
Comedians’ Handbill, 1938 Paul Klee (German, 1879–1940)
Durante  o início do século XX, a estética da escultura tradicional africana  tornou-se uma poderosa influência na obra de diversos artistas europeus  responsáveis por movimentos avant-garde e pelo desenvolvimento da arte moderna, dos quais sobressaem nomes como Henri Matisse, Pablo Picasso ou Paul Klee.
São  os artistas deste período os primeiros a desenvolver um interesse  estético e artístico pelas colecções de objectos oriundos das colónias  africanas, que, um pouco por todas as capitais europeias, tornadas  metrópoles de impérios coloniais em expansão, são reunidas em museus de  cariz etnográfico.
A progressiva valorização da arte do  continente africano fez-se acompanhada por intensos movimentos culturais  que reclamavam a importância do pensamento e criatividade africana nas  suas várias vertentes, literatura, música ou artes plásticas,  intimamente ligados aos debates políticos suscitados por intelectuais  que reclamavam a independência das colónias africanas.
Na era  contemporânea  pós-colonial, a influência da estética e processos tradicionais africanos está tão profundamente embutida na  prática artística que raramente é evocada. A crescente globalização do  mundo da arte, que inclui agora artistas contemporâneos africanos, torna  cada vez mais discutível qualquer termo que pressuponha uma divisão  clara entre arte ocidental e não-ocidental.
É nos esforços para  compreender, de modo abrangente, os fundamentos estéticos dos primórdios  do modernismo que a investigação das influências africanas na arte  moderna permanece relevante hoje.*
O propósito deste nosso  encontro é o de reflectir sobre a forma como as culturas africanas foram,  e continuam a ser, fonte de inspiração  artística em todo o mundo. Importa, também, realçar os modos como os diálogos culturais  sempre foram feitos de forma recíproca e assentes em influências multilaterais.
 O mapeamento, a compreensão, e as percepções destes movimentos são objecto de estudo de diversos investigadores e artistas.
Este é um dos muitos pontos em que se vai centrar o nosso debate.
* Baseado no texto de Murrell, Denise. “African Influences in Modern Art”. In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2000. http://www.metmuseum.org/toah/hd/aima/hd_aima.htm (April 2008).
 
Moderação
Carla Henriques
Nasceu  em Moçambique. Jornalista na RDP África (RTP) há 17 anos, onde foi  coordenadora de informação durante mais de uma década. Formada em  Ciências de Comunicação, frequentou o Mestrado em Relações  Internacionais. Realiza e produz o programa sobre cinema nos países de  língua portuguesa – GRANDE PLANO. Colabora com o programa de cinema da  Antena 1 - CINEMAX . É consultora do Shortcutz Porto, júri e curadora de  festivais de cinema.
 
Convidados
Ismael Sequeira
Artista  Plástico de origem são-tomense, desenvolve e participa em diversos  projectos na área artística e cultural em Portugal e em São Tomé e  Príncipe. Actualmente faz parte do núcleo fundador da Plataforma Cafuka.
Victor Pinto da Fonseca
Director  da Plataforma Revólver - Para a arte contemporânea, autor e  administrador da Artecapital - Magazine de arte contemporânea, curador  de exposições e colecionador de arte. Nasceu em Luanda, vive e trabalha  em Lisboa.
António Pinto Ribeiro
Fundação Calouste Gulbenkian
 
24 de Maio | 17h00-19h00 | Auditório Afonso de Barros, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)
 
Organização: África Mostra-se 2013 e Centro de Estudos Africanos do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)