Veracidades (prosopoema de Erasmo Cabral de Almada): excertos sobre a vida e a morte de Amílcar Cabral

Veracidades (prosopoema de Erasmo Cabral de Almada): excertos sobre a vida e a morte de Amílcar Cabral para o reajustamento dos desastres e dos bolores, para a predicação dos ressentimentos de há muito inoculados na carne dos tempos, para a mitigação dos sonhos e das utopias de outrora, dos seus fantasmas elementares, para a subtil decapitação dos seus heróis preliminares, do merecimento da sua vida e obra, das suas palavras exemplares, sempre precursoras, dos seus gestos e actos, sempre lavradores do futuro, ainda e sempre acompanhando os passos e as afrontas de Apili,

Mukanda

30.01.2023 | por José Luís Hopffer Almada

Para lá do plátano

Para lá do plátano         O meu otimismo pode ser desconcertante, desconfortável, incompreensivo, pode deixar mais dúvidas que respostas mas é por aqui a minha confiança, segurança, os meus alicerces como resposta ao desafio que a vida me colocou. Tenho confiança, por olhar para o lado, para o passado, de que a tendência é dos corpos melhorarem; bem e mal cruzam-se mas o olhar e a sua vontade levam a ver em tudo ganhos e, nos passos atrás, ganhar balanço para dar dois à frente.

Corpo

21.02.2021 | por José Maria Belo

A lua de Atenas

A lua de Atenas Que ferida é esta que me consome e me deixa com o vento de mil cascos de cavalos em fuga adiante pelo horizonte. A miragem? A ferida que espuma de perda e desarranjo, de memória, de remorso, de... é tarde demais, escrevo, para a cura. Fraco demais para tanta batalha, tanta purga. Vou falando aqui e ali sobre o que é ter disforia de gênero uma vida inteira e não saber como me curar. Só em Atenas e ainda assim com toda a noite de Atenas.

Cidade

27.10.2019 | por Adin Manuel

A invenção do campo português

A invenção do campo português Embora hoje impere a ideia de que a imagem que se vende de Portugal e, por arrasto, do Portugal rural, é politicamente neutra, é curioso notar as semelhanças desse Portugal com o país promovido pelo Estado Novo. Mas, mesmo que atribuamos a essa retórica uma neutralidade ideológica, continua a ser possível uma leitura política dessa representação apolítica e da forma como nela são tratadas as tradições e as “gentes”, que, tal como os lugares que habitam, supostamente ainda não foram corrompidas pela civilização. (...) Portugal saltou do "orgulhosamente sós" para "o segredo mais bem guardado da Europa", até chegar ao boom turístico. Mas o campo foi sempre uma paisagem ideológica.

A ler

20.07.2018 | por Bruno Vieira Amaral

mas… dizer que Luanda é um inferno, não.

mas… dizer que Luanda é um inferno, não. Fazemos parte desta coisa incrível que é este lugar. E cativos ficamos. Ninguém sai daqui alheio a assobiar. Bate uma tristeza, uma melancolia, uma saudade antecipada, porque este lugar… mesmo sendo uma madrasta cidade, tantas e tantas vezes, tem um encanto que reside na curva desse lado “Atlântico” que nos fez assim (...) Esse povo bom que lapida a vida sem ferramenta própria, capricha, encara e faz batota a rir.

Mukanda

13.03.2018 | por Isabel Baptista

1 (vida) ÷ 0 (negritude) = ∞ − ∞ ou ∞ / ∞: sobre a matéria além da equação de valor

1 (vida) ÷ 0 (negritude) = ∞ − ∞ ou ∞ / ∞: sobre a matéria além da equação de valor E se negritude se referisse a uma definição rara e obsoleta de matéria: respectivamente “substância de que consiste algo” e “substância sem forma”? Como afetaria a questão do valor? O que aconteceria com o valor econômico das coisas se fossem lidas como expressões de nossa gramática moderna e de sua lógicadefinidora da obliteração? Será que isso exporia como o objeto (de troca, apreciação e conhecimento) – isto é, a coisa econômica, artística e científica – não pode ser imaginada sem pressupor uma coisa ética (autodeterminante) que é sua própria condição de existência e determinação de valor em geral?

Mukanda

11.12.2017 | por Denise Ferreira da Silva

O olhar de milhões

O olhar de milhões Fomos crescendo cada vez com mais dilemas, com a falsa ideia de que podemos escolher e ser livres, mas estamos presos ao dinheiro, à precariedade, a uma sociedade que nos molda para sermos os melhores em tudo o que fazemos. Será que somos mais felizes do que os que vieram antes de nós? E os que vierem a seguir? Serão eles mais felizes do que nós fomos? Poderemos pelo menos dizer que fomos felizes a tentar?

Palcos

22.10.2017 | por vários

Porquê Antropoceno? - projeto ANTROPOCENAS

Porquê Antropoceno? - projeto ANTROPOCENAS Politizar o Antropoceno implica resignificar a noção de humano e fazer uma reflexão mais abrangente sobre as relações entre humanidade e poder, humanidade e natureza, ecologia e política. Implica mudar as palavras. E começar a reflexão a partir de uma escuta de posições não vistas.

A ler

22.10.2017 | por Ritó aka Rita Natálio

3º chamada - corpo - VIDA E MORTE

3º chamada  - corpo - VIDA E MORTE O biológico e o histórico aliam-se em torno de tecnologias modernas de poder que intervêm e invadem a vida. E há uma crescente proliferação de tecnologias políticas: a saúde, as formas de alimentação e de habitação, as condições de vida, o espaço total da existência. É sabido que a existência, a conduta, o corpo, são crescentemente medicalizados.

Corpo

27.07.2013 | por Buala

Luanda é bonita

Luanda é bonita A peça “Tanta Asneira Para Dizer Luanda É Bonita” foi recebida com uma chuva de aplausos durante a primeira temporada no Nacional Cine-Teatro. Em palco, tudo começa com um assalto. Na vida real Orlando Sérgio, actor, Nuno Milagre, autor e Miguel Hurst, encenador, são cúmplices neste crime.

Palcos

10.01.2012 | por Joana Simões Piedade

Pai (Cabé)

Pai (Cabé) O amanhã era já hoje e por aquelas noites fora – no Kilamba, no If, no Kandandu, no Kudissanga, no Chá, no Marítimo, em Carnaxide e depois nos Combatentes, o teu silêncio cúmplice no calor dos papos transpirados mas cheios de verdade e de vontade, faziam-me pensar, estás a ver, o Cabé é o único de nós que aprendeu ser inútil esta vida de queixas e lamúrias. A vida é para viver. Pai (Cabé):

Cara a cara

12.06.2011 | por Carlos Ferreira (Cassé)

A necessidade do Teatro em Moçambique

A necessidade do Teatro em Moçambique Em Moçambique as pessoas necessitam do mais básico para viver: o teatro! O teatro em Moçambique faz-se com as ruas (o palco) e os outros (interlocutores). As ruas estão ao rubro, o teatro é por todo o lado, algazarra, desorganização organizada, dança, constante representação. Tudo razões para uma actuação gloriosa.

Palcos

08.03.2011 | por Frederico Bustorff Madeira