Exposição "Visão Yanomani", de Claudia Andujar


“Visão Yanomami” é uma seleção do trabalho fotográfico de Claudia Andujar realizado entre os anos 70 e parte dos anos 80 do século XX.
A obra de Claudia Andujar sobre os Yanomami introduz questões da fotografia contemporânea dentro do espectro da iconografia dos povos indígenas no Brasil. A sua narrativa visual trouxe para os campos fotográficos predominantes (fotografia documental clássica, fotografia etnográfica e fotojornalismo) um olhar assumidamente pessoal, aliando intenções documentais a uma busca estética bastante apurada. Segundo a autora, a idiossincrasia da sua obra deve-se essencialmente à sua trajetória pessoal, pautada pela condição de minoria: “Sem dúvida, minha fotografia é marcada pelo meu passado. Um passado de guerra, um passado de minorias. Isso é algo que não só me preocupa, mas me perturba. É parte da minha vida. Me interesso muito pela questão da justiça e das minorias que estão tentando se afirmar no mundo, mas se deparam sempre com um dominador que procura apará-las. Mas existe também um outro lado, que é a estética, o equilíbrio, presentes nas minhas imagens. Nem sempre o lado social pode se juntar ao lado estético. Eu sofro por isso. Quando consigo juntar as duas coisas, me sinto aliviada.” (Andujar in Persichetti, 2000:15)
Curadoria Instituto Inhotim

Gozo, de Claudia Andujar.Gozo, de Claudia Andujar.
Exposição: 11 fevereiro › 15 abril 2017
Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico
Rua da Palma, 246
Segunda a sábado, das 10h às 19h_tel.218 844 060
https://www.facebook.com/arquivo.mun.lisboa

12.04.2017 | por marianapinho | Brasil, Claudia Andujar, fotografia, indígena, Visão Yanomani

Concerto Ninos du Brasil / Festa do Cinema Italiano

No dia 13 de abril, a 10ª edição da Festa do Cinema Italiano despede-se de Lisboa da melhor forma possível: a dançar! Depois da sessão de encerramento, com o filme “In Guerra per Amore”, apresentado por PIF (realizador do filme), o Cinema São Jorge abre as portas da Sala Manuel de Oliveira aos ritmos quentes do duo italiano Ninos du Brasil que, como o próprio nome indica, é fortemente inspirado pela música brasileira, assim como pela eletrónica e o punk. 
Tendo como base a percussão, os NINOS DU BRASIL assumem-se como uma guerra aberta à superficialidade e estupidez da música Pop, assim como a qualquer tipo de constrangimento na pista de dança. Envoltos em mistério, os seus concertos ao vivo são tão incendiários quanto lendários e o seu som, verdadeiramente particular, chamou a atenção de editoras de renome internacional como a DFA e a Hospital Productions.


ENTRADA LIVRE

mais informações, aqui.

12.04.2017 | por marianapinho | Cinema S. Jorge, Festa do Cinema Italiano, Ninos du Brasil

Open Call / Novos fotográfos

Prazo para candidaturas alargado até dia 10 de Abril.

Catchupa Factory – Novos Fotógrafos 2017
3 a 17 de Maio
Mindelo, São Vicente
Cabo Verde

https://www.facebook.com/ notes/aoje/ prazo-alargado-convocatória -catchupa-factory-novos-fo tógrafos-2017/ 1277984815649129

Documento PDF: https://www.dropbox.com/s/ xh190r23ec749kl/ CatchupaFactory2017-Convoca toria.pdf?dl=0

mais informações aqui

10.04.2017 | por marianapinho | criação artística, fotografia, John Fleetwood

B.leza Doc's em Abril

Em Abril, o cinema documental voltará a ocupar a sala de concertos do B.leza
B.leza Doc’s é uma iniciativa da associação B.leza, em colaboração com a cooperativa cultural Zebra (responsável pela organização da Mostra de Cinema e Culturas Africanas - África Mostra-se), que conjuga, no mesmo espaço, música e cinema.
A programação do ciclo foi pensada de forma integrada, tendo como foco central temáticas sociais, culturais e históricas relevantes sobre os países africanos representados bem como as suas comunidades.
Pretendemos, assim, reeditar a experiência anterior de exibição de filmes no B.leza, ainda na sua anterior morada, e que nos anos 90 foi marcante para os/as lisboetas. Mais tarde voltou a repetir-se mas desta vez através do África Mostra-se, já no atual espaço do B.leza.
Todas as quartas-feiras, pelas 19h00, ao pôr-do-sol, iremos mostrar ao público novas imagens e sons, num ambiente intimista e privilegiado pela paisagem sobre o Tejo. Acreditamos que o encontro de artistas e o intercâmbio de experiências saem favorecidos com a criação de um ciclo com estas características.


Organização e programação B.leza e Zebra – cooperativa cultural
Apoios RTP África, Apordoc – Associação pelo Documentário, Atera Filmes, Geração 80, Rádio AfroLis, Taluma Filmes

10.04.2017 | por marianapinho | B.Leza, cinema, Mostra de Cinema e Culturas Africanas - África Mostra-se

Call residências projeto A SUL no Lavadouro Público de Carnide

O Teatro do Silêncio realiza em 2017 um ciclo de duas residências de criação para artistas que habitam ou cruzam o espaço Ibero-americano e que tenham um projecto embrionário de investigação e de pesquisa artística.
Períodos de residência:1 Maio – 15 Julho 2017 – 1ª residência15 Julho – 30 de Setembro 2017 – 2ª residência
As residências são abertas a todas as áreas, privilegiando-se os trabalhos site specific, performance, instalação e arte urbana.
Para além da realização de dois dias de apresentação pública do seu trabalho, os artistas são ainda convidados a criarem uma actividade de serviço educativo aberta à comunidade local.
As residências incluem: Apoio de 1000€ (mil euros);Cedência de espaço de trabalho (Lavadouro Público de Carnide);Realização de tutorias artísticas durante o processo de trabalho (a definir com a equipa Teatro do Silêncio);Apoio à produção executiva durante a residência;Articulação entre artista e comunidade local.
CANDIDATURAS: Enviar uma nota biográfica e uma breve descrição do projecto a desenvolver para durante o período da residência para: teatrodosilencio@gmail.com
DATA LIMITE PARA O ENVIO DE PROPOSTAS: 15 Abril de 2017 (1º Período - Prorrogação) e 31 de Maio (2º Período)
As residências inserem-se em A SUL – Plataforma de criação para artistas que habitam ou cruzam o espaço Ibero-americano, direccionada para a pesquisa, a investigação e a experimentação artísticas. A Sul pretende ser ainda um lugar de encontro e de reflexão entre artistas, e entre artistas e a cidade de Lisboa.
Coordenação: Maria Gil | Tutorias: Maria Gil, Marta Lança e Sara Anjo | Produção: Teatro do Silêncio 2017 | Parceria: Projecto Pulsar da Junta de Freguesia de Carnide
+INFO: teatrodosilencio@gmail.com | + 351 91 463 26 75 – Teatro do Silêncio (Maria Gil)
Projecto apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa e inserido na Passado e Presente - Lisboa Capital Ibero-americana de Cultura 2017.

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10.04.2017 | por martalanca | A Sul, Carnide, Maria Gil, Teatro do silencio

“Resistência Civil | Acordo com a Natureza: Bicentenário de H. D. Thoreau

Organizado pelo Grupo de Estudos Americanos (GI3) do Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa (CEAUL/ULICES) em parceria com a Biblioteca Nacional de Portugal, o evento “Resistência Civil | Acordo com a Natureza: Bicentenário de H. D. Thoreau” conta com uma exposição biblio-iconográfica e actividades explorando a obra e as repercussões deste autor.

10 de Abril, a exposição abre com uma visita comentada, duas palestras e um debate que encadeará os elos do libertarismo, da ecologia, da objecção de consciência e do estilo e influência do poeta ensaísta.

No dia 26 de Abril, haverá um colóquio com comunicações académicas, incluindo uma palestra por Antonio Casado da Rocha, da Universidade do País Basco, sobre a necessidade de “Humanizar a Ciência”. Para finalizar, faremos leituras da obra do autor, havendo ainda o lançamento de um catálogo e do livro Nada Natural, do poeta Gary Snyder, o grande herdeiro vivo de Thoreau, pela primeira vez editado em Portugal. (BNP)

Para mais informações, consultar o website.

09.04.2017 | por martalanca | H. D. Thoreau, Resistência Civil

Um homem chamado Romeu Correia -

Exposição comemorativa do centenário do nascimento (1917-2017)

A assinalar o centenário do nascimento de Romeu Correia, o Museu da Cidade, na Cova da Piedade, recebe uma exposição que celebra e divulga a sua obra enquanto escritor, desportista, cidadão, cinéfilo e dramaturgo. Inauguração: 8 de abril às 16h.«A exposição organiza-se numa linha de continuidade entre o espaço exterior do jardim e os dois pisos de exposições temporárias, numa abordagem biográfica referenciada ao seu universo literário: objetos, documentos, imagens, citações, que remetem os visitantes para as paisagens, quotidianos, espaços de trabalho, movimento associativo, prática desportiva, festa, resistência e ativismo cívico, organizando narrativas, contando, não “a História” de Romeu Correia, mas as suas “histórias”, que se cruzam com as de outros, em Almada, Portugal, ao longo de quase todo o século XX.
No primeiro piso evoca-se a obra literária, destacando oito títulos (romance, teatro e contos) e no segundo piso desenvolve-se a sua biografia, contextos de intervenção, redes de cumplicidades e afinidades em abordagens temáticas. O design museográfico é de José Manuel Castanheira, sublinhando a importância da experiência do teatro na obra de Romeu Correia e a cenografia como contexto narrativo.»

8 de abril a 31 de dezembro 2017  / Terça a sábado: 10h às 13h e das 14h às 18h / Museu da Cidade, Cova da Piedade

Sobre Romeu Correia
Com cerca de 41 títulos publicados – contos, novelas, romance, teatro, biografias e divulgação da história local –, colaborador regular de revistas como a Vértice, jornais como a República Jornal do Comércio, Diário Popular, Jornal de Almada, Jornal Record, entre outros.A obra de Romeu Correia é indissociável do imaginário de gerações de almadenses, reconstruindo e fixando paisagens, lugares, personagens e histórias quotidianas que marcam a identidade da cidade, afirmam valores e causas comuns.
Sobre José Manuel Castanheira
Pintor e cenógrafo, é autor de mais de 200 cenografias. Trabalhou com directores como Rogério de Carvalho, Serge Belbel, Jorge ListopadJoão Mota, Aderbal Freire-Filho, Artur Ramos,António FeioJoão Lourenço, Rui Mendes, Graziella Galvanni, Carlos Fernando, Juan Carlos Perez Fuente, João César MonteiroJoão Brites, José Luiz Gomez, Maria Ruiz, Rosário Ruiz Rodgers, Joaquim BeniteFernanda Lapa, Paulo Matos, José Sanchis Sinisterra, Gastão Cruz, Robert Quintana, Carlos Avilez, Rui Sena, Fernanda Lapa, Ricard Salvat, Yannis Kokkos, Paulo Filipe, Eugeni Amaya e Christiane Jatahy.

É autor de 6 livros: 2013 / Castanheira-Cenografia (edição quadrilingue com prefácios de Georges Banu, Marcel Freydefont e João Carneiro), 2014 / Desenhar Nuvens (Manual de sobrevivência de um cenógrafo I), Viriato Rey (edição bilingue), 2016 / O Tempo das Cerejas (Manual de sobrevivência de um cenógrafo II), Frei Luís de Sousa (prefácio de Alberto Pimenta) e 2015 - co-autor com Pedro Castanheira de Viagem a Itália (Edições Caleidoscópio).

09.04.2017 | por martalanca | Almada, José Manuel Castanheira, Rome Correia, teatro

Questões indígenas: ecologia, terra e saberes ameríndios

PORTUGAL, EQUADOR, BRASIL, CHILE, PERU, VENEZUELA

De 5 a 7 e de 26 a 27 de Maio
MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL I LISBOA 

Pensar em solidariedade com os indígenas na América do Sul, enquanto conhecemos as suas culturas ou lutas políticas, é o grande desafio que propomos neste programa. Éticas ou estéticas indígenas, a terra como ser sensível e expressão de potencialidades múltiplas de interação, a Amazónia e a Patagónia, como espaços de resistência e confronto, mas também de proposição de formas de viver em conjunto que diferem do modo que ali tem sido imposto pelo projeto colonial, serão parte deste diálogo. Ao pensarmos com os indígenas, veremos que a ideia antiga de que culturas, línguas ou sociedades minoritárias indígenas estão ou estiveram em vias de extinção é, afinal, expressão de ameaça, uma vez que, ao tocarmos num povo indígena, tocamos um projeto de mundo - sobre o qual iremos debater - no qual nós, europeus, também estamos implicados.

O programa conta com formatos diversificados de diálogos: mesas redondas, conversas com antropólogos americanistas e lideranças indígenas, oficinas e reflexões sobre como os olhares indígenas interpelam a nossa forma de estar no mundo.                 

Programação Liliana Coutinho
Consultadoria Susana Viegas

 

DIA 5 DE MAIO, SEXTA-FEIRA

CONFERÊNCIA
OS INVOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA — SOBRE O CONCEITO E A CONDIÇÃO DE “INDÍGENA” NO MUNDO ATUAL, COM ESPECIAL ATENÇÃO PARA O CASO BRASILEIRO 
EDUARDO VIVEIROS DE CASTRO (BRASIL)
PALCO DA SALA PRINCIPAL
ÀS 18H30

Esta conferência versará sobre a natureza ‘colonial’ da constituição da forma-Estado, em particular do Estado-nação moderno — natureza que se torna muito evidente no caso das antigas possessões coloniais europeias, tornadas Estados-nação soberanos por este mundo fora —, e da contradição irresolúvel desta forma com a condição indígena, ou a ’forma-povo‘. Examinaremos de seguida os projetos-em-ato de criação de formas de constituição de coletivos não-estatais (o caso dos Chiapas, no México, e do Curdistão) baseadas em princípios de confederalismo democrático, municipalismo libertário, ocupações comunais e de outros modos de conjuração do estado de espírito que subjaz ao Estado como forma propriamente ’espiritual‘de captura transcendente dos povos.

Moderação de Susana Matos Viegas (Portugal)

 

FILMES COMENTADOS
O ESPÍRITO DA TV + BICICLETAS DE NHANDERÚ
RODRIGO LACERDA (PORTUGAL), Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
PALCO DA SALA PRINCIPAL
ÀS 21H30

O cinema indígena faz parte do movimento transnacional de luta indígena que eclode nos anos 50, mas que se intensifica, em particular no Brasil, a partir dos anos 80. O cinema, o vídeo e os média em geral, são utilizados pelos índios enquanto ferramentas de revitalização e reflexão sobre as suas culturas e território, sendo também meios de autorrepresentação e autodeterminação. 

Nesta sessão teremos o visionamento de dois filmes: Espírito da TV é uma reflexão sobre a imagem e Bicicletas de Nhanderú trata das diversas apropriações da imagem - e da atividade de filmar - pelas diferentes comunidades indígenas. O que fazer com esta tenologia mágica?

Os filmes selecionados para a mostra foram produzidos no âmbito daONG Vídeo nas Aldeias, um projeto precursor no Brasil que, desde os anos oitenta, desenvolve um trabalho colaborativo com povos indígenas na área do audiovisual, tendo, a partir de 1997, organizando oficinas de formação de cineastas em aldeias indígenas.

No início da sessão Rodrigo Lacerda irá falar-nos da forma como os olhares cinematográficos dos índios espelham conhecimentos do mundo através das faculdades sensíveis da visão. Após o visionamento dos filmes abrimos o debate ao público. 

Espírito da TV (1990, 17’) Começando com a chegada de canoa da televisão e VCR à sua aldeia, o Espírito da TV documenta as emoções e o pensamento dos Waiãpi, quando pela primeira vez viram a sua própria imagem e a dos outros na televisão, numa gravação da primeira viagem do seu chefe a Brasília para falar com o governo, a difusão de notícias e vídeos sobre outros povos nativos do Brasil.
Realizadores: Vincent Carelli e Dominique Gallois

Bicicletas de Nhanderú (2011, 45’) é um filme sobre a espiritualidade Mbya-Guarani e sobre a exiguidade das terras indígenas no sul do Brasil, o cerco da soja e do homem branco. A aldeia filmada situa-se a poucos quilómetros das ruínas das antigas missões jesuítas de São Miguel Arcanjo, no Rio Grande do Sul.
Realizadores indígenas: Ariel Duarte Ortega e Patrícia Ferreira (Keretxu)

 

DIA 6 DE MAIO, SÁBADO

MESA REDONDA
DA RELAÇÃO COM A TERRA
ALEJANDRO REIG (VENEZUELA), ELISA LOCON ANTILEO (chile) e LUISA ELVIRA BELAUNDE (peru)
PALCO DA SALA PRINCIPAL
ÀS 15H30

Entre as sociedades ameríndias, a terra é sujeito de múltiplas vivências. Iremos aqui focar principalmente duas dimensões dessas vivências: as ligadas à configuração do espaço/território/ambiente e as que associam a vivência da terra à língua que viabiliza a comunicação entre as múltiplas entidades que a formam. Assim, veremos que entre os Yanomami ‘fazer paisagem’, ‘fazer sítio’ e ‘fazer gente’ são dinâmicas interligadas que implicam uma coincidência entre o modelo cultural do ambiente e a convivência próxima, afetiva e quotidiana entre pessoas. Se esse é o questionamento que os Yanomami nos deixam e será trazido a debate por Alejandro Reig, já entre muitos dos povos ameríndios que vivem nas margens do rio Ucayali, no Peru, o rio ganha proeminência na reflexão sobre a terra. Como nos mostrará Luisa Elvira Belaunde, se na história colonial violenta, o rio transportou os toros de madeira e a borracha, ele foi também o espaço de criação dos seres humanos.

Diferentemente da vivência-terra criadora de gente, a vivência-língua criadora de terra será aqui discutida por Elisa Antileo a propósito dos Mapuche, do Chile. Sustentando-se numa cosmogonia geocêntrica em que a terra é vista como mãe e aqueles que a habitam como seus irmãos, o papel da língua Mapuche – a ’língua da terra‘ - como comunicante da diversidade de elementos será aqui sublinhado. Se a fala com os ventos, os rios e as montanhas ocorre por meio de uma língua, perder a língua significa não só perder a comunicação entre os seres humanos, mas também perder as mensagens do canto dos pássaros, do amanhecer, do mar, do vento, das estrelas.

Moderação de Susana Matos Viegas (Portugal)

CONFERÊNCIA E FILME
DO SONHO E DA TERRA (título em confirmação)
AILTON KRENAK (BRASIL)
PALCO DA SALA PRINCIPAL
ÀS 18H30 E ÀS 21H30

 

DIA 7 DE MAIO, DOMINGO

WORKSHOP
ÉTICA DO VIVER
LUISA ELVIRA BELAUNDE (PERU)
SALA DE ENSAIOS
DAS 10H ÀS 17H

Que outras formas existem de criar um coletivo e o que podemos aprender através do contacto com as culturas ameríndias?
Nesta oficina Luisa Elvira Belaunde apresenta-nos formas de conhecer e de sentir em algumas sociedades das terras baixas da Amazónia peruana sustentadas em dois tipos de relações. Primeiro, na relação de subjetividade com plantas e bebidas extraídas dessas plantas. Em segundo lugar com práticas criativas associadas à arte da cerâmica que enfatizam as relações entre escuta, pensamento e ação e estão na base da formação da autonomia pessoal.

Cada sessão incorpora uma exposição de Luisa Elvira Belaunde, seguida do visionamento de excertos de documentários e imagens e de um debate com os participantes.

 

DIA 26 DE MAIO, SEXTA

CONFERÊNCIA
A HUMANIDADE E A ANIMALIDADE NO UNIVERSO INDÍGENA AMAZÓNICO
APARECIDA VILAÇA (BRASIL)
PALCO DA SALA PRINCIPAL
ÀS 18H30

Como pensar um mundo em que a humanidade não é uma condição, mas uma posição?  Em que o parentesco não está relacionado à reprodução, mas é produzido por atos quotidianos de cuidado e alimentação? Em que os animais se vêem a si próprios como humanos e tomam as pessoas por presas? Nesta conferência vamos entrar no mundo amazónico, particularmente no dos Wari’, povo que vive na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, com o objetivo de questionar as nossas atuais noções de humanidade, animalidade e parentesco. 

 

DIA 27 DE MAIO, SÁBADO

CONFERÊNCIA
RESISTÊNCIA POLÍTICA AMERÍNDIA
FELIPE MILANEZ (BRASIL), JOSÉ BENGOA (CHILE) e RAÚL LLASAG FERNANDEZ (EQUADOR)
PALCO DA SALA PRINCIPAL
ÀS 17H

A história do colonialismo na América Central e do Sul mostra que os processos políticos e religiosos que foram aí instalados provocaram o desaparecimento de milhões de pessoas, seja por doença, seja por violências várias. A mobilização em defesa de um sistema que, legalmente e na prática, seja capaz de assegurar o direito dos povos indígenas continua a ser necessário.
Décadas depois da implementação da Carta dos Direitos Humanos e de um extenso debate na área dos estudos pós-coloniais de consciencialização acerca do que foi essa época da história, continua a ser necessário estar e ser vigilante para que a descolonização dos gestos e do pensamento e, acima de tudo, da nossa relação com outras formas de fazer e de estar no mundo, tenha lugar. Exemplos concretos de movimentos políticos indígenas em prol do reconhecimento dos seus direitos, assim como o trabalho que ao nível constitucional se tem feito em prol dos direitos indígenas, irão estar presentes neste debate.
Poderão os movimentos políticos que se organizam em torno destas comunidades permitir-nos um olhar renovado sobre as políticas e práticas sociais, económicas e ambientais que têm dominado as culturas europeias? Existindo em territórios geográficos cuja definição é alheia a processos de organização do estado territorial moderno, que desafios colocam a este tipo de organização? Considerando que uma das questões transversais às culturas indígenas é a relação viva com a Mãe-Terra – e a mãe não se divide, não se vende, não se explora, não se destrói – que interrogações trazem a uma economia e a uma gestão do território baseada na exploração dos recursos naturais?

Moderação de Liliana Coutinho (Portugal)

06.04.2017 | por martalanca | ameríndios, ecologia, índigenas, terra

Theatre and Migration: Creative Encounters

Monday,17 April 2017 ¦ 19h• workshop ¦ 21h• public debate

This event explores emerging theatrical responses to migration in light of recent migration and shifts in global politics and economics. We aim to survey new theatrical forms of migrant representation and to talk about possible impacts on national theatre cultures in shaping the perception of non-European migrants and migrant cultures. The event will bring together academic and practitioners’ perspectives and is designed to look at migrant perspectives on the grounds of theatre making, creating a platform where creative practices as well as cultural, theoretical and policy perspectives can meet and be debated.

[workshop] 

Led by Fadi Skeiker, Syrian theatre practitioner and scholar (Visiting Associate Professor of Theatre, University of Minho), this practice-led, participatory workshop will use applied theatre techniques to approach topics of exile, refugedom and asylum in performance. The workshop will use textual and physical elements in an experimental way.

Participants are asked to read the following two articles in advance and to bring a printed copy to the workshop:

¦ Important information¦

Registration via email: ruadasgaivotas@teatropraga.com

Tickets: €10

Duration: 2 hrs

[public debate]

This panel discussion will focus on modalities of migrant representation in current theatre productions, cultural initiatives, multi-arts projects and editorial practices. The discussion will be opened up to the public in an extended Q&A session as part of the debate.

Speakers:

Fadi Skeiker (University of Minho)

André Amálio (Hotel Europa Theatre)

Ana Bigotte Vieira (IFILNOVA/ IHC /CET, Buala.org)

Szabolcs Musca (University of Lisbon/ New Tides Platform, UK)

[organisers and partners]

The event is jointly organised by New Tides PlatformRua das Gaivotas 6 and CET- Centro de Estudos de Teatro (University of Lisbon)

PartnersBUALA Cultural Association/ Buala.org and Hotel Europa Theatre

04.04.2017 | por martalanca | migration, Theatre

UTOPIAS > António Alvarenga discute o futuro do capitalismo > 5 abril 18h30

03.04.2017 | por martalanca | António Alvarenga, capitalismo, Teatro Maria Matos, Utopias

Colóquio Internacional: "Império e Arte Colonial"

Oradores: Eduardo Lourenço, Geoffrey Quilley, Guilherme d’Oliveira Martins, Nuno Júdice, Pedro Lapa, Rui Zink

No âmbito do projeto ArTravel, o Centro de História d´Aquém e d´Além Mar (CHAM) organiza o Colóquio Internacional Império e Arte Colonial, evento que conta com a vinda de conferencistas dos quatro cantos do mundo e que parte da necessidade de refletir sobre o modo como a deslocação entre as ex-colónias europeias e a metrópole inspirou a criação de uma arte que se implantou não só no território nacional mas igualmente se estruturou a partir das antigas províncias ultramarinas.

Partindo da crescente visibilidade do tema a nível internacional, e enquadrando-se o programa numa matriz sedimentada na História da Arte Contemporânea que tem em conta as especificidades da cultura nacional, propõe-se refletir sobre a triangulação Viagem – Criação Artística Colonial – Cultura Contemporânea, feita não só a partir do contexto geopolítico europeu mas igualmente de perspetivas de uma mundivência autoral que permite a mudança de paradigma.

Entrada livre.

VER PROGRAMA

03.04.2017 | por marianapinho | arte colonial, império

Seminário: "Memória da guerra colonial em Angola"

3 Abril, 18:00 - 20:00

“Memória da guerra colonial em Angola”
Maria José Lobo Antunes (ICS-UL)

3 de abril de 2017, 18h-20h
Multiusos 2, Ed. ID, FCSH/NOVA


Resumo
Esta sessão centrar-se-á na apresentação de uma pesquisa de doutoramento, concluída em 2015, que teve como objetivo construir uma etnografia da memória da guerra colonial em Angola. Partindo da comissão de serviço de uma companhia de artilharia em Angola (1971-1973), a investigação articulou diferentes lugares e momentos do tempo. As memórias pessoais dos antigos militares desta unidade foram confrontadas com outras narrativas sobre o mesmo fragmento da guerra colonial (o relato institucional militar, a narrativa literária de António Lobo Antunes, antigo alferes médico da unidade) e com as retóricas públicas que, durante o Estado Novo e no Portugal contemporâneo, forneceram as ideias e as palavras com as quais o país e o mundo eram pensados. A apresentação do caminho percorrido pela investigação permitirá abordar questões teóricas e metodológicas que rodeiam o estudo da memória e, em particular, das ambiguidades e contradições geradas pela revisitação narrativa da guerra e do passado colonial português.


Nota biográfica
Doutorada em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (2015), é autora do livro Regressos quase perfeitos. Memórias da guerra em Angola. Atualmente é investigadora de pós-doutoramento no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, com o projeto “Imagem, guerra e memória: fotografia da guerra colonial nas coleções pessoais e nos arquivos institucionais”.


03.04.2017 | por marianapinho | angola, Estado Novo, guerra colonial, memória, Portugal

Projecto P! performance na esfera pública - 10 a 14 de Abril

Vários Espaços
10 a 14 de Abril 2017

Nos 100 anos da conferência futurista de Almada Negreiros, o Projecto P! promove um programa de pensamento crítico e de curadoria a partir da questão: como constrói, recria e participa a performance arte na esfera pública? Se reconhecermos nas vanguardas do início do século XX o gesto fundador da performance arte, tal como propõe a historiadora Roselee Goldberg, podemos considerar esta conferência como o marco inaugural da performance arte portuguesa? Este programa inclui a publicação do livro Performance na Esfera Pública (Edições Orfeu Negro), uma conferência internacional e performances.


Sintomaticamente, a performance arte irrompe em Portugal em configurações de mudança (Implantação da República, Revolução dos Cravos, adesão à Comunidade Europeia) e em diferentes artes (poesia, música, artes visuais, artes performativas). Depois da conferência futurista, só nos anos 60/70, as artes plásticas, a música e a poesia experimentais participam no processo revolucionário do 25 de Abril com ações e happenings. Subsequente à entrada de Portugal na Comunidade Europeia, a partir dos anos 1990, a performance manifesta-se no teatro e na dança, num período de vitalidade que enfraqueceria aos primeiros sinais da crise financeira mundial de 2008. Abordá-la a partir do prisma da esfera pública enquanto espaço discursivo permite-nos, por um lado, equacionar a força mobilizadora da performance arte nos diferentes momentos socioeconómicos de emergência e, por outro lado, pensar a forma como cada campo artístico activa uma participação específica na esfera pública, por via da performance.

PROGRAMA

10 abril → 10h às 13h
Fundação Calouste Gulbenkian, Auditório 3
Conferência internacional Performance na Esfera Pública
Jen Harvie: “Housing Crisis” (conferência em inglês)
Christine Greiner: “Microactivismos de Afectos”
Idalina Conde: “1917-2017 de Almada Negreiros a hoje: que Olhar para a Europa?”

Jen Harvie é professora doutora na Universidade Queen Mary, Londres, onde lecciona Teatro contemporâneo e Performance. Os seus livros incluem Fair Play – Art, Performance and Neoliberalism, Theatre & the City e The Routledge Companion to Theatre and Performance (com Paul Allain). Co-editou números especiais da Contemporary Theatre Review sobre globalização, os Jogos Olímpicos/ Paralímpicos de Londres, assim como uma antologia sobre processos criativos – Making Contemporary Theatre: International Rehearsal Processes (com Andy Lavender, 2010) – e outra sobre o trabalho de Lois Weaver, co-fundadora de Split Britches – The Only Way Home Is Through the Show: Performance Work of Lois Weaver (2015). Actualmente, dirige a colecção da Palgrave Theatre & e desenvolve um projecto sobre teatro e performance feminista contemporâneos no Reino Unido.

Christine Greiner é professora doutora na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP, Brasil. Coordena o curso de graduação em Comunicação e Artes do Corpo, que ajudou a criar. Desenvolve a sua pesquisa na área de comunicação, com foco nos estudos interdisciplinares do corpo. É parceira de trabalho de Helena Katz, com quem desenvolve o conceito de Teoria Corpomídia. É especialista em estudos do corpo no Oriente e teve dois de seus pós-doutoramentos realizados no Japão. É jornalista, professora e investigadora, e vem contribuindo ao longo dos anos com a construção de um pensamento e reflexão crítica sobre dança.

Idalina Conde é professora e investigadora no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), doutorada em sociologia com especialidade sobre arte e cultura, autora de várias publicações nestas áreas. Colaborou em projetos europeus, nomeadamente do ERICARTS – European Institute for Comparative Cultural Research. Desenvolve atualmente uma linha de estudos sobre a Europa em visão cultural, com iconografias do património e arte contemporânea. Entre outras iniciativas com temáticas europeias, realizou os seguintes workshops: Criatividade em Agenda na Europa, na Representação da Comissão Europeia em Portugal, com duas edições em 2012 e 2013; Património em Agenda na Europa, na Casa-Museu Medeiros e Almeida em Lisboa.

10 abril → 14h30 às 17h30
Fundação Calouste Gulbenkian, Auditório 3, Sala 1 e Sala 2
Desconferência: Performance na Esfera Pública
Jen Harvie, Christine Greiner e Idalina Conde moderam três sessões de debate cujos temas serão votados na hora pelos participantes. Neste formato pouco convencional, público e oradores poderão ter um espaço de participação autogerido que nos parece vital para intensificar a relação entre investigadores e criadores, bem como para estimu-lar a intervenção do público.

10 abril → 18h30
Fundação Calouste Gulbenkian
Lançamento do livro Performance na Esfera Pública (Edições Orfeu Negro) com a presença da investigadora Rebecca Schneider seguida de beberete.

“Extending a Hand: Performance and Gesture in Spheres of Intra-action” (conferência em inglês)

Rebecca Schneider é professora doutora no departamento de Theatre Arts and Performance Studies na Brown University, onde lecciona estudos de performance, história do teatro e teorias da intermedialidade. É autora de Theatre and History (Palgrave 2014), Performing Remains: Art and War in Times of Theatrical Reenactment (Routledge 2011) e The Explicit Body in Performance (Routledge, 1997). Co-editou a antologia Re:Direction: A Theoretical and Practical Guide to 20th-Century Directing e um número especial da revista TDR: The Drama Review sobre Precaridade e Performance (2012). É uma das editoras principais de TDR, contribuindo ainda para a revista Women and Theatre, e com David Krasner para a colecção “Theatre: Theory/Text/Performance” com a University of Michigan Press. Schneider tem publicado ensaios em diversas antologias, incluindo Psychoanalysis and Performance, Acting Out: Feminist Performance, Performance and Cultural Politics, Performance Cosmologies, Performance and the City e o ensaio “Solo Solo Solo” em After Criticism. Tem colaborado com artistas no British Museum, em Londres, na Mobile Academy em Berlim, bem como apresentado comunicações em museus como o Guggenheim em Nova Iorque, no programa Capitals na Gulbenkian em Lisboa, no Museum of Modern Art em Warsaw, Musée d’Art Contemporain de Montreal e o Centre de la Dance em Paris.

Autores: Bojana Cvejić e Ana Vujanović, Carla Cruz, Sandra Guerreiro Dias, David Helbich, Isabel Nogueira, Claire Bishop, Eleonora Fabião, Sevi Bayraktar, Maria Andueza Olmedo, Christof Migone, Rui Mourão, Liliana Coutinho, Peggy Phelan, Ana Bigotte Vieira, Leif Elggren/KREV, Ana Borralho e João Galante, Sílvia Pinto Coelho, João Macdonald, Christine Greiner, Andrea Maciel, Paulo Raposo, Guillermo Gómez-Peña.

11 abril → 18h30
Casa Fernando Pessoa
Debate: 100 anos da conferência futurista, 100 anos de performance arte em Portugal? com Sandra Guerreiro Dias, Fernando Rosa Dias, Mariana Pinto dos Santos, Sílvia Laurea-no Costa

Uma das ações mais emblemáticas de Almada Negreiros foi a conferência futurista, proferida no Teatro da República (atual São Luiz Teatro Municipal), com o intuito de lançar o futurismo em Portugal, movimento encabeçado por Santa Rita Pintor. Tendo em conta a teoria proposta por RoseLee Goldberg, segundo a qual a performance arte nasce com as ações performativas futuristas, esta conferência pode ser considerada o marco inaugural da performance arte portuguesa. Mas será? E se assumirmos que é, qual o impacte dessa acção nas gerações do século XX? Qual a herança de Almada na performance

11 abril → 19h às 20h30
São Luiz Teatro Municipal
Performance: Partituras para o Corpo, o Edifício e a Alma

David Helbich

David Helbich criou guiões de performances especialmente para o edifício do São Luiz Teatro Municipal, publicadas no livro Performance Arte e Esfera Pública. Cada performance interpela não só o espaço arquitectónico do teatro mas também a história da performance arte tendo por protagonista o espectador, cuja experiência está no centro da proposta estética. Com a presença do artista, o espectador poderá desempenhar várias acções por todo o edifício num itinerário bem humorado. 

David Helbich (1973, Berlim/Bremen) tem vivido e trabalhado em Bruxelas desde 2002. Estudou composição em Amesterdão e Friburgo. Os seus trabalhos têm lugar em palcos, em papel, online e no espaço público. Recentemente apresentou-se, entre outros, no Martin-Gropius-Bau (Berlim), Palais de Tokyo (Paris) e UnionDocs (Nova Iorque). Para além de ensinar, por exemplo, na International Summer Courses for New Music Darmstadt, é autor do bestselling livro de fotografia Belgian solutions.

11 abril → 21h30
Polo Cultural Gaivotas | Boavista
Debate: O Público e o Privado
Dinamizador: Susana Mendes Silva (artista)
Festival Condomínio (curadoras)
Susana Chioca (artista e curadora)
Luísa Veloso (investigadora)

12 abril → 13h às 18h
MNAC – Museu do Chiado
Instalação performativa: Increments
Kovács/O’Doherty

Os trabalhos do duo de Kata Kóvacs e Tom O’Doherty combinam elementos de arte duracional, minimalismo, eletroacústica, movimento e vídeo. Em Increments, Kóvacs e O’Doherty executam uma série de ações simples em dois tambores, gravando os sons e reproduzindo-os no espaço da performance. Vão alternando entre a adição de novos sons e a escuta. Uma vez que a gravação de cada nova ação é realizada simultaneamente com a reprodução das acções precedentes, daqui resulta a sedimentação de um agregado cada vez mais denso de sons, em que as camadas mais antigas são as que mais sofreram as transformações operadas pela acústica do lugar em cada momento de gravação, fazendo referência ao trabalho de Alvin Lucier I am sitting in a room. Increments tanto apela a uma observação dos sistemas de gravação e reprodução áudio como à imersão no mundo acústico, onde se inclui a própria presença do público. Nelas se entretecem questões e crenças espacio-temporais, aqui habitadas pela poesia de vestígios acústicos, fragmentos rítmicos e feedback.

Sediados em Berlim, Kóvacs/ O’Doherty trabalham enquanto duo desde 2011. Em 2016, foram premiados pelo Art + Technology Award do LACMA (Los Angeles County Museum of Art).

12 abril → 19h às 20h30

São Luiz Teatro Municipal
Performance: Partituras para o Corpo, o Edifício e a Alma
David Helbich

12 abril → 19h
MNAC - Museu do Chiado
Performance: Reacting to Time - Portugueses na Performance
Apresentação da Transmissão X
Projeto de Vânia Rovisco com Fernando Aguiar e a colaboração de Bruno Humberto
Entre 6 e 10 de abril das 19h00 às 23h00 decorre o Workshop Transmissão X no Polo Cultural Gaivotas |Boavista

Reacting to Time - Portugueses na Performance procura actualizar a especificidade da memória corporal das primeiras experiências da performance. Aceder à origem dessa informação, atualizá-la pela transmissão directa e apresentá-la publicamente são os objectivos deste projeto. Trata-se de construir um arquivo vivo, tornado presente nos corpos.
Desde 2014, Vânia Rovisco dirige vários workshops de transmissão cujo objectivo é transmitir aos participantes uma performance que lhe tinha sido transmitida a ela pelo artista que criara a obra. Até agora foram transmitidas e reapresentadas as performances de dois autores: Identificatión (1975) de Manoel Barbosa e Il Faut Danser (1985) de António Olaio.
Nesta nova etapa, Fernando Aguiar transmitirá a performance Expresiones y interaccion(1997) a Vânia Rovisco (1.ª transmissão) que, por sua vez, a transmitirá ao artista Bruno Humberto (2.ª transmissão). No workshop Transmissão X, este transmitirá diretamente ao corpo de participantes masculinos (artistas, estudantes e interessados em performance) uma parte da história do corpo da performance portuguesa, num esforço de preservação e transmissão da memória corporal destas primeiras experiências. Do workshop resultará um objeto a apresentar pelos formandos, potenciando a propagação deste conhecimento e experiência.

Vânia Rovisco concluiu o Curso para Intérpretes de Dança Contemporânea do Fórum Dança (1998-2000). Trabalhou como intérprete com Meg Stuart/Damaged Goods (2001-2007) em diversas peças e projectos de improvisação. Colaborou com Pierre Colibeuf, Helena Waldman, Gordon Monahan, entre outros. Em 2004, começou a fazer direção de movimento, com encenadores como João Brites, Gonçalo Amorim, Gonçalo Waddington/Carla Maciel. Em 2007, tomou a decisão de colocar o corpo no contexto da galeria de arte, concebendo instalações e performances, que se tornou um alicerce na concepção do seu trabalho, envolvendo também o vídeo pela captura da plasticidade do corpo e movimento. Cofundadora de AADK. Em 2013, estreou o solo The Archaic, Looking Out, The Night Knight. Participou na Feira de Arte Contemporânea mOstra14. Encenou para o festival TODOS Silo de carros e estradas giratórias.
www.brunohumberto.com
ocontrariodotempo.blogspot.pt/

12 abril → 21h30
Polo Cultural Gaivotas | Boavista
Debate: Performance Arte e Memória

Dinamizadora: Cláudia Madeira (investigadora)
Fernando Aguiar (artista)
Ana Dinger (investigadora)
Clara Meneres (artista)

13 abril → 13h às 18h
MNAC – Museu do Chiado
Instalação performativa: Increments
Kovács/O’Doherty

13 abril → 15h
Polo Cultural Gaivotas | Boavista
Debate: Intervenção e Ética
Dinamizador: Vanessa Rato (jornalista)
Pablo Alvez Artinprocess (artista e investigador)
Mário Caeiro (investigador e curador)
Joana Craveiro (artista)

13 abril → 19h às 20h30
São Luiz Teatro Municipal
Performance: Partituras para o Corpo, o Edifício e a Alma
David Helbich

13 abril → 22h
Maria Matos Teatro Municipal
Concerto: Intonarumori
Luciano Chessa & The Orquestra Of Futurist Noise Intoners

The Orchestra of Futurist Noise Intoners é a única réplica completa da das máquinas de barulho – intonarumori – criadas pelo compositor futurista Luigi Russolo. Foram reconstruídas pelo maestro Luciano Chessa a convite da bienal PERFORMA, em Nova Iorque, que na edição de 2009 celebrava os 100 anos do futurismo italiano. Apresentando obras históricas e originais, o concerto da Orchestra of Futurist Noise Intoners inclui peças de compositores oriundos de estilos musicais diversificados. No concerto em Lisboa, ouviremos peças de Luigi Russolo, Lee Ranaldo (guitarrista fundador do grupo de rock alternativo Sonic Youth, Lucianno Chessa, Blixa Bargeld, Ellen Fullman, Pauline Oliveros (figura central no desenvolvimento da música electrónica do pós-guerra), Teho Teardo, Mike Patton (vocalista dos Faith no More e Mr. Bungle), James Fei, entre outros.

14 abril → 17h
São Luiz Teatro Municipal
Performances: REINVENÇÕES 100 anos da conferência futurista de Almada Negreiros
Artistas confirmados: Américo Rodrigues, Ana Borralho & João Galante, António Olaio, Beatriz Brás & Sérgio Coragem, Diana Combo, Fernando Aguiar, Homeostéticos, Manoel Barbosa, Marta Bernardes, Nova Orquestra Futurista do Porto, Pogo Teatro, Raquel André, Sónia Baptista, Margarida Chambel & Nuno Oliveira

Exatamente 100 anos depois do jovem Almada ter ocupado o palco do Teatro República (actual São Luiz Teatro Municipal) para ler o seu Ultimatum às gerações futuristas do século XX, entre outros manifestos, vários espaços do mesmo teatro serão ocupados por 14 artistas de diferentes gerações e de diversas disciplinas artísticas (artes visuais, poesia, dança, música e teatro), que reinventam a conferência futurista.

14 abril → 22h30
São Luiz Teatro Municipal
Festa-futurista-e-tudo
Cocktails futuristas e surpresa culinária futurista pelo Chef Joaquim de Sousa

Chef Joaquim Sousa natural de França, antigo Chefe Pasteleiro do The Oitavos tem um percurso profissional raro. Fez grande parte da sua carreira em França, entre 1988 e 2001, onde trabalhou em pastelaria, salões de chá e hotelaria de 5 estrelas com restaurantes de Estrelas Michelin. Quando chegou a Portugal, em 2001, tornou-se responsável pela formação em pastelaria em várias cadeias de hotéis de 5 estrelas. É atualmente formador na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa. Com uma reputação de criativo, perfecionista e ótimo formador, este verdadeiro aficionado do chocolate está em constante investigação de soluções inovadoras e arrojadas.

DJ sets futuristas
Mirta Vuduvum (vonCalhau!)
Bruno Silva (Ondness)
Miguel Sá (Tra$h Converters)

Uma iniciativa da Associação Per Form Ativa
Coordenação de Projeto Ana Pais
Curadoria Ana Pais, Pedro Rocha, Levina Valentim
Gestão de Projeto Ana do Rosário Bragança
Produção Missanga
Comunicação Wake Up!
Design Ilhas

03.04.2017 | por marianapinho | almada negreiros, orfeu negro, Performance na esfera pública, Projecto P!

Convocatória Catchupa Factory – Novos Fotógrafos 2017

Catchupa Factory – Novos Fotógrafos 2017 3 a 17 de Maio Mindelo, São Vicente Cabo VerdeA residência artística Catchupa Factory irá proporcionar um momento de imersão e um espaço de incentivo à criação artística para fotógrafos e artistas emergentes dos PALOP. A Catchupa Factory — Novos Fotógrafos é dirigida a criados-autores e é desenvolvida sob a orientação do curador e educador sul-africano John Fleetwood. Os participantes serão incentivados a criar um projecto fotográfico ao longo de 2 semanas de trabalho intensivo. Os trabalhos resultantes da residência artística irão integrar o catálogo Catchupa Factory 2017 e os participantes poderão ainda fazer parte dos programas de exposição e estágios internacionais a serem lançados posteriormente.

Objectivos:

  • Fomentar a criação de uma rede de fotógrafos e artistas emergentes dos PALOP;
  • Estimular o reconhecimento e a visibilidade internacional do trabalho autoral em fotografia dos participantes;
  • Incentivar a mobilidade de artistas e obras de arte;
  • Promover a formação avançada ao nível da concepção, desenvolvimento e edição do projecto fotográfico;
  • Proporcionar um espaço dedicado de criação, diálogo e partilha entre fotógrafos e artistas dos PALOP e de África.

Destinatários: Fotógrafos e artistas emergentes dos PALOP que desenvolvam a sua prática autoral no campo da fotografia.Envio de portfólio, CV e carta de motivação para: aoje.cv@gmail.com (os interessados poderão também enviar uma descrição do projecto que pretendam desenvolver)

Prazos: 20 de Março a 3 de Abril de 2017 Comunicação dos resultados: 10 de Abril de 2017

Formador da Residência Artística: John Fleetwood (África do Sul) www.phototool.co.za/team/

Curadora convidada: Paula Nascimento (Angola)

Número máximo de participantes: 10 fotógrafos e artistas emergentes dos PALOP [4 fotógrafos e artistas dos PALOP (excepto Cabo Verde) e 6 fotógrafos e artistas de Cabo Verde].

Condições de participação para os fotógrafos e artistas dos PALOP*: 4 bolsas de viagem internacional / Estadia / Apoio à alimentação. Condições de participação para os fotógrafos e artistas de Cabo Verde*: 4 bolsas de viagem inter-ilhas / Apoio à estadia / Apoio à alimentação.

*A AOJE está empenhada em colaborar com os participantes no sentido de facilitar a sua presença, seja através de envio de carta-convite ou outros procedimentos.

Organização: AOJE Associação de Fotografia Apoios: Fundação Calouste Gulbenkian e Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo VerdeDocumento

PDF: https://www.dropbox.com/s/ydqf501nb…

30.03.2017 | por martalanca | fotografia

SESSÕES DJASS #2 Alexandra Lucas Coelho discute "Deus-dará"

A segunda “Sessão Djass” terá como convidada a jornalista e escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho, que nos falará sobre suas pesquisas relativas à escravatura no Brasil realizadas para a escrita de seu último romance “Deus-dará”. Uma conversa em torno do colonialismo português, regime escravocrata no Brasil e seus reflexos nos dias de hoje. 
As “Sessões Djass” são uma iniciativa da Djass – Associação de Afrodescendentes, que propõe um ciclo de conversas, a realizar ao longo do ano, em torno de um filme, de um livro, de uma personagem ou de um autor, sobre temas como racismo, colonialismo, escravatura, discriminação, privilégio, poder, negritude. 
Data: 3 de abril de 2017, 18h30
Local: Bar Tabernáculo, Rua de São Paulo, 218, Lisboa 
Entrada livre.

30.03.2017 | por martalanca | Alexandra Lucas Coelho, Deus-dará

Mostra de Filme Etnográfico "Futuros Disputados” FCSH I LISBOA

Making a Living in the Dry Season (Angola, 2016): vai ser exibido no âmbito da itinerância da Mostra de Filme Etnográfico “Futuros Disputados” (FCSH/NOVA e ISCTE-IUL) em sessão dupla, combinando um filme sobre Angola e outro sobre Brasil, decorre dia 19 de Abril, às 18h, e conta com a minha presença enquanto realizadora e a da antropóloga Susana Matos Viegas, especialista sobre as questões indígenas no Brasil. 

 

30.03.2017 | por martalanca | filme etnográfico

A primeira grande investigação sobre a guerra civil angolana

Depois da independência, Angola ficou dividida por um conflito interno que havia de durar mais de um quarto de século e que veio a definir os contornos do poder político angolano até à actualidade.
A guerra civil teve de um lado a UNITA, do outro o MPLA, mas no meio ficou sempre a população, verdadeira protagonista deste livro. A partir de centenas de entrevistas, e sem tomar partido, Justin Pearce reconstituiu a vertente humana da mais mortífera e longa guerra civil africana.
«Ao invés de entrevistar apenas generais e políticos e de os questionar sobre a guerra, Pearce fala com os camponeses, os aldeãos, os professores e os meros militantes partidários, e procura compreender de que forma é que os angolanos se integraram em movimentos políticos rivais, e como é que a militância partidária determinou os seus actos e a sua vida.» — Rafael Marques, Prefácio

A GUERRA CIVIL EM ANGOLA 1975-2002, de Justin Pearce.

29.03.2017 | por martalanca | angola, guerra cívil, Justin Pearce, Rafale Marques

Terça-feira: Tudo o que é sólido dissolve-se no ar

Quando era criança assistia fascinada, como muitas pessoas da minha geração, aos programas televisivos do Vasco Granja e ficava deliciada com aqueles desenhos animados que criavam mundos a partir de plasticina, cartolina ou de uma só linha. Cerca de trinta e tal anos depois convoco esse universo, nomeadamente o trabalho de Osvaldo Cavandoli, para esta segunda criação do projeto Sete Anos Sete Peças.Tendo em conta que uma linha reta é a linha mais curta que se pode traçar entre dois pontos,este é o ponto de partida escolhido por mim e pelo Luca Bellezze para a criação de uma espécie de cartoonao vivo urdido a partir de um fio. Numa lógica de frameaframe, vai sendo construída uma narrativa visual e sonora que retrata, de forma sintetizada, aspetos particulares da realidade contemporânea.Num tempo em que as linhas divisórias, as fronteiras, as barreiras, as linhas da frente e de mira dos conflitos bélicos, as fileiras e as linhas de identificação do drama dos refugiados, as linhas de respeito dos limites marítimos das nações, as linhas duras das fações radicais de organizações políticas e religiosas estão na ordem do dia, pretendemos trabalhar (n)uma linha unificadora, capaz de juntar o que se encontra separado.

Cláudia Dias

sexta, 31 março →  conversa após o espetáculo 
José Goulão (jornalista), Gustavo Carneiro (Conselho Português para a Paz e Cooperação) e Cláudia Dias, numa conversa moderada por Jorge Louraço (dramaturgo, professor na ESMAE), vão falar da crise dos refugiados puxando o fio à meada, procurando a origem dos factos, retrocedendo passo a passo pelos caminhos onde foram deixadas pegadas de refugiados políticos, económicos ou ambientais, até encontrar o desastre climático, a fome ou a guerra, e, na origem destes infernos, os pecados mortais cometidos a sul e a oriente da Europa por homens, europeus, brancos — quase todos, mas não só.

Ficha artística

conceito e direcção artística: Cláudia Dias Artista convidado: Luca Bellezze
texto: Cláudia Dias
intérpretes: Cláudia Dias e Luca Bellezze Olhar Crítico – Sete Anos Sete Peças: Jorge Louraço Figueira Cenografia e desenho de luz: Thomas Walgrave
assistência: Karas
animação: Bruno Canas
direção técnica: Nuno Borda De Água
produção: Alkantara
coprodução: Maria Matos Teatro Municipal; Teatro Municipal do Porto Residências Artísticas: Teatro Municipal do Porto/Teatro do Campo Alegre; O Espaço do Tempo; Centro Cultural Juvenil de Santo Amaro – Casa Amarela
agradecimentos: Ângelo Alves, Anselmo Dias, Ilda Figueiredo, José Goulão, Jorge Cadima, Paulo Costa O projeto SETE ANOS SETE PEÇAS é apoiado pela Câmara Municipal de Almada

Alkantara – A.C. é uma estrutura financiada por: Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes e Câmara Municipal de Lisboa

28.03.2017 | por marianapinho | barreiras, Cláudia Dias, conflitos bélicos, fronteiras, imigração, linhas divisórias, miras, refugiados

É possível descolonizar as metodologias ocidentais? O Sul como motor.

Μεσόγειος Θάλασσα, Σούνιο, Ελλάδα 2017 Mar Mediterráneo, Sunión, Grécia 2017 foto de Alejandro Simón.Μεσόγειος Θάλασσα, Σούνιο, Ελλάδα 2017 Mar Mediterráneo, Sunión, Grécia 2017 foto de Alejandro Simón.A perspectiva poscolonial anglo-saxónica e os seus textos inaugurados com O lugar da cultura (Bhabha) foi criticada por concentrar-se na análise do fenómeno da imigração nos centros hegemónicos, em vez de tentar resolver os problemas das antigas colónias. Uns anos depois começou-se a falar da Europa pós-colonial na era das migrações, o que se reforçou com a crise económica e a evidência das suas fronteiras internas que dividiam  o norte dos PIGS. Não será por casualidade que a actual edição da Documenta seja organizada em torno do conceito de Sul e se celebre entre Kassel e Atenas. Pelo potencial desta relocalização do Sul na Europa, e de reaprender novas estratégias políticas a partir de uma posição identitária em reconstrução, e ligado à obsolescência dos seus antigos discursos  de hegemonia (colonial). Será esta condição/sul migrante de Espanha, Grécia, Portugal ou Itália capaz de gerar novas estratégias de pensamento ou de interlocução com outras cidadanias do sul? Que problemas acarreta o sul como lugar onde ir a partir de uma posição de privilégio ou ao qual regresar? Qual o potencial transformador destes suis em conjunto? 

Ainda que nos últimos anos a proliferação do termo “descolonizar” explique uma urgência em procurar estratégias para superar a falência dos legados coloniais, a pergunta “é possível descolonizar?”, precisamente, vem sintetizar a dúvida fundamental dos seus teóricos. Como gerar novas propostas descoloniais se tanto as instituições como as metodologias que enquadram o nosso pensamento são intrínsecas à sua condição colonial: Silvia Rivera Cusicanqui pergunta se é possível descolonizar a mestiçagem, ou a nação (cuja base ocidentalizante é a branquitude); Boaventura de Sousa Santos se é possível descolonizar o marxismo; Sharon MacDonald ou Clementine Deliss, os Museus; Viveiros de Castro ou Vanessa Watts a natureza; os estudantes da Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres, a própria Academia, questionando a presença de pensadores ocidentais nos programas curriculares; ou a Universidade Federal do Sul da Bahia que inclui indígenas na aposta pela epistemodiversidade. Em 1999, um pouco antes deste boom descolonial, a teórica maõri Linda Ruhiwai Smith, no seu livro Descolonizar Metodologías, pressagiava o papel que as cosmovisões indígenas têm adquirido no sentido de superar as nossas relações coloniais com a natureza e com as formas extra-ocidentais de cidadania e cultura. Que tipo de relação pode o ocidente gerar com estas categorias-Sul? É possível descolonizar as metodologias ocidentais cuja complicidade com a colonialidade não está suficientemente analisada? Como construir epistemodiversidade se as nossas referências académicas justamente se diferenciam das não-ocidentais uma vez que estão baseadas na “acumulação de conhecimento” e na sua exploração? Será agora o Sul um lugar onde se vai “saquear”, para acumular formas de pensamento? Ou, pelo contrário, qual é o potencial desta interlocução para modificar a natureza colonial das metodologias ocidentais e gerar novos modelos?

CONVOCATÓRIA
Re-visiones
 
2017:
Recepción de originales 1 de Junio de 2017 (editora do número: María Iñigo) 

 

27.03.2017 | por martalanca | descolonial, pensamento, revista, sul

Ciclo "Colonialismo do Colonialismo": El Botón de Nácar

Último Filme do Ciclo de Cinema “Colonialismo do Colonialismo”.
Nesta quinta-feira trazemos um filme-documentario Chileno dirigido pelo realizador Patricio Guzman. 
Como todas as quintas-feira, à noite não vai haver Cantina, mas sim uns saborosos petiscos e, claro, o Bar da Zona aberto.

Sinopse:
O oceano contém a história de toda a humanidade. No mar estão as vozes da Terra e de todo o espaço. A água, fronteira mais longa do Chile, também esconde o segredo de dois misteriosos botões encontrados no fundo do mar. Com mais de 4 mil km de costa e o maior arquipélago do mundo, o Chile apresenta uma paisagem sobrenatural, com vulcões, montanhas e glaciares. Nessa paisagem estão as vozes da população indígena da Patagônia, dos primeiros navegadores ingleses que chegaram ao país, e também a voz dos presos políticos chilenos. Alguns dizem que a água tem memória. Este filme mostra que ela também tem voz.

23.03.2017 | por marianapinho | Colonialismo do Colonialismo, El Botón de Nácar, Patricio Guzman