Deep time Soundings / Escuta do Tempo Profundo Palestra-Performance de Margarida Mendes

As Portas de Rodão foram um ponto de encontro para as primeiras comunidades paleolíticas, que há 250 mil anos começaram a percorrer o vale do Tejo. Atualmente, são ladeadas por terras desertificadas onde a monocultura do eucalipto absorve o ritmo dos locais, transformando ecossistemas ao mesmo tempo que se inverte o ciclo hidrológico, dado o controle industrial do fluxo do rio pelas suas barragens. Escuta do Tempo Profundo apresenta parte da investigação artística de Margarida Mendes sobre o contexto ecológico do Rio Tejo ao longo de vários anos. Acompanhando uma comunidade de ativistas que monitorizam o curso do rio Tejo, são narrados eventos em torno de Vila Velha de Rodão, considerada epicentro de crimes ambientais. Ao entrelaçar testemunhos de guardiões do rio com notas sobre a paisagem ribeirinha e práticas de escuta, Margarida Mendes amplia o nosso entendimento de luto ambiental e de um ecossistema em profunda transformação. 

Margarida Mendes é investigadora, artista, curadora e educadora. A sua prática explora a mediação ecológica, com enfoque no cruzamento entre as artes visuais, cinema experimental, práticas sonoras e humanidades ambientais.

Ensaio Aberto dia 6 Dezembro no AADK, Azeitão 15h30

Apresentação 10 Dezembro na Culturgest - Pequeno Auditório 19h 
Dentro do ciclo Água – Ecossistemas em Coexistência  Apoio DGArtes

29.11.2025 | par martalanca | som, Tempo

“No Jardim da Dúvida"

“No Jardim da Dúvida” 2025 é um projeto de Artes Visuais que pretende dialogar e refletir sobre a nossa relação com o território, através de intervenções no espaço rural circundante do Museu de Vila do Bispo - Celeiro da História.  Para a 2ª Edição, de 5 a 7 de dezembro, convidamos 4 artistas para uma proposta de intervenção no espaço natural através de plantios, performance e oficinas artísticas. Iniciaremos um jardim metafísico e ainda assim bem real, cruzando as marcas ambientais com as intervenções artísticas, com a colaboração da comunidade.

A dúvida remete para a dificuldade da escolha e para a hesitação, para a possibilidade do erro, para a inevitabilidade do caminho. As nossas propostas partem dum espaço físico específico, com as suas características e limitações, ao qual vamos propôr uma forma, uma intervenção, caminhos. 

Em 2025, Ana Celorico Machado, Bertrand Guinnebault, Manuela Caneco e Susana de Medeiros, fazem 3 propostas de naturezas distintas mas complementares. Construir o caminho, escolher a direção, olhar para a natureza da semente e do plantio, conhecer a planta e usá-la, perceber como a natureza não faz parte da vida porque é a vida mesma.

Vamos olhar e conhecer este espaço de floresta, que se vai transformar em jardim pelas mãos e pelos olhos do público.

A 1ª Edição de “No Jardim da Dúvida”, inaugurou a 25 de Setembro de 2021 no espaço exterior da Ermida de N.ª Sr.ª de Guadalupe como programa de Artes Plásticas da IV Edição de “Dias d’As Virgens Negras” 2021, promovida por O Corvo e a Raposa Associação Cultural e inserida no Programa do DiVaM Dinamização e Valorização dos Monumentos do Algarve, uma iniciativa da Direção Regional de Cultura do Algarve. 

29.11.2025 | par martalanca | Artes Visuai

Vale da Amoreira: Histórias da Cidade nas Margens, na Penhasco

O livro Vale da Amoreira: Histórias da Cidade nas Margens, de Bruno Simões Castanheira (fotos)Elsa Peralta (coord.) reconstrói a formação do Vale da Amoreira como expressão das grandes transformações sociais, políticas e económicas do Portugal contemporâneo – e da Margem Sul de Lisboa em particular. Localizado no concelho da Moita, o bairro nasceu do cruzamento entre industrialização e império, êxodo rural e urbanização acelerada, migrações internas e fluxos populacionais associados à descolonização. Trabalhadores vindos do interior rural, retornados, refugiados e imigrantes africanos convergiram neste território nos anos 1970, num processo marcado pela precariedade das políticas públicas de habitação e pelo improviso das ocupações de casas.

Desde então, o Vale tornou-se palco de tensões entre abandono estatal e resposta popular, revelando como as periferias são muitas vezes reduzidas a territórios de contenção – estigmatizados e negligenciados – mas também continuamente reinventadas pelas práticas quotidianas, pelas redes de entreajuda e pela luta coletiva.

26.11.2025 | par martalanca | Vale da Amoreira

Assédio nas Artes Performativas em Portugal

Resultados Preliminares do Estudo MUDA sobre a Incidência de Assédio nas Artes Performativas em Portugal. O projeto MUDA – Assédio nas Artes em Portugal divulga hoje os resultados preliminares do questionário nacional sobre assédio laboral (moral e sexual) no setor artístico em Portugal, financiado pela Direção-Geral das Artes. Com 611 inquéritos completos, os dados apontam para a incidência de episódios de assédio autoreportados ao longo das trajetórias profissionais e formativas de quem trabalha ou estuda nas artes performativas e áreas afins. 

Segundo os resultados, 74,8% das pessoas inquiridas afirmam ter experienciado situações de assédio moral e 49,8% referem ter passado por assédio sexual em algum momento do seu percurso. O estudo evidencia ainda que 40% a 77% dos casos envolveram situações em que existia hierarquia, sendo frequente a presença de pessoas em chefia artística ou pedagógica entre os potenciais agressores. 

Os contextos em que estas situações ocorrem distribuem-se entre atividade remunerada (entre 43% e 74%, consoante o tipo de assédio) e ambientes de formação, incluindo ensino artístico certificado e não certificado. Por outro lado, uma parcela muito significativa das pessoas afetadas — entre 39% e 70%, dependendo do tipo de assédio — refere nunca ter apresentado queixa ou pedido de ação inspetiva, apontando como razões principais o receio de consequências profissionais, o desgaste emocional e a falta de provas ou testemunhas

O estudo traça também um retrato preliminar da amostra: 70,2% mulheres cisgénero, média de 38,49 anos, predominância de residência urbana, elevado nível de formação superior e forte presença de profissionais independentes. 

Cautelas e enquadramento metodológico 

O MUDA sublinha que estes resultados têm caráter preliminar e devem ser cautelosamente interpretados. A participação no questionário foi voluntária e disseminada online, o que pode gerar viés de auto-seleção e não permite afirmar que a amostra é representativa de todo o setor artístico em Portugal. Adicionalmente, não estão ainda publicados todos os detalhes metodológicos, nomeadamente critérios de definição de assédio, distribuição por áreas artísticas ou análises estatísticas completas. Assim, os valores apresentados não devem ser interpretados como prevalência absoluta, mas sim como 

indicadores de tendência e sinais de preocupação que reforçam a necessidade de aprofundar o diagnóstico e estruturar respostas institucionais

Próximos passos 

A equipa do MUDA encontra-se a realizar a análise detalhada dos dados, que dará origem ao Relatório Final, previsto para publicação no final de Março de 2026. Este documento irá incluir enquadramento metodológico completo, análises quantitativas e qualitativas detalhadas, cruzamentos sociodemográficos e recomendações para políticas públicas e práticas institucionais no setor artístico

Apresentação 

Entre 2018 e 2019, Raquel André e Catarina Vieira reuniram regularmente um grupo de mulheres profissionais das artes para partilharem as suas experiências no setor artístico, com uma abordagem feminista interseccional. Estes encontros permitiram levantar questões urgentes sobre igualdade de género, precariedade, entre outras, bem como identificar algumas ações concretas para dar resposta a esses desafios. Mais importante ainda, criaram um espaço de escuta onde foi possível acolher os primeiros testemunhos sobre experiências de assédio no meio artístico, revelando a necessidade de continuar a questionar e investigar. Estes relatos indicaram que o fenómeno do assédio nas artes é mais amplo do que aquilo que conseguimos analisar empiricamente. 

Paralelamente a esta iniciativa, Raquel André, Sara de Castro e Catarina Vieira criaram autonomamente projetos artísticos, realizados de forma colaborativa com outras mulheres, que refletiram sobre questões de género sob uma perspetiva de transformação social, política e artística. Estes projetos, que envolveram a participação de mulheres de diferentes comunidades, deram continuidade à reflexão sobre a desigualdade e violência de género, contribuindo para um maior conhecimento sobre o tema em diferentes contextos, tanto a nível nacional como internacional. 

Em dezembro de 2022 e outubro de 2024, a PLATEIA, da qual Sara de Castro e Raquel André fazem parte da direção, organizou, em colaboração com o sindicato CENAS-STE, conversas sobre assédio no sector da cultura, nas cidades do Porto e Lisboa. Nessas conversas, participaram profissionais das artes e da cultura, agentes sindicais e a advogada Joana Neto, especialista em Direito do Trabalho. 

Com base nas necessidades identificadas, Catarina Vieira, Raquel André e Sara de Castro criaram o projeto MUDA

O estudo científico está a ser realizado por uma equipa multidisciplinar de investigadoras: Ana Bártolo e Isabel Silva (Psicologia), Dália Costa (Sociologia), Joana Neto (Direito do Trabalho). 

Co-coordenação executiva: Catarina Vieira, Raquel André, Sara de Castro 

Design Gráfico e Comunicação: Pat Cividanes 

Assessoria de Imprensa: Mafalda Simões 

Gestão Financeira: Missanga 

Estudo Científico: 

Co-coordenação do estudo científico: Ana Bártolo e Isabel Silva 

Equipa de investigação científica: Ana Bártolo, Dália Costa, Joana Neto, Isabel Silva Financiamento: Direção Geral das Artes - DGARTES 

+info: www.mudaprojeto.com 

 

25.11.2025 | par martalanca | artes, assédio

Violência contra as mulheres

Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM), coordenação nacional do Lobby Europeu das Mulheres (LEM), assinala o 25 de Novembro alertando que a violência contra as mulheres, em todas as suas formas, continua a ser uma das mais graves, persistentes e negligenciadas crises de direitos humanos

Os números não deixam margem para dúvidas, e são uma evidência da brutal dimensão do problema: uma em cada três mulheres no mundo já foi vítima de violência física ou sexual ao longo da vida (segundo o mais recente estudo da Organização Mundial da Saúde [1]) e as últimas duas décadas registaram pouco ou nenhum progresso na sua redução. Esta realidade exige ação urgente, firme e coordenada.

Em 2025, Campanha UNiTE das Nações Unidas coloca no centro da mobilização global uma dimensão de violência que cresce de forma acelerada: a violência digital contra mulheres e raparigas. No ano em que o mundo assinala os 30 anos da Plataforma de Ação de Pequim, estamos perante uma mutação da violência: a violência digital, alimentada pela misoginia, pelo ódio organizado, pela pornografia violenta e pelas tecnologias avançam mais depressa do que os direitos humanos.

Este fenómeno, que inclui violência com base em imagens [2], perseguição digital e campanhas de ódio, integra o  já conhecido ‘continuum de violência’ [3] contra raparigas e mulheres. Esta violência move-se, sem barreiras, entre o  online e offline, revelando a linha cada vez mais ténue que separa estas duas  esferas.

Neste contexto, importa recordar que a nova Diretiva da União Europeia relativa ao combate à violência contra as mulheres e à violência doméstica constitui um avanço decisivo no reconhecimento da violência digital como crime. Pela primeira vez, quatro formas de abuso online passam a estar claramente definidas como infrações penais: a partilha não consentida de material íntimo ou manipulado, o stalking online, o assédio online e o incitamento ao ódio ou à violência online. Esta Diretiva representa um passo significativo para reforçar a proteção das mulheres e raparigas face à violência baseada no sexo, mas exige ação firme: o Estado português deverá transpô-la para a legislação nacional até 2027. Apelamos, por isso, ao apoio e à promoção desta transposição, essencial para garantir que a ciberviolência é reconhecida, prevenida e punida como o crime que é. 

Afeta desproporcionalmente raparigas, jovens mulheres, defensoras de direitos humanos, jornalistas e mulheres na vida pública, que enfrentam um volume crescente de ameaças e ataques online, com o objectivo de as silenciar, intimidar e expulsar do espaço público.

violência digital aumenta igualmente o risco de violência física, económica e psicológica, constituindo uma forma de controlo coercivo que limita liberdades fundamentais e inviabiliza a participação política, social e económica plena das mulheres. 

Atualmente, menos de metade dos países do mundo têm legislação adequada sobre violência digital, persistindo uma enorme falta de mecanismos eficazes de denúncia e apoio. As plataformas tecnológicas, atores centrais neste ecossistema, continuam também a falhar ao nível da prevenção e da resposta a este fenómeno, permitindo que a violência se normalize. 

Desde 2023, a PpDM tem vindo a implementar o projeto bE_SAFE - Conscientização sobre a CIBERVIOLÊNCIA e defesa de um ambiente online mais seguro para raparigas e mulheres, nomeadamente através da formação de docentes, forças de segurança, serviços sociais e comunidades educativas. O relatório realizado no âmbito deste projecto, resultante de 27 grupos focais (189 crianças e jovens, e 102 docentes e pessoal técnico), aponta para uma normalização e banalização da violência online entre crianças e jovens, a qual tende a ser maioritariamente perpetrada por rapazes e homens (incluindo na violência entre si).

Independentemente da faixa etária, o relatório afirma uma percepção comumente partilhada quanto ao peso que a persistência de estereótipos sobre as raparigas e as mulheres, a sua sexualização e a pressão colocada continuam a assumir no favorecimento destas como principais vítimas da violência online.

Constata-se uma clara continuidade, reconhecida desde logo pelo/as jovens, entre a violência online e a violência presencial, as quais se assumem enquanto extensão de uma mesma dinâmica abusiva.

Não são, portanto, “problemas online”. São crimes reais, com impactos reais, que destroem vidas reais.

Em Portugal, é uma urgência crescente. O relato [4] sobre o aumento do consumo de pornografia cada vez mais violenta entre jovens, que começa cada vez mais cedo e molda perceções de sexualidade e relações de poder, alerta para a necessidade urgente de respostas educativas e preventivas robustas, que enfrentem a influência da pornografia na construção das masculinidades e na normalização da violência sexual. 

Não podemos ignorar que este fenómeno se reflete diretamente no aumento de comportamentos abusivos online e offline, alimentando dinâmicas desiguais entre mulheres e homens desde idades cada vez mais precoces.

Este 25 de Novembro, exige que passemos do reconhecimento à ação.

A violência digital contra mulheres e raparigas não é periférica. Não é “nova”. Não é “menor”. É estrutural. É sistémica. E serve interesses económicos, políticos e patriarcais.

Neste sentido, e em linha com o Relatório sobre a Ciberviolência contra as Mulheres (2024) do LEM, exigimos:

  • Que o Estado português assuma a violência digital como uma prioridade política nacional, com leis específicas, eficazes e aplicadas.
  • Que as plataformas tecnológicas,  que continuam a lucrar com o ódio, com o assédio e com a violência sexual sejam responsabilizadas e atuem sobre esta realidade.
  • Que se assegure uma educação sexual feminista, que enfrente a pornografia violenta, as masculinidades tóxicas e os padrões culturais que normalizam o abuso.
  • Que haja proteção efetiva para mulheres na vida pública, frequentemente alvos de ataques coordenados que pretendem expulsá-las da participação cívica e política.
  • Que seja feito um investimento real, contínuo e sustentável nas organizações de mulheres - , que são quem verdadeiramente apoia, acolhe, forma, denuncia e  transforma -, bem como um reforço da cooperação entre as várias entidades implicadas (intervenientes da UE, Estados-Membros, setor tecnológico, sociedade civil, vítimas, instituições nacionais de direitos humanos, organizações de direitos das mulheres, etc.)
  • Que se ponha um fim à impunidade.

     

A violência digital é violência real, e mata.

O 25 de Novembro não é apenas um dia de evocação. É um dia de luta.

Unimos a nossa voz à de milhões de mulheres e raparigas em Portugal e no mundo. 

Unimo-nos para acabar com a violência digital. Unimo-nos para acabar com todas as formas de violência contra mulheres e raparigas.

 

25.11.2025 | par martalanca | Violência contra as mulheres

Inauguração do Jardim do Memorial do Massacre de Santa Cruz

No âmbito do projeto “Parceria para o Reforço da Governação Urbana, Inclusão Social e Promoção do Empreendedorismo, em Díli, Timor-Leste”, terá lugar no dia 26 de novembro, às 17 horas, a inauguração do Jardim do Memorial do Massacre de Santa Cruz - terminando a implementação deste projeto, que durou 42 meses (1 de maio de 2022 até 30 de novembro de 2025), com um evento marcante.

Nesta cerimónia, cujo anfitrião será o Ministro da Administração Estatal, em parceria com a Delegação da União Europeia em Timor Leste, cofinanciadora do projeto e com a UCCLA, coordenadora do mesmo, será apresentado o mais recente espaço público requalificado na capital que dispõe de espaços verdes, zonas pedonais, iluminação, sanitários públicos, um Memorial e um Centro de Interpretação onde pode ser prestada homenagem e relembrado o Massacre de Santa Cruz, que ocorreu a 12 de novembro de 1991 e que marcou um ponto de viragem na Luta pela Libertação de Timor-Leste. 

Além do Ministro da Administração Estatal, Tomás do Rosário Cabral, a cerimónia contará com outros membros do governo, membros do Parlamento Nacional, Embaixador de Portugal em Dili, Duarte Bué Alves, Embaixador da Delegação da União Europeia em Dili, Thorsten Bargfrede, Secretária-Geral Adjunta da UCCLA, Paula Leal da Silva, e ainda com representantes da autoridade municipal da cidade capital, bem como de outras altas entidades e representantes do corpo diplomático. 

O projeto Parceria para o Reforço da Governação Urbana, Inclusão Social e Promoção do Empreendedorismo em Díli, Timor-Leste, ref.ª CSO/LA/2021/428-398, tem o financiamento da União Europeia e cofinanciamento do Governo de Timor-Leste, é implementado pelos parceiros Autoridade Municipal de Díli (AMD), União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e Câmara Municipal de Lisboa (CML), sob orientação do Ministério da Administração Estatal.

Militares indonésios abriram fogo sobre a multidão presente no cemitério de Santa Cruz e provocaram a morte de 74 pessoas no local. (Max Stahl)Militares indonésios abriram fogo sobre a multidão presente no cemitério de Santa Cruz e provocaram a morte de 74 pessoas no local. (Max Stahl)

25.11.2025 | par martalanca | timor leste

Rito de Transição: Corpo T

estreia na Sala Estúdio Valentim de Barros a 3 de dezembro

Rito de Transição: Corpo T é a nova criação de Ritó Natálio, que se apresenta na Sala Estúdio Valentim de Barros, nos Jardins do Bombarda, de 3 a 7 de dezembro. Uma coprodução do Teatro Nacional D. Maria II e da Associação Parasita, o espetáculo integra o STAGES – Sustainable Theatre Alliance for a Green Environemental Shift, um projeto cofinanciado pela União Europeia e, através do qual, ao longo de três anos, Ritó Natálio desenvolveu uma pesquisa que cruzou as artes e as ciências, refletindo sobre ambientes não-binários, biotecnologia, processos de transição corporal, social e ecológica, e o espaço teatral.

Rito de Transição: Corpo T resulta deste processo de investigação e apresenta-se como uma ode às parentalidades e infâncias queer, brincando com a linguagem que se transmite e que transita entre a boca de pessoas adultas e a boca das crianças (e vice-versa). Uma fábula política dedicada aos processos de transição — corporal, hormonal, social e ecológica —, onde se cruzam bichos inventados, com sete asas e zero olhos, florestas feridas por monstros, danças de ovos e casulos e mitologias para corpos em flor que desejam a transformação.
Nestas histórias, o que está por vir é uma cicatriz do que aconteceu há muito tempo. Experimenta-se traduzir essa cicatriz em língua de crianças, criar peles vegetais, esculpir bocas de pedra e, sempre que possível, brincar. Um rito compartilhado de transição, que experimenta ser um poema intergeracional e habitar um espaço alquímico entre artes e ciências.

Rito de Transição: Corpo T é, assim, uma fábula política idealizada por Ritó Natálio, sobre o que se transforma (e o que se perde), num mundo em aceleração constante. O espetáculo conta com performance e colaborações de Jonas Van, Penélope Levi Natálio, Ritó Natálio e Shereya.

Em cena na Sala Estúdio Valentim de Barros, nos Jardins do Bombarda, em Lisboa, de 3 a 7 de dezembro, o espetáculo conta com interpretação em Língua Gestual Portuguesa na última sessão, no dia 7 de dezembro, domingo, às 16h.

25.11.2025 | par martalanca | Ritó Natálio

Kriolu Ku Gii ao vivo em Assomada – Debate sobre a Oficialização da Língua Cabo-verdiana

Local: Rua d’Arte – Cidade de Assomada
Data: 28 de Novembro de 2025 (sexta-feira)
Hora: 16h00 – 18h30

Tema central do evento

“Ofisializason di Língua Kabuverdianu – Kaminhus, Dizafius i Konsensu”
(Oficialização da Língua Cabo-verdiana – Caminhos, Desafios e Consensos)

Este debate pretende contribuir para a discussão nacional sobre a oficialização e o ensino da nossa língua, reunindo especialistas, artistas, estudantes e comunidade local. 

Programação

  • Abertura – Enquadramento do tema e apresentação (Gii)

  • Painel 1 — Variantes da Língua Cabo-verdiana 

  • Painel 2 — Ofisializason di Kriolu (estatuto legal)
    – Prof. Marciano Moreira — situação jurídico-legal do processo de oficialização
    – Crisálida Correia — identidade cabo-verdiana e implicações educacionais
    – Maria José — importância da escrita em língua materna (abordagem poética)

  • Interação com o público – Perguntas e respostas

  • Encerramento – Nota final e performance artística


Convidados principais

  • Prof. Marciano Moreira —  oficialização do Kriolu (estatuto legal)

  • Crisálida Correia — identidade e ensino

  • Maria José — literatura em língua materna

  • Gii — moderação / apresentação

25.11.2025 | par martalanca | língua caboverdiana

Sessão especial do filme “Contos do Esquecimento" em Lagos

 

Seguido de debate com a realizadora Dulce Fernandes, Luís Raposo (arqueólogo) e Marta Araújo (investigadora). 29 de novembro de 2025 19h00-20h30Local: Auditório do Edifício dos Paços do Concelho Séc. XXI, Lagos

Entrada gratuita mediante inscrição obrigatória em: https://forms.gle/ffEQyM4whQCyPBFU8

CONTOS DO ESQUECIMENTO documentário | 63’ | 2023
Achados arqueológicos recentes em Lagos, no sul de Portugal, revelaram o passado esquecido do papel de Portugal no tráfico transatlântico de africanos escravizados. Invocando a distância entre o que queremos esquecer e a urgência da memória, Contos do Esquecimento é um território de revelação do passado no presente.

 

21.11.2025 | par martalanca | Contos do Esquecimento, Lagos

O Agente Secreto

No próximo sábado, dia 22, às 21h15, o Cinema Ideal apresenta uma sessão especial de O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, que conta com a presença da actriz Isabél Zuaa. A participação da actriz oferece ao público uma oportunidade privilegiada de contacto com o outro lado do filme, enriquecendo o diálogo que a obra suscita. Isabél Zuaa é uma actriz portuguesa com carreira consolidada no Brasil e em Portugal.


Ambientado em 1977, durante uma época particularmente sombria da ditadura militar no Brasil – que perdurou até 15 de Março de 1985 –, a história acompanha Marcelo, um professor que abandona São Paulo para regressar a Recife (Pernambuco), a sua cidade natal. Na tentativa de se afastar de um passado marcado pela violência, Marcelo tenta reconstruir a vida num ambiente que, à primeira vista, parece proporcionar-lhe a paz que ambiciona. Mas depressa descobre que ali as pessoas vivem sob o mesmo clima de repressão e medo que julgava ter deixado para trás. Em competição no Festival de Cinema de Cannes, onde o actor Wagner Moura recebeu o prémio de melhor actor e Kleber Mendonça Filho (“O Som Ao Redor, “Aquarius, “Bacurau, “Retratos Fantasmas) o de melhor realizador, este “thriller” político foi também laureado com o prémio FIPRESCI, atribuído pela Federação Internacional de Críticos de Cinema. O elenco integra ainda Carlos Francisco, Robério Diógenes, Roney Villela, Gabriel Leone, Alice Carvalho, Hermila Guedes, Isabél Zuaa, Maria Fernanda Cândido e Tânia Maria. 

20.11.2025 | par martalanca | O Agente Secreto