quarentena
Artigos com a etiqueta quarentena
Arquivo de Etiquetas
- Abderrahmane Sissako
- Abdulrazak Gurnah
- Afro-Triângulo
- antilhas
- António Manuel
- apresentação livro
- arquitetura brasileira
- arredores
- arte tradicional africana
- artes
- artes visuais
- artista
- árvore
- baixa
- bana
- Benedict Anderson
- berbere
- biden
- Cadeia do Aljube
- Cairo
- câmara municipal do porto
- Carla Filipe
- cena artística portuguesa
- Christian Boltanski
- ciclo Artafrica
- Cláudia Cristovão
- coletivo
- cronista
- crossing borders
- culturas afrobrasileiras
- Deixem-me ao menos subir às palmeiras
- diáspora africana
- djam neguim
- Dockanema
- doutoramento
- El cielo en la cabeza
- Estado colonial
- estátua
- estreia online
- Europe
- experiência
- great migration
- human rights
- Hungria
- identidade de resistência
- Imagining African Independence. Film
- impasse
- imperialismo
- Invenção da tradição
- Invisible Work
- Isabel Cordovil
- Jean-Paul Sartre
- jogos sem fronteiras
- Jorge Ben
- Jorge Molder
- la place du noir
- Lei Omnibus
- linguística
- livraria barata
- Luís Trindade
- lutte des classes
- memória
- minorias étnicas
- moving image
- Museu Encantador
- música negra
- networking
- niggas badiu
- nomadismo
- Noz de cola
- Núcleo Antirracista de Coimbra (NAC) ]
- ódio
- oficina das reparações
- PAICV
- Paul Gilro
- Pedro Cabrita Reis
- polónia
- post-conflict
- psicanálise
- racismo institucional
- rainha Nzinga
- Resnais
- retoma
- review
- Ricardo de Mello
- Ruben de Carvalho
- Ruy Duarte Carvalho
- Salvador Allende
- seminário de arte
- sessão de cinema
- Sexualidade
- silêncio coletivo
- Sociedades Africanas
- subscritores
- temos de falar 7
- Tiago Alexandre
- tirania
- Tráfico de Mulheres
- tuga
- Vincenzo de Bellis
 Estes rasgos de continuidade sabem muito bem. É que a Nova Ordem Mundial confunde Ordem com Regime e de ordem não percebem nada, a ordem é difícil como tudo, por isso é que aparecem regimes que fazem passar formatação por ordem em desespero tentam impor aquilo que existe e só com muita gentileza atinge ordem.
				Estes rasgos de continuidade sabem muito bem. É que a Nova Ordem Mundial confunde Ordem com Regime e de ordem não percebem nada, a ordem é difícil como tudo, por isso é que aparecem regimes que fazem passar formatação por ordem em desespero tentam impor aquilo que existe e só com muita gentileza atinge ordem.		 Dividimos por uns meses um apartamento em Bayswater, Londres, que me lembro tinha um fotógrafo que morava em frente e nos tirava fotos pela janelas – todas elas despidas de cortinas, que é aliás algo de que gosto muito. A Monika, sendo sueca, andava nua pela casa quando lhe apetecia e eu, está claro, tuga vestido desde o duche da manhã – sem essas frescuras nórdicas. Fazíamos um casal de lésbicas muito bonito, por isso não nos tocávamos em público ou aquilo era logo uma matilha de lobos.
				Dividimos por uns meses um apartamento em Bayswater, Londres, que me lembro tinha um fotógrafo que morava em frente e nos tirava fotos pela janelas – todas elas despidas de cortinas, que é aliás algo de que gosto muito. A Monika, sendo sueca, andava nua pela casa quando lhe apetecia e eu, está claro, tuga vestido desde o duche da manhã – sem essas frescuras nórdicas. Fazíamos um casal de lésbicas muito bonito, por isso não nos tocávamos em público ou aquilo era logo uma matilha de lobos. 		 Para esta travessia, deixo estas palavras como um farol aceso sobre cada dia que atravessarmos, cada um com o seu livro, a sua música, a sua recordação, a sua prece. Cultivemos o silêncio dos automóveis dos cafés das filas das repartições, das rodas de samba, dos grupos na praia e nas pistas de dança. Pois, para além do balanço entre a recessão económica e os mortos, juntos ou separados, precisamos deixar a Terra respirar.
				Para esta travessia, deixo estas palavras como um farol aceso sobre cada dia que atravessarmos, cada um com o seu livro, a sua música, a sua recordação, a sua prece. Cultivemos o silêncio dos automóveis dos cafés das filas das repartições, das rodas de samba, dos grupos na praia e nas pistas de dança. Pois, para além do balanço entre a recessão económica e os mortos, juntos ou separados, precisamos deixar a Terra respirar.		



