Entrevista a José Luís Mendonça

Entrevista a José Luís Mendonça As relações entre Angola e Portugal, durante a primeira fase da guerra pós-independência (1975-1992), foram muito marcadas pela postura de Mário Soares, na sua aversão ao poder estabelecido em Angola. Com a abertura da economia angolana à omnipotência do Mercado, as relações amenizaram-se, embora, mesmo no período de contenção, as relações humanas e familiares conseguiram escapar às questões políticas dos dois governos.

Cara a cara

05.10.2015 | por Maud de la Chapelle

O rap e o ativismo pelos direitos humanos em Angola - parte 2

O rap e o ativismo pelos direitos humanos em Angola - parte 2 A inocência fabrica e multiplica as vítimas da escravidão moderna/ Como a massa desconhece a técnica da/ M.anipulação P.opular de L.ixamento A.ngolense/ ninguém sente o peso da algema./ Cultivam em ti o medo que semearam nos teus pais/ As tuas atitudes dependem da rádio e da televisão/ já sei que não vais compreender o refrão/ isto é uma figura de estilo irónica, pede explicação. MCK

Palcos

28.05.2015 | por Susan de Oliveira

O rap e o ativismo pelos direitos humanos em Angola - parte 1

O rap e o ativismo pelos direitos humanos em Angola - parte 1 No Movimento Revolucionário, que apoia a transformação cultural e política dos jovens angolanos, estão vários rappers que, nas suas letras, vídeos e participações ativas nos protestos, produzem um discurso de forte impacto e penetração social sobre a violência policial e os ataques aos direitos humanos por parte do governo. Promovem valores igualitários dos jovens das periferias angolanas.

Palcos

20.05.2015 | por Susan de Oliveira

“É necessária uma revolução cultural”, entrevista a Kiluanji Kia Henda

“É necessária uma revolução cultural”, entrevista a Kiluanji Kia Henda Angola é uma fabricação colonial, e que hoje convém que exista, pois vivemos num mundo em que somos regidos pela ideia de Estado-nação, soberano e controlando as suas fronteiras. Fora desse registo, estamos a falar de um território imenso onde coabitam várias culturas e grupos étnicos. Essa diversidade por certo daria origem a várias escolas de belas artes, com conceitos distintos de uma beleza rara e única. Essa diversidade e a interacção cultural vai além do conceito de nação. Ela também é parte da contaminação permanente de culturas estrangeiras, própria de um mundo globalizado.

Cara a cara

08.02.2015 | por Miguel Gomes

Adriano Mixinge, um novo moralista?

Adriano Mixinge, um novo moralista? Pertence a uma comunidade cujos membros, "os novos tocadores de batuque", são animados por um desejo de destruir o antigo mundo para o substituir pelo novo - "todo o ato de criação é, em primeiro lugar, um ato de destruição", dizia Picasso - em conformidade com as suas aspirações. O poder ou o homem da rua admite a sua existência; os novos batuqueiros são os pontas-de-lança de uma inédita forma de viver e de pensar.

A ler

30.01.2015 | por Pierrette Chalendar e Gérard Chalendar

Reparar uma narrativa de séculos sobre a escravatura

Reparar uma narrativa de séculos sobre a escravatura A escravatura é – e talvez venha a ser sempre – um problema contemporâneo. Não se trata apenas de observar que continuam a existir no mundo modelos de exploração semelhantes ao da escravatura e que continua a haver tráfico de seres humanos. (...) “Uma boa divulgação da história da escravatura – e da sua violência e crueldade – poderá despertar a atenção de determinados sectores da sociedade para fenómenos contemporâneos de racismo e de xenofobia, de forma a promover a coesão social e as relações inter-raciais”, resume Vladmiro Fortuna

A ler

07.01.2015 | por Susana Moreira Marques

"Em nome do povo", entrevista a Lara Pawson

"Em nome do povo", entrevista a Lara Pawson Além de uma escrita jornalística apelativa e abrangente, que nos deixa aceder ao mundo denso de cada personagem e de cada figura retratada, o livro permite-nos acompanhar o processo de pesquisa e o posicionamento da autora, com as suas hesitações, entusiasmos e dificuldades, e chegar ao entendimento de algumas causas e consequências do massacre. Assunto tão delicado, não foi certamente fácil compor, 37 anos depois, com memórias tão divergentes e traumáticas, esta narrativa.

Cara a cara

19.09.2014 | por Marta Lança

A city called mirage de Kiluanji Kia Henda

A city called mirage de Kiluanji Kia Henda A City Called Mirage é o título da exposição individual do artista angolano KILUANJI KIA HENDA (Luanda, 1979). Inaugura no dia 18 de Setembro, quinta-feira, às 21h30, poderá ser visitada, na Galeria Filomena Soares, em Lisboa, até dia 29 de Novembro de 2014. É uma exposição complexa que traça vias originais sobre um tema recorrente nos últimos tempos: o das cidades entre a virtualidade e a desertificação. Kiluanji aposta na ficção (científica e mitológica) e na ironia como formas de transcender o pessimismo da hipercrítica e a estética da ruína. Através do humor adquire-se consciência do quão efémeras são as maiores construções humanas: todas as cidades voltarão a ser matéria-prima, tal como os metais retirados do subsolo voltarão a fundir-se na terra.

Cidade

11.09.2014 | por Lucas Parente

O país que nasceu meu pai, novo álbum

O país que nasceu meu pai, novo álbum Este trabalho, estas palavras, estas melodias e sonoridades são originalmente o que me sobrou da perda de meu pai, da perda do meu pai e de todas as memórias que se avivaram em mim depois dessa perda. Dos lugares, dos cheiros, do tempo que tinha muito mais tempo dentro de si, mas principalmente das pessoas. Das pessoas de meu pai, assim crédulas, próximas umas das outras. Avivaram-se memórias dos casamentos de três dias em que o meu pai tocava (dj) nos quintais da cidade...

Palcos

29.11.2013 | por Paulo Flores

O que faço eu no reto de Paul Theroux?

O que faço eu no reto de Paul Theroux? Olhando para um mapa, ele descreve a fronteira entre a Namíbia e Angola como «uma terra desconhecida e por descobrir». Ousa ​​referir-se a Angola como «sobretudo terra incógnita» e até como um país em «isolamento». Estas descrições são inconcebíveis

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27.11.2013 | por Lara Pawson

Nos Trilhos da Independência: 90 dias pelo Leste de Angola

Nos Trilhos da Independência: 90 dias pelo Leste de Angola  A partir de 1966, a luta pela independência de Angola teve como um dos principais cenários a região que se estende pela Lunda-Sul, Moxico, Kuando-Kubango e parte do Bié. O MPLA abriu a Frente Leste em 1966, desdobrando-se progressivamente em regiões e zonas várias. A UNITA começou a sua acção no mesmo ano, estabelecendo-se principalmente no Moxico entre os rios Luanguinga e Lungué-Bungo. A FNLA também actuou, em menor escala, no Alto Chicapa.

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30.09.2013 | por Associação Tchiweka de Documentação

Mais um dia de vida - Angola 1975

Mais um dia de vida - Angola 1975 Cheirava mal em toda a parte, um fedor ácido, e uma humidade pegajosa e abafada espalhava‐se pelo edifício. As pessoas transpiravam de calor e de medo. Havia um ambiente apocalíptico, uma expectativa de destruição. Alguém chegou com o boato de que se preparavam para bombardear a cidade durante a noite. Uma outra pessoa ouvira dizer que, nos bairros dos negros, se afiavam facas para cortar a garganta aos portugueses. A insurreição explodiria a qualquer momento. «Que insurreição?», perguntei, para poder informar Varsóvia. Ninguém sabia exactamente. Apenas uma insurreição, e descobriremos de que natureza é quando nos atingir.

Mukanda

27.09.2013 | por Richard Kapuschinski

Kuito coração do país

Kuito coração do país Olhando o mapa de Angola é evidente que a província do Bié, para lá de ter a forma de coração, é o centro do país. Mas o centro geodésico de Angola situa-se num ponto específico, nas imediações do aeródromo de Kamacupa. Um Cristo Rei com os braços amputados assinala o local. Dizem que assim ficou, porque Savimbi mandou levarem-lhe os braços do Cristo como prova que a cidade tinha sido realmente tomada pelas suas tropas. Os historiadores que se ocupem de verificar esta e outras histórias recentes do país. Facto é que o Cristo de Kamacupa está lá, de braços abertos, mas sem parte deles.

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07.09.2013 | por Nuno Milagre

O futuro já começou?

O futuro já começou? Que sentido faz ainda hoje adiantar, em relação a Angola, expressões como "transições liberais" e "novo dado para os grupos sociais", quando elas são referidas a uma situação em que as políticas nunca deixaram de ser as da guerra e as da disputa do poder pela força ? (texto de 1994)

Ruy Duarte de Carvalho

01.09.2013 | por Ruy Duarte de Carvalho

Nos Trilhos da Independência: 90 dias pelo Leste de Angola

Nos Trilhos da Independência: 90 dias pelo Leste de Angola 90 dias de viagem, por terra, no leste de Angola com passagem pela Zâmbia. O objectivo mantém-se desde o início do projecto, em 2010: recolher depoimentos e registar imagens de locais históricos relacionados com a luta de libertação nacional, numa perspectiva o mais abrangente possível. Isso significa entrevistar combatentes e não combatentes, personagens bem conhecidos e outros anónimos, militantes de organizações políticas ou crentes de diversas igrejas que também sofreram a repressão colonial.

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01.09.2013 | por Associação Tchiweka de Documentação

O nacionalismo militante em o "Livro dos rios", de José Luandino Vieira

O nacionalismo militante em o "Livro dos rios", de José Luandino Vieira A expressão “nacionalismo militante” confunde-se, em conceito, com o termo “resistência” - já pensado e formulado entre os anos 1930 e 50, quando vários intelectuais se engajaram na luta contra o fascismo, nazismo, franquismo, salazarismo e, sobretudo contra o colonialismo. Ao longo desses anos firma-se uma frente de carácter libertador que, nas lutas de guerrilha, procura a libertação do jugo colonial.

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19.03.2013 | por Francisco Kulikolelwa Edmundo

O angolano que começou a escravatura nos Estados Unidos

O angolano que começou a escravatura nos Estados Unidos Uma história que começa no início do século XV11 de um angolano capturado por traficantes de escravos que o terão vendido na cidade São Paulo de Luanda. Depois de liberto, António de seu nome, tornou-se um grande proprietário de terras de cultivo trabalhadas pelos escravos que foi comprando.

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13.03.2013 | por Joaquim Arena

O luso-tropicalismo e o colonialismo português tardio

O luso-tropicalismo e o colonialismo português tardio Analisa-se a relação do Estado Novo português com o luso-tropicalismo no período do colonialismo tardio, com base na leitura crítica de documentos políticos. A visita de Gilberto Freyre a Portugal e às suas colónias, em 1951-1952, marca um ponto de viragem entre a rejeição e à apropriação das máximas lusotropicais para legitimar a soberania portuguesa no ultramar. Depois do início da luta de libertação em Angola, esse processo é ‘radicalizado’: paradoxalmente, o regime português esforça-se por inculcar a norma anti-racista nos portugueses e conformar o comportamento dos funcionários administrativos e dos colonos ao ideário luso-tropicalista.

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05.03.2013 | por Cláudia Castelo

Algumas linhas sobre a urbanização colonial em Angola

Algumas linhas sobre a urbanização colonial em Angola A história das cidades conta-nos sobre seu povo e sua cultura. Entender fenômenos complexos do espaço urbano contemporâneo passa, necessariamente, por uma compreensão alargada do seu contexto histórico-político.

Cidade

15.02.2013 | por Andréia Moassab

À descoberta de Angola

À descoberta de Angola Cada um dos percursos deste guia corresponde a uma aventura, mas também a uma prova de que é possível viajar de maneira segura e descontraído pelo imenso território de Angola. As dicas e informações que recolhi e compilei para este livro são uma boa ajuda para reduzir os imprevistos e aumentar o prazer de uma viagem por este país intenso e inesquecível, tanto nos seus paradoxos como nas suas gentes e paisagens.

Vou lá visitar

05.12.2012 | por Joost De Raeymaeker