Centro Histórico de Luanda

Centro Histórico de Luanda A génese pluriétnica da cidade de Luanda exige uma visão estratégica que promova a multiculturalidade que, no caso específico, tem sido alvo de polémica em múltiplos sectores da sociedade civil.

Cidade

15.06.2011 | por Ângela Mingas

Pai (Cabé)

Pai (Cabé) O amanhã era já hoje e por aquelas noites fora – no Kilamba, no If, no Kandandu, no Kudissanga, no Chá, no Marítimo, em Carnaxide e depois nos Combatentes, o teu silêncio cúmplice no calor dos papos transpirados mas cheios de verdade e de vontade, faziam-me pensar, estás a ver, o Cabé é o único de nós que aprendeu ser inútil esta vida de queixas e lamúrias. A vida é para viver. Pai (Cabé):

Cara a cara

12.06.2011 | por Carlos Ferreira (Cassé)

As Milongas da Rainha Njinga

As Milongas da Rainha Njinga O «diálogo» entre portugueses e africanos nas guerras do Congo e de Angola (séculos XVI-XVII). A motivação principal para os portugueses iniciarem seus contactos com as populações da África central foi, oficialmente, a conversão dos reis autóctones ao cristianismo. De facto, a evangelização das populações autóctones fazia parte das condições impostas pelo Papa às potências ibéricas quando repartiu o «mundo» entre eles (Tratado de Tordesilhas: 1494). Ora, uma leitura mesmo superficial dos relatórios portugueses da conquista da Área Congo-Angola demonstra que as preocupações que ocupavam realmente a atenção dos conquistadores eram bem diferentes. Nos matos e nas savanas de Angola desenvolveu-se uma guerra permanente entre os portugueses, ávidos de conseguir o maior número possível de peças para a exportação, e os «reis» ou senhores autóctones, que procuravam, embora de maneira amiúde contraditória, defender a sua soberania e também, às vezes, a sua própria posição no comércio escravista.

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16.05.2011 | por Martín Lienhard

O rosto da paisagem – uma estrada dois olhares

O rosto da paisagem – uma estrada dois olhares Partindo da ideia do universalismo do conceito de “amizade” e “viagem”, dois artistas, um escritor e um fotógrafo, um português e um angolano, propõem-se passar sete noites e um dia atravessando algumas províncias angolanas. Em busca de materiais visuais, humanos e de escrita.

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18.04.2011 | por Ondjaki e Jordi Burch

Kiluanji Kia Henda to me

Kiluanji Kia Henda to me Entrevista realizada por chat, em vários momentos e dias diferentes, pontuada por quedas constantes da linha cibernética que desenha a triangulação transatlântica e ex-colonial entre Luanda, Angola – residência de Kiluanji Kia Henda, cidade onde nunca estive; São Paulo, Brasil – minha residência temporária, local do primeiro encontro entre mim e o Kiluanji, lugar próximo da origem da série que aqui se apresenta; Lisboa, Portugal – minha residência fixa, fonte do horário apontado pelo meu computador e ex-residência temporária do Kiluanji.

Cara a cara

07.04.2011 | por Lígia Afonso

Dundo, Memória Colonial

Dundo, Memória Colonial Nasci em 1947 no Dundo, centro de uma das mais importantes companhias coloniais de Angola, a Diamang. Ali fui feliz. Ali aprendi o racismo e o colonialismo. Agora volto, porque o Dundo é a minha única pátria, a mais antiga das minhas memórias.

Afroscreen

03.04.2011 | por Diana Andringa

Razões para lutar - entrevista a Luaty Beirão

Razões para lutar - entrevista a Luaty Beirão Num concerto de hip hop em Luanda, denunciou a cultura do medo e incitou a plateia a vaiar o poder. Alinhou numa manifestação que não chegou a acontecer, convocada anonimamente na internet, para uma estranha hora: meia-noite na praça da independência. Luaty Beirão aka Ikonoklasta aka Brigadeiro Mata Frakuxz estava nesse pequeno grupo de manifestantes que foi preso. Mas amanhã voltarão a marchar pela liberdade de expressão em Angola. É preciso organização e vontade para desenvolver uma consciência participativa e lutar por direitos e liberdades, num país com memória da violência entranhada. A juventude angolana tem um papel fundamental para fortalecer a sociedade civil. Precisa de ser ouvida. Luaty Beirão falou bem alto desta vez.

Cara a cara

01.04.2011 | por Marta Lança

Francisco Castro Rodrigues, o arquitecto do Lobito

Francisco Castro Rodrigues, o arquitecto do Lobito Francisco Castro Rodrigues foi premiado pelo júri do Prémio AICA/Ministério da Cultura (Arquitectura) pelo seu trabalho de grande relevância cultural, a maior parte do qual se localiza no Lobito. Lembramos, a propósito deste prémio, a importância do seu percurso pessoal e profissional em Angola de 1953 a 1988 e a sua atitude sempre corajosa, firme e coerente, na época colonial e no pós-independência.

Cidade

24.03.2011 | por Cristina Salvador

Viriato da Cruz e o poder da poesia

Viriato da Cruz e o poder da poesia O LUGAR DO MORTO Neste espaço escritores já desencarnados reflectem, a partir do além, sobre os dias que correm. "O Pensamento nunca é totalitário. O pensamento é sempre revolucionário. A estupidez, sim – a estupidez é fascista."

Mukanda

15.03.2011 | por José Eduardo Agualusa

Uma música com identidade

Uma música com identidade Em 1943 Benguela prospera. Com o famoso caminho-de-ferro a avançar em direcção ao interior africano, a cidade prepara-se para mudar de cara segundo um moderno plano de urbanização. Respira-se progresso. Numa das suas ruas um acontecimento importante está também prestes a acontecer: Dona Ludovina (uma cantadeira de mão cheia, diz-se), esposa de Sebastião José da Costa, um funcionário dos Correios e antigo jornalista, prepara-se para dar à luz uma criança a que dará o nome de Carlos Lamartine. Benguela prepara-se assim para receber, de braços abertos mais um grande filho, que se tornará num senhor grande da música nacional e autor de melodias imortais.

Palcos

18.02.2011 | por Mário Rui Silva

Ao som da grafonola

Ao som da grafonola As tampas das panelas rodavam feito discos num aparelho de som imaginário. Fechavam-se os olhos e os sons ecoavam por todo o lado. Depois vieram as sessões de mornas e coladeras na guitarra de um primo que “morou lá em casa”. As grafonolas e as rádios pick-up também já lá moravam há muito. Mas isso foi no início, lá bem no início. Pela frente ainda haveria o Clube Marítimo Africano, as festas de finalistas, o agigantar de um novo valor e, por fim, o seu reconhecimento como grande nome da música angolana: Filipe Zau.

Palcos

16.02.2011 | por Mário Rui Silva

Um primeiro comboio sobre os carris em Angola, 9 anos depois do fim da guerra

Um primeiro comboio sobre os carris em Angola, 9 anos depois do fim da guerra A linha de caminho-de-ferro Luanda-Malange, fora de serviço durante 18 anos por ter sido demasiado danificada pela guerra civil, foi de novo posta a funcionar após vários anos de obras. Um símbolo forte do regresso à paz e um elo de comunicação importante para desencravar uma região particularmente martirizada pelo conflito que opôs o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) no poder, aos rebeldes da União para a Independência Total de Angola (UNITA) durante 27 anos.

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10.02.2011 | por Cécile de Comarmond

Faz escuro: saudades do tejo

Faz escuro: saudades do tejo sinto-a chegar – a saudade de estar perdido sem saber de que lado veio a brisa, feita segredo, dizer-me que o fim do dia está perto ainda há luz de brilho para olhar a tarde deitada sobre o rio, o seu corpo extenso a praticar pássaros feridos entre as barcas, travessias de gente triste que faz da vida ponte e pressa para o lado desconhecido da chegada inadiável – voz colectiva de um rumor à espera dos olhos da multidão que se agita, se agride mas já não olha este rio também meu, o seu nome é tejo – e há mil sotaques no corpo do seu dizer

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07.02.2011 | por Ondjaki

O jazz não é uma música snobe, entrevista a Jerónimo Belo

O jazz não é uma música snobe, entrevista a Jerónimo Belo Depois de largos anos levando o jazz consigo como uma “segunda” opção profissional, Jerónimo Belo pode dizer-se que deixou o que fazia para trabalhar o e com o jazz. Gegé Belo, como carinhosamente é tratado pelos seus próximos, assume-se como a voz e o rosto mais conhecido no sentido da sua divulgação em Angola, onde vê crescer, com notável agrado, o número de seguidores.

Palcos

06.02.2011 | por Adebayo Vunge

Terra prometida, as dores da perda do império

Terra prometida, as dores da perda do império O livro revela a embriaguez de Luanda no final do colonialismo, como símbolo da decadência de um sistema que nem consegue ver a mudança a acontecer: “surda à guerra, bate pé ao destino, diverte-se como se a festa ainda não tivesse acabado”. Depois a relação destas pessoas com a metrópole, onde todos contam que se sentiram estrangeiros: “isto era um atraso, no Fundão, só por a minha mulher fumar, trataram-na como se fosse uma vadia.”

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18.01.2011 | por Marta Lança

Cinema dos tempos que já lá vão...

Cinema dos tempos que já lá vão... As casas de cinema em Angola são referências das cidades que as acolhem. E são muitas, já que aquele tipo de infra-estruturas está espalhado um pouco por todo o país, tendo surgido muito antes ainda da independência do país, o que permitia às autoridades coloniais portuguesas levar entretenimento, mas sobretudo propaganda do regime, às diferentes regiões. Da história ficam os marcos arquitectónicos, o gosto pelo espectáculo e as salas multi-usos.

Cidade

13.12.2010 | por Miguel Gomes

Memória do tráfico de escravos em Angola

Memória do tráfico de escravos em Angola Apesar da sua abolição oficial em 1836, razão pela qual passa a designar-se “tráfico ilegal”, o comércio por parte dos traficantes de escravos aumentou de intensidade.

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29.11.2010 | por Aurora da Fonseca Ferreira

Cine-Teatro Monumental - Palco de memórias

Cine-Teatro Monumental - Palco de memórias Durante largos anos, o Monumental é o único cinema a funcionar em Benguela. Só mais tarde surgem o Cine-Benguela e o Kalunga. Na altura da independência, passa a ser propriedade do Estado e após décadas a marcar gerações, entra em decadência durante a guerra. Em 2004 volta a abrir as portas. O primeiro filme projectado, em DVD, é “Matrix”. A casa enche com bilhetes a 50 kz, mas o preço é incomportável e a afluência diminui.

Afroscreen

25.11.2010 | por Maria João Falé

É Dreda Ser Angolano

É Dreda Ser Angolano "É dreda ser angolano" é um mambo tipo documentário inspirado no disco Ngonguenhação do Conjunto Ngonguenha. É mais uma produção da Família Fazuma. Aqui fica uma entrevistaemail com o Pedro Coquenão sobre o Mambo (o filme), a Família (a Fazuma) e a Banda (Luanda).

Afroscreen

17.11.2010 | por Francisca Bagulho

Namibe vasto

Namibe vasto Namibe vasto é um belo livro de fotografias de Jorge Ferreira “sobre paisagens, gentes, animais e plantas da província do Namibe”, com texto e legendas de Cristina U. Rodrigues e design gráfico do João Ribeiro Soares.

Ruy Duarte de Carvalho

17.11.2010 | por Cristina Salvador