O cinema que enquadra o impacto da evangelização radical dos povos indígenas da Amazónia

O cinema que enquadra o impacto da evangelização radical dos povos indígenas da Amazónia No Manifesto apresentado no Festival de Cinema de Berlim, os líderes indígenas reclamavam: “Mais pajés, mais Céu, mais espíritos, mais floresta, mais vida. Menos ódio. Menos intolerância. Menos racismo.” E deixavam claro que “precisamos superar a impossibilidade de conviver em igualdade nas nossas diferenças, e passar a partilhar o mundo com outros seres vivos, outros viventes, viver e se olhar e se reconhecer no olhar do outro, com reciprocidade, com respeito aos humanos e respeito também aos não-humanos, uns ao lado dos outros, vivendo juntos em nossas diferenças”.

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17.09.2024 | por Anabela Roque

Amazónia: Os caminhos abertos pelas palavras do xamã yanomami, Davi Kopenawa.

Amazónia: Os caminhos abertos pelas palavras do xamã yanomami, Davi Kopenawa. As palavras do líder e porta-voz do povo indígena Yanomami, Davi Kopenawa Yanomami, são amazónicas; estão no livro A Queda do Céu, estão nos filmes em que participou, acompanham a exposição retrospetiva da fotógrafa Claudia Andujar, estão nos meios de comunicação social e nas redes sociais. São palavras que transmitem um conhecimento profundo dos mitos ancestrais e de como estes podem atuar na contemporaneidade; são advertências e denúncias, que se transformam em manifesto e, por vezes, em profecia. Kopenawa dirige-as ao povo da mercadoria, mas não são para trocar por estas, sugerem uma inversão de sentido no pensamento dos não-indígenas em direção à Natureza e à Amazónia, em particular.

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06.06.2022 | por Anabela Roque