11 de abril, às 18h30, na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto | Artista Ayrson Heráclito fala sobre escravatura e colonização

Aula Aberta, dia 11 de abril, às 18h30, na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto

Artista Ayrson Heráclito fala sobre escravatura e colonização

Sacudimentos: a reunião das margens atlânticas

O artista Ayrson Heráclito irá apresentar na Escola das Artes a performance “Sacudimentos”, realizada na Casa da Torre e na Maison des Esclaves em Gorée, em 2015. Unindo duas margens do Atlântico, uma associada ao antigo sistema colonial português, no caso da Casa da Torre dos Garcia d’Ávila, na Bahia, e a outra ao sistema escravista que ligou a África ao continente americano, no caso da Maison des Esclaves (Casa dos Escravos), na ilha de Gorée, a performance é uma espécie de “exorcismo” realizada em dois grandes monumentos arquitetónicos ligados ao tráfico atlântico de escravos e à colonização. Como retomar criticamente o passado colonial e o escravismo para refletir sobre as condições históricas e sociais do presente nas duas margens atlânticas e quais as consequências duradouras da colonização e do escravismo para a África e para o Brasil, são algumas das questões apresentadas na performance. Heráclito vai estar na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto, a participar numa aula aberta no próximo dia 11 de abril, às 18h30.

Doutorado em Semiótica na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e professor do curso de Artes Visuais do Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, Ayrson Heráclito dará uma aula aberta no próximo dia 11 de abril, às 18h30, na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto.

Nascido em Macaúbas, Bahia, em 1968, o artista, curador, pesquisador e professor assume nas suas obras diferentes linguagens das artes visuais, como a pintura, desenho, escultura, fotografia, audiovisual, instalação e performance, lidando com frequência com elementos da cultura afro-brasileira. Partindo do contexto histórico da colonização e da escravização de povos africanos no Brasil, expropriados da sua humanidade, para serem usados como mão de obra no cultivo da cana-de-açúcar, o artista concebeu o conceito de corpo afro-diaspórico: um corpo arrancado à força do seu Continente, atravessando o oceano – “Atlântico Negro” – e inserido num projeto de país construído pelas ações da desumanidade e da violência, que deixou um legado de extrema desigualdade social e profunda pobreza.

Os seus trabalhos foram expostos em importantes eventos internacionais, como a Bienal de Veneza, Itália (57ª edição, em 2017), o Fowler Museum, em Los Angeles, EUA (2017), o European Centre for Contemporary Art, na Bélgica (2012), o Malba, Argentina (2010), a Kunst Film Biennial, Alemanha, a II Trienal de Luanda, em Angola, a 2ª Changjiang International Photography and Video Biennial, na China, o Weltkulturen Museum, Alemanha, ou nas Bienais III e X do Mercosul, ambas no Brasil.

Também no Brasil, os trabalhos de Ayrson Heráclito foram já apresentados em espaços de exibição, como o Museu de Arte do Rio (MAR/RJ), a Associação Cultural Videobrasil (SP), a Pinacoteca do Estado de São Paulo (SP), o Museu de Arte Contemporânea (MAC, RJ), a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ), o Museu de Arte Moderna da Bahia (BA), o SESC Pompeia (SP), o Museu da Cidade (OCA, SP) e o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB, BSB).

Algumas das suas obras integram também coleções de alguns museus e instituições, como a Coleção Itaú Cultural (São Paulo, Brasil), o Instituto Inhotim (Brumadinho, Minas Gerais), o Museum der Weltkulturen (Frankfurt, Alemanha), o Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro, Brasil) a Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo, Brasil), o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (São Paulo, Brasil), a Raw Material Company (Dakar, Senegal) e o Museu de Arte Moderna da Bahia (Salvador, Brasil).

Esta aula aberta integra o ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”, um programa com co-curadoria de Lilia Schwarcz (antropóloga e historiadora brasileira) e Nuno Crespo, que contempla uma agenda de concertos, conferências, exposições e performances, que vão decorrer entre 16 de fevereiro e 24 de maio. O ciclo é organizado pela Escola das Artes, em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA).

08.04.2024 | por mariana | ayrson heráclito, colonização, Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, escravatura

Histórias difíceis, legados difíceis - Como ensinar e falar sobre escravatura e comércio transatlântico de escravos | Museu Nacional de História Natural e da Ciência

Formação para Professores

O Museu Nacional de História Natural e da Ciência é parceiro da Fundação Calouste Gulbenkian e do Slave Wrecks Project, na formação para professores “Histórias difíceis, legados difíceis - Como ensinar e falar sobre escravatura e comércio transatlântico de escravos”. A formação decorre na Fundação Calouste Gulbenkian de 1 a 5 de julho e de 8 a 12 de julho. As inscrições já estão abertas! 

Esta formação teórico-prática de uma semana tem como objetivo formar professores, mediadores de museus e outros profissionais da área educativa na abordagem de histórias difíceis, tais como o tráfico transatlântico de escravos. Focando-se na apresentação de elementos históricos que contextualizam o papel de Portugal no comércio de escravos, esta formação destaca os importantes legados desse comércio, desconstruindo alguns preconceitos ainda enraizados na memória pública portuguesa.

Criada e ministrada pelo Slave Wrecks Project (projeto dedicado à investigação da história da escravatura, tráfico de escravos e seus legados) em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, esta formação terá a participação de académicos portugueses e norte-americanos cujo trabalho se tem destacado pela investigação deste tópico e respetivas abordagens pedagógicas, de forma inclusiva e equitativa.

A formação contará com workshops dirigidos pela coordenação técnica do curso e académicos convidados, destinados a refletir sobre os atuais programas escolares, e apresentar abordagens alternativas com base em histórias específicas de pessoas escravizadas, lugares, comerciantes, e navios, com a intenção de humanizar e materializar essas histórias.

A formação incluirá também uma visita ao MUHNAC-ULisboa e outros espaços públicos de Lisboa para identificar e refletir em conjunto sobre a visibilidade ou invisibilidade da história da escravidão na memória pública e nos seus espaços.

Adicionalmente, o curso contará com uma formação de um dia em Storymaps (ArcGIS), ministrada pela ESRI, com o principal objetivo de fornecer aos professores ferramentas e técnicas pedagógicas que poderão depois ser utilizadas nas salas de aula.

Cada semana de formação terminará com uma palestra aberta ao público (5 e 11 de Julho), no auditório 3, onde participarão os académicos convidados.

O curso destina-se especialmente a professores de História do ensino básico – do 5.º ao 9.º anos de escolaridade. No entanto, professores de outras disciplinas e níveis de ensino podem participar, assim como profissionais das áreas pedagógicas de museus. Tem a duração de 1 semana, de segunda a sexta-feira, das 10:00 às 17:30, com intervalo das 13:00 às 14:30.

Será lecionado maioritariamente em português (PT), com duas sessões em inglês (EN) com tradução simultânea. O bilhete do curso inclui a formação em Storymaps e entrada nos museus. Os participantes devem assegurar a deslocação e refeições.

Esta formação é apoiada pela Embaixada dos Estados Unidos da América em Lisboa, e tem a colaboração do Museu de História Natural e Ciência da Universidade de Lisboa, e do Museu de Lisboa.

Programa, inscrições e mais informações aqui

04.04.2024 | por Nélida Brito | Africa-Portugal, educação, escravatura

Mulheres e Escravatura em África e na América: Uma Abordagem Comparativa

 

Nos dias 4 e 5 de julho (2024), acontecerá uma conferência internacional na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Organizada pela Eugénia Rodrigues e por Robson Costa, esta conferência tem como objetivo discutir as múltiplas faces da escravidão de mulheres e meninas na América e na África, numa pespectiva comparativa, regional ou local.  O evento contará com a presença das oradoras Adriana Dantas Reis e Mariana P. Candido.  


Para mais informações consultar: Centro de História da Universidade de Lisboa (ulisboa.pt)

 

21.03.2024 | por Nélida Brito | África-América, discussão, escravatura, FLUL, mulheres

Conversa-debate “Memorializar a Escravatura no espaço público português"

03.02.2024 | 16H | RAMPA I com Evalina Gomes Dias (Djass – Associação de Afrodescendantes), Marta Lança (BUALA) e Paulo Moreira (INSTITUTO), moderada por Nuno Coelho (curador da exposição).

Uma conversa em torno da memorialização da Escravatura no espaço público português, tendo como ponto de partida o processo de criação do Memorial de Homenagem às Pessoas Escravizadas, em Lisboa, uma iniciativa da Djass – Associação de Afrodescendentes. Esta conversa servirá, também, para olhar para os vários lugares que perpetuam a memória do Conde de Ferreira, na cidade do Porto e no resto do país, de forma a indagar como estes poderão ser ressignificados, contribuindo para a promoção de uma visão critica sobre o envolvimento de Portugal no tráfico transatlântico de pessoas escravizadas. Será possível, alguma vez, estes lugares virem a ser ressignificados?
***Evalina Gomes Dias (Dakar, 1968) é licenciada em Gestão de Recursos Humanos (ISCSP) e Mestre em Estudos do Desenvolvimento (ISCTE). Ativista pelos Direitos Humanos, Migrantes/Refugiados e requerentes de asilo. Desde 2019 desempenha funções de tutoria na disciplina de Política Social na Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Aberta. É fundadora e presidente da Djass – Associação de Afrodescendentes, criada em 2016, organização onde também atua como gestora de projectos. Em 2017, a associação propôs e foi vencedora de um projeto para a criação de um Memorial de homenagem às pessoas escravizadas em Lisboa, uma iniciativa proposta no âmbito do Orçamento Participativo de Lisboa, e que ainda se encontra em fase de negociação com Câmara Municipal (CML).Marta Lança (Lisboa, 1976) é formada em Estudos Portugueses, Literatura Comparada e Edição de Texto e doutoranda em Estudos Artísticos na FCSH-UNL. Criou as publicações “V-ludo”, “Dá Fala” e, desde 2010, é editora do site BUALA, sobre questões decoloniais e do sul global. Em Luanda lecionou na Universidade Agostinho Neto e colaborou com a I Trienal de Luanda e em Maputo trabalhou no festival de documentário Dockanema. Como programadora organizou, entre outros: “Roça Língua, encontro de escritores lusófonos” (São Tomé e Príncipe, 2011); o ciclo “Paisagens Efémeras”, dedicado a Ruy Duarte de Carvalho (Lisboa, 2015); “Expats” (com Rita Natálio, FITEI, Porto, 2015); “Vozes do Sul” (Festival Silêncio, Lisboa, 2017); conferência no projeto NAU com o Teatro Experimental do Porto (2018); o ciclo “Para nós, por nós: produção cultural africana e afrodiaspórica em debate” (com Raquel Lima, 2018), “Sou esparsa e a liquidez maciça: gestos de liberdade” (Maat, 2020), “TERRA BATIDA” (com Rita Natálio, 2020), “Bibliotera”, com Filipa César e Marinho Pina (Meia Noite - Anozero Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, 2022). Coordena o projecto “ReMapping Memories: Lugares de Memória (Pós)coloniais”. Traduziu pensadores africanos como Achille Mbembe e Felwine Saar. Faz pesquisa e escrita para cinema e teatro, escreveu no Público e em várias publicações e, atualmente, escreve crónicas na revista Almanaque. É autora de “Infinitas-pessoas-mais-uma” (Tigre de papel, 2019), coautora de “FUTUROS CRIATIVOS Economia e Criatividade em Angola, Moçambique e Timor-Leste” (Acep, 2019) e organizou os livros “Roça Língua” (2015), “Diálogos com Ruy Duarte de Carvalho” (2018) e “Este corpo que me habita” (2014). Em cinema colaborou em produção, pesquisa e argumento com Margarida Cardoso, Pedro Pinho, Leonor Noivo, Filipa Reis, João Nicolau, Luísa Homem e Tiago Hespanha. Envolve-se em vários projetos de cultura com o Brasil e países africanos de língua portuguesa.Paulo Moreira (Porto, 1980) é arquiteto e investigador, sediado no Porto. Formou-se pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto em 2005, tendo estudado também na Accademia di Architettura, Mendrisio (Suiça). Doutorou-se pela London Metropolitan University em 2018, onde concluiu mestrado, com distinção, em 2009. Desde 2011 exerce atividade no estúdio Paulo Moreira Architectures, onde desenvolve projetos de arquitetura e de pesquisa no campo da arquitetura e cruzamentos disciplinares. No campo da prática disciplinar, tem sido premiado pelos projetos de reabilitação, públicos e privados, de escalas e tipologias diversas. No campo académico, investiga práticas espaciais e urbanismo em contextos pós-coloniais, tendo publicado diversos artigos e livros, e lecionado em Portugal e no estrangeiro. Foi co-coordenador do Observatório da Chicala, projeto sediado na Universidade Agostinho Neto (Angola), e é membro de África Habitat, projeto de investigação da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. No campo da produção cultural, é fundador do INSTITUTO, espaço cultural no Porto, onde é diretor artístico, e desde 2021 é co-diretor do Arquiteturas Film Festival. Ao longo dos anos, tem tido diversas experiências em contextos de Bienais e Trienais. Participou no Pavilhão de Portugal em duas edições da Exposição Internacional de Arquitetura, La Biennale di Venezia (Homeland, 2024; e In Conflict, 2020). Participou na Trienal de Arquitetura de Lisboa (2007 e 2013) e na Trienal de Arquitetura de Oslo (2016 e 2019). Foi vencedor de vários prémios e bolsas, incluindo o Global Energy Award - Angola (2016) pela construção de uma escola em Luanda; Prémios Novos na categoria de Arquitetura (Fundação Calouste Gulbenkian, 2015); Prémio IHRU (2014); Prémio Távora (Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos, 2012); Prize for Social Entrepreneurship (London Met, 2009); Noel Hill Travel Award 2009 (American Institute of Architects - UK chapter).Nuno Coelho (Bruxelas, 1976) é designer, artista e curador, sediado no Porto; professor do Departamento de Arquitetura (DARQ) da Universidade de Coimbra, onde leciona nos cursos de licenciatura e mestrado em Design e Multimédia; e investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20) da mesma universidade. Doutorado em Arte Contemporânea (Univ. Coimbra); Master em Design e Produção Gráfica (Univ. Barcelona); e Licenciado em Design de Comunicação e Arte Gráfica (Univ. Porto). Como designer, desenvolveu trabalhos para diversas entidades em Portugal e no estrangeiro, na sua maioria agentes artísticos e instituições culturais. Como investigador e curador, tem coordenado exposições e programas públicos, tendo interesse em história, cultura material, humanidades digitais e representação e semiótica visuais. Desenvolveu vários projetos autorais, na intersecção entre o design e a arte, sobre dois eixos essenciais: temas sociais e políticos; e temas de identidade e memória, através da exploração da política de produção de imagens e de arquivos de instituições e marcas comerciais históricas portuguesas. É autor de dois livros e editor de outros dois. Os seus trabalhos mais relevantes são: exposições e livros “Uma Terra Sem Gente Para Gente Sem Terra” (2007-2016); “Uma História de Confiança” (2017); e “5.º Caderno – Ensaio sobre os Arquivos do Rivoli” (2017); exposição “O Rosto da Confiança” (2016); co-curadoria da exposição “Unmapping the World” (2013); co-curadoria do programa “Post-Amnesia: Dismantling Colonial Manifestations” (2021); e co-curadoria do programa e livro “Um Elefante no Palácio de Cristal” (2021-2023). As suas atividades (curadoria de exposições, exposições individuais e coletivas, palestras, conferências e workshops) tiveram lugar na África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Etiópia, Finlândia, França, Grécia, Irão, Itália, Japão, Lituânia, México, Moçambique, Palestina, Portugal, Reino Unido, Sérvia e Suécia. www.nunocoelho.net

02.02.2024 | por martalanca | Conde Ferreira, escravatura, Nuno Coelho, Rampa

Conversa-debate: Memorializar a Escravatura no espaço público português

Paulo Moreira

Nuno Coelho

Marta Lança

Evalina Gomes Dias

Conversa-debate “Memorializar a Escravatura no espaço público português” com Evalina Gomes Dias (Djass – Associação de Afrodescendantes), Marta Lança (BUALA) e Paulo Moreira (INSTITUTO), moderada por Nuno Coelho (curador da exposição).

Evento do programa paralelo da exposição “Joaquim – O Conde de Ferreira e seu legado” com curadoria de Nuno Coelho.

Jardim da Memória, Ilha de Moçambique- © Nuno Coelho Jardim da Memória, Ilha de Moçambique- © Nuno Coelho


SOBRE                                         PÁTIO DO BOLHÃO 125

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19.01.2024 | por Nélida Brito | Africa, escravatura, Moçambique

"Joaquim – O Conde de Ferreira e seu legado"

INAUGURAÇÃO 

15.12.2023
Uma exposição de Barbara Neves Alves & António Ramalho, Dori Nigro & Paulo Pinto, Francisca Calisto, João Ana, Ivo Tavares e Paulo Moreira & Thaís Freire de Andrade 
Curadoria: Nuno Coelho

Programa:
Conversa com artistas e curador
16h | FBAUP Aula Magna
  
Inauguração
18h | Rampa

Joaquim Ferreira dos Santos (Porto, 1782) saiu de uma situação humilde para enriquecer com o tráfico transatlântico de pessoas escravizadas no Brasil. Regressado a Portugal, em 1832, investiu em negócios e apoiou o liberalismo, ganhando o título de Conde de Ferreira. Após a sua morte, em 1866, o seu testamento destinou fundos para projetos sociais, incluindo a construção do primeiro hospital para saúde mental em Portugal (Hospital Conde de Ferreira) e da primeira rede escolar primária no país (120 Escolas Conde de Ferreira). No entanto, a origem da sua fortuna é do desconhecimento geral da sociedade beneficiária. Ao referir-se a esta figura histórica pelo seu nome próprio, simbolicamente destronando-o do pedestal e destituindo-o do título, esta exposição pretende indagar e problematizar este homem, o seu legado e o que representa hoje, convocando profissionais das artes visuais e performativas, arquitetura e design. Complementada por um programa paralelo, a exposição pretende criar espaço para uma urgente e necessária reflexão coletiva sobre o passado e presente da sociedade portuguesa.

Programa paralelo 

16.12.2023 + 06.01.2024
16h | Rampa
Visitas guiadas à exposição

13.01.2024
16h | Rampa

Projeção do filme “Debaixo do Tapete” (48’) de Catarina Demony & Carlos Costa seguida de conversa com Catarina Demony e Nuno Coelho, moderação de Alexandra Balona

20.01.2024
16h | Rampa
Performance “Alva Escura” (20’) de Dori Nigro & Paulo Pinto

27.01.2024
16h | Rampa
Conversa-debate “Ecos silenciados: entre a memória e a censura” com Dori Nigro, Paulo Pinto, Georgia Quintas e Virgílio Ferreira, moderação de Alexandra Balona

03.02.2024
16h | Rampa
Conversa-debate “Memorializar a escravatura no espaço público português” com Evalina Gomes Dias, Marta Lança e Paulo Moreira, moderação de Nuno Coelho

Esta exposição tem o apoio do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra (CEIS20) / Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e da Direção-Geral das Artes / Ministério da Cultura. A Rampa é uma estrutura financiada pela Direção-Geral das Artes / Ministério da Cultura e pelo Criatório / Câmara Municipal do Porto.

12.12.2023 | por martalanca | Conde Ferreira, escravatura, memorialização, Rampa

MANIFEST - Novas Perspetivas Artísticas sobre as Memórias do Comércio Transatlântico de Pessoas Escravizadas

Showcase do projeto MANIFEST - Novas Perspetivas Artísticas sobre as Memórias do Comércio Transatlântico de Pessoas Escravizadas, que irá decorrer no dia 23 de outubro de 2023, na Rua de São Marçal, 7, junto ao Pólo da Junta de Freguesia da Misericórdia. 
O projeto MANIFEST é um projeto co-financiado pela Europa Criativa, focado na importância da arte para a memória coletiva, que pretende divulgar novas perspetivas artísticas que reflitam sobre o tema do comércio transatlântico de pessoas escravizadas. O projeto, que envolve criação audiovisual, realidade virtual e realidade aumentada, conta com uma Artistic Journey com várias etapas, entre as quais uma residência artística em Lisboa que irá trazer a Portugal 22 artistas provenientes de mais de 10 países diferentes, depois de um processo de seleção que envolveu um call internacional onde participaram 227 artistas.
Este Showcase será a primeira oportunidade para o público entrar em contacto com os trabalhos artísticos que estão a ser desenvolvidos no âmbito do projeto, bem como conhecer e conversar com os artistas.
As portas do evento abrirão às 17h, e, a partir das 18h, haverá apresentações individuais de cada um dos 12 projetos. Pode saber mais sobre todos os trabalhos neste link.

19.10.2023 | por martalanca | escravatura, manifest

Restituição e repartição na identidade pós-conflito – Ngonani mu ta wona: uma viagem no tempo ao palácio das colónias

Ngonani mu ta wona (“venham ver”, em língua chope) é um convite para revisitar a I Exposição Colonial Portuguesa, realizada na cidade do Porto, em 1934.
Trata-se de um evento de exaltação da pretendida grandiosidade do antigo império, ante os olhos curiosos dos cidadãos da então metrópole. Entre outras atracções, a Exposição destacou-se pela exibição pública de pessoas oriundas das antigas colónias, apresentadas em simulacros dos seus meios sociais e culturais “originais”.

A presente exposição apresenta quinze fotografias produzidas e divulgadas no contexto da realização do evento, particularmente, da presença de pessoas trasladadas de diversos pontos do então território colonial de Moçambique. Deste grupo de indivíduos, destacam-se os chopes da zona sul de Moçambique que, com a exibição da sua Timbila, atraíram significativamente a atenção do público.

A estas gentes, somaram-se outras gentes levadas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Goa, Macau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e, eventualmente outras, numa longa jornada de três meses em que “viram e foram vistos” nas alamedas do Palácio das Colónias, construído exclusivamente para o efeito.

O material aqui apresentado é, em si, um testemunho literalmente ocular do papel desempenhado pela fotografia na construção simbólica que se pretendia em eventos desta natureza: a materialização de um determinado imaginário contido na propaganda do regime político então vigente.

Agradecemos, assim, aos arquivos portugueses – nomeadamente, o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, o Arquivo Histórico Municipal do Porto e o Centro Português de Fotografia – pela gentil cedência de parte de um vasto acervo fotográfico que constitui um importante património documental da experiência histórica de Moçambique, dos moçambicanos e da sua cultura.
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Organização: Marílio Wane

Patente até 10 de Dezembro 2021, nas grades exteriores do CCFM e CCMA
Créditos da fotografia: Câmara Municipal do Porto/Arquivo Histórico. Identificador 692698

No âmbito do Ciclo de Debates sobre “Restituição e reparação na identidade pós-conflito”
Mais informações aqui.

Ngonani mu ta wona! Iniciativa Mbenga: artes e reflexões e Oficina de História (Moçambique)

19.11.2021 | por Alícia Gaspar | colonialismo, escravatura, exposição, fotografia, ngonani mu ta wona, pós-colonialismo

Palestra de Françoise Vergès“L’Atelier e outras práticas artísticas decoloniais. Fomentando o anti-capitalismo e o anti-racismo político”

18h30, 27 de novembro, 2018

Hangar – Centro de Investigação Artística, Lisboa
Françoise Vergès examinará algumas das práticas culturais e artísticas que tem desenvolvido nos últimos quinze anos: o museu sem objectos, “Banana and Imperialism: A Travel Across Time and Space”, “The Slave in the Louvre: An Invisible Humanity”, e L’Atelier, um workshop colectivo e colaborativo com artistas negros em Paris.
Françoise Vergès é uma académica feminista e anti-racista, que tem escrito profusamente sobre Frantz Fanon, Aimé Césaire, memórias da escravatura, o museu decolonial e feminismo. No seu livro mais recente, “The Black Women’s Womb. Capitalism, Race, Feminism” (2017), explora a política racial do controle da natalidade desde o tráfico de escravos até aos dias de hoje, e critica o feminismo branco e burguês.Vergès passou a sua infância na Reunião, e viveu na Argélia, em França, no México, em Inglaterra e nos Estados Unidos. Depois de ter trabalhado como jornalista e editora no movimento feminista francês, mudou-se para os Estados Unidos em 1983, onde trabalhou antes de se inscrever na universidade. Licenciou-se summa cum laude em Ciência Política e Estudos de Género em San Diego, e doutorou-se em Ciência Política em Berkeley, Califórnia (1995). A sua tese “Monsters and Revolutionaries. Colonial Family Romance”, com que obteve o prémio de melhor tese em teoria política, foi publicada pela Duke University Press (1999). Leccionou na Universidade de Sussex e no Goldsmiths College em Inglaterra. Tornou-se membro do Comité pour la mémoire et l’histoire de l’esclavage (Comité para a memória e a história da escravatura) em 2004 (Taubira Act de 2001), e foi sua presidente entre 2009 e 2012. Entre 2003 e 2010, desenvolveu o programa científico e cultural para um museu para o século XXI na Ilha da Reunião. É igualmente membro de várias instituições que trabalham para a prevenção da discriminação e do racismo; pertence à direcção da Galerie Bétonsalon e ao conselho científico da Fondation Lilian Thuram – Éducation contre le racisme. Vergès foi também directora do Programa Global South(s) no Collège d’Études Mondiales de 2014 a 2018. 
As suas publicações incluem: “Décolonisons les Arts!”, L’Arche, Paris, 2018, com Leïla Cukeirman e Gerty Dambury; “Le ventre des femmes. Capitalisme, racialisation, féminisme”, Albin Michel, Paris, 2017; “Exposer l’esclavage: méthodologies et pratiques. Colloque international en hommage à Édouard Glissant”, Africultures, Paris, 2013; “L’Homme prédateur. Ce que nous enseigne l’esclavage sur notre temps”, Albin Michel, Paris, 2011; “Ruptures postcoloniales: Les nouveaux visages de la société française”, com Nicolas Bancel, Florence Bernault, Pascal Blanchard, Ahmed Boubakeur e Achille Mbembe, La Découverte, Paris, 2010. 
Organização: Ana Balona de Oliveira (CEC-FLUL & IHA-FCSH-NOVA).Evento integrado no ciclo de conversas e palestras ‘Pensando a Partir do Sul: Comparando Histórias Pós-Coloniais e Identidades Diaspóricas através de Práticas e Espaços Artísticos’.
Apoio: Centro de Estudos Comparatistas, Universidade de Lisboa; Instituto de História de Arte, Universidade Nova de Lisboa; Fundação para a Ciência e a Tecnologia; Direcção Geral das Artes.

fotografia de Cyrille Choupas. Cortesia Françoise Vergès.fotografia de Cyrille Choupas. Cortesia Françoise Vergès.

Lecture by Françoise Vergès “L’Atelier and other artistic decolonial practices. Fostering anti-capitalism and political anti-racism”

6.30 pm, 27 November 2018 Hangar – Artistic Research Centre, Lisbon.
Françoise Vergès will discuss some of the cultural and artistic practices she has been developing in the last fifteen years: the museum without objects, “Banana and Imperialism: A Travel Across Time and Space”, “The Slave in the Louvre: An Invisible Humanity”, and L’Atelier, a collective and collaborative workshop with black artists in Paris.
Françoise Vergès is an anti-racist feminist scholar who has written extensively on Frantz Fanon, Aimé Césaire, memories of slavery, the decolonial museum, and feminism. In her most recent book, “The Black Women’s Womb. Capitalism, Race, Feminism” (2017), she explores the racial politics of birth control from the slave trade to today, and criticizes white bourgeois feminism.Vergès spent her childhood in La Réunion, and has lived in Algeria, France, Mexico, England and the United States. After having worked as a journalist and editor in the women’s liberation movement in France, she moved to the United States in 1983, where she worked before enrolling in university. She obtained a dual Bachelor’s degree summa cum laude in Political Science and Women’s Studies in San Diego, then a Doctorate in Political Science at Berkeley, California (1995). Her thesis “Monsters and Revolutionaries. Colonial Family Romance”, for which she obtained the award for the best thesis in political theory, was published by Duke University Press (1999). She has taught at Sussex University and Goldsmiths College in England. She became a member of the Comité pour la mémoire et l’histoire de l’esclavage (Committee for the remembrance and history of slavery) in 2004 (Taubira Act of 2001), and was its president from 2009 to 2012. Between 2003 and 2010, she developed the scientific and cultural programme for a museum for the 21st century on the island of La Réunion. She is also a member of several institutions working to prevent discrimination and racism; she sits on the board of the Galerie Bétonsalon and on the scientific council of the Fondation Lilian Thuram – Éducation contre le racisme. Vergès was also chairholder of the Global South(s) Chair at the Collège d’Études Mondiales from 2014 to 2018. 
Her publications include: “Décolonisons les Arts!”, L’Arche, Paris, 2018, with Leïla Cukeirman and Gerty Dambury; “Le ventre des femmes. Capitalisme, racialisation, féminisme”, Albin Michel, Paris, 2017; “Exposer l’esclavage: méthodologies et pratiques. Colloque international en hommage à Édouard Glissant”, Africultures, Paris, 2013; “L’Homme prédateur. Ce que nous enseigne l’esclavage sur notre temps”, Albin Michel, Paris, 2011; “Ruptures postcoloniales: Les nouveaux visages de la société française”, with Nicolas Bancel, Florence Bernault, Pascal Blanchard, Ahmed Boubakeur and Achille Mbembe, La Découverte, Paris, 2010. 
Organisation: Ana Balona de Oliveira (CEC-FLUL & IHA-FCSH-NOVA).Part of the talk and lecture series ‘Thinking from the South: Comparing Post-Colonial Histories and Diasporic Identities through Artistic Practices and Spaces’.
Support: Centre for Comparative Studies, University of Lisbon; Institute for Art History, New University of Lisbon; Foundation for Science and Technology; Direcção Geral das Artes.Photo: © Cyrille Choupas. Courtesy Françoise Vergès.

20.11.2018 | por martalanca | decolonial, escravatura, Françoise Vergès, pós-colonial

Subjectividades Escravas nos Mundos Ibéricos (sécs. XV-XX)

2-3 de Julho de 2018 CONFERÊNCIA INTERNACIONAL Call for papers PRAZO: 31 de Outubro de 2017

Coordenação:Ângela BARRETO XAVIER (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), Michel CAHEN (Casa de Velázquez‒ EHEHI/ Sciences Po Bordeaux), António CORREIA DA SILVA (Universidade de Cabo Verde), Cristina NOGUEIRA DA SILVA (Faculdade de Direito ‒ Universidade Nova de Lisboa).

Organização:Grupo Impérios, Colonialismo e Sociedades Pós-Coloniais ‒ Instituto de Ciencias Sociais da Universidade de Lisboa/Casa de Velázquez ‒ École des hautes études hispaniques et ibériques, Madrid.

Localização: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal(www.ics.ul.pt)

Solicita-se a submissão de um resumo de 250 palavras, bem como o envio de uma breve exposição sobre os interesses de investigação e pesquisas atuais para: subjectividadesescravas@gmail.com

Calendário:

Prazo para a submissão de propostas (resumos): 31 de Outubro de 2017

Selecção de propostas e comunicação dos resultados aos participantes: 20 de Novembro de 2017

Pré-circulação de um resumo do paper aos comentadores:30 de Maio de 2018

Línguas de trabalho:Inglês, Português, EspanholInscrição é necessária (mais informação será dada brevemente)

Apresentação

Entre 1760 e 1860, na América do Norte e na Inglaterra, foram publicadas cerca de 70 narrativas de escravos, escritas na primeira pessoa. “Eu fui escrava, senti o que uma escrava sente, sei o que uma escrava sabe… Ouvi de uma escrava o que uma escrava sentiu e sofreu”, escreveu Mary Prince, em 1831, descrevendo desta maneira a sua condição de escravizada. Não surpreendentemente, este tipo de narrativas são lugares privilegiados (embora não únicos) para investigar as ‘subjetividades escravas’, i.e., a consciência que as pessoas escravizadas tinham da sua condição ‒nas palavras de Frederick Douglas, em 1845, “a minha condição miserável, sem remédio”. Juntamente com as entrevistas a antigos escravos e seus descendentes, estas narrativas ‒algumas das quais até retrataram a escravidão como uma instituição benigna ‒, são portas de acesso às ‘subjectividades escravas’, tendo suscitado, nas últimas décadas, o interesse da academia. Umas e outras também disponibilizam informação crucial para estudar a construção da memória pública da escravidão. As crenças religiosas, o mundo afetivo, as mundovisões, os modos de resistência, as experiências quotidianas, as memórias pós-escravidão, tornaram-se, dessa forma, mais acessíveis, especialmente para aqueles que estudam a escravidão do Caribe e da América do Norte, onde a maioria destes documentos foi produzida.Em contraste com a historiografia sobre esta dimensão da experiência das populações escravizadas no Atlântico Norte e no Caribe, é escassa a literatura que a estuda nos mundos ibéricos. De facto, as regiões e sociedades da Ásia, Oceânia, África e Américas que estiveram sob a dominação política e/ou cultural ibéricadesdeo século XV atéao séculoXX, bem como as regiões e sociedades que, desde o século XIX em diante, experimentaram uma condição pós-colonial, suscitaram menos estudos deste tipo. Uma das razões explicativas para esta escassez é a raridade de escritos de escravizados na primeira pessoa, quer narrativas, quer entrevistas. Será que esta ausência resulta das culturas políticas e das estruturas culturais que caracterizaram os mundos ibéricos e as suas formas de colonização? E quais são as diferenças que se podem identificar entre a experiência portuguesa e a experiência espanhola? Como é que esta discussão nos pode ajudar a comparar experiências nos, e para além,dos mundos ibéricos? A este primeiro conjunto de questões pode ser adicionado um segundo: Como é que os investigadores que trabalham sobre as formas ibéricas de escravidão, onde as narrativas de escravos na primeira pessoa são raras, podem aceder às suas experiências, aos seus pontos de vista, às suas vozes? Como é que se pode aceder à sua memória? Que fontes históricas e “arquivos” podem ser utilizados para reconstruir essas dimensões cruciais da história da escravidão?ObjectivosA conferência “Subjetividades Escravas nos Mundo Ibéricos (sécs. XV-XX)” tem como objetivo abordar estas questões e discutir as formas de estudar as experiências das populações escravizadas nos mundos ibéricos. Um conceito heurístico aberto, o de‘subjetividades escravas’ permite-nos entender as múltiplas formas através das quais as pessoas escravizadas se auto-percepcionaram dentro das estruturas da escravidão, individual e coletivamente, incluindo a maneira como manejaram, estrategicamente, a sua condiçãoescrava, do ponto de vista político, cultural, social e económico. Queremos identificar e analisar percepções, sentimentos, sonhos, medos, memórias, crenças, estratégias, utopias e distopias em contexto ibérico, bem como, tendo em conta as diferentes posições que os escravizados podiam ocupar, as suas auto-percepções identitárias. Mais do que abordagens clássicas das experiências de pessoas escravizadas, tais como as histórias tradicionais sobre revoltas de escravos, ou as das suas experiências tal como estas surgem descritas nas narrativas hegemónicas, pretendemosinstigar estudos sobre a sensibilidade e a consciência dos que foram escravizados, observar os processos históricos a partir dos seus pontos de vista, e as formas como os escravosse entendiam e se definiam. Assim sendo, convidamos os investigadores dos colonialismos ibéricos a abordar analiticamente estas múltiplas expressões da experiência escravanos territórios ibéricos (metropolitanos, coloniais e pós-coloniais), a partir de material empírico e de reflexões/propostas teóricas. A conferência tem dois grandes propósitos: por um lado, estimular o estudo das experiências de pessoas escravizadas como fenómeno histórico nas diferentes geografias e temporalidades dos colonialismos ibéricos, comparando-as com outros colonialismos (europeus e não-europeus). Por outro, reavaliar o potencial e as limitações do estudo dessas experiências nos mundos ibéricos, convidando os investigadores a pensar sobre as condições de produção de conhecimento sobre estas temáticas e sobre metodologias de análise alternativas.A conferência é multidisciplinar e pretende reunir historiadores, antropólogos, arqueólogos eoutros cientistas sociais e das humanidades. A par disso, encoraja uma análise comparativa em relação a diversos lugares e períodos históricos. Os estudiosos que trabalham a escravidão em qualquer situação histórica e localização espacial ibérica, do século XV ao século XX, são particularmente bem-vindos. Esperamos propostas de investigadores sénior, pesquisadores no início de carreira e estudantes de pós-graduação, que assentem sobre materiais empíricos, refletindo, ao mesmo tempo, conceptual e analiticamente, sobre as experiências e subjectividades das pessoas escravizadas relacionadas com os seguintes tópicos:

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05.10.2017 | por martalanca | conferência, escravatura

Testemunhos da Escravatura Memória africana

No século XV, Portugal iniciou aquilo a que podemos chamar de tráfico de escravos a nível mundial. Se é verdade que no nosso território se praticava a escravatura desde sempre, também é verdade que é nesta altura que se inicia o comércio em larga escala e o seu desvio para o Atlântico. Os negros, capturados e depois comprados em África, serviam às tradições escravistas da Europa, mas eram sobretudo mão de obra necessária para a exploração das riquezas dos novos mundos descobertos.

Portugal foi um país esclavagista por mais de quatro séculos. Os portugueses, conjuntamente com os ingleses, franceses, espanhóis, holandeses (e mais brasileiros e norte-americanos), dominaram o tráfico negreiro, transportando um número que se calcula de cerca de 10 a 12 milhões de africanos para a Europa e América. Alterando radicalmente o desenvolvimento futuro dessas regiões.

Lisboa foi o destino do primeiro carregamento de escravos, muito diminuto no início, mas símbolo do que se veio a tornar depois. Em 1441, chegam a Lisboa dois escravos, capturados a sul do Bojador, acontecimento descrito por Gomes Eanes de Zurara na Crónica dos Feitos da Guiné. O número de escravos negros rapidamente aumenta na cidade, passando a estar presentes em todas as casas, diferenciando-se ricos e pobres apenas pelo número de escravos que possuíam.

A presença dos negros em Lisboa e os testemunhos que a escravatura deixou na memória da cidade são o ponto de partida para este projeto desenvolvido pelo Gabinete de Estudos Olisiponenses, nascido de uma reflexão acerca do que são hoje as sociedades ibero-americanas, dos problemas e desafios que enfrentam.

A identificação de um conjunto de museus, arquivos, bibliotecas e de outras instituições da cidade de Lisboa e a existência de memórias e de património da escravatura, foram o ponto de partida para o convite a estes equipamentos para selecionarem, nas suas coleções, peças e/ou documentação que, de uma forma direta ou indireta, se pudessem relacionar com a escravatura negra.

Estes testemunhos e heranças recuperados, foram objeto de uma abordagem particular que fomentou uma variabilidade de leituras e reflexões relacionadas com o tema.

Mais de duas centenas de peças e documentos mostrados em pequenas exposições, ou destacados nas próprias exposições permanentes, ou ainda disponibilizados apenas em linha, permitem desvendar tópicos sobre o tráfico, o combate e abolição da escravatura, as questões económicas, as vivências e os quotidianos do escravo, o racismo, a legislação, tradições culturais e religiosas, ou ainda, entre outras matérias, olhar para a iconografia do africano. Um vasto património e uma parte da nossa História que se vai desvendando.

Com este projeto, que parte das representações do que a escravatura foi no passado, pretende-se contribuir para uma consciencialização dos equipamentos culturais, bem como contribuir para a construção de uma discussão do que, ainda no presente, significa a escravatura.

ver o site 

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25.04.2017 | por martalanca | escravatura, Memória africana, Testemunhos

Africanos em Portugal, da escravatura à imigração, Colóquio I LISBOA

10 e 11 de março no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, Telheiras

10 - 1º dia
14h30 - Boas vindas pela Direção da VCA e Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Pedro Delgado Alves
14h45 - A silenciosa presença africana em Portugal
João Lavinha. Investigador do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge na área da genética humana
15h20 - Africanos escravos e africanos livres em Portugal nos séculos XV a XVIII - Arlindo Caldeira. Historiador e investigador no Centro de História de Além-Mar da UNL  

16h00 - Pausa para café

16h30 - O associativismo e as manifestações culturais dos africanos em Portugal entre os séculos XV e XIX. - Jorge Fonseca. Historiador e Investigador no Centro de História de Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa
17h15- Africanos em Portugal: uma longa história de integração e de exclusão (séculos XV-XX) - Isabel Castro Henriques. Historiadora e professora da Universidade de Lisboa


11- 2º dia
14h30 - Falar de africanos na sociedade portuguesa contemporânea: novas fronteiras e novas retóricas de pertença e de exclusão - Celeste Quintino. Professora no ISCSP-Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e investigadora na área das migrações
15h10 - As comunidades africanas na atualidade - Adolfo Maria, jornalista e escritor angolano. Augusto Mansoa, presidente da Federação das Associações Guineenses. Delmar Gonçalves, escritor, presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos da Diáspora. Goretti Pina, escritora e designer santomense. Flávio Almada, Associação Cultural Moinho da Juventude. José Luís Hopffer Almada, Associação Caboverdeana
e Pedro Delgado Alves. Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar
Moderadoras Fernanda Freitas e Luísa Ferreira – VCA
16h30 - Pausa para café
17h00 - Sessão de Encerramento Presidente da VCA-Vida, Cultura e Arte
Música africana - Calú Moreira e a sua Banda

03.03.2017 | por martalanca | africanos, escravatura, imigração, Portugal

Congresso Internacional SENHORES E ESCRAVOS NAS SOCIEDADES IBERO-ATLÂNTICAS

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa
9 a 13 de Abril de 2013 

Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa (CHC)
Núcleo de Investigação em Ciências Políticas e Relações Internacionais da Universidade de Évora (NICPRI.UÉ)
Sociedade Portuguesa de Estudos do século XVIII (SPESXVIII)

Temas:

Tráficos e políticas económicas
Vivências sociais e estatutos jurídicos Abolicionismos e permanências
Igreja e sociedades coloniais
Mestiçagens
História e ficção
Leituras iconográficas e referências artísticas Problemáticas culturais
História da Escravatura

Oradores Confirmados:

Adriana Dantas (Univ. Estadual de Feira de Santana)
Título da Comunicação: “Libertos e pessoas de cor na Bahia século XVIII, algumas trajectórias”.

Alberto de Carvalho (Faculdade de Letras, Univ. Lisboa)
Título da Comunicação: “A narrativa (romântica) do negro em O Escravo de José Evaristo de Almeida”.

Amândio Jorge Morais Barros (CITCEM, Univ Porto/Instituto Politécnico do Porto)
Título da Comunicação: “Os mercadores do Porto e o tráfico atlântico de escravos”.

Ana Hatherly (CHC, Univ. Nova de Lisboa). Título da Comunicação: A indicar

Ana Maria Ramalhete (IELT, Univ. Nova de Lisboa)
Título da Comunicação: “Do exilado político e do escravo: confluências em Mário de Silva Gaio”.

Ana Paula Tavares (escritora)
Título da Comunicação: A indicar

António de Almeida Mendes (Univ.Nantes – CRHIA, CIRESC - EHESS)
Título da Comunicação: “Escravidão e ‘raça’ em Portugal: perspectivas de trabalho”.

Antonio Fuentes Barragán (Univ. de Sevilha)
Título da Comunicação: Entre la opulencia y el prestigio: grandes propietarios de esclavos en el buenos aires del siglo XVIII.

António Manuel de Andrade Moniz (CHC, Univ. Nova de Lisboa)
Título da Comunicação: Dois Olhares sobre a Escravatura no Século XVI.

António Martins Gomes (CHC, Univ. Nova de Lisboa)
Título da Comunicação: “ Bárbara e Jau: A escravatura em Camões

Arlindo Caldeira (CHAM, Univ. Nova de Lisboa)
Título da Comunicação: “A guerra do mato. Resistência à escravatura e repressão dos fugitivos na ilha de São Tomé Séculos XVI-XVIII”.

Augusto José Moutinho Borges (Instituto Politécnico da Guarda)
Título da Comunicação: “Negros na azulejaria: figurações duma minoria através da arte (Séculos XVII-XIX)”. 

Carlos Almeida (Instituto de Investigação Científica Tropical)
Título da Comunicação: “Dos escravos que se compram e vendem no Reino do Congo e como podem os cristãos ser vendidos depois de baptizados; Discursos missionários sobre a escravidão e o tráfico na região centro-africana”.

Carlos Engemenn (Univ. Salgado de Oliveira, Niterói, Rio de Janeiro)
Título da Comunicação: “Do mercantil ao religioso: algumas reflexões sobre a escravidão do clero na América e sua catequese”.

Célia Maia Borges (Univ. Federal de Juiz de Fora)

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05.04.2013 | por martalanca | escravatura

Terror e Aventura, tráfico de africanos e cotidiano na Bahía

18.11.2012 | por martalanca | escravatura, terror

Tertúlia Buala # 7, "o que significa ser quilombola?" 16 de maio às 21h

conversas bravias no Zona Franca no Bartô (CHAPITÔ), costa do castelo 

Estreia do documentário Kilombos de Paulo Nuno Vicente e conversa com o autor e convidados (José Eduardo Agualusa e Margarida Santos Lopes): 

“o que significa ser quilombola no Brasil contemporâneo? Quais os limites e desafios para a representação documental de uma identidade em fluxo?” 

Documentário KILOMBOS

Um homem desenha os limites da sua terra. Com um pequeno ramo de sapucaia, tenta um mapa de traços intuitivos, irregulares, mas mentalmente exatos. Clack! Quebra-o em duas porções imperfeitas para apresentar, neste chão de terra ocre, uma cartografia coletiva. Almeida é esse homem. É-o aqui e agora em Matões dos Moreira, no estado do Maranhão. Ligando vértices granulados, o retângulo é agora de pó e com isso, acreditar-se-ia à primeira impressão, vago e composto de matéria volúvel. Mas os seus traços são precisos: na exata medida em que reconstrói pelo traço uma comunidade que é, antes de mais, mental – Benedict Anderson chamar-lhe-ia “imaginada” – a sua cartografia é uma extensão caligráfica da sua identidade. Ou como diz Emília: «Nós não sabemos onde está Matões de acordo com o conflito. Mas na nossa cabeça, na nossa memória, na nossa história nós sabemos onde estamos». O sentido de pertença a uma identidade extravasa a fronteira do medo. Ser quilombola é estar para lá do lugar. Uma imagem perdura para lá do que representa. «Kilombos» é uma tentativa de cartografia antropológica para os antagonismos do Brasil contemporâneo, metonímia oral do globalizante e do ancestral em fluxo.

04.05.2012 | por martalanca | escravatura, quilombos

Tertúlia #6 Buala + Roots + (in)visível: a escravatura, ontem e hoje

13.02.2012 | por martalanca | escravatura

ROOTS

| A. PEDRO CORREIA | ABRAÃO VICENTE |
| FEFE TALAVERA | ISABEL LIMA | JORGE DIAS |
O LAC - Laboratório de Actividades Criativas está neste momento a desenvolver o projecto ROOTS.
Trata-se de uma residência artística, que pretende abordar o tema da escravatura através de uma visão contemporânea, criando novas rotas e fluxos transculturais, através da reflexão da diversidade cultural dos países outrora colonizadores e colonizados e as suas influências na criação de uma miscigenação global e plural, questionando e identificando as raízes desse processo.
ROOTS remete-nos duplamente para o significado original da palavra, quer no sentido de ter sido o escravo arrancado das suas raízes ancestrais, quer para as raízes que, com o passar do tempo e de sucessivas gerações, foram criadas nos países de destino moldando a sua identidade cultural contemporânea como, por exemplo, se torna evidente nos casos do Brasil e Cabo Verde. Remete-nos ainda para a ideia de rota, percurso e viagem, porta de partida e de chegada, de que a cidade de Lagos é exemplo e participante activo.
Já em residência artística no LAC, encontram-se Fefe Talavera (Brasil), Abraão Vicente (Cabo Verde), Jorge Dias (Moçambique), Isabel Lima (Inglaterra) e A. Pedro Correia (Portugal), num processo criativo individual e /ou colaborativo que culmina numa exposição que dará a ver as obras desenvolvidas, promovendo o contacto com as comunidades artísticas da região e com os diversos tipos de públicos.

O Programa inclui ainda Conexões ROOTS, um painel de conversas informais em torno da escravatura que inclui diversos convidados em presença e depoimentos virtuais e ainda no decorrer da exposição um ciclo de cinema.

O LAC aproveita esta ocasião para lançar o seu novo website www.lac.org.pt com uma secção exclusivamente dedicada ao programa ROOTS. Acompanhe as actividades através do nosso site ou ligue-se ao LAC através das Redes Sociais ou de Subscrição de Newsletter.

ROOTS decorre no LAC com o seguinte programa:

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA
24 de Outubro a 12 de Novembro

EXPOSIÇÃO ROOTS
12 de Novembro a 30 de DezembroDe quarta a sábado, das 16h às 19h.
Inaugura no dia 12 às 21h

CONEXÕES ROOTS
Conexões ROOTS é um encontro informal que pretende estimular a reflexão sobre os princípios que suportam a criação desta residência. Pensado para discutir as várias visões que se têm da escravatura, quer na sua matriz histórica onde se articula no conhecimento levantado pelos estudos arqueológicos mais recentes, quer nas conexões estabelecidas por alguns intervenientes na contemporaneidade.

5 de Novembro Manhã, 11h: visita ao Mercado dos EscravosTarde, 14h30: Urdir teias na contemporaneidade | Como as provas materiais desmentem a notícia literária

 

Conexões presenciais:

Rui Loureiro - Historiador

Maria João Neves - DRYAS - Arqueologia

Fernandes Dias - AFRICA.CONT

Conexões digitais:
César Piva (Brasil) Gestor Cultural - Incubadora Cultural do Audiovisual e das Novas Tecnologias.

Mary Hark (EUA) de Design - School of Human EcologyUniversity of Wisconsin-Madison

Conversam com:

Jorge Rocha - Artista Plástico

Rui Parreira - Arqueólogo

 

FESTA 5 de NovembroUm dia dedicado à partilha de culturas por via da alimentação e de outras manifestações artísticas.
CICLO DE CINEMA24 de Novembro, 1 e 8 de DezembroUm conjunto de filmes esboçam o olhar triangular sobre cinematografias que se cruzam no espaço atlântico.
LANÇAMENTO DO CATÁLOGO ROOTS
8 de Dezembro

 

O LAC – Laboratório de Actividades Criativas é uma associação cultural sem fins lucrativos formada em 1995 e com sede na Antiga Cadeia de Lagos. O edifício projectado por Cottinelli Telmo e cujos alicerces estão edificados sobre um antigo convento, é um local com história fazendo parte integrante da cidade. Construído com outros objectivos, revela actualmente uma dicotomia interessante entre prisão / reclusão VS espaço de criatividade / liberdade; ao tornar-se espaço de criação reconverteu assim os moldes da sua existência, agora as celas são espaço de ateliê para artistas e a sua utilização e trabalho contribui para a revitalização do edifício, dotando-o de uma nova história. A associação é um espaço de residências artísticas com 13 anos de existência que tem como prioridade desenvolver e alargar o PRALAC – Programa de Residências Artísticas no LAC, com o objectivo principal de dinamizar e promover a criação artística na região e especialmente na zona do Sudoeste Algarvio.
O LAC é uma estrutura apoiada pela Presidência do Conselho de Ministros e Direcção Geral das Artes.

31.10.2011 | por joanapires | diversidade cultural, escravatura, residências artísticas, roots

Memórias do Esquecimento

André Cicalo fez um documentário sobre o esquecimento da memória escrava no Rio de Janeiro. O filme dura 30 minutos, e chama-se Memórias do Esquecimento (Memories on the Edge of Oblivion) e pode ser visto online de graça e por todo mundo aqui. 

Despite the central place that Rio de Janeiro played in the Atlantic slave trade until the end of the 19th century, traces of this past remain largely hidden in the urban landscape. This forgetting is not simply a random phenomenon; it also relates to the ideal of racial democracy which has been used to downplay racial inequalities in Brazil in the name of national mixture. But although barely visible, the memory of a slave past has not been erased completely; it emerges ambiguously, but also powerfully, in the daily life of Tia Lúcia and Alder, the main characters of this film.

14.10.2011 | por martalanca | escravatura

escravatura na revista (in)visível

A abolição da escravatura é, inegavelmente, um importante marco transnacional na lenta construção de sociedades mais justas. Séculos de debate culminaram na eliminação da escravatura das leis e constituições da maior parte dos países do mundo. Enquanto fenómeno, a escravatura mantém-se, todavia, como flagelo real, presente e invisível.

Hoje, numa sociedade fustigada pelo agudizar das desigualdades sociais, pelos desequilíbrios geo-financeiros entre Estados e pela perda de direitos de amplas camadas de população, parece revalidar-se o diagnóstico de António Vieira quando, há muitos séculos, fez notar o desequilíbrio dialéctico entre os “senhores, poucos” e “os escravos, muitos”. A palavra escravidão assume múltiplas e tentaculares acepções.

O apelo à participação que lançamos prende-se justamente com o modo como este tema, ‘escravatura’, evoca um passado que lhe ditou a abolição, interpelando simultaneamente um presente que o relança e redefine. Do tráfico de seres humanos às migrações clandestinas, em fenómenos legíveis a partir do desfavorecimento económico, exploração sexual, invisibilidade(s) sociais… reclama-se visibilidade para uma temática que parece ter regressado, definitivamente, dos anais da história passada para o quotidiano das estórias presentes.

 

Outras informações:

A Revista (In)visível aceita artigos científicos, contribuições fotográficas, textos poéticos ou prosa originais, entre outros.

A Revista (In)visível publica trabalhos originais em Português.

Na apresentação dos originais, devem respeitar-se as seguintes instruções:

1. Os artigos não devem exceder 40.000 caracteres.

2. Devem ser enviadas à direcção da revista, em suporte informático, por correio electrónico para invisivel.revista@gmail.com.

3. Cada artigo deve ser acompanhado de um resumo, com o máximo de 750 caracteres

4. Cada autor/a deve enviar uma breve nota biobibliográfica, que não exceda 500 caracteres, e o endereço postal e electrónico.

5. Todas as citações devem ser traduzidas.

 

Mais informações acerca das normas de publicação podem ser lidas através aqui.

13.10.2011 | por martalanca | escravatura, invisível

JÓIAS NEGRAS DO IMPÉRIO

CICLO DE CINEMA FICHEIROS DA IMIGRAÇÃO   

Comemorando os cem anos da abolição oficial da escravatura, este documentário é um dos raros trabalhos realizados sobre a história dessa prática em Portugal, desde as caravelas que, em 1444, “descarregaram” os primeiros 235 escravos africanos em Lagos.

Documentário Anabela Saint-Maurice, Portugal ⁄ RTP Ano 1998 Duração 55’

 

ver programa

 

11.07.2011 | por martalanca | escravatura, imigração