Como descolonizar as nossas cidades?

30 de junho e 1 de julho | 18h00-20h30  No âmbito do projeto  ReMapping Memories Lisboa - Hamburg - Ciclo de debates online Link de acesso na página do evento em goethe.de/portugal

 

No âmbito do projeto ReMapping Memories Lisboa - Hamburg, o Goethe-Institut Portugal organiza Como descolonizar as nossas cidades?, o segundo ciclo de debates online que procuram repensar o conceito de memória (pós)colonial e a sua implementação na relação com a cidade. Nos dias 30 de junho e 1 de julho, entre as 18h00 e as 20h30, políticos, ativistas e investigadores debatem estratégias, conceitos e ideias para uma descolonização sustentada das nossas cidades numa conferência digital europeia que reúne especialistas portugueses, alemães e espanhóis.

No dia 30 de junho, o debate abre com o tema Políticas e práticas de memória para a cidade como um todo: Lisboa e Hamburgo e conta com uma mensagem em vídeo de Carsten Brosda, Senador do Ministério da Cultura e dos Media de Hamburgo, seguido por intervenções de Catarina Vaz Pinto, Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Jordi Rabassa Massons, Conselheiro da Memória Democrática em Barcelona, Beatriz Gomes Dias, da Associação Djass - Associação de Afrodescendentes, de Lisboa, e Kodjo Valentin Glaeser, do Conselho Consultivo para a Descolonização de Hamburgo.

De seguida, pelas 19h30, sob o tema Contranarrativas: novas toponímias, vestígios anticoloniais, histórias esquecidas, José Lino Neves, da Associação Batoto Yetu, em Lisboa, aborda “A memória da presença africana em Lisboa”, Tahir Della (ISD / Decolonize Berlin) intervém sobre “Renomear as ruas como um processo negocial” e Gisela Ewe, do Arquivo Público de Hamburgo, sobre “Um plano municipal para lidar com as toponímias”.

No dia 1 de julho, o tema de abertura é Monumentos (anti)coloniais, espaços para abrir debate? e conta com as intervenções de Joachim Zeller (historiador, Berlim) com “O Monumento a Wissmann em Hamburgo – Recontextualizar o passado”, de Anja Hesse (Câmara Municipal de Braunschweig) com “O Monumento Colonial de Braunschweig – A intervenção artística como contra-narrativa”, de  Evalina Dias (Associação Djass - Associação de Afrodescendentes, Lisboa), de Judite Primo (Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento, Lisboa) com “Memorial de Homenagem às Pessoas Escravizadas – Entre a memória e amnésia coletiva”, e de Philip Kojo Metz (artista, Berlim) com “Nada mais – Vazios (pós)coloniais no espaço urbano”.

O segundo dia de debates termina com Como projetar as cidades anticoloniais e antiracistas do futuro? com Cristina Roldão, investigadora do CIES-ISCTE - Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, em Lisboa, e professora na ESE do Instituto Politécnico de Setúbal, e Natasha A. Kelly, escritora, investigadora em comunicação e artista, em Berlim.

ReMapping Memories Lisboa – Hamburg: Lugares de Memória (Pós)Coloniais propõe pensar a relação da cidade com a colonialidade: o modo como o colonialismo e a resistência anticolonial são transmitidos na memória coletiva, nos vestígios materiais e no espaço público das cidades portuárias de Hamburgo e Lisboa. Partindo destes dois antigos centros do colonialismo europeu, procura-se evidenciar como as relações de poder de matriz colonial perduram até hoje, e encontrar modos de inscrever outras histórias nos debates sobre as disputas de memória e estratégias de descolonialização das cidades europeias. Esta iniciativa foi deliberadamente concebida como um projeto europeu, para assim salientar a dimensão e interligação europeias presentes no fenómeno do colonialismo. No centro de ReMapping Memories Lisboa - Hamburg encontra-se o desenvolvimento de uma página com mapas digitais das cidades de Hamburgo e Lisboa, onde irão sucessivamente ser publicados diversos lugares de memória (pós)coloniais, mais ou menos evidentes, com abordagens que os contextualizam, analisam e acrescentam contranarrativas ao processo de memorialização do espaço urbano.

por vários
Cidade | 24 Junho 2021 | ReMappingMemoriesmemória