Diário de um etnólogo guineense na europa (dia 6)

Diário de um etnólogo guineense na europa (dia 6) Esse tal de André Tontura vendeu ódio contra os tugas ciganos e os tugas pretos e os pretos que não são tugas, e lucrou com muitos votos, ele mandou uma tuga preta chamada Jassine para a sua terra, mas os chefes tugas disseram: "Pá, isso é normal, é liberdade do expressionismo alemão". Liberdade do Expressionismo alemão é um estilo inventado por um tal pintor chamado Hitler. Mas não acabou bem, porque virou nazismo. Mas “está tudo bem assim e não podia ser doutra forma”, como dizia o antigo chefe tuga Salazar, os chefes tugas de hoje lavaram essa ação do tonto do André Tontura.

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21.02.2021 | por Marinho de Pina

Confronting the Gaze | Os olhares em confronto

Confronting the Gaze | Os olhares em confronto Com curadoria de Alexey Artamonov, Denis Ruzaev e Ines Branco López, “Os olhares em confronto” é um ciclo que faz parte do programa da 14ª edição do Lisbon & Sintra Film Festival. Organizado entre Lisboa e Sintra, de 16 a 23 de novembro, este evento consiste na exibição de vários filmes/documentários sobre temas como feminismo, emancipação feminina, sexualidade, etnia, pobreza, infância, negritude, identidade, memória coletiva e saúde mental.

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21.11.2020 | por Alícia Gaspar

Chamada para Dossiê Temático, "Negritude e Pensamento Acadêmico"

Chamada para Dossiê Temático, "Negritude e Pensamento Acadêmico" Transitar pelo contexto sócio-histórico e pelo interior do pensamento social e filosófico, com particular atenção à filosofia africana, tendo como principal meta ressignificar e permitir que os novos sujeitos sociais releiam e reinterpretem a sua própria história; reconhecer a desterritorialização da epistemologia cravada a partir dos gregos e da filosofia europeia; e, por fim e talvez o mais importante; buscar uma ruptura da continuidade epistemológica, de modo a reconhecer, na anterioridade histórica dos africanos e dos negros da diáspora, os seus valores e a contribuição histórica que eles proporcionaram à humanidade.

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09.07.2020 | por vários

José Craveirinha e o Renascimento Negro de Harlem

José Craveirinha e o Renascimento Negro de Harlem O filósofo Severino Ngoenha questiona em que momento teria surgido a arte e literatura moderna moçambicana e sugere influências do Movimento do Renascimento Negro. Este artigo dá seguimento a este exercício a partir da obra de José Craveirinha.

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15.04.2020 | por Leonel Matusse Jr.

Uma negra pelas ruas de Vitória

Uma negra pelas ruas de Vitória As análises aqui propostas se atentam aos modos de subjetivação da negritude incluindo o racismo como produtor de subjetividade. Porém, vale demarcar que os processos de subjetivação que produzem práticas racistas não se confundem com a negritude como devir. Em outras palavras, o processo de formar-se negro passa tanto pelo cultivo do devir-negro quanto pela experiência de violência racial.

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29.05.2019 | por Janaina Coelho

1 (vida) ÷ 0 (negritude) = ∞ − ∞ ou ∞ / ∞: sobre a matéria além da equação de valor

1 (vida) ÷ 0 (negritude) = ∞ − ∞ ou ∞ / ∞: sobre a matéria além da equação de valor E se negritude se referisse a uma definição rara e obsoleta de matéria: respectivamente “substância de que consiste algo” e “substância sem forma”? Como afetaria a questão do valor? O que aconteceria com o valor econômico das coisas se fossem lidas como expressões de nossa gramática moderna e de sua lógicadefinidora da obliteração? Será que isso exporia como o objeto (de troca, apreciação e conhecimento) – isto é, a coisa econômica, artística e científica – não pode ser imaginada sem pressupor uma coisa ética (autodeterminante) que é sua própria condição de existência e determinação de valor em geral?

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11.12.2017 | por Denise Ferreira da Silva

Pela Branca, Máscaras Negras: sobre o “Decolonial Desire” de Vasco Araújo

Pela Branca, Máscaras Negras: sobre o “Decolonial Desire” de Vasco Araújo A re-primitivização dos corpos africanos como objetos inanimados naquilo que o artista imagina que o "outro colonizado" possa pensar torna esta exposição ainda mais ofensiva, fetichista e auto-indulgente do projeto colonial. E não é a quantidade de colaborações com mulheres trans-experiência negras, ou citações de Franz Fanon ou de Edward Said que tornará este trabalho descolonial. Não se pode enganar o árduo trabalho que todos devemos fazer para desafiar o nosso próprio condicionamento, as posições de privilégio e cumplicidade na violência racializada que continua a ser decretada através do capitalismo e da economia global.

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19.12.2016 | por Efua Bea

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (III)

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (III) Num plano sobretudo interno à sociedade caboverdiana das ilhas, a componente culturalista afro-crioula, porque vivenciada por caboverdianos de diferentes origens raciais e sociais, e subsistente como parte irrenunciável da caboverdianidade, como componente essencial da identidade crioula, no arquipélago e na diáspora.

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28.03.2013 | por José Luís Hopffer Almada

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (II)

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (II) Os especialistas nos estudos da literatura caboverdiana parecem estar de acordo quando, na sua esmagadora maioria, vêm asseverando que pouco eco tiveram na obra dos literatos das ilhas sahelianas anteriores ao movimento político-literário caboverdiano da Nova Largada a negritude e outros movimentos literário-culturais similares, como o renascimento negro norte-americano, o indigenismo haitiano, o negrismo cubano, aliás, amplamente dissecados por Manuel Ferreira, na sua "Introdução" a No 'Reino de Caliban' e n'O Discurso no Percurso Africano, e, mais recentemente, por Pires Laranjeira, no livro 'A Negritude de Língua Portuguesa'.

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28.03.2013 | por José Luís Hopffer Almada

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (I)

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (I) Não obstante a origem colonial-escravocrata da sociedade crioula sedimentada nas ilhas, escassos são os traços de africanidade e de negritude na poesia caboverdiana da época anterior à Nova Largada. A que se deve o (aparente) paradoxo? Será porque a Negritude, tanto nas suas dimensões teóricas césaireana e senghoriana de resgate dos valores das civilizações negro-africanas e/ou de matriz afro-negra, e da dignidade do homem negro (negro-africano e afrodescendente), como na sua feição de obra literária e cultural, foi um fenómeno sobretudo francófono (tal como a teoria da African Personality foi sobretudo afro-anglófona), ainda que dinamizadas na Europa e nas diásporas crioulas e negro-africanas por intelectuais originários da África Negra e das Antilhas?

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27.03.2013 | por José Luís Hopffer Almada

Manifesto «Lusofóbico», crítica da identidade cultural «lusófona» em Cabo Verde

Manifesto «Lusofóbico», crítica da identidade cultural «lusófona» em Cabo Verde Esta visível ausência do elemento afro-negro, alimentada principalmente por posteriores seguidores do Movimento, contribui para que este adquirisse um carácter puramente cosmético na medida em que se legitimou uma suposta mestiçagem em que a presença branca é assegurada pela propriedade da própria reivindicação da mestiçagem, pela ausência textual dos negros apesar da incómoda presença física, pela presença textual dos indígenas mas cujo genocídio físico e epistémico impede a sua presença carnal permitindo uma incorporação despreocupada dos seus elementos culturais nas produções literárias do Movimento, pois não constituem, de facto, um perigo ou uma ameaça à esta elite literária e académica brasileira da época e da actualidade. Esta elite, apesar de «branca», se diz, ou quer ser, mestiça, utilizando o argumento e a linguagem da mestiçagem, ou da valorização do mestiço.

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19.09.2012 | por Odair Bartolomeu Varela

Prefácio a Antologia Temática de Poesia Africana

Prefácio a Antologia Temática de Poesia Africana Não existe, no nosso caso, um documento comparável ao Manifesto de Légitime Défense, que propunha uma “ideologia de revolta” e formulava uma orientação precisa para os escritores negros de expressão francesa; o facto literário surgiu, porém, com ardor e talento, muito antes dos anos trinta deste século, ficando bloqueado, pelo condicionalismo colonial, no interior das fronteiras dos países de eclosão.

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21.06.2011 | por Mário Pinto de Andrade

Diário de um regresso ao país natal

Diário de um regresso ao país natal E estes vestígios da minha prodigiosa ascendência! / Aqueles que não inventaram nem a pólvora nem a bússola que nunca souberam domar o vapor ou a electricidade / que não exploraram os mares nem o céu / mas conhecem os mais ínfimos recantos da terra do sofrimento / que das viagens só conheceram as de desenraízamento / que foram amansados com humilhações / que foram domesticados e cristianizados / e contagiados de degeneração / tam-tam de mãos vazias

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31.05.2011 | por Aimé Césaire

O contributo do homem negro

O contributo do homem negro Que o Negro já esteja presente na elaboração do novo mundo não o demonstra o envolvimento de tropas africanas na Europa; elas provam apenas que ele participa na demolição da antiga ordem, da velha ordem. O Negro revela a sua presença efectiva em algumas obras singulares de escritores e artistas contemporâneos; e também noutras, menos perfeitas, porventura, mas não menos emocionantes, oriundas de homens negros.

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30.05.2011 | por Léopold Sédar Senghor

Viagens da teoria antes do pós-colonial

Viagens da teoria antes do pós-colonial Os textos aqui publicados apontam para um modo alternativo de utilizar a diferença, na medida em que sublinham outros momentos distintivos, anti-coloniais, face a discursos legitimadores – na pós-colonialidade – de processos de interdependência inevitável, embora geradores de desigualdades económicas, sociais, políticas e raciais. Nesse sentido, os actuais debates em torno do multiculturalismo, da interculturalidade ou da hibridização/mestiçagem não transcendem, em parte, as premissas que enformaram os discursos coloniais e as reacções – anti-coloniais – a estes.

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29.05.2011 | por Manuela Ribeiro Sanches

O ensino das Literaturas Africanas e Afro-Brasileira e os desafios à práxis educacional e à promoção humana na contemporaneidade

O ensino das Literaturas Africanas e Afro-Brasileira e os desafios à práxis educacional e à promoção humana na contemporaneidade Discorremos neste texto sobre implicações diversas que a colonização portuguesa legou, sobretudo ao Brasil, e algumas de suas injunções à África em termos literários, bem como o surgimento de uma literatura híbrida e centrada, através de forte viés histórico, em fatos oriundos da colonização de negros africanos.

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22.10.2010 | por Robson Dutra

21 MC

21 MC O projecto é de S. Francisco. Yego Moravia e Emeka Alams vêem na herança cultural e ascendência africanas matéria substancial para reforçar o movimento “black and proud”. Desta aposta nasceu a "21st Century Maroon Colony: roupa com raça".

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03.09.2010 | por Carla Isidoro

Dança contemporânea africana: uma oposição criativa às imagens estereotipadas da africanidade

Dança contemporânea africana: uma oposição criativa às imagens estereotipadas da africanidade De que modo a dança africana e a corporalidade considerada africana são usadas enquanto meio estético em práticas culturais comuns à Europa? Que imagens da dança e performance africanas são criadas pelo discurso europeu? Na perspectiva africana, aborda-se as (re)acções e escolhas individuais dos bailarinos e coreógrafos africanos face a vários desafios. Terá o discurso europeu grande influência nas decisões dos bailarinos e coreógrafos africanos?

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23.05.2010 | por Nadine Siegert

Entre o movimento negro e marxismo: genealogia intelectual de uma época

Entre o movimento negro e marxismo: genealogia intelectual de uma época É útil traçar uma genealogia do internacionalismo negro para ajudar perceber o processo da sua formação. As independências de África, além da acção de africanos e africanos na diáspora, devem-se a um conjunto de mudanças estruturais. Se colocarmos a emergência do internacionalismo negro numa perspectiva mais vasta isso permitir-nos-á compreender a mudança de paradigma operada entre os finais do séc. XIX e princípios do séc. XX.

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22.05.2010 | por António Tomás