Conversas Sobre a Mesa: As Percepções das Culturas Africanas na Arte – Diálogos e Inspiração a 24 Maio 2013, no ISCTE-IUL

Comedians’ Handbill, 1938 Paul Klee (German, 1879–1940)

Durante o início do século XX, a estética da escultura tradicional africana tornou-se uma poderosa influência na obra de diversos artistas europeus responsáveis por movimentos avant-garde e pelo desenvolvimento da arte moderna, dos quais sobressaem nomes como Henri Matisse, Pablo Picasso ou Paul Klee.

São os artistas deste período os primeiros a desenvolver um interesse estético e artístico pelas colecções de objectos oriundos das colónias africanas, que, um pouco por todas as capitais europeias, tornadas metrópoles de impérios coloniais em expansão, são reunidas em museus de cariz etnográfico.

A progressiva valorização da arte do continente africano fez-se acompanhada por intensos movimentos culturais que reclamavam a importância do pensamento e criatividade africana nas suas várias vertentes, literatura, música ou artes plásticas, intimamente ligados aos debates políticos suscitados por intelectuais que reclamavam a independência das colónias africanas.

Na era contemporânea  pós-colonial, a influência da estética e processos tradicionais africanos está tão profundamente embutida na prática artística que raramente é evocada. A crescente globalização do mundo da arte, que inclui agora artistas contemporâneos africanos, torna cada vez mais discutível qualquer termo que pressuponha uma divisão clara entre arte ocidental e não-ocidental.

É nos esforços para compreender, de modo abrangente, os fundamentos estéticos dos primórdios do modernismo que a investigação das influências africanas na arte moderna permanece relevante hoje.*

O propósito deste nosso encontro é o de reflectir sobre a forma como as culturas africanas foram,  e continuam a ser, fonte de inspiração  artística em todo o mundo. Importa, também, realçar os modos como os diálogos culturais sempre foram feitos de forma recíproca e assentes em influências multilaterais.

 O mapeamento, a compreensão, e as percepções destes movimentos são objecto de estudo de diversos investigadores e artistas.

Este é um dos muitos pontos em que se vai centrar o nosso debate.

* Baseado no texto de Murrell, Denise. “African Influences in Modern Art”. In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2000. http://www.metmuseum.org/toah/hd/aima/hd_aima.htm (April 2008).

 

Moderação

Carla Henriques

Nasceu em Moçambique. Jornalista na RDP África (RTP) há 17 anos, onde foi coordenadora de informação durante mais de uma década. Formada em Ciências de Comunicação, frequentou o Mestrado em Relações Internacionais. Realiza e produz o programa sobre cinema nos países de língua portuguesa – GRANDE PLANO. Colabora com o programa de cinema da Antena 1 - CINEMAX . É consultora do Shortcutz Porto, júri e curadora de festivais de cinema.
 
Convidados

Ismael Sequeira
Artista Plástico de origem são-tomense, desenvolve e participa em diversos projectos na área artística e cultural em Portugal e em São Tomé e Príncipe. Actualmente faz parte do núcleo fundador da Plataforma Cafuka.

Victor Pinto da Fonseca
Director da Plataforma Revólver - Para a arte contemporânea, autor e administrador da Artecapital - Magazine de arte contemporânea, curador de exposições e colecionador de arte. Nasceu em Luanda, vive e trabalha em Lisboa.

António Pinto Ribeiro
Fundação Calouste Gulbenkian

 

24 de Maio | 17h00-19h00 | Auditório Afonso de Barros, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)

 

Organização: África Mostra-se 2013 e Centro de Estudos Africanos do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)

22.05.2013 | por raul f. curvelo | África Mostra-se 2013, antónio pinto ribeiro, Carla Henriques, Centro de Estudos Africanos, ISCTE-IUL, Ismael Sequeira, The Metropolitan Museum of Art, Victor Pinto da Fonseca