Lisboa na Rua debate temas da atualidade por intermédio da arte

Até 19 de setembro, a música, o teatro, a dança, o cinema, as artes plásticas, o circo e a magia vão invadir as ruas da cidade lisboeta. As atividades advêm da iniciativa Lisboa na Rua, que este ano explora temas como o ambiente, o feminismo e o desporto.

Fotografia disponível via UnsplashFotografia disponível via Unsplash

Para encerrar o mês de agosto a videoarte, a dança e a magia prepararam um conjunto de apresentações ao ar livre em vários locais da cidade, através do festival Fuso, do ciclo Dançar a Cidade – que nesta edição transforma bibliotecas, museus e monumentos em pistas de dança seguras – e do Lisboa Mágica.

Em setembro é a vez da artista Grada Kilomba inaugurar no MAAT - Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia uma instalação. O objetivo do projeto é recordar histórias e identidades dos nossos antepassados. Simultaneamente, serão ainda resgatados feitos de mulheres portuguesas que marcaram a diferença nas suas épocas, no regresso das Antiprincesas à companhia dos mais novos.

Nesta linha, o CineCidade regressa ainda ao jardim do Museu de Lisboa com quatro filmes para ver ao ar livre. As sessões ocorrem todas as sextas e sábados, a partir das 21h30, numa edição dedicada aos direitos humanos no mundo do desporto. Neste local terá igualmente lugar o primeiro espetáculo escrito e encenado pela rapper Capicua, A Tralha, que nos recorda a urgência das preocupações ambientais.

Ao longo deste mês de programação, destaque ainda para os concertos O Conde de Monte Cristo, interpretado pela Orquestra Orbis, e o concerto de estreia do Maestro Martim Sousa Tavares a dirigir a Orquestra Gulbenkian, para uma “não-edição” do Festival Lisboa Soa, no Castelo de São Jorge, uma exposição de fotografia retrospetiva do projeto Parallel Review

No âmbito do Lisboa Soa será lançado um livro intitulado “Arte Sonora, Ecologia e Cultura Auditiva: Lisboa Soa 2016-2020”, que reúne o trabalho feito ao longo de cinco edições deste festival, por intermédio da arte sonora e de uma série de conversas e textos de artistas que participaram no festival. 

Podes consultar a programação na íntegra aqui

Realce-se que todos os eventos têm entrada gratuita, mas com lotações reduzidas de acordo com as normas de segurança em vigor anunciadas pela Direção Geral de Saúde.

Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) da Câmara Municipal de Lisboa é a responsável pela iniciativa Lisboa na Rua.

Texto de Isabel Marques, originalmente publicado por Gerador, a 27.08.2021

27.08.2021 | por Alícia Gaspar | ambiente, arte, desporto, EGEAC, feminismo, Grada kilomba, lisboa, maat

"Taxidermy of the Future" na 6ª Bienal de Lubumbashi, com curadoria de Bruno Leitão e Paula Nascimento

6ª Bienal de Lubumbashi 24 de outubro a 24 de Novembro República Democrática do Congo

Bruno Leitão, co-fundador e diretor curatorial do HANGAR em Lisboa, e Paula Nascimento, co-fundadora do estúdio Beyond Entropy Africa em Luanda, iniciam hoje, dia 24 de outubro, o programa de vídeo Taxidermy of the Future, que acontece no âmbito da 6ª Bienal de Lubumbashi, na República Democrática do Congo.

Taxidermy of the Future reúne trabalhos de Grada Kilomba, Kiluanji Kia Henda e Mónica de Miranda, cujas práticas investigam o Passado e as suas diferentes temporalidades, para refletir sobre o Futuro. Os trabalhos selecionados - Illusions Vol. I, Narcissus and Echo, Grada Kilomba (2017), Havemos de Voltar, Kiluanji Kia Henda (2017) e Beauty, Mónica de Miranda (2018) - têm em comum a dissecação de fantasmas persistentes nas sociedades Europeias e Africanas, desde os mitos Greco-Latinos ao período colonial. Nascidos em Angola ou em Portugal, os três artistas trabalham em múltiplos media e privilegiam o vídeo como narrativa de expressão. Entre história e não-ficção, os trabalhos que compõem este programa são testemunhos vivos da atual vitalidade da criação angolana e suas diásporas.

'Havemos de voltar', 2017, Kiluanji Kia Henda'Havemos de voltar', 2017, Kiluanji Kia Henda

'Beauty', 2018, de Mónica de Miranda 'Beauty', 2018, de Mónica de Miranda

A 6ª edição da Bienal de Lubumbashi realiza-se entre 24 de outubro e 24 de Novembro, intitula-se Future Genealogies, Tales From The Equatorial Line (“Futuras Genealogias, Contos da Linha do Equador”) e conta com direção artística da curadora e investigadora Sandrine Colard. Filipa César, com o Coletivo Cadjigue (Filipa César, Milena Iocha e Marinho Pina) e Délio Jasse, estão entre os artistas participantes no programa geral da Bienal, que nesta edição pretende testar possibilidades de redefinição da cartografia do mundo, explorando o paradoxo de acontecer numa região cuja história continua afundada nos recursos do seu solo, mas que, paralelamente, beneficia de uma posição geográfica ímpar - localiza-se no coração de África e na linha de bissecção do globo, onde se intersetam os hemisférios sul e norte.

Esta será a primeira vez que a Bienal de Lubumbashi apresenta um programa de vídeo, e Taxidermy of the Future com curadoria de Bruno Leitão e Paula Nascimento é exibido diariamente no Institut Français / Halle de l’Etoile.

Sobre os curadores:

Bruno Leitão (Lisboa, 1979) vive entre Madrid e Sintra. Co-fundou e dirige o programa curatorial do Hangar - Centro de Pesquisa Artística em Lisboa, onde realizou exposições, palestras e seminários com artistas como Luis Camnitzer, Coco Fusco, Carlos Amorales, The Otolith Group, John Akomfrah, Rosa Barba, João Onofre, Lawrence Abu Hamdan, Elena Bajo, João Maria Gusmão e Pedro Paiva, Alfredo Jaar, Fernanda Fragateiro e Zineb Sedira. Como curador independente, destacam-se entre os seus projetos mais recentes Pouco a Pouco de Ângela Ferreira no CGAC (Santiago de Compostela, 2019) e a co-curadoria com Mónica de Miranda de Affective Utopia na Kadist Foundation (Paris, 2019). Edita e contribui para catálogos, revistas e outras publicações de arte.

Paula Nascimento (Luanda, 1981) é arquiteta e curadora independente. Co-fundou Beyond Entropy Africa, um estúdio de pesquisa que se concentra nos campos da arquitetura, artes visuais e geopolítica. Como curadora independente desenvolveu projetos para o Pavilhão de Angola na Bienal de Arte de Veneza em 2013 (Premiado com o Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional), e exposições em Angola, África do Sul, Portugal, Itália, entre outros. É membro fundadora do coletivo cultural Pés Descalços em Luanda e colabora regularmente com várias revistas internacionais.

 

24.10.2019 | por martalanca | Bienal de Lubumbashi, Grada kilomba, kiluanji kia henda, Monica de Miranda

"memórias da plantação" de grada kilomba

memórias da plantação é uma compilação de episódios quotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo acutilante, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada/o como Outra/o. Publicado originalmente em inglês, em 2008, memórias da plantação tornou-se uma importante contribuição para o discurso académico internacional. Obra interdisciplinar, que combina teoria pós-colonial, estudos da branquitude, psicanálise, estudos de género, feminismo negro e narrativa poética, esta é uma reflexão essencial e inovadora para as práticas descoloniais.

grada kilomba é uma artista interdisciplinar, escritora e teórica, com raízes em Angola e São Tomé e Príncipe, nascida em Lisboa, onde estudou psicologia e psicanálise. Na esteira de Frantz Fanon e bell hooks, a autora reflecte sobre memória, raça, género, pós-colonialismo, e a sua obra estende-se à performance, encenação, instalação e vídeo. Kilomba cria intencionalmente um espaço híbrido entre as linguagens académica e artística, dando voz, corpo e imagem aos seus próprios textos. Os seus trabalhos foram apresentados na 32.ª Bienal de São Paulo, na 10.ª Bienal de Berlim, na Documenta 14 e no MAAT, entre outros. Vive em Berlim, onde se doutorou em filosofia na Freie Universität e foi professora no Departamento de Género da Humboldt Universität.

Kilomba cria um espaço de resistência e, em última análise, um espaço de esperança: uma nova geografia do futuro. Alfredo Jaar

 

24.04.2019 | por martalanca | Grada kilomba, memórias da plantação

Affective Utopia I Kadist Paris

Avec Sammy Baloji & Filip De Boeck, Luis Camnitzer, Ângela Ferreira, Alfredo Jaar, Kiluanji Kia Henda, Grada Kilomba, Reynier Leyva Novo et Paulo Nazareth*

KADIST invite Mónica de Miranda et Bruno Leitão, fondateurs et directeurs de Hangar, un centre de recherche artistique situé à Graça (Lisbonne) pour une résidence curatoriale et une exposition.

Développée sur trois chapitres, l’exposition Affective Utopia abordera les questions et les défis relatifs à la production de connaissances artistiques et de pratiques curatoriales en regard des tensions et conflits générés par les problématiques Sud/Nord, des divisions géographiques, de l’assimilation culturelle et du besoin urgent de décoloniser les pratiques curatoriales et artistiques. 

Les artistes de l’exposition abordent différentes façons de penser et d’interpréter la notion d’utopie dans l’art contemporain. Le concept d’utopie implique deux notions liées bien que contradictoires : d’une part l’aspiration à un monde meilleur,  d’autre part le fait qu’elle n’existe dans nos imaginaires seulement qu’à travers les fictions inventées par les artistes. Affective Utopia réfléchit à cette ambivalence et pose la question de comment l’art peut être un outil de réflexion critique sur ses propres processus de socialisation et ses liens avec les concepts géographiques affectifs d’appartenance, d’origine et de diaspora.

Inviter une structure artistique en résidence permet d’expérimenter le déplacement de pratiques contextuelles pour offrir de nouvelles perspectives à des discussions ayant lieu à Paris et à l’international.

A Lisbonne, Hangar conçoit ses expositions comme des espaces d’engagement avec le public afin de depasser sa condition de spectateur, à travers des stratégies génératrices de sociabilité. Les fondateurs de Hangar souhaitent délocaliser cette approche à Paris le temps de l’exposition, en proposant un programme de rencontres en dialogue avec le public dans un autre contexte. 

Hangar est à la fois un espace d’exposition, de recherche et de résidences d’artistes. C’est également un centre éducatif qui organise des temps de discussion dans le but d’unifier les lieux géographiques et de stimuler le développement de pratiques artistiques et théoriques. Hangar cherche à développer des projets artistiques interdisciplinaires qui se concentrent sur la ville de Lisbonne en tant que scène centrale pour la culture contemporaine. La programmation artistique est tournée vers les problématiques Sud/Nord prenant comme référence la position spécifique de cette ville, carrefour géographique ainsi qu’historique.

*Les artistes de l’exposition à KADIST ont tous travaillé avec Hangar à Lisbonne à travers des résidences, des conférences ou des expositions.

With: Sammy Baloji & Filip De Boeck, Luis Camnitzer, Ângela Ferreira, Alfredo Jaar, Kiluanji Kia Henda, Grada Kilomba, Reynier Leyva Novo
and Paulo Nazareth*

++

KADIST invites Mónica de Miranda and Bruno Leitão, founders and directors of Hangar, an artistic research center located in Graça, Lisbon, for an art-space residency and exhibition.

Developed over three chapters, the exhibition Affective Utopia will approach questions and challenges relative to the production of knowledge in the arts and curatorial practices: a reflection on the tensions and conflicts generated by South/North issues, geographic divisions, cultural assimilation and the urgent need for decolonization of thought in curatorial processes and artistic production.

The artists in this exhibition discuss the different ways of thinking and performing utopia in contemporary art from a broad range of angles. The concept of utopia entails two related but contradictory perceptions: the aspiration to a better world, and the acknowledgement that its form may only ever live in our imaginations through the artists’ fictional reconstructions of reality. Affective Utopia reflects this general ambivalence, but it also poses the question of how art can be a tool for critical reflection of one’s own socialization process and to one´s connections to affective geographic concepts of belonging, origin and diaspora.

The purpose of the art-space residency is to experiment with delocalizing context relevant practices in order to offer new perspectives on discussions happening in Paris, and internationally. 

Hangar in Lisbon produces exhibitions as spaces of action for public engagement beyond spectatorship and through strategies that produce sociality. 

Delocalized at KADIST during the time of this exhibition, Bruno Leitão and Mónica de Miranda’s project will reframe this approach towards public engagement in another context and towards another audience. 

Hangar is comprised of a center of exhibitions, artistic residencies, and artistic studies. It is also a center of education, talks and conversations that unify geographic locations and stimulate the development of artistic and theoretical practices. It seeks to organize and produce the development of artistic inter-disciplinary projects and visual arts projects that focus on Lisbon as a central backdrop for contemporary culture. Hangar’s artistic program is focused on South/North problematics, taking from the specific position that Lisbon occupies both geographically as well historically.

*The artists in the exhibition have all worked with Hangar in Lisbon through residencies, talks or exhibitions.

Vernissage : le vendredi 8 février 2019
Opening on Friday, February 8, 2019Les chapitres / chapters:
1 — Concrete Utopia 
09.02 — 03.03 Avec / with Sammy Baloji & Filip De Boeck, Ângela Ferreira, Kiluanji Kia Henda
2 —Art as a Critical Tool 07.03 — 24.03 Avec / with Luis Camnitzer, Alfredo Jaar,Reynier Leyva Novo
3 —The Body as a Political Tool
04.04 — 21.04 Avec / with Grada Kilomba andPaulo NazarethLes événements / events*:26.02 Conférence de / talk by Sammy Baloji & Filip De Boeck
07.03 Conférence de / talk by Luis Camnitzer
12.04 Grada Kilomba en conversation avec / in conversationwith Paul Goodwin
*Tous les événements liés à l’exposition auront lieu à 19h au bureau de KADIST. / All associated events will take place at 7 pm, at the KADIST office.

VISIT KADIST, PARIS 19bis/21 rue des Trois Frères 75018 +33 1 42 51 83 49

04.02.2019 | por martalanca | Affective Utopia, Alfredo Jaar, ângela ferreira, Bruno Leitão, Filip De Boeck, Grada kilomba, HANGAR, KADIST, kiluanji kia henda, Luis Camnitzer, Monica de Miranda, Paulo Nazareth, Reynier Leyva Novo, Sammy Baloji

GRADA KILOMBA, exposição "The Most Beautiful Language" I LISBOA

The Most Beautiful Language é a primeira grande exposição individual de Grada Kilomba, que traz a sua prática transdisciplinar e singular de dar corpo, voz e imagem aos seus próprios textos, usando num único espaço a instalação de vídeo, a leitura encenada, a performance, a colagem de texto e a instalação de som.

Sendo-lhe muitas vezes dito que o seu idioma materno é “a língua mais bela”, a artista portuguesa questiona: quais são os corpos que podem representar esta língua? E quais são as “línguas” que estes corpos falam?

Com uma beleza intensa e precisa, Kilomba explora não apenas os desejos coloniais e as contradições das narrativas dominantes, como também desvenda um espaço recheado de novas linguagens. Linguagens, que revelam as vozes urgentes de um passado e presente reprimidos; e que se opõem ao que a artista chama uma “dupla ignorância”: não saber, e não ter que saber.

Com curadoria de Gabi Ngcobo, a exposição apresenta novos corpos de trabalho que combinam uma variedade de formatos e géneros, levantando questões fundamentais sobre falar, silenciar e ouvir, numa sociedade pós-colonial. Para Kilomba, “the most beautiful language” é a língua que fala da própria realidade silenciada.

O trabalho de Grada Kilomba vai estar em exibição, simultaneamente e pela primeira vez no seu país de origem, em duas instituições – na Galeria Avenida da Índia/EGEAC-Galerias Municipais com The Most Beautiful Language e no MAAT-Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, com Secrets to Tell - o que, incluindo diferentes corpos de trabalho, cria um diálogo entre os dois espaços expositivos. Reflexões sobre o seu trabalho terão lugar em conversas no Teatro Maria Matos e no Hangar.
Exposição individual
Curadoria: Gabi Ngcobo | Produção Criativa: Moses Leo
27 Outubro 2017 - 4 Março 2018
Galeria Avenida da Índia  
Avenida da Índia, 170 – Belém
1400-207 LISBOA
Terça a Sexta-feira, 10h-13h/14h-18h
Sábado e Domingo, 14h-18h
Última admissão: 30 min antes da hora de encerramento
Entrada gratuita

19.10.2017 | por martalanca | Grada kilomba, The Most Beautiful Language

Grada kilomba • Performance: ilusões

10 NOV 2016, 20:00 - 22:00
Pavilhão da Bienal (São Paulo, SP)
Auditório 1 (1º subsolo)

Na performance Ilusões Grada Kilomba usa a tradição oral africana num contexto contemporâneo, utilizando textos, narração, imagens e projeção de vídeo, para recuperar memórias e realidades de um mundo pós-colonial: “Não há nada de novo para contar, pois todos nós sabemos que ainda habitamos as geografias do passado”. Para explorar esta coexistência de tempos, na qual o passado parece coincidir com o presente e o presente parece sufocado por um passado colonial que insiste em permanecer, Grada Kilomba deixa transparecer uma sociedade narcisista, que dificilmente oferece símbolos, imagens e vocabulários para lidar com o presente. Uma ilusão de tempos e espaços, que a artista reconta através dos mitos de Narciso e Eco. Narciso está encantado com a sua própria imagem refletida no lago, ignorando todos os outros, enquanto Eco está limitada a repetir apenas aquilo que ela escuta. Como ultrapassar este cenário colonial?


Inscrições via formulário
Sujeito à lotação do espaço (300 lugares)
Direção artística, texto, vídeo e coreografia:Grada Kilomba 
Performance (em vídeo e/ou palco): Martha Fessehatzion, Moses Leo, Grada Kilomba, Zé de Paiva 
Câmera: Zé de Paiva 
Assistência de câmera e de som: Laura Alonso, Tito Casal 
Música: Moses Leo 
Figurino: Moses Leo

Foto: Moses Leo

08.11.2016 | por marianapinho | 32ª Bienal, colonialismo, Grada kilomba, Ilusões, performance, tradição oral africana