, emergirão os paralelismos necessários para pensar na noite como criadora de conhecimento que dilui as margens e convida a outras leituras do mundo.
Anozero’21–22 Meia-Noite integra a Temporada Cruzada Portugal-França, uma iniciativa do Institut Français, avançada em julho de 2018 pelo Presidente Emmanuel Macron e o Primeiro-ministro António Costa.A temporada decorrerá entre fevereiro e outubro de 2022 e visamostrar a excelência de artistas, pensadores, cientistas e empresários, com vista a fortalecer, ou até mesmo renovar, os alicerces da cooperação entre os dois países. A Bienal é um dos momentos altos da temporada em Portugal e promove múltiplos cruzamentos artísticos entre os dois países, como o são a curadoria a cargo da dupla luso-francesa, a criação da identidade pelo ateliê de design Charles Mazé & Coline Sunier, a parceria com o Centre Régional d’Art Contemporain Occitanie/Pyrénées Méditerranée e a participação de vários artistas franceses no programa.
A UNIVERSIDADE, O JORNALISMO E A ARQUITETURA NA PROGRAMAÇÃO CONVERGENTE
Como prova do trabalho contínuo do Anozero, e de forma a acentuar a reflexão central desta quarta edição, a bienal volta a apresentar propostas no âmbito da sua Programação Convergente. Estão já agendados três momentos, dedicados ao Jornalismo, à Arquitetura e à Curadoria de uma exposição que concretiza o desejo desta edição da Bienal de trabalhar em proximidade com a Universidade de Coimbra.
O primeiro momento acontece em 9 de novembro, com a realização do workshop «Mahalla: Journalisms of the South», no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra. Organizado por Stefan Candea e moderado por Irina Velicu, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, este workshop irá debater os modos como a investigação jornalística está a reproduzir problemas sistémicos, alimentando estruturas de poder patriarcais, racistas e capitalistas e excluindo aqueles que se encontram nas margens. Os jornalistas Micael Pereira, do Expresso, e Cândida Pinto, da RTP, juntam-se à discussão.
Já em 16 e 17 de novembro, o auditório do Mosteiro de Santa-Clara-a-Velha acolhe o colóquio «COIMBRA 30-2030», organizado por José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia e Carolina Coelho. Especialistas na área da arquitetura procurarão traçar uma renovada perspetiva da evolução da cidade de Coimbra, da presença romana à contemporaneidade. No âmbito do colóquio, estará também patente, entre 17 de novembro e 17 de janeiro de 2022, no CAPC Sereia, a exposição fotográfica Pharmakon: Remédio-veneno-bode expiatório, de Jorge das Neves. Pharmakon surge de um convite lançado ao autor para o confronto com um conjunto de obras de arquitetura identificadas durante o curso de dois dias.
Nesta fase da Programação Convergente, dá-se também espaço a novos nomes no campo da curadoria, com a exposição No sonho do homem que sonhava, o sonhado acordou — patente no Círculo Sede do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), com a curadoria dos alunos do segundo ano do mestrado em Estudos Curatoriais do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, a convite da dupla de curadoras do Anozero’21–22 e em colaboração com a UmbigoLAB. A exposição convida a refletir nos círculos viciosos do pensamento e convoca a noite — que oculta e revela — a partir de trabalhos de Alberto Carneiro, Bárbara Bulhão, Zé Ardisson, Marilá Dardot, Hector Zamora, Margarida Alves, Clara Imbert, Pedro Pedrosa da Fonseca e Rita Gaspar Vieira. A mostra também estará patente até 15 de janeiro de 2022 e conta com um programa de atividades que envolve o lançamento da revista Umbigo e a projeção de filmes 16 mm pertencentes ao acervo do CAPC, na Sala das Caldeiras em parceria com o TAGV.
A Programação Convergente do Anozero contará com novas propostas no decorrer de 2022, que serão oportunamente anunciadas. A permanência e a pertinência deste pilar programático comprovam-se inclusive com os trabalhos apresentados entre edições.
Mais informações sobre Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra:
A bienal foi criada com o objetivo de promover uma reflexão acerca do significado simbólico e efetivo da classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, e tem colocado em diálogo a arte contemporânea e o património conimbricense, explorando os espaços mais emblemáticos da cidade.
Ao longo dos últimos anos, vários artistas têm sido convidados a realizar peças específicas para o contexto da Bienal, debruçando-se sobre a história da cidade e as suas idiossincrasias. As diferentes equipas curatoriais têm também procurado um cruzamento entre artistas portugueses e o circuito internacional, visando facilitar a integração da arte portuguesa neste último contexto.
Uma constante releitura da cidade tem sido possível devido à renovação do leque de artistas participantes. Esta diversidade consolida a discussão bem como a participação e o envolvimento da população, princípios fundadores e orientadores do projeto, no sentido da construção de um legado cultural atuante e transformador de Coimbra e da própria Região Centro.
Com foco na qualidade, as propostas curatoriais têm resultado de uma investigação continuada de dois anos, onde se estabelecem pontes entre a produção académica, o universo da arte e da arquitetura e a própria sociedade civil. Este poder modificador é notório na crescente adesão não só dos residentes mas também daqueles que seguem de perto o universo da arte contemporânea.
A edição de 2019 contou com mais de 81 mil registos de participação nas diferentes componentes da programação: Programa Expositivo, Programação Convergente, Programa de Ativação, Publicações e Voluntariado.
Edições anteriores:
2015 |UM LANCE DE DADOS Curadores Gerais: Carlos Antunes, Luís Quintais, Pedro Pousada | Curadora Executiva: Luísa Santos
2017 | CURAR E REPARAR Curador Geral: Delfim Sardo | Curadora Adjunta: Luísa Teixeira de Freitas
2019 | A TERCEIRA MARGEM Curador Geral: Agnaldo Farias | Curadores Adjuntos: Lígia Afonso, Nuno de Brito Rocha
The event aims to present its field work in dialogue with members of its consultants, advisory board, and other stakeholders. Its team will thus discuss findings and published insights with activists, journalists, artists, early career scholars and intellectuals from the five case studies: Portugal, Italy, Germany, France and the UK. In this conference, organised with the collaboration of ITM (the Inter-Tematic research group on Migrations at CES), the first day – entirely online – is dedicated to the internationalisation of the project’s research, and the second – mixed format: hosted by the CIUL Lisboa and also accessible online – is dedicated to Portugal.
De 15 de novembro a 15 de dezembro, tem lugar a 13a edição do InShadow decorre no Museu da Marioneta, Teatro do Bairro, Cinemateca Portuguesa, Espaço Santa Catarina, Espaço Cultural Mercês, Cisterna da Faculdade de Belas Artes, Livraria Ler Devagar, Biblioteca de Alcântara, Fnac Chiado, Museu das Comunicações, Galeria Note e conta com várias propostas e encontros imprevisíveis entre cinema, dança e tecnologia.
Esta edição teve o seu início no Museu da Marioneta, nos dias 7, 8 e 12 de outubro com o LittleShadow, que consistiu na exibição dos filmes de animação e o LAC – Laboratório de Atividades Criativas, com todas as sessões esgotadas.
Num ano em que o número de inscrições aumentou e a qualidade dos filmes fez-se notar, a Competição Internacional de DOCUMENTÁRIO decorre no Museu das Comunicações a 30 de novembro a 2 de dezembro, às 11h e às 15h, com a exibição de várias sessões de filmes que retratam percursos documentais em torno da relação do corpo com a dança, tecnologia e performance. Já a Competição Internacional de VÍDEO-DANÇA decorre no Teatro do Bairro de 6 a 10 de dezembro.
A cerimónia de entrega de prémios será no Teatro do Bairro no dia 11 de dezembro, junto com a performance Dance is my heroine da coreógrafa espanhola Cristina Gomez. A 10 de dezembro a coreógrafa dará um workshop onde relaciona a dança e o vídeo ao espaço público e às redes sociais.
Contaremos ainda com a presença da coreógrafa Salud Lopez nos dias 26 e 27 de novembro com a performance Danzáfono na Biblioteca de Alcântara, e realizará 2 workshops de escrita coreográfica a 24 e 25 de novembro. Performances inseridas na programação da Mostra de Espanha em Portugal.
Rita Vilhena apresenta a 24 de novembro, na Cisterna FBAUL a performance e vídeo instalativo do projecto Pele a nossa Pele. Na Livraria Ler Devagar a 8 dezembro às 17h a artista italiana Madalena Ugulini irá apresentar a sua nova performance com o colectivo Dança Imaginal.
Esta edição do Festival contará com uma Mostra de filmes Argentinos, centrada no conceito do festival parceiro Movimiento en Foco, uma sessão do Panorama América em parceria com a Mostra Internacional de Vídeo-Dança de São Carlos (Brasil) e uma curadoria em parceria com o Festival Choreoscope de Barcelona.
De 2 a 4 de dezembro, na Cinemateca Portuguesa, uma homenagem a Jorge Salavisa, figura incontornável da dança, que nos deixou no ano passado, e teve uma relação pessoal com o InShadow, contribuindo também para o seu nascimento. Celebraremos a dança através do cinema, com a exibição do Documentário Keep Going, de Marco Martins, o filme Hotel Müller, de João Salaviza e Lissabon Wuppertal Lisboa, de Fernando Lopes e uma sessão retrospetiva do InShadow, fazendo uma simbólica homenagem a Rolf Hepp com o filme realizado pela Nicola Hepp (filha), Echo. Serão 3 sessões seguidas de conversas com convidados que partilharão as suas experiências com a arte de programar do Jorge Salavisa.
InShadow destaca-se internacionalmente na área do vídeo-dança e performance assumindo um caminho essencialmente de risco no cruzamento de áreas artísticas do corpo e da imagem.
InShadow, o corpo imagina-se na sombra.
Toda a programação estará disponível em breve no site da VOARTE e no novo site InShadow.
– A Vo’Arte, projeto inovador que em 1998 nasceu da vontade de produzir, promover e valorizar a criação contemporânea, através do cruzamento de linguagens artísticas, que se desenvolvem em projectos nacionais e internacionais. Promove o diálogo, o intercâmbio e a transdisciplinaridade na criação entre artistas emergentes e consagrados e a descentralização cultural, com vista ao estreitamento das relações entre comunidades e à formação e desenvolvimento de novos públicos. Com direcção artística de Ana Rita Barata (coreógrafa) e Pedro Sena Nunes (realizador).
9, 10 e 11 de novembro de 2021. Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória | Centro de Literatura Portuguesa
Assinala-se este ano o 70.º aniversário do lançamento, em Luanda, da revista Mensagem, que veio agitar as águas da cultura e da literatura em Angola, criando as bases para a afirmação de uma verdadeira literatura angolana. Aconteceu também, em maio do ano passado, o 70.º aniversário do Professor, ensaísta e poeta Pires Laranjeira, cuja jubilação da Universidade de Coimbra não pôde ser devidamente assinalada devido à crise pandémica que então se vivia.
Pretende-se agora, numa iniciativa conjunta das Faculdades de Letras do Porto e de Coimbra, destacar este duplo aniversário, abrindo espaço para uma reflexão alargada sobre as literaturas africanas de língua portuguesa.
9 de novembro
Faculdade de Letras da Universidade do Porto Sala de Reuniões (piso 2)
9h30 – 1.a sessão – Vida e obra de Pires Laranjeira – I
Rita Olivieri-Godet (ERIMIT / U. Rennes 2 / IUF) e Pauline Champagnat (ERIMIT / U. Rennes 2) – A dimensão internacional do ensino e da investigação de Pires Laranjeira: um pensamento em constante ebulição
Bárbara dos Santos (LAM / Girlufi – U. Bordeaux Montaigne) – Uma perceção do pensamento de Pires Laranjeira desde a França
Lola Geraldes Xavier (I. P. Macau / I. P. Coimbra) – Pires Laranjeira: cartografia de uma obra, mensagem de uma vida
11h00 – Pausa para café
11h30 – 2.a sessão – Vida e obra de Pires Laranjeira – II
Maria de Lurdes Sampaio (U. Porto) – Horizontes incertos, ideias claras: notas de leitura em torno de algumas lições do mestre Pires Laranjeira
Iris Maria da Costa Amâncio (U. Federal Fluminense) – Ensino e divulgação das literaturas africanas de língua portuguesa no Brasil
Andreia Oliveira – Caminhos desbravados: o projeto “Sexualidades e género nas literaturas africanas e a língua portuguesa”
13h00 – Intervalo para almoço
15h15 – 3.a sessão – Pires Laranjeira no abraço dos escritores angolanos: “Vida, irmão, sempre não é lição de estudar – se aprende é primeiro, o estudo só depois…”
José Luandino Vieira João Melo
José Luís Mendonça Carlos Ferreira
17h00 – Pausa para café
17h30 – 4.a sessão – Nos 70 anos de “Mensagem”
Carmen Lucia Tindó Secco (U. Federal Rio de Janeiro) – Ressonâncias de Agostinho Neto e Mensagem na poesia angolana contemporânea
Sílvia Brunetta – (Re)escrever a nação nos versos: o impulso da revista ‘Mensagem’ para a formação do cânone literário angolano
Francisco Topa (U. Porto) – O projeto da ‘Mensagem’ de Luanda e o seu número de estreia
16h00 – Inauguração da exposição de obras de Pires Laranjeira – Sala do Instituto de Estudos Brasileiros (5.o piso) – presencial
Membro da Comissão Organizadora, Doris Wieser
Casa de Angola em Coimbra, Bento Monteiro
Secretário-Geral da União dos Escritores Angolanos, David Capelenguela Diretor do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas, Osvaldo Silvestre
Leitura de poesia de Pires Laranjeira
Beatriz Laranjeira Coimbra Maria João Simões (U. Coimbra)
17h30 – Doris Wieser (U. Coimbra) – Exibição do documentário Viver e escrever em trânsito: entre Angola e Portugal (Doris Wieser, 2021, 60 min.) – Anfiteatro III (4.o piso)
20h00 – Jantar no Restaurante Papa (inscrições prévias)
11 de novembro
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra – Sala do ILLP (7.o piso)
9h00 – Sessão de abertura
Membro da Comissão Organizadora, Doris Wieser Diretor do CLP, Carlos Reis
Diretor da FLUC, Albano Figueiredo
9h30 – 5.a sessão – Vida e obra de Pires Laranjeira – III
Vergílio Alberto Vieira – Quando a ocasião se põe em obra: Louvor & Simplificação de J. L. Pires Laranjeira
António Jacinto Pascoal – Pires Laranjeira: o pensador no seu labirinto
Jane Tutikian (U. Federal do Rio Grande do Sul) – O vento que passa: o fim das certezas herdadas
11h00 Pausa para café
11h30 – 6.a sessão – Representações de heróis e da nação
Luís Kandjimbo (U. Óscar Ribas) – Herói épico e personagens autoexistentes nas literaturas orais africanas. Para uma filosofia dos nomes próprios ficcionais
Fátima Mendonça (U. Eduardo Mondlane) – Modelos de herói na moderna narrativa africana
Inocência Mata (U. Lisboa) – Literatura Angolana: a materialidade da escrita da nação
13h00 – Intervalo para almoço
15h00 – 7.a sessão – O ensino das literaturas africanas de língua portuguesa
Catarina Rodrigues – Alcance pedagógico das literaturas africanas de língua portuguesa
Maria Nazareth Soares Fonseca (U. Federal de Minas Gerais) – Ensino e divulgação das literaturas africanas de língua portuguesa no Brasil: notas sobre um período singular
Majda Bojic (U. Zagreb) – (Para além dos) ecos de Angola na Croácia: desdobramentos pedagógico-literários
Solange Luís (ISCED – Lubango) – Aprender e ensinar através do manual de Literaturas
Africanas de Expressão Portuguesa
17h00 – Pausa para café
17h30 – 8.a sessão – As literaturas africanas num mundo em expansão
Ana T. Rocha – “Literaturas africanas de expressão portuguesa”, de Pires Laranjeira: manual e história da literatura
Fabíola Guimarães Mourthé (CEFET-Minas Gerais) – 2 X 70 (septuagésimo duplo de cultura e angolanidade): Pires Laranjeira e a revista “Mensagem”
Alberto Sismondini (U. Coimbra) – Diálogos austrais, a revista ‘Sul’ e a publicação de autores africanos lusófonos
19h00 – Sessão de encerramento, com intervenção de José Luís Pires Laranjeira
Após um ano de leitura coletiva de A queda do céu, livro de Bruce Albert e Davi Kopenawa, a Rede Internacional de grupos de pesquisa “Cosmoestéticas do Sul” convida ao Colóquio Internacional Sonho, mercadoria, mundo: três hipóteses para pensar A queda do céu, a decorrer nos dias 8 e 9 de novembro de 2021.
Mesa 1 - 14h às 16h Difrações preliminares sobre os desenhos em A queda do céu Luís Hirano
Mesa 2 - 16h às 18h Hipóteses para pensar A queda do céu: imagem Carla Damião, Gabriela Milone, Guadalupe Lucero Noelia Billi, Paula Fleisner, Pedro Hussak e Salomé Coelho
9 de novembro
Mesa 3 - 13h às 15h Entrevista com Mariana Lacerda sobre o seu filme Gyuri
Mesa 4 - 15h às 17h Hipóteses para pensar A queda do céu: diplomacia Carla Damião, Gabriela Milone, Guadalupe Lucero Noelia Billi, Paula Fleisner, Pedro Hussak e Salomé Coelho
–––
Evento de cooperação científica Brasil-Argentina
Universidad de Buenos Aires Universidad Nacional de Córdoba Universidad Nacional de las Artes CONICET Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Universidade Federal de Goiás
Sediados no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, o projeto MEMOIRS – Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias, financiado pelo Conselho Europeu de Investigação e o projeto MAPS – Pós-memórias Europeias: uma cartografia pós-colonial, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, coordenados por Margarida Calafate Ribeiro, desenvolvem investigação pioneira sobre o impacto das heranças coloniais nas segunda e terceira gerações em Portugal, França e Bélgica, ou seja, nas gerações que não viveram diretamente os processos coloniais, mas os herdaram através das memórias familiares e da memória pública. O questionamento destas heranças está a diversificar o debate europeu, a renovar a literatura e a arte europeias, a museografia e a curadoria, e a enriquecer as formas de intervenção individual e coletiva.
Através da apresentação de resultados em vários suportes e de mesas redondas com investigadores, artistas, curadores e diretores de museus, este colóquio constituirá um espaço de debate internacional sobre este tema e anunciará uma das próximas etapas, a exposição internacionalEuropa Oxalá, que estará a decorrer em França (Marselha, MUCEM, outubro 2021 a janeiro de 2022) e, em 2022 e 2023, em Portugal (Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian) e na Bélgica (Tervuren, Museu Real da África Central – AfricaMuseum), com curadoria de António Pinto Ribeiro, Aimé Mpane e Katia Kameli.
PROGRAMA
Manhã:
10h00 – Abertura
10h30 – 11h30 – Margarida Calafate Ribeiro (CES-UC) –– Pós-memórias: o passado colonial no presente europeu
11h30 – 12h30 – Fernando Cabral (Sistemas do Futuro) –– Apresentação da plataforma digital de artistas e obras na condição da pós-memória
12h30 – 13h00 – Lançamento de livros coleção Memoirs Pausa para almoço
Tarde:
14h30 – 15h30 – Mesa redonda –– Transmitir a memória
António Sousa Ribeiro (Diretor do CES-UC), Fátima da Cruz Rodrigues (CES-UC), Graça dos Santos (Universidade de Paris-Nanterre), Hélia Santos (CES-UC), Margarida Calafate Ribeiro (CES-UC)
Moderação: Sandra Inês Cruz
15h30 – 16h30 – Mesa redonda –– Representar a memória
Katia Kameli (artista visual), Aimé Mpane (artista visual), Paulo Faria (escritor), Zia Soares (atriz e encenadora), António Pinto Ribeiro (CES-UC e programador cultural)
Moderação: Vitor Belanciano
Intervalo
17h00 – 18h00 – Mesa redonda –– Expor a memória
António Pinto Ribeiro, Katia Kameli, Aimé Mpane; Guido Gryssels (Diretor do Museu Real de África Central/ AfricaMuseum, Tervuren); Miguel Magalhães (Diretor, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa); Jean François Chougnet (Presidente do MUCEM, Marselha)
Moderação: Liliana Coutinho
18h00 – 19h30 – Conferência de encerramento e debate
Michael Rothberg (UCLA-Universidade da Califórnia, Los Angeles) – Cidadania da Memória: Legados Polémicos do Colonialismo e do Genocídio
Em 2011, Yasemin Yildiz e eu publicámos o ensaio “Memory Citizenship: Migrant Archives of Holocaust Remembrance in Contemporary Germany” num número especial da revista Parallax sobre “Memória Transcultural”. Nesse ensaio, recorremos ao conceito de “atos de cidadania” de Engin Isin, especialista do tema da cidadania, para demonstrar como as performances da memória elaboradas pelos imigrantes podem transformar o modo de entender a pertença coletiva. A categoria de “cidadania da memória”, no entanto, permaneceu indefinida. Nesta conferência, vou desenvolver esta categoria em três momentos. Primeiro, irei acrescentar alguma precisão conceptual à noção de cidadania da memória, recorrendo ao trabalho adicional de Isin, bem como ao de Jenny Wüstenberg. Em seguida, irei fazer um levantamento do campo atual da cidadania da memória, com particular referência à Alemanha, mas apontando para as suas implicações transnacionais mais vastas. Na parte final, investigarei a natureza contestada da cidadania da memória, recorrendo ao vídeo da escritora Priya Basil Locked In and Out (2020), estreado na inauguração virtual do controverso Fórum Humboldt, em Berlim. O vídeo de Basil estabelece explicitamente uma ligação entre memória e cidadania numa constelação multidirecional, que envolve o Holocausto e o colonialismo. O vídeo oferece uma oportunidade para refletir sobre as possibilidades e os limites da cidadania como modelo para pensar políticas da memória.
A conferência final está a cargo de Michael Rothberg, da Universidade da Califórnia, um dos mais destacados investigadores da área de estudos comparados, de estudos da memória e do Holocausto e da representação da violência na literatura e na arte.
O colóquio decorre em português, em francês e em inglês. Tradução simultânea de português - francês e francês - português estará disponível.
Notas Biográficas
Aimé Mpane é artista visual e curador. Partilha o seu tempo entre Kinshasa e Bruxelas, e a sua prática artística alicerça-se nas viagens entre a sua África natal e a sua Europa de adoção. Estudou escultura no Instituto de Belas Artes e pintura na Academia de Belas Artes de Kinshasa e na École Nationale Supérieure des Arts Visuels de La Cambre, Bruxelas. A par da escultura, trabalha a instalação e a pintura. Em obras como Congo: Shadow of the Shadow (2005), Ici on crève (2006), J‘ai oublié de rêver (2017), o artista explora as marcas do colonialismo belga e o sofrimento do povo congolês, numa reflexão sobre as heranças do colonialismo e a relação África-Europa. Mpane apela à solidariedade do género humano e à consciência coletiva. As suas obras falam de dignidade humana, de esperança, de coragem, de empatia e perseverança.
António Pinto Ribeiro é investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Foi diretor artístico e curador responsável em várias instituições culturais portuguesas, nomeadamente da Culturgest e da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi comissário-geral de “Passado e Presente – Lisboa Capital Ibero-Americana da Cultura 2017”. Os seus principais interesses de investigação desenvolvem-se na área da arte contemporânea, especificamente africanas e sul-americanas. Das suas publicações destacam-se: Novo Mundo. Arte contemporânea no tempo da pós-memória (2021), Peut-on décoloniser les musées? (2019) e África os quatro rios - A representação de África através da literatura de viagens europeia e norteamericana (2017).
António Sousa Ribeiro é diretor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e professor catedrático aposentado do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas (Estudos Germanísticos) da Faculdade de Letras da mesma universidade. Os seus interesses de investigação centram-se nas áreas das literaturas e culturas de expressão alemã, dos estudos sobre a violência, dos estudos de memória, dos estudos pós-coloniais e dos estudos culturais comparados. Tem publicado extensamente em áreas muito diversas. Destaque-se Representações da Violência (2013), Geometrias da memória: configurações pós-coloniais(2016);Einschnitte. Signaturen der Gewalt in textorientierten Medien (2016). Dedica-se também à tradução literária, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Nacional de Tradução, 2017.
Fátima da Cruz Rodrigues é investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, no âmbito do projeto Memoirs e MAPS. Doutorou-se em Sociologia pela Universidade de Coimbra (2013) com a tese Antigos combatentes africanos das Forças Armadas Portuguesas: a Guerra Colonial como território de (re)conciliação, vencedora do Prémio Fernão Mendes Pinto 2014. É docente da Universidade Lusíada do Porto e da Faculdade de Direito da Universidade do Porto. É “vice-chair” da Ação COST: CA18228 - Global Atrocity Justice Constellations. Os seus principais interesses de pesquisa giram em torno de diversas problemáticas relacionadas com as guerras coloniais/guerras de libertação, memória e pós-memória e crimes cometidos em contextos de guerras.
Fernando Cabral é diretor geral da Sistemas do Futuro − Multimédia, Gestão e Arte, Lda., empresa dedicada ao desenvolvimento de software na área da gestão do património cultural e natural desde 1995. É investigador do OCES – Observatório da Ciência e do Ensino Superior de Portugal e membro do Comité Internacional para a Documentação (CIDOC) do International Council of Museums (ICOM) e desenvolve projetos internacionais. Tem colaborado com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra em projetos de investigação envolvendo as humanidades digitais, como o projeto MEMOIRS – Filhos de Império e Pós-memórias Europeias (ERC) e MAPS - Pós-memórias europeias uma cartografia pós-colonial (FCT).
Graça dos Santos é professora catedrática da Universidade Paris-Nanterre, onde é investigadora e diretora do CRILUS (Centre de recherches interdisciplinaires sur le monde lusophone) e do doutoramento em Línguas, Literaturas e Civilizações românicas: Português. É também encenadora, atriz e professora de teatro. É cofundadora da companhia “Cá e Lá” (Compagnie bilingue français/portugais) e diretora de “Parfums de Lisbonne” – Festival d’urbanités croisées entre Lisbonne et Paris. Os seus trabalhos dedicam-se em particular a ditadura salazarista e à censura ao teatro. Tem publicado sobre as noções de corpo físico / corpo social, sobre as representações cénicas do corpo e do povo, a história do espetáculo português e europeu. Entre as suas atuais áreas de interesse, destacam-se os estudos culturais, os estudos pós-coloniais e os estudos sobre migrações.
Guido Gryssels é o diretor-geral do Museu Real da África Central-AfricaMuseum em Tervuren, na Bélgica. O RMCA é um museu e uma instituição científica federal de investigação e disseminação do conhecimento científico nos campos da biologia, ciências da terra, antropologia, história, agricultura e floresta da África Central. Guido Gryssels é doutorado em Ciências Agrícolas, desempenhou vários cargos direção na FAO, Nações Unidas. É membro do Conselho de Administração da Política Federal de Ciência, do Fundo Flamengo para Pesquisa Científica e do Fundo Holandês para Pesquisa Científica. É Presidente do Comité do Programa de Pesquisa em Alimentos e Negócios em Países em Desenvolvimento. É presidente do Consórcio Internacional da Biodiversidade do Congo, presidente do júri do prémio internacional Louis Malassis para a Alimentação e Agricultura e membro do júri do Prémio Internacional do Desenvolvimento Rei Balduíno.
Hélia Santos é investigadora e coordenadora do gabinete de gestão de projetos do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES). Tem mestrado em Sociologia, pelo Programa em “Pós-Colonialismos e Cidadania Global”, CES/Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra. Integra a equipa do projeto MEMOIRS na qualidade de estudante de doutoramento, com uma tese intitulada Paradoxos Coloniais: memória, pós-memória e esquecimento em narrativas de segunda geração. Tem vindo a publicar vários artigos sobre este tópico.
Liliana Coutinho é curadora e programadora de Debates e Conferências da Culturgest. Doutora em Estética e Ciências da Arte pela Universidade Paris 1, é investigadora do Instituto de História Contemporânea, da Universidade Nova de Lisboa. Escreve com regularidade, tendo coeditado o livro Paisagens Imprevistas (2020), e publicado, entre outros, “O delicado fio do comum”, in André Guedes, Ensaios para uma antológica (2016); “On the utility of a universal’s fiction”, in Gimme Shelter, Global Discourses In Aesthetics (2013). É Professora convidada na Pós-Graduação em Curadoria de Arte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa.
Sandra Inês Cruz é licenciada em Jornalismo pela Escola Superior de Jornalismo do Porto. Integrou a redação da RTP Porto entre 1993 e 2000, e a da TVI entre 2000 e 2003, tendo, a partir daí, trabalhado como freelance na coordenação, apresentação e realização de vários programas de televisão e como autora de vários documentários. Foi docente de Televisão (ESJ - Porto) e de Teorias da Comunicação (Escola Superior Artística do Porto). Fez uma pós-graduação em Direito da Comunicação pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1999), é mestre em Literaturas e Culturas Africanas e da diáspora pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (2010) e, atualmente, é estudante de doutoramento em “Pós-Colonialismos e Cidadania Global”, no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É autora de vários livros de ficção.
Katia Kameli é artista visual e curadora. As visitas à Argélia durante a infância e o contacto com a família do pai marcaram-na profundamente. É diplomada pela Escola Nacional de Belas Artes de Bourges e tem uma pós-graduação “Le Collège-Invisible”, na Escola Superior de Artes de Marselha. O seu trabalho encontra visibilidade e reconhecimento na cena artística e cinematográfica internacional, bem como em exposições individuais e coletivas. Expressa-se de forma interdisciplinar através do desenho, fotografia, instalação e cinema. Em obras como Nouba (2000) Bledi a possible scenario (2004), Le Roman Algérien (2016), Stream of Stories (2016-2020) a artista explora conceitos como hibridismo e uma identidade construída entre lugares, a revisitação e reescritura, e o cruzamento entre passado colonial e presente pós-colonial. Vive e trabalha em Paris.
Jean-François Chougnet é Presidente do Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo (MUCEM) em Marselha. É licenciado pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris. Após os seus estudos na École Nationale d’Administration, foi nomeado para o Ministério da Cultura e, desde então, dedicou a sua carreira às políticas culturais. Foi diretor-geral do Parc et de la grande Halle de la Villette (Paris) de 2001 a 2006. De 2007 a 2011, foi diretor da Fundação Berardo, em Lisboa. Em 2011, tornou-se diretor-geral da Associação Marseille-Provence 2013, coordenando os eventos que promoveram a candidatura da cidade de Marselha a Capital Europeia da Cultura em 2013. Em 2014, foi nomeado Presidente do MUCEM, um museu dedicado à preservação, estudo, apresentação e mediação do património antropológico relacionado com a área europeia e mediterrânica.
Margarida Calafate Ribeiro é investigadora-coordenadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e responsável da Cátedra Eduardo Lourenço da Universidade de Bolonha/ Instituto Camões (com Roberto Vecchi). É doutorada pelo King ́s College, Universidade de Londres. Coordena os projetos de investigação MEMOIRS - Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias do Conselho Europeu de Investigação e MAPS – Pós-Memórias europeias uma cartografia pós-colonial (FCT). Das suas diversas publicações destaque-se: Uma história de regressos: Império, Guerra Colonial e pós-colonialismo (2004), e a co-organização de Geometrias da memória: Configurações pós-coloniais (2016), com António Sousa Ribeiro e Heranças pós-coloniais
Michael Rothberg é professor catedrático de Inglês e Literatura Comparada no Departamento Literatura Comparada na Universidade da Califórnia, Los Angeles. Coordena a Cátedra de Literatura Comparada e a Cátedra 1939 Society Samuel Goetz em Estudos do Holocausto, na mesma universidade. Os seus interesses de investigação passam pelos direitos humanos, estudos culturais, estudos do Holocausto, estudos de memória e trauma, literatura contemporânea e teoria crítica. Entre as suas publicações destacam-se The Implicated Subject: Beyond Victims and Perpetrators (2019), Multidirectional Memory: Remembering the Holocaust in the Age of Decolonization (2009) e Traumatic Realism: The Demands of Holocaust Representation(2000). Co-organizou diversas publicações como The Holocaust: Theoretical Readings (2003), e números especiais de revistas como Trump and the “Jewish Question”(Studies in American Jewish Literature), Noeuds de Mémoire: Multidirectional Memory in Postwar French and Francophone Culture (Yale French Studies), Between Subalternity and Indigeneity: Critical Categories for Postcolonial Studies(Interventions),States of Welfare(Occasion) eTranscultural Negotiations of Holocaust Memory (Criticism). O seu trabalho está traduzido em diversas línguas e publicado em algumas das mais conceituadas revistas científicas.
Miguel Magalhães é Diretor do Programa Gulbenkian Cultura desde 2021. Esteva na Delegação da Fundação Calouste Gulbenkian em França entre 2011 e 2021, assumindo as funções de diretor a partir de 2017. Licenciado em Direito (Universidade Católica Portuguesa), fez um Master em Arts Management (City University, Londres) e integrou o Advanced Management Program na escola de negócios INSEAD (Fontainebleau, França). Foi membro da comissão de mecenato da Fondation nationale des arts graphiques et plastiques (França) durante o biénio 2016-2017, sendo atualmente membro do Conselho de Administração da Fondation Mattei Dogan (França). Foi professor convidado em diferentes universidades em Portugal e integrou a equipa docente do Curso de Gestão/Produção das Artes do Espetáculo do Fórum Dança (Lisboa).
Paulo Faria é escritor e tradutor literário. Licenciado em Biologia, dedica-se à tradução literária de autores como George Orwell, Jack Kerouac, James Joyce, Don DeLillo e Cormac McCarthy. Venceu, em 2015, o Grande Prémio de Tradução APT/SPA, com História em duas cidades, de Charles Dickens. Autor de crónicas publicadas no Público, revista Ler e Newsletter Memoirs, estreia-se no romance com Estranha guerra de uso comum (2016) um romance que constitui um exercício de resgate do passado paterno no conflito colonial em África. Esta busca continua, com uma viagem a Moçambique, no segundo romance, Gente acenando para alguém que foge (2020). Publicou recentemente Em todas as ruas te encontro (2021).
Vítor Belanciano é jornalista cultural, crítico de música e cronista. Está no jornal Público há mais de vinte anos. Tem formação em Antropologia e Sociologia. Viveu parte da infância em Niza, cresceu no Barreiro, vive em Lisboa, sente-se do Alentejo. Foi sendo, ao longo dos anos, ator, DJ, cientista social ou professor. Tem estado mais no jornalismo, mas não pratica imparcialidade e neutralidade. Acredita, isso sim, em escolhas, no rigor, na transparência, em expor pluralidade, na análise, no questionamento e na possibilidade de, através da cultura, misturar assuntos, atravessar linguagens, seja política, economia, sociedade, música, arte e ideias. É daí que nasce Não dá para ficar parado. Música afro-portuguesa − celebração, conflito e esperança (2020), onde tanto é observador distanciado como ator ciente. A música é o ponto de partida.
Zia Soares é atriz, encenadora e diretora artística do Teatro GRIOT. Foi uma das atrizes fundadoras do Teatro Praga, onde trabalhou de 1994 a 2000, como diretora, encenadora e atriz. Trabalha regularmente em Portugal, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. O seu percurso artístico passou pelo ballet e pela percussão com a Companhia Nacional de Ballet da Guiné-Bissau, pelas artes circenses, com a Amsterdam Balloon Company, e pelo teatro, com a Companhia de Teatro “Os Sátyros”, de São Paulo, Brasil. Em 2018 e 2019, criou e dirigiu as primeiras performances produzidas e interpretadas por mulheres negras em Portugal − “Gestuário I”, produção INMUNE (Instituto da Mulher Negra em Portugal), e “Gestuário II”, coprodução INMUNE/BoCA-Biennial of Contemporary Arts, as peças Luminoso Afogado e O Riso dosNecrófagos, e a performance MachimGang. Em cinema, trabalhou com João Botelho, Pedro Filipe Marques, Pocas Pascoal, Romano Casselis e Uli Decker. Colabora em projetos dos artistas visuais Kiluanji Kia Henda, Mónica de Miranda e Sofia Berberan.
–––-
CURADORIA: Projeto MEMOIRS — Filhos do Império e Pós-memórias Europeias e MAPS - Pós-memórias Europeias: uma cartografia pós-colonial Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
MEMOIRS é financiado pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC) no âmbito do Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação Horizonte 2020 da União Europeia (n.o 648624); MAPS é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT - PTDC/LLTOUT/7036/2020). Os projetos estão sediados no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.
This panel discussion & exchange brings together refugee artists’ advocacy networks to discuss new models for resilient creative networks.
About this event
What are the strategies and challenges faced by refugee artists today? How can networks foster systemic change? How can we develop new frameworks driven by artistic vision created by refugee artists?
This panel discussion & exchange will bring together refugee artists’ advocacy networks to discuss new models for resilient creative networks, featuring grassroots organisations from the UK, France, Germany and Portugal.
This is an event for artists, scholars, cultural workers and policymakers, aiming to increase visibility and opportunities for refugee artists and groups, to share experiences and practices across geographic and cultural settings. The hybrid event will facilitate an open conversation on the role of networks in advocating change on various artistic and institutional levels, aiming to build alliances across research and the creative sector within and outside the UK.
This event is FREE to attend, and we welcome everyone who is interested in refugeedom and performing arts! Tickets are available to attend either in-person or online. Space for social distancing will be created for the live event. For those who attend in person, the event will end with a reception and networking opportunity lasting until 18:00. For those who choose to join us online, the link and details of how to join will be sent to you on the morning of the event(02/11/2021)
As conferências fazem parte das actividades realizadas no âmbito do projecto de investigação “Narrativa afroeuropeia no Portugal e na Itália pós-imperiais: a descolonização dos ‘colonialismos inocentes’ em Djaimilia Pereira de Almeida e Igiaba Scego”, desenvolvido por Alice Girotto na Universidade Ca’ Foscari de Veneza (Itália), que visa examinar, através da análise de dois pares de obras das duas escritoras, como a ficção afroeuropeia contribui para a descolonização do imaginário de Portugal e Itália, duas nações que são ao mesmo tempo marginais no campo dos estudos pós-coloniais e cuja auto-representação como antigas metrópoles benevolentes impede uma verdadeira reelaboração do passado colonial.
As três conferências enriquecem este tema com três olhares complementares sobre Portugal contemporâneo. Em particular, Patrícia Martinho Ferreira irá ligar a prosa poética da escritora contemporânea Djaimilia Pereira de Almeida à literatura africana anti-colonial da primeira metade do século XX. Enrique Rodrigues-Moura, por outro lado, centrará a sua atenção na construção da democracia portuguesa entre retornados, comemoração dos descobrimentos e lusofonia. Finalmente, Marta Lança irá oferecer uma perspectiva interessante sobre questões pós-coloniais no contexto artístico contemporâneo, problematizando alguns exemplos nos campos das artes visuais, artes performativas e cinema na última década.