Companhia de dança contemporânea de Angola,
2ª TEMPORADA 2025 (DE 09 A 12 DE OUTUBRO DE 2025)
A Companhia de Dança Contemporânea de Angola apresentará na Sky Gallery (Edifício Escom), entre os dias 09 e 12 de Outubro, a sua 2ª Temporada de espectáculos da peça O Vendedor de Inutilidades, o primeiro espectáculo de dança imersivo a ser produzido no país.
Com a duração de uma hora, a peça que tem a assinatura de Andy Rodriguez, reflecte sobre um universo onde a tecnologia redefine a maneira como nos vemos e nos relacionamos, expondo um conjunto de personagens que oscilam entre o tangível e o efémero, entre o humano e o sintético.
A peça, com direcção artística de Ana Clara Guerra Marques, é interpretada pelos bailarinos da CDC Angola Andy Rodriguez, António Sande, David Daniel, Gabriel Lopes, Jéssica Sanga, José Ndumbu, Marcos Silva e Samuel Curti. A videografia é de Alexis Anastasiou e a produção executiva de Jorge António.
Andy Rodriguez que se estreia como coreógrafo coma peça “O Vendedor de Inutilidades”, é formado em dança pela Escola Nacional de Arte em Cuba, seu país natal, onde se iniciou como bailarino na Companhia Rosario Cárdenas.
Esta temporada, sob o alto patrocínio do Banco BFA, tem também o apoio da Total Energies, da Sky Gallery e da Saudabel, além das parcerias com a Criacom e a Tipografia Corimba.
Recordamos que esta companhia, à qual se deve a grande transformação do panorama da dança em Angola, foi fundada em 1991, é membro do Conselho Internacional da Dança da UNESCO, possui um historial de centenas de espectáculos apresentados em Angola e no exterior, sendo hoje a referência da dança cénica angolana no mundo. Em 2017 foi galardoada com o Prémio Nacional de Cultura e Artes.
Com quase 34 anos de existência, esta companhia ocupa um lugar privilegiado na História de Angola, ao ter semeado o “novo” no vasto terreno da dança onde continua a desenvolver um trabalho artístico único e original.
Após esta Temporada a CDC Angola segue para uma digressão internacional.
(Fotografias de Rui Tavares)
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Fundada em 1991, pela coreógrafa Ana Clara Guerra Marques, a COMPANHIA DE DANÇA CONTEMPORÂNEA DE ANGOLA edificou, através de um percurso de inovação e singularidade, uma história exclusiva que faz dela um colectivo histórico e único, num contexto artístico que permanece frágil, conservador e fortemente cunhado pelas danças patrimoniais e recreativas urbanas e pela ausência de um movimento de criação de autor, no plano da dança.
Provocando uma ruptura estética na cena da dança angolana e tornando-se, em 2009, uma companhia de Dança Inclusiva, a CDC Angola inaugurou o regime de Temporadas e criou uma linha de trabalho que, dispensando as narrativas de estruturação convencional, preferencia propostas que confrontem o público com as suas próprias histórias, aspectos do seu quotidiano, das suas realidades sociais, da sua condição de cidadãos de universos que se cruzam. Numa época em que as barreiras geográficas e culturais são superadas pelos recursos disponibilizados pelas novas tecnologias, estas, conjuntamente com outras linguagens, passaram a integrar o discurso artístico e estético da CDC Angola, onde o corpo e o movimento constituem o elemento catalisador.
A utilização da dança como meio de intervenção social, expondo o Homem enquanto cidadão do mundo e protagonista da cena social angolana, é a marca desta companhia, como revelado nas peças Mea Culpa (1992); Imagem & Movimento (1993), Palmas, por Favor! (1994); Neste País… (1995), Agora não dá! ‘Tou a Bumbar… (1998), Os Quadros do Verso Vetusto (1999), O Homem que chorava sumo de tomates (2011), Solos para um Dó Maior (2014), Ceci n’est pas une porte (2016), O monstro está em cena (2018), Isto é uma mulher? (2022), Onde o vento não sopra (2024) e, agora, O Vendedor de Inutilidades (2025).
Por outro lado, com Corpusnágua (1992); Solidão (1992); 1 Morto & os Vivos (1992), 5 Estátuas para Masongi (1993) Introversão versus Extroversão (1995) ou Ogros… da Oratura… e do Fantástico (2008), e com a intenção de deslocar a dança para fora dos palcos interiores dos teatros, a CDC Angola introduz o público a diferentes formas e conceitos de espectáculo.
No âmbito da pesquisa e experimentação, propõe a revitalização e a releitura da cultura de raiz tradicional com obras criadas a partir de estudos de investigação efectuados em várias regiões de Angola; A Propósito de Lweji (1991), Uma frase qualquer… e outras (frases) (1997), Peças para uma sombra iniciada e outros rituais mais ou menos (2009), Paisagens Propícias (2012), Mpemba Nyi Mukundu (2014) e (Des)construção (2017), são alguns dos exemplos.
Divulgar, surpreender, ensinar, provocar e contribuir para a educação estética do público, trazendo-o à apreciação das artes são os grandes objectivos desta companhia angolana, para o que complementa a sua acção artística com a realização de workshops, seminários, palestras, encontros, aulas abertas e outros programas de educação e divulgação da dança.
Hoje, perto de completar 34 anos de existência e ainda pouco compreendida no seu país, a CDC Angola procura a internacionalização como forma de validação do seu trabalho no exterior de Angola onde é reconhecido.
Para além das apresentações no país, a Companhia de Dança Contemporânea de Angola partilhou já os seus espectáculos com 17 países e 39 cidades, em África, América, Europa e Ásia, onde foi vivamente aplaudida.