Entrevista a Domicília Costa - 3ª parte: Paris e o regresso a Portugal com a democracia

Entrevista a Domicília Costa - 3ª parte: Paris e o regresso a Portugal com a democracia ntretanto, eu depois de Viseu, ele deixara-me uns contactos, eu falo aí, só não digo os nomes, claro. As pessoas poderiam não estar interessadas. E, portanto, ele deixou-me contactos a quem eu podia pedir ajuda, de algum modo, fosse monetário ou outra qualquer, de forma a me aguentar aqui enquanto não fosse ter com ele. Aqui, quer dizer, em Portugal. O funcionário foi lá num dia, eu devo ter saído de casa imediatamente a seguir, não me lembro, mas deve ter sido isso que aconteceu. No dia imediatamente a seguir, provavelmente não foi naquele eu saí novamente de casa dos meus pais e fui procurar uma das pessoas que ele me tinha indicado.

Cara a cara

11.07.2025 | por Josina Almeida

Entrevista a Domicília Costa - parte 2. As prisões de muitos camaradas. Como se constroem as memórias.

Entrevista a Domicília Costa - parte 2. As prisões de muitos camaradas. Como se constroem as memórias. Devia haver alguns que tinham uns arranjinhos, porque a família lhes dava umas coisas, mas no geral era isso. Todos nós tínhamos um salário, era igual para todos. Com aquele salário tínhamos de comer, pagar a água, tínhamos de pagar a luz, só não pagávamos a renda da casa. A renda não era paga pelos funcionários. E aquilo que eu ganhava e aquilo que o meu pai ganhava era entregue ao partido, independentemente de ser muito ou pouco.

A ler

17.06.2025 | por Josina Almeida

Entrevista a Domicilia Costa - parte 1, a vida na clandestinidade

Entrevista a Domicilia Costa - parte 1, a vida na clandestinidade Domicilia, os nomes são destinos, entra na clandestinidade aos 7 anos de idade para dela sair aos 20, quando parte para França em rutura com o Partido. Na história das estruturas clandestinas que o PCP montou, no decurso da luta contra a ditadura fascista, foi um raro caso: desde tão tenra idade até à maioridade, viver uma vida paralela, não isenta de riscos e dificuldades. Normalmente, os pais de crianças pequenas que escolheram esta vida, mais livremente ou condicionados com a perspetiva de já serem alvo de vigilância pela polícia política, separavam-se dos filhos na altura de frequentar a escola ou quando começavam a falar, por ameaçar a segurança da Casa.

Cara a cara

15.06.2025 | por Josina Almeida