Descentrar o Império, Reparar o Futuro

Programa integrado no Ciclo Impérios com curadoria de Liliana Coutinho. Curadoria da sessão: Inês Beleza Barreiros, Patrícia Martins Marcos, Pedro Schacht Pereira e Rui Gomes Coelho

04 NOV 2022 16:00 – 18:00: Descentrar o Império

Em contexto português, as visões mais críticas do colonialismo centraram o seu estudo no último ciclo imperial, no período contemporâneo, também chamado de “império Africano”. Até tempos recentes, esta dinâmica tem sido pautada pelo pouco envolvimento com a história do imperialismo moderno, enclausurando o seu estudo em visões nacionalistas, ancoradas no protagonismo narrativo do espaço e dos agentes da metrópole portuguesa. Ao tomar Portugal como epicentro da história, o contributo de processos e agentes não-metropolitanos tem sido minimizado sistematicamente. No ano em que se assinalam os 200 anos da independência do Brasil, esta mesa-redonda procura densificar a perspetiva histórica a partir de um olhar de longa duração sobre a formação do maior país da América Latina, considerando processos de dimensão transoceânica e trans-hemisférica. Deste modo, é lançado um desafio a paradigmas historiográficos de feição lusotropicalista e que, teimosamente, continuam a sobreviver à implantação da democracia tanto no Brasil, como em Portugal.

Luiz Felipe de Alencastro, Escola de Economia de São Paulo/FGV e Sorbonne Université

Patrícia Martins Marcos, University of California, San Diego

Victor de Barros IHC, Universidade Nova de Lisboa

Moderação: Pedro Schacht Pereira, The Ohio State University

18:30 – 20:30: Reparar o Futuro

A história do império é inevitavelmente a história das reparações. O labor das reparações começou no momento de expropriação e nunca realmente terminou. Não se trata apenas de acautelar os direitos dos descendentes de espoliados e escravizados, trata-se também de interromper a renovação dessa violência inicial e assegurar o direito a um mundo plural e diverso. Nesta mesa pensa-se a questão das reparações históricas, a partir do contexto português, em articulação com os debates que ocorrem noutros contextos, nomeadamente os da memorialização da Escravatura, da restituição de objetos, do desmantelamento de estátuas racistas ou da produção de contra arquivos.

Ana Lucia Araujo, Howard University

Cristina Roldão, Escola Superior de Educação de Setúbal

Rui Gomes Coelho, Durham University

Moderação: Inês Beleza Barreiros, ICNOVA, FCSH-UNL

28.10.2022 | por martalanca | colonialismo, império, memória, Portugal, reparação

Colóquio Internacional: "Império e Arte Colonial"

Oradores: Eduardo Lourenço, Geoffrey Quilley, Guilherme d’Oliveira Martins, Nuno Júdice, Pedro Lapa, Rui Zink

No âmbito do projeto ArTravel, o Centro de História d´Aquém e d´Além Mar (CHAM) organiza o Colóquio Internacional Império e Arte Colonial, evento que conta com a vinda de conferencistas dos quatro cantos do mundo e que parte da necessidade de refletir sobre o modo como a deslocação entre as ex-colónias europeias e a metrópole inspirou a criação de uma arte que se implantou não só no território nacional mas igualmente se estruturou a partir das antigas províncias ultramarinas.

Partindo da crescente visibilidade do tema a nível internacional, e enquadrando-se o programa numa matriz sedimentada na História da Arte Contemporânea que tem em conta as especificidades da cultura nacional, propõe-se refletir sobre a triangulação Viagem – Criação Artística Colonial – Cultura Contemporânea, feita não só a partir do contexto geopolítico europeu mas igualmente de perspetivas de uma mundivência autoral que permite a mudança de paradigma.

Entrada livre.

VER PROGRAMA

03.04.2017 | por marianapinho | arte colonial, império

Filipa Lowndes Vicente apresenta um novo olhar do Império português na Índia

«Entre Dois Impérios - Viajantes Britânicos em Goa (1800-1940)», de Filipa Lowndes Vicente e editado pela Tinta da China, apresenta uma nova visão do Império português na Índia.

«De um lado, a Índia britânica, no auge do seu projecto imperial; do outro, a Índia portuguesa, em declínio acentuado. Para os viajantes britânicos dos séculos XIX e XX, ir à «Índia do lado» significava transpor fronteiras espaciais e, sobretudo, temporais.

Nesta época, a Índia portuguesa — e Goa em particular — sugeria aos ingleses duas perspectivas: tanto servia de lição histórica sobre os erros a evitar para manter a dominação colonial, como era a ruína-relíquia que nas mãos dos britânicos poderia tornar-se um centro de prosperidade.

Em qualquer destas visões, Goa surgia como um lugar diferente, híbrido, com fronteiras fluidas entre o português e o indiano, e com abundantes sinais visíveis dessa mistura — na arquitectura, na música, na roupa, nas práticas religiosas, na língua, na cultura intelectual, no corpo.

Duas viajantes‑escritoras, o príncipe de Gales, a mulher de um cônsul, vários governadores, reverendos anglicanos, diplomatas, militares, funcionários administrativos e cientistas — foram vários os britânicos que fizeram da sua viagem a Goa uma comparação entre dois impérios.»

28.02.2016 | por martalanca | FILIPA LOWNDES VICENTE, Goa, império

A Construção de um Símbolo

03.03.2015 | por martalanca | império, Padrão dos Descobrimentos

Hand Baggage de Cláudia Alves, os portugueses na Índia, em preparação

Hand Baggage é um filme que reúne histórias e colecciona objectos, fruto da experiência de viagem pela Índia de três amigas de diferentes nacionalidades: portuguesa, indiana e brasileira. Através das personagens que conhecem durante o seu percurso - com partida em Lisboa e destino final Mumbai, passando por Goa, Calecute, Cochin… - questionam-se sobre a presença portuguesa na Índia e reflectem sobre a natureza das coisas que entrelaçam as culturas do Oriente e do Ocidente.

veja o blogue da viagem aqui.

 

15.01.2013 | por martalanca | Goa, império, índia, portugueses

Re-ver os Impérios e os seus objectos de fantasia

05.12.2012 | por martalanca | império

HISTÓRIA, MEMÓRIA E VIOLÊNCIA NO SÉCULO XX 24 e 25 de Fevereiro de 2012

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Sala Multiusos 3, Piso 4, Edifício I&D
INSTITUTO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
Linha de Investigação Poder, Cultura & Ideias
Coordenação de José Neves, Luís Trindade, Pedro Martins e Tiago Avó
Apoios: FCT | Institut Français | Instituto Cervantes | FCSH-UNL

com Javier Rodrigo Sanchez, António Monteiro Cardoso, Miguel Cardina, Fernando Ampudia de Haro, Tiago Avó, Luís Trindade, Fernando Rosas, Enzo Traverso, Maria Benedita-Basto, Manuela Ribeiro Sanches, Elisa Lopes da Silva e Manuel Deniz Silva. 

PROGRAMA
24 de Fevereiro
(sexta-feira)

10h15, abertura

10h30 | ESPANHA, VIOLÊNCIA E FASCISMO

Javier Rodrigo Sánchez (Universidad Autonoma de Barcelona)
A este lado del bisturí. Violencia y fascistización en la España sublevada.

11h30 | O SÉCULO XIX PORTUGUÊS

António Monteiro Cardoso (ESCS-IPL, CEHC/ISCTE-IUL)
Violência política em Portugal no século XIX. Memória e História.

15h00 | O ESTADO NOVO

Miguel Cardina (CES-UC e IHC-UNL)
Violência, testemunho e sociedade. Incómodos e silêncios em torno da memória da ditadura.

Fernando Ampudia de Haro (IHC-UNL)
Branquear e revisar: historiografia e política à volta do Estado Novo.

17h00 | A REVOLUÇÃO DE ABRIL
Tiago Avó (Birkbeck College, IHC-UNL)
O lugar do PREC – comemorativismo e memória mediática.

Luís Trindade (Birkbeck College, IHC-UNL)
A construção da memória em torno do 25 de Abril de 1974.

––
25 de Fevereiro
(sábado)

10h30 | O MUNDO DO SÉCULO XX

Fernando Rosas (FCSH/IHC-UNL)
Memória da violência e violência da memória.

Enzo Traverso (Université Jules Vernes Picardie)
L’âge de la Violence.

15h00 | IMPÉRIO E ANTICOLONIALISMO

Maria-Benedita Basto (Université Paris IV)
A política da História: dinâmicas emotivas das transmemórias na escrita do passado no presente em espaços (ex)imperiais.

Manuela Ribeiro Sanches (FLUL-CEC)
Nação, cultura e violência: (trans)nacionalismos na obra de Frantz Fanon e Amílcar Cabral.

E ÀS 18H30, NA CASA DA ACHADA – CENTRO MÁRIO DIONÍSIO, À MOURARIA, SERÁ LANÇADO O LIVRO “O PASSADO: MODOS DE USAR”, DA AUTORIA DE ENZO
TRAVERSO E PUBLICADO PELAS EDIÇÕES UNIPOP. DECORRERÁ UMA CONVERSA COM ENZO TRAVERSO, ELISA LOPES DA SILVA E MANUEL DENIZ SILVA.

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19.02.2012 | por martalanca | história, império, memória

Salazar vai ao Cinema

Projecção das edições nº1 (1938) e nº17 (1940) da série de actualidades cinematográficas de propaganda do Estado Novo Jornal Português  e uma apresentação do livroSalazar vai ao cinema II de Maria do Carmo Piçarra.

Após a projecção dos filmes segue-se uma tertúlia. com a autora, o historiador e investigador de cinema Tiago Baptista e o jornalista Luís Salvado, que moderará a conversa com todos os que quiserem participar.

O livro tem um capítulo sobre o “Feitiço do império”, que antecipa (muito sumariamente) parte da informação sobre cinema de propaganda e “império”.
apoio institucional da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema.
8 de Julho, a partir das 22h, na Fábrica do Braço de Prata

do Prólogo…

As actualidades cinematográficas nasceram com o cinema mas só na

primeira década do século XX surgiu, em França, o primeiro semanário de

actualidades filmadas. Curtas-metragens de informação, mostravam, no

grande ecrã, acontecimentos recentes e privilegiaram – dada a natureza

espectacular do cinema – os fait-divers, as curiosidades, mas também as

cerimónias, políticas ou militares, que, pela sua grandeza e importância,

despertassem a curiosidade dos espectadores. As actualidades eram filmadas

separadamente e depois eram agrupadas sob um genérico comum que lhes

conferia uma aparente unidade. Integravam o programa de cinema, sendo

mostradas ao público antes da projecção de longas metragens. (…)

08.07.2011 | por martalanca | cinema, Estado Novo, império, Salazar