Entre Ilhas, Arquivos e Futuro: reflexão sobre o cinema caboverdiano contemporâneo

Entre Ilhas, Arquivos e Futuro: reflexão sobre o cinema caboverdiano contemporâneo O cinema africano, afrodiaspórico e caboverdiano serve também para disputar narrativas – não só sobre África e sobre os africanos, sobre os caboverdianos e sobre as nossas perspectivas plurais, mas também sobre o que é o cinema em si, quem tem o direito de o fazer, quem tem o direito de ver e de ser visto, de falar e de ser ouvido. É um trabalho lento, minucioso, mas necessário. É o trabalho de reinscrever no nosso imaginário coletivo as imagens que nos pertencem, e que, por sua vez, nos transformam. Neste contexto, o futuro do cinema nas ilhas será inevitavelmente arquipelágico, feito de imensas vozes dispersas, mas em constante diálogo entre si, com Cabo Verde e com o mundo, feito de memórias partilhadas, mas reinventadas, de recursos limitados mas de criatividade infinita.

Afroscreen

29.04.2025 | por P.J. Marcellino

Djam Neguin lança o seu EP Autofagias, a música do cuidado

Djam Neguin lança o seu EP Autofagias, a música do cuidado Djam Neguin tem investido na criação de imaginários afrofuturistas, onde a africanidade é vista em suas potências futurísticas. Com Ka Bu Skeci Tradison iniciou uma fase de contribuição para imaginários afrocentrados, celebrando corpos e identidades diversas. "Incorporar perspectivas queer amplia a representatividade e subverte narrativas tradicionais, moldando percepções e atitudes", explica o artista que trabalhou sonoridades do continente africano como afrobeat, afropop e amapiano. Autofagias emerge como um manifesto de transformação pessoal e coletiva, celebrando a diversidade e a inovação. Basta para isso colocar os auriculares e deixar-se guiar pelo canto de esperança que surgiu de um tempo de grande aflição.

Palcos

20.07.2024 | por André Soares

Badio Branku de Djam Neguin

Badio Branku de Djam Neguin Djam Neguin, artista caboverdiano multifacetado provocativo e irreverente, brinda-nos e surpreende com nova composição. “Badio Branku” como título, manifesta uma capacidade sintética de todo um conteúdo e narrativas contemporâneas daquilo que enfrentamos nas nossas sociedades, sedentas de africanidade como processo emancipatório. Djam canta a um “espelho invertido”, uma máscara de quem não se quer ver. E sobretudo acusar-se. O existencialismo fala-nos do fardo que é a nossa própria liberdade, na simetria de uma responsabilidade que nem sempre é assumida na mesma medida. Amílcar Cabral falou disso, quando projetou e defendeu a criação do “homem novo”, que pensasse pela sua “própria cabeça”. Um ser livre. Um homem que se pode dar ao luxo de se ver e de ser visto, humanamente, sem “lágrimas de cor”.

Palcos

07.06.2022 | por Valdevino Santos Bronze

Futuro e Tradição em Djam Neguin

Futuro e Tradição em Djam Neguin O Single “Ka bu skeci tradison” magnificamente dirigido e interpretado por Djam Neguin convoca-nos à ação, num quadro de inexorável erosão dos nossos traços identitários como povo, nação e individuo. Este jovem artista, com um currículo soberbo nas áreas performativas em Cabo Verde, traz-nos uma preciosa reflexão sobre o tema tradição vs modernidade. Djam é um artista inventivo, irreverente, definitivamente irrequieto e com uma criatividade e sensibilidade muito profundas.

Palcos

04.02.2022 | por Valdevino Santos Bronze