"Relembra um clima de delito de opinião, inadmissível quando estamos perto dos 50 anos do 25 de Abril", entrevista ao deputado Miguel Graça

"Relembra um clima de delito de opinião, inadmissível quando estamos perto dos 50 anos do 25 de Abril", entrevista ao deputado Miguel Graça Continuarem a defender os nossos princípios e o programa de ação. Os Cidadãos por Lisboa defendem uma visão política de uma cidade, aberta, e que não deixa ninguém para trás. E temos bem claro que há valores e grupos que merecem a nossa especial atenção, particularmente no que toca às condições de vida das pessoas mais vulneráveis e com menos visibilidade na nossa sociedade. Estamos com estas pessoas, independentemente de uma ideia de cidade que se quer impor em Lisboa e que não as considera, como as que foram defendidas pelo Chega nesta sessão da Assembleia Municipal.

Cara a cara

16.02.2023 | por Marta Lança

Se tocarem Cristina, que confusão vamos fazer!

Se tocarem Cristina, que confusão vamos fazer! Imediatamente pensei em toda a campanha da direita e da extrema direita nos países da América do Sul nestes últimos quatro anos. Nas mentiras, na vontade de romper com o consenso mínimo do diálogo democrático e lançar a sociedade civil numa guerra de todos/as contra todos/as. É o momento preciso para tomar consciência do papel histórico das forças democráticas; de opor-nos fortemente à naturalização da violência política na América do Sul.

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07.09.2022 | por Menara Guizardi

A América vota demais?

A América vota demais? Nos EUA, o governo federal realiza as eleições para o Congresso pelo menos duas vezes, de dois em dois anos. Mas eleições locais e estaduais são por vezes vinculadas às eleições federais, mas não na maioria dos casos. Os americanos elegem mais de meio milhão de representantes/deputados no total, desde o presidente até ao legista do condado. (É difícil comparar este número com outros países, que poderiam colocar mais assentos legislativos a voto, mas não, digamos, inspetor de minas ou engenheiro do condado). Um exemplo particularmente estranho num contexto global: “Nenhuma outra democracia no mundo utiliza as eleições para escolher juízes ou procuradores”, disse Richard Pildes, um perito eleitoral de Nova Iorque. Em vez disso, outros funcionários/deputados nomeiam normalmente os juízes e procuradores de um país.

Jogos Sem Fronteiras

21.11.2021 | por German Lopez

Sondagens, para que servem?

Sondagens, para que servem? Sabemos que há eleitores imunes às sondagens – são os que votam sempre… e sempre no mesmo partido (ou sempre em branco/nulo), e os que ficam sempre em casa. Todos os outros serão em alguma medida influenciáveis pelas sondagens direta ou indiretamente. Ou seja, concordo inteiramente com o autor quando diz que as sondagens não são neutras quanto às suas consequências. Se é ou não lícito aceitá-las como parte do jogo político democrático, é algo que vale sempre a pena discutir e acrescento aqui algumas notas.

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06.10.2021 | por João Homem Cristo António

Conexão Brasil-Portugal pelo cinema negro

Conexão Brasil-Portugal pelo cinema negro O cinema pode ser uma ferramenta privilegiada para combater e romper com esses modelos hegemônicos de ver, pensar e representar o outro dentro de uma lógica de opressão. Ver-se em outra perspectiva, imaginar-se, descrever-se e reinventar-se pelo cinema é uma forma de descolonizar imaginários, interrogar as matrizes de representação opressoras e criar estratégias para a construção de outras, que em vez de reduzir, multiplicam as possibilidades de existência na ideia de diversidade.

Afroscreen

15.09.2021 | por Fernanda Polacow

A curadoria do desconforto

A curadoria do desconforto No seu livro, Applebaum reproduz uma conversa telefónica em que Stenner lhe disse que “a ‘predisposição autoritária’ que identificou não é exactamente a mesma coisa que uma mente fechada.” ​“Seria melhor descrita”, explica, “como uma mente simplória: as pessoas costumam ser atraídas por ideias autoritárias porque a complexidade as incomoda. Não gostam da divisão. Preferem a unidade. Uma ofensiva repentina de diversidade — diversidade de opiniões, diversidade de experiências — deixa-as irritadas. Procuram soluções numa nova linguagem política que as faça sentirem-se mais seguras e protegidas.” Os populistas conhecem bem esta psicologia e é com base nela que constroem as suas tácticas: alimentam o desconforto e o medo e com poucas mensagens, curtas e simples, “vendem” segurança e protecção.

Jogos Sem Fronteiras

12.02.2021 | por Maria Vlachou

A solidariedade como democracia radical e não-oficial (parte 2)

A solidariedade como democracia radical e não-oficial (parte 2) O que me chocou, no início da pandemia, foi o quanto o debate se focou na desresponsabilização do ser humano. Ali, no sudeste asiático, são sociedades totalitárias e conformistas, usam máscara de qualquer maneira. Esse discurso é de divisão e este paralelo entre a migração se deixar explicar como algo vindo de fora e o vírus como algo apenas biológico e não político. A divisão nasce da ilusão de que na Europa do norte fomos atingidos e, como tal, não só não reconhecemos a causa destes problemas como também caímos nos nossos nacionalismos para resolver este problema, não para o mundo mas para nós.

Jogos Sem Fronteiras

18.11.2020 | por Gisela Casimiro

De Franco a Bolsonaro: fascismos e extremas-direitas

De Franco a Bolsonaro: fascismos e extremas-direitas A afiação da luta de classes e os surtos revolucionários reais ou potenciais eram o pressuposto dos fascismos.O esmagamento do movimento operário, a supressão dos sindicatos independentes, a proibição e a aniquilação dos partidos de esquerda foram prioridades da sua acção, numa tentativa de resolver a luta de classes com proscrições e repressão. Os fascismos ofereceram ao capital o fim do "caos" de greves e revoltas, para evitar o "perigo comunista" e para o substituir por uma ordem inabalável favorável aos seus lucros. Grandes secções das grandes empresas financiaram, acompanharam e beneficiaram da ascensão do extremo direito ao poder.

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06.11.2020 | por Daniel Campione

Solidariedade com Joacine Katar Moreira no combate contra o racismo e na defesa da democracia

Solidariedade com Joacine Katar Moreira no combate contra o racismo e na defesa da democracia Declaramos solidariedade com a deputada Joacine Katar Moreira e apelamos ao sentido de responsabilidade cidadã dos portugueses e das instituições públicas, para que não deixem impor-se a linguagem do ódio e da desconfiança onde deve apenas haver lugar para a vigilância crítica, o debate aberto e a vontade de ir mais longe na construção de um futuro melhor para todos.

Mukanda

09.11.2019 | por vários

Arte é essencial para a Democracia

Arte é essencial para a Democracia Quando proponho a experiência estética como algo que nos coloca a ver a democracia – e aqui penso estética como Rancière a propõe em sua partilha do sensível, ou seja: como aquilo que possibilita a estese – em consonância com o título da intervenção estadunidense contra a anestesia de uma posse fascista, o que proponho de fato nada mais é do que observar aquilo que difere.

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01.07.2019 | por Allende Renck

Eleger tiranos democraticamente

Eleger tiranos democraticamente Resistir à tentação de trocar humanidade por segurança, de trocar disparidade por homogeneidade, de trocar o desencanto da modernidade pela canção das sereias fascistas. E essa luta travamo-la na nossa cabeça todos os dias. Travamo-la quando sentimos a tentação de falar em deportar brasileiros que votaram Bolsonaro ou quando sentimos a tentação de o defender porque ganhou umas eleições democráticas.

Mukanda

31.10.2018 | por Simão Cortês

Lula Liberto!

Lula Liberto! Esse continuum escravocrata não tolera as brechas criadas e conquistadas – provocando uma tragédia com o Brasil, jogando-o numa espiral recessiva e numa sobreposição de crises (política, econômica, social, existencial). A fome – seu fim como símbolo maior das conquistas do período Lula – volta a rondar muita gente.A austeridade, criminosa em qualquer canto do planeta, ganha outras camadas de perversidade por essas bandas.

Mukanda

13.09.2018 | por Jean Tible

Curar o desejo de apartheid?

Curar o desejo de apartheid? Nas democracias liberais, o “desejo de apartheid” e o “desejo de uma comunidade sem estrangeiro” parecem encontrar conforto moral no seu passado colonial e esclavagista.O demónio colonial reconfigura-se a nível planetário numa exacerbação da clausura entre um “nós” originário e os “outros”. A histeria identitária e o “desejo de fascismo” estimulado pelos populismos, assim como a pulsão autoritária, presentes um pouco por toda a parte, representam um perigo para qualquer projeto de liberdade

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16.01.2018 | por Mamadou Ba

Manifestações para além do custo do pão - entrevista ao historiador moçambicano Carlos Serra

Manifestações para além do custo do pão - entrevista ao historiador moçambicano Carlos Serra Com "Chaves das portas do social (notas de pesquisa e reflexão)", Carlos Serra, um dos mais intervencionistas sociólogos, revisita as manifestações de 2008 e 2010, que para ele são merecedoras de pesquisa aturada. Nesta viagem pelo “político-social”, que incidiu sobre os “cismos sociais”, passando pelos linchamentos, desafios dos nossos políticos e intelectuais, assim como pela questão da insegurança e direitos humanos, Serra esclarece que as suas abordagens não consistem em defender as “massas” acusando os governantes.

Cara a cara

17.07.2011 | por Celso Ricardo

O uso da morte na política é a morte da política, entrevista a Homi Babha

O uso da morte na política é a morte da política, entrevista a Homi Babha A civilização africana opunha-se à civilização cristã ocidental? Não. Não havia choque até haver uma política de colonização. E o mesmo se pode dizer de outras situações. 
O que cria antagonismos culturais é uma rede muito complexa de circunstâncias e escolhas, e para compreender isso é necessário ver as relações políticas, históricas, sociais e morais. Tem muito mais a ver com a forma como evoluíram as relações entre essa culturas - o que é uma discussão histórica - do que com a natureza da cultura ou da civilização, em si.

Cara a cara

14.11.2010 | por Alexandra Lucas Coelho