Exposição Contra-feitiço de Denilson Baniwa

com show-performance-ritual de Brisa Flow e apresentação do Alkantara Festival
Curadoria de Ritó Natálio / Terra Batida
22 de outubro de 2025 (quarta-feira), 18h Galerias Municipais de Lisboa - Galeria Quadrum
Ao projetar a frase “Aqui é terra indígena” nas fachadas de vertiginosos arranha-céus na cidade de São Paulo ou numa galeria de arte em Lisboa, Denilson Baniwa manifesta a força da arte indígena contemporânea e dos seus gestos de contra-feitiço, enviando e confrontando mensagens do passado colonial com a atualidade dos debates e do espaço público.

Naquela que é a sua primeira exposição individual em Lisboa, o artista originário do povo Baniwa, nascido no Alto Rio Negro (Amazonas, Brasil), apresenta uma retrospetiva inédita do seu trabalho, bem como um conjunto de novas obras produzidas na capital portuguesa. Com um vasto reconhecimento internacional, o seu trabalho multiplica linguagens e cruza a pintura, a performance, o desenho e a intervenção digital para tensionar e questionar as narrativas hegemónicas sobre território e identidade, posicionando o seu direito à resposta. 

Denilson Baniwa, Guerra dos Mundos, série Caçadores de Ficções Coloniais, 2021 Denilson BaniwaDenilson Baniwa, Guerra dos Mundos, série Caçadores de Ficções Coloniais, 2021 Denilson Baniwa

O convite à apresentação desta exposição foi lançado pela Terra Batida, plataforma que, ao longo dos últimos dois anos, se dedicou a pesquisar acervos de comunidades indígenas do Brasil mantidos em museus e arquivos históricos e etnográficos em Lisboa e Coimbra. Para isso, atribuiu bolsas de criação e nutriu colaborações com vozes centrais da arte e do pensamento indígena contemporâneos, tais como Brisa Flow, Ellen Pirá Wassu, Juão Nyn, Lilly Baniwa, Olinda Yawar Tupinambá e Ziel Karapotó, que visitaram presencialmente essas coleções.

Contra-feitiço de Denilson Baniwa inaugura um gesto de partilha pública de um trajeto longo de diálogos e reflexões críticas sobre as políticas institucionais de desaparecimento, conservação e memória que atravessam e conectam Brasil e Portugal. 

No dia 22 de outubro, a inauguração da exposição conta, ainda, com show-performance-ritual de Brisa Flow, cantora mapurbe marrona que mistura o rap com cantos ancestrais, jazz, eletrónico e neo/soul. Mc da cultura hip hop e filha de artesãos araucanos, pesquisa e defende a música indígena contemporânea como uma ferramenta de combate ao epistemicídio.
Nesse mesmo momento, terá também lugar a apresentação do programa do Alkantara Festival 2025, coprodutor e parceiro regular da plataforma Terra Batida — e que acolherá, nos dias 15 e 16 de novembro, um ciclo de performances em diálogo com a mostra na Galeria Quadrum. 
Uma exposição de Denilson Baniwa | Curadoria Ritó Natálio | Terra Batida | Em colaboração com Laila Algaves Nuñez e Rafaela Campos | Show-concerto-ritual (vernissage) de Brisa Flow | Programa de performances Nosso Wayuri (Alkantara Festival) com Ellen Pirá Wassu & Ritó Natálio, Juão Nyn, Lilly Baniwa, Olinda Yawar Tupinambá & Ziel Karapotó | Pesquisa curatorial (2024) Ellen Pirá Wassu e Ritó Natálio | Diálogos em residência António Gouveia, Associação Batoto Yetu Portugal, Carla Coimbra, ECO - Animais e Plantas em Produções Culturais sobre a Bacia Amazónica, Jamille Dias, Karen Shiratori, Neil Safier, Museu Nacional de Etnologia, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, Arquivo Nacional da Torre do Tombo | Direção técnica Ricardo Pimentel | Desenho expositivo Ricardo Pimentel, Denilson Baniwa e Ritó Natálio | Captação de imagem Violena Ampudia | Imagens adicionais Olinda Yawar Tupinambá, Ziel Karapotó, Jamille Dias, Laila Algaves Nuñez, Ritó Natálio | Edição Ian Capillé | Apoio gráfico Nayara Siler | Produção executiva Associação Parasita | Coprodução e acolhimento Alkantara Festival, Galerias Municipais / EGEAC | Direção de produção Catalina Lescano / Associação Parasita | Apoio administrativo Helena Baronet / Associação Parasita | Apoio à exposição de Denilson Baniwa The PIPA Foundation | Parceria EDGES – Entangling Indigenous Knowledges in Universities | Agradecimentos Carla Coimbra, Jamille Dias, Lysandra Domingues, Marta Lourenço

10.10.2025 | por martalanca | Denilson Baniwa

“Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”

Entre 16 de fevereiro e 29 de maio, todas as quintas, na Católica no Porto

Escola das Artes lança programa de concertos, conferências, exposições e performances para não silenciar histórias.

“Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões” é o tema do programa cultural da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa que pretende estimular o debate sobre o fazer da(s) História(s), mostrando como muitos artistas contemporâneos têm contribuído para a alteração de paradigmas. Uma parceria da Escola das Artes com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA). De 15 de fevereiro a 29 de maio, ao final da tarde de quinta-feira, a cidade do Porto vai receber concertos, conferências, exposições e performances para não silenciar histórias.

Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes e co-curador do programa, sublinha que o ciclo “pretende construir um espaço de debate onde juntos possamos pensar as narrativas históricas e o modo como artistas de diferentes geografias e culturas têm sido motores fundamentais no alargamento e transformação dessa história oficial.” Sobre esta nova edição do programa, o diretor da Escola das Artes completa que “é fruto de um trabalho continuado da Escola das Artes em trazer temáticas com expressão no mundo não só artístico, como atual e global.” 

Através da interseção de várias áreas e de conhecimentos múltiplos, onde se cruzam perspetivas de artistas, realizadores, ativistas ou intelectuais, o ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões” procura criar um espaço de debate conjunto, onde se reflita sobre como se pode juntar à História outros sujeitos, corpos ou objetos, de modo a, progressivamente, construir um recorte mais amplo e diverso do mundo, dos seus habitantes e dos processos de transformação.

Estão confirmados os concertos, conferências e performances de Lilia Schwarcz, Denilson Baniwa, Pedro Barateiro, Nuno Crespo e Dalton Paula, João Salaviza e Renée Messora, Paulo Catrica, Hélio Menezes, Ayrson Heráclito, Margarida Cardoso, Artur Santoro, Flávio Cerqueira e de Francisco Vidal. A Escola das Artes anunciou também a agenda da Sala de Exposições, que contará com Carla Filipe, Pedro Barateiro, Paulo Catrica e Letícia Ramos.

O ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões” é um projeto em co-curadoria entre a intelectual e curadora brasileira Lilia Schwarcz e Nuno Crespo. O ciclo é organizado pela Escola das Artes, em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA). Vai decorrer entre 15 de fevereiro e 29 de maio, às quintas, na Universidade Católica Portuguesa, no Porto.

Mais informações e programa disponível aqui:

https://artes.porto.ucp.pt/pt-pt/art-center/conferencias/programa-de-concertos-conferencias-exposicoes-e-performances-2024/apresentacao 

 

25.01.2024 | por martalanca | Artur Santoro, ayrson heráclito, Denilson Baniwa, Flávio Cerqueira, Francisco Vidal., Hélio Menezes, João Salaviza e Renée Messora, Lilia Schwarcz, Margarida Cardoso, Nuno Crespo e Dalton Paula, Paulo Catrica, Pedro Barateiro