Colecção de contos "Cabeças Cortadas"

Cabeças Cortadas não é uma ficção visionária; é uma obra assente em realidades ferozes que nem pandemias nem guerras substituem.  Explorando um mundo de disfunções que se têm tornado estruturantes, revela-o nos meandros mais impensados das relações sociais.

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Livros Flauta de Luz | distribuição Antígona

Escrito mais de dez anos antes da eclosão da pandemia de covid-19 e da catástrofe sanitária e moral daí resultante, este conjunto de contos de Pedro Bravo manifesta perturbantes premonições do que passou a estar em curso no mundo: uma continuada repetição de desastres consubstanciais ao desenvolvimento.

Mas, abarcando também épocas anteriores à nossa, Cabeças Cortadas não é uma ficção visionária; é uma obra assente em realidades ferozes que nem pandemias nem guerras substituem, embora as empiorem. Explorando um mundo de disfunções que
se têm tornado estruturantes, revela-o nos meandros mais impensados das relações sociais, quer se trate, por exemplo, de experiências médico-farmacêuticas com o corpo humano ou da necessária dependência mortal de drogas psicotrópicas.

Livro ilustrado, Cabeças Cortadas constrói-se sobre uma geometria visual de palavras e ideias não pacíficas de que decorre um paradoxal realismo semântico. Acoplamentos voluntários no ritmo dos contos desvendam, num delírio negro, duplos sentidos e amiúde miríades de significados. Mas a poderosa e ágil estrutura da composição literária não deixa que desta miríade decorra confusão. O sentido devém acção. Sexual, sem nunca ser descritivo, vibrante de fúria e imaginação, Cabeças Cortadas – cuja personagem central é o corpo humano – deixa-nos o registo de que as nossas sociedades assentam numa violência grandemente oculta.

Pedro Bravo publicou anteriormente os livros Verbo Vermelho, na Fenda, e Manual de Resistência Civil, na Letra Livre.

Desenhos da capa e do interior: Miguel Carneiro. Grafismo e paginação: Pedro Mota.

31.08.2022 | par Alícia Gaspar | antígona, cabeças cortadas, guerra, livros flauta de luz, novo livro, pandemia, pedro bravo

Arquivos BUALA: as incríveis reportagens de Pedro Cardoso, rubrica Palenque

Pedro Cardoso é um jornalista luso-angolano. Estudou Jornalismo e Ciências da Comunicação na Universidade do Porto. Trabalhou como repórter (2005, 6), no jornal A Semana, na Cidade da Praia, Cabo Verde. Vive no México desde 2011, onde é jornalista freelancer. Colabora com meios de comunicação de Portugal, México e Angola. No BUALA, mantem há dois anos a rubrica Palenque. Na América Latina, palenque significa palco, lugar cercado. As comunidades fortificadas de escravos rebeldes no México chamavam-se palenques. É, por isso, uma tribuna de onde se contam histórias latino-americanas. E onde se recorda também o legado dos africanos que vieram para estas terras. 

 Missão Encoberta, o Toucado de MoctezumaMissão Encoberta, o Toucado de MoctezumaAção de Graças, o luto do povo da Primeira LuzAção de Graças, o luto do povo da Primeira Luz

 

Convidamos os leitores do BUALA a percorrerem alguns dos seus artigos e reportagens que visam as temáticas da identidade, política, religião, LGBTQI, migração, guerra, direitos humanos, povos indígenas, Américas e Angola.


e muitas outras.

A fuga dos alemães
A Sacerdotisa e os Meninos Santos
Ação de Graças, o luto do povo da Primeira Luz
Angolanos ilegais a caminho dos Estados Unidos - os afogados
Angolanos ilegais a caminho dos Estados Unidos: os ilegais
Angolanos ilegais a caminho dos Estados Unidos: os passageiros
Aruká, o último guerreiro
As três mortes de Marisela Escobedo
Como história de amor e piratas: os 50 anos de “As Veias Abertas da América Latina”
Contos de Mar: resistências cruzadas
Contratados, colonos e emigrantes cabo-verdianos
De Colombo, raças e pedestais
E o muro o vento levou
Foroyaa liberdade! repressão na Gâmbia
Grita Colômbia
Guiné-Bissau: se um barco atracasse
Haiti. “O horizonte foi embora, ficou sozinho no mundo”
Lesther
Los Cabos Russos
Luta, Sangue e Liberdade
Mário Pinto de Andrade: a lucidez é um sorriso triste
Mascogos. Os índios africanos cantam blues
Missão Encoberta: o Toucado de Moctezuma
Na cidade somos quase predadores
Ñucanchick allpa: Mamã Dulu, terra e educação
O Caminho da Anaconda
O terceiro género - Muxes de Juchitán, México
Os enigmas das monjas
Os invisíveis: migração de angolanos para os Estados Unidos
Os ninguéns
Os perdidos: angolanos ilegais a caminho dos Estados Unidos
Os saltos altos de Zapata
Os versos de Cardenal
Perdão? Que perdão?
Piratas das Caraíbas, a frota dos EUA ao largo da Venezuela
Por quem os tambores chamam
Se morro longe de ti
Senhor dos Milagres Escravo de Angola, Cristo do Mundo
Uma América sem América
Violência contra comunidade LGBT+ na América Central

 

11.08.2022 | par Alícia Gaspar | América, angola, Brasil, direitos humanos, guerra, jornalista, México, migração, Palenque, pedro cardoso, Portugal, povos indígenas, religiao

Entre Ideias e Reflexões — Alice Miceli

No episódio de maio, Alícia Gaspar, conversa com Alice Miceli a propósito da sua mais recente exposição “Campos Minados”. A artista explica-nos em que consiste a sua obra, o que podemos esperar ao visitá-la, e os literais passos que teve de dar para conseguir tirar as fotografias que podemos agora observar na exposição patente na Escola de Artes da Universidade Católica do Porto até ao dia 23 de junho.

Biografia

A obra de Alice Miceli (Rio de Janeiro, 1980) caracteriza-se por alternar entre vídeo e fotografia, muitas vezes partindo da investigação de eventos históricos e viagens exploratórias, por meio das quais a artista reconstitui traços culturais e físicos de traumas passados infligidos em paisagens sociais e naturais. O seu trabalho faz parte de coleções importantes a nível internacional como as do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Brasil), Cisneros Fontanals Art Foundation (EUA) e Moscow Biennale Art Foundation (Rússia). Recentemente, realizou exposições a solo na Americas Society, em Nova York, e no Instituto PIPA, no Rio de Janeiro, assim como diversas mostras coletivas e feiras de arte nos Estados Unidos, Brasil e Europa. Em 2022, o seu trabalho será apresentado na próxima edição da 17ª Bienal de Istambul.

10.05.2022 | par Alícia Gaspar | Alice Miceli, campos minados, comunidade, conflito armado, Escola de Artes, fotografia, guerra, universidade católica

Debate: Quo vadis, Europa? Guerra contra a Ucrânia

No dia 27 de abril, pelas 19h00, terá lugar, no auditório do Goethe-Institut em Lisboa, o debate Guerra contra a Ucrânia: um ponto de viragem para a Europa?, com a participação da professora universitária e ex-secretária de Estado Ana Santos Pinto, da investigadora política Mónica Dias, do economista Janis Kluge e da investigadora e perita ucraniana Ljudmyla Melnyk. O debate será moderado por Ricardo Alexandre e tem tradução simultânea em português e alemão.

A guerra de agressão não provocada contra um país neutro e soberano fez tremer e realinhar a Europa. O que significa este “ponto de viragem no tempo” para a Europa? Como queremos lidar com instabilidade e incerteza na ordem internacional no futuro? De que vale a democracia ocidental se for ameaçada? E que impacto tem esta guerra em países tão diferentes como a Alemanha e Portugal?

Após o debate, haverá a oportunidade de conversar com os convidados.

Para mais informações, ver: Debate: Guerra contra a Ucrânia: um ponto de viragem para a Europa?

20.04.2022 | par Alícia Gaspar | debate, Goethe institut, guerra, lisboa, ucrânia

seminário Arqueologias da Violência, 13 julho, LISBOA

No seminário “Língua Portuguesa e Linguagens Literárias”, do curso de Pós-Graduação em Língua e Cultura Portuguesa, dedicado às diferentes visões e modalidades da violência nas literaturas de língua portuguesa, numa perspetiva comparativa, foi também estudada a literatura enquanto universo da reinvenção da diferença cultural deforma a alargar a compreensão de espaço nacional e transnacional da língua portuguesa, abordando a problemática do binómio língua e expressão e a relação entre Cultura e Imperialismo. Neste contexto, foram abordados os diferentes fundamentos da problemática da designação dos sistemas literários dos países de língua portuguesa, língua portuguesa e expressões literárias, questionando o conceito de lusofonia literária. No encerramento das atividades do seminário, as professoras Inocência Mata e Fernanda Gil Costa e os alunos do Mestrado em Língua e Cultura Portuguesa e da Especialização em Estudos Portugueses, do Departamento de Língua e Cultura Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, convidam a uma reflexão sobre os temas tratados ao longo do semestre, apresentando publicamente os seus trabalhos finais.

Programa

15:00 Sessão de Abertura
Professoras Fernanda Gil Costa (FLUL) e Inocência Mata (FLUL)

15:10 Primeira sessão: LUSOFONIA E LITERATURA(S) LUSÓFONA(S)
Moderador: Professora Helena Buescu (FLUL / Dir. Centro de Estudos Comparatistas)
Ofélia Mendes: “Lusofonia: Realidade ou Utopia? Algumas perspetivas”.
Mafalda Duarte: “A Lusofonia em Eduardo Lourenço: Perspetivas de futuro”.
Thie Silva: “Sincretismo religioso: como a cultura dos dominados coexiste na literatura lusófona”.

16:30 Segunda sessão: REPRESENTAÇÕES DA GUERRA
Moderador: Professora Fátima Mendonça (Universidade Eduardo Mondlane – Moçambique)
Mara Yurgel: “Guerra e géneros literários em Parábola do Cágado Velho, de Pepetela”.
Estanislau Franco: “Guerra como fator de desestabilização em Parábola do Cágado Velho, de Pepetela”.
Maria João Calais: “Olhando a violência da guerra em Parábola do Cágado Velho, de Pepetela”.
Ludovica Tranfaglia: “A Costa dos Murmúrios, de Lídia Jorge e o cenário da Guerra Colonial”.
Pausa para café.

18:00 Terceira sessão: VIVÊNCIAS DO TRAUMA
Moderador: Professora Catarina Gaspar (FLUL) Elisabeta Mariotto: “Violência e trauma em A Costa dos Murmúrios, de Lídia Jorge”.
Raquel Reis: “Lillias Fraser, a máquina do tempo perdido. Um olhar feminino sobre a violência e a História”.
Conceição Pereira: “As ficções de Lillias: uma leitura de Lillias Fraser, de Hélia Correia”.
Miguel Moiteiro: “A enfermeira Inês em As Duas Sombras do Rio, de João Paulo Borges Coelho: de sujeito a objeto”.

19:20 Encerramento
Professora Maria José Grosso (FLUL / Diretora do DLCP)


13 de Julho de 2012 - 15h00
Sala de Vídeo - Faculdade de Letras (junto ao Bar Velho)


10.07.2012 | par candela | faculdade de letras lisboa, guerra, Literaturas de Língua Portuguesa, memória, seminário