Léopold Sédar Senghor

Joal, Senegal (1906-2001). O pai, Basile Diogoye Senghor, era um comerciante católico da etnia serer, minoritária no Senegal. A mãe, Gnilane Ndiémé Bakhou, era muçulmana de etnia peul. O sobrenome do pai, Senghor, deriva da palavra portuguesa “senhor”. Em  1928 foi estudar para Paris, onde entrou para a Sorbonne (1935-39), tornando-se o primeiro africano a completar uma licenciatura nesta universidade parisiense.

Como escritor, desenvolveu a Négritude (movimento literário que exaltava a identidade negra, lamentando o impacto negativo que a cultura europeia junto das tradições africanas). Nas suas obras, as mais engrandecidas são Chants d’ombre (1945), Hostiesnoires (1948), Ethiopiques (1956), Nocturnes (1961) e Elegies majeures (1979). Com tema principal da cultura africana, aproxima-se no estilo da literatura francesa. Durante a Segunda Guerra Mundial esteve preso por dois anos num campo de concentração nazi e só depois é que os seus ensaios e poemas seriam publicados. Deputado senegalês na Assembleia Nacional Francesa (1948-1958), primeiro negro a ocupar o cargo de deputado. Quando o Senegal foi proclamado independente (1960) - por conta de um apelo feito por Léopold a de Gaulle - Senghor foi eleito por unanimidade presidente, vindo a desempenhar o cargo ate final de 1980, graças a reeleições sucessivas. Defensor do  socialismo  aplicado à realidade africana, tentou desenvolver a agricultura, combater a corrupção  e manter uma política de cooperação com a França.

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