Noites Brancas - 27 e 28 maio - Teatro Meridional

Noites Brancas 

de Fiódor Dostoiévski 
113ª Criação

Sob as noites claras de verão, um Sonhador perpétuo caminha solitariamente pelas ruas desertas de S. Petersburgo, alimentando, incessantemente, o seu imaginário com a energia que encontra na inanidade do que o rodeia. Esta comunhão onírica é subitamente interrompida quando, certa noite, este se depara com Nástenka, uma jovem rapariga que chora sob a ponte do rio Nieva. Depois de a salvar, oportunamente, de uma tentativa de abordagem por parte de um transeunte suspeito, ambos estabelecem uma ligação amistosa que descortina as estórias de duas vivências tão díspares, mas que ascendem numa atração mútua. Une-os uma espera inquietante, que virá a definir os seguintes encontros noturnos, carregados de revelações, ansiedades, sonhos, medos, e um confronto enigmático de paixões.

Dois actores, Flávio Hamilton (Sonhador) e Carina Ferrão (Nástenka), interpretam, assim, um jogo de suspensão, que coloca signos oníricos de uma dimensão poética em confronto com os cânones realistas da comunicação pragmática. Daqui, emerge, simultaneamente, a contracena com uma ausência de desígnios incertos, que traz uma sombra à brancura destas longas noites de verão.

Ficha Técnica        

Texto: Fiódor Dostoiévski 

Tradução: Nina Guerra e Filipe Guerra 

Dramaturgia e Encenação: Pedro Carvalho 

Assistência de Encenação: Samuel Pascoal 

Interpretação: Carina Ferrão e Flávio Hamilton 

Cenografia, Figurinos e Imagem de Cartaz: Marta Silva 

Criação Musical e Sonoplastia: Carlos Adolfo 

Desenho de Luz: Pedro Carvalho 

Execução Cenográfica: Marta Silva e José Lopes 

Costureira: Alexandra Barbosa 

Apoio ao Programa: Fundo Teatral Art’Imagem/C.M.M Micaela Barbosa e José Pedro Pereira 

Fotografia: Nuno Ribeiro 

Vídeo: André Rabaça 

Design Gráfico: Tiago Dias 

Produção: Sofia Leal e Daniela Pêgo 

Direção Artística do Teatro Art’Imagem: José Leitão

M/12
80M

20.05.2022 | por Alícia Gaspar | cultura, Fiódor Dostoiévski, noites brancas, teatro, Teatro Meridional

Teatro Meridional distinguido com o Prémio Europa Novas Realidades Teatrais

A companhia portuguesa Teatro Meridional, dirigida por Miguel Seabra e Natália Luíza, foi uma das seis distinguidas na 12.ª edição do Prémio Europa Novas Realidades Teatrais, atribuído em simultâneo com o Prémio Europa de Teatro pela União dos Teatros da Europa (UTE), e que este ano foi para o encenador alemão Peter Stein.
O Meridional é a primeira companhia portuguesa a ser distinguida com “o mais importante prémio de teatro que existe na Europa”, nas palavras do crítico de teatro Tiago Bartolomeu Costa.
O júri do Novas Realidades Teatrais justificou a distinção da companhia portuguesa pela sua aposta numa “política de reportório que alia níveis artísticos elevados à abertura a novos textos literários”, pode ler-se no comunicado da UTE (organização que inclui o Teatro Nacional São João, no Porto, como único representante português).

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14.10.2010 | por martalanca | Teatro Meridional

Cabo Verde em cena no Rio

A cinesta Beth Formagini envia-nos notícias do FESTLIP- Festival de Teatro da Língua Portuguesa, a decorrer até dia 25 de Julho no Rio de Janeiro.

Vi ontem um grande espetáculo: Contos em Viagem - Cabo VerdeResolvi escrever minhas impressões:

Como nas casas simples dos camponeses só vemos no palco e na encenação o essencial - nada sobra neste espetáculo. Só a emoção transborda.”Contos em Viagem - Cabo Verde” é um espetáculo baseado em textos que, apesar de terem um contexto e geografia particulares, dizem da universalidade das emoções”, diz o site da Companhia Meridional. O espetáculo é baseado em textos escolhidos e encadeados com maestria por Natalia Luiza, que garimpa na literatura e nas histórias de tradição oral de Cabo Verde sensações que cada um de nós pode sentir passando pela vida: a dor da mãe com saudade de um filho e a liberdade do filho que partiu embusca de outros mundos, a perda do avô e da sabedoria dos antepassados, o medo e as delícias da menina que descobre o corpo, o valor do trabalho e o respeito pelas forças da natureza. O profano e o sagrado não se separam: uma iluminação mínima e precisa nos confina no espaço mítico daquela ilha cercada pelo oceano que nos une a todos. “No cais imenso que é a ilha, contam-se pedaços de estórias e poemas, como quem canta e reza”, continua o release. Carla Galvão é uma atriz que tem todas as idades, que canta, dança e interpreta se colocando inteira no palco e nos transportando para a nossa própria infância, juventude e velhice. Fernando Mota, músico e ator é o seu interlocutor um pouco bufo e, através da trilha experimental que dialoga entre o arcaico e o contemporâneo mostra que as duas vertentes são farinha do mesmo saco. Nada é pitoresco e risível como costumam ser retratadas as periferias. “Contos em Viagem - Cabo Verde” nos leva a visitar nossas relações de parentesco com a humanidade toda.

Obrigada Miguel Seabra, parabéns e volte sempre!

Beth

22.07.2010 | por martamestre | cabo verde, FESTLIP, teatro, Teatro Meridional