Haverá Eleições, de Cláudia Varejão

17/06/2025, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro, Cinemateca

Billy Woodberry | Realizador Convidado In The Street | Free Time | Haverá Eleições (sobre as primeiras eleições livres em Portugal de 1975) sessão de dia 17 apresentada por Luís Mendonça com a presença de Cláudia Varejão que conversa com Billy Woodberry no final da projecção (em Inglês).

O filme está integrado numa sessão com mais dois filmes: IN THE STREET de Helen Levitt, Janice Loeb, James Agee e FREE TIME de Manfred Kirchheimer. A programação desta sessão é da responsabilidade de Billy Woodberry, realizador cuja Cinemateca dedica o mês de Junho.

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HAVERÁ ELEIÇÕES de Cláudia Varejão, 35 minHAVERÁ ELEIÇÕES de Cláudia Varejão, 35 min

Cerca de 92% dos eleitores recenseados compareceram às urnas, taxa que jamais foi superada até aos dias de hoje.

A noite das eleições teve o seu Centro de Escrutínio na Fundação Calouste Gulbenkian, enquanto a televisão emitia em directo a contagem dos votos.

Este filme revisita as eleições através das imagens produzidas durante a noite e de testemunhos de quem viveu este momento histórico.

Realizado no âmbito da exposição Haverá Eleições. 1975: as primeiras eleições livres em Portugal, uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril, em parceria com a Assembleia da República, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da RTP.

 

13.06.2025 | por martalanca | billy woodberry, eleições

billy woodberry | realizador convidado I Cinemateca

Nascido em 1950, em Dallas, de onde se mudou para a Califórnia em finais dos anos 1960, e radicado em Lisboa onde vive e trabalha desde 2018, Billy Woodberry está em junho na Cinemateca como “realizador convidado” para mostrar a sua obra em contexto. Fá-lo a partir da constelação de filmes a apresentar e comentar com um núcleo de pessoas chamadas por afinidades com ele, com as obras, com os motivos trabalhados e os olhares subjacentes. Desde 2015, a “rubrica regular” de programação Realizador convidado apresentou programas de e com Pedro Costa, Nicola Rey, Mark Rappaport, Abi Feijó, Jean-Claude Rousseau, Edgardo Cozarinsky, Albert Serra, Adolfo Arrieta, Boris Lehman, Regina Guimarães & Saguenail.


No quadro acima resumido da edição de junho de 2025, propõem-se os seis filmes realizados por Billy Woodberry até à data, nos períodos norte-americano e português da sua filmografia de vertente, a princípio, mais ficcional, e na mais documental que assumiu a partir de 1980: as curtas-metragens THE POCKETBOOK, MARSEILLE APRÈS LA GUERRE, A STORY FROM AFRICA e as longas BLESS THEIR LITTLE HEARTS, AND WHEN I DIE, I WON’T STAY DEAD…, MÁRIO. Também as suas escolhas (um total de dezassete títulos e outros tantos cineastas) refletem uma visão do mundo, o conhecimento da História do cinema e um diálogo com o presente, o percurso como professor de fotografia e cinema e como cineasta, referências, inspirações ou influências, o trabalho com as imagens de arquivo a que tem dedicado o seu cinema nos últimos anos, num mergulho que cruza a história colonial portuguesa fundamentalmente a partir da reflexão em torno da ocupação colonial em Angola no início do século XX que configura A STORY FROM AFRICA. Billy Woodberry é, lembre-se, um fundador do movimento coletivo, intergeracional, de cineastas afro-americanos conhecido como L.A. Rebellion, formado na UCLA nas décadas de 1970-80, cujos filmes representaram vidas e comunidades afro-americanas, procurando a construção de um novo cinema negro e, de forma lata, revitalizando o cinema independente americano. O movimento surgiu em sintonia com a iniciativa da UCLA que, entre 1968 e 1973, incentivou a inscrição de estudantes negros, latinos, nativos americanos ou asiáticos, agregando, entre outros e além de Woodberry, Charles Burnett, Haile Gerima, Julie Dash, Jamaa Fanaka, Barbara McCullough, Larry Clark, Alile Sharon Larkin, Ben Caldwell, Zeinabu irene Davis. BLESS THEIR LITTLE HEARTS é um título nuclear desse movimento: com uma forte ligação a KILLER OF SHEEP, de Burnett, e à modernidade do cinema italiano e das cinematografias de Cuba, Brasil, Índia ou África, a primeira ficção de Woodberry é hoje reconhecida como uma obra essencial do cinema independente americano. AND WHEN I DIE, I WON’T STAY DEAD…, a caleidoscópica longa seguinte, retrata o poeta beat americano Bob Kaufman, enquanto a mais recente MÁRIO se centra no angolano Mário Pinto de Andrade e numa geração de combatentes africanos pela independência dos territórios sob domínio colonial português. A curta billy woodberry | realizador convidado junho 2025 cinemateca [3] MARSEILLE APRÈS LA GUERRE que, como depois A STORY FROM AFRICA, se compõe de imagens fotográficas, é um retrato coletivo dos trabalhadores do porto de Marselha e presta tributo ao cineasta e escritor senagalês Ousmane Sembène.

Entre 1989, Billy Woodberry tornou-se professor da CalArts School of Film/Video e da School of Art do California Institute of the Arts, marcando gerações sucessivas de alunos. Realizou o vídeo “The Architect, the Ants, and the Bees” para a instalação multimédia “Facing the Music” (2004) à volta da construção do Walt Disney Concert Hall desenhado por Frank Gehry para a baixa de Los Angeles. Da sua filmografia constam ainda a participação como ator em WHEN IT RAINS de Charles Burnett (1995) e narrador de RED HOLLYWOOD de Thom Andersen e FOUR CORNERS de James Benning (1998). O seu cinema tem uma vibração de franca intensidade, distinguindo-se, nos últimos trabalhos, por uma rara capacidade de articulação de materiais, trabalho com os arquivos, fluidez, rigor de montagem, em linha com o ritmo musical dos primeiros filmes. O programa reúne filmes cronologicamente produzidos entre 1929 (o raro VOYAGE EN ANGOLA, de Marcel Borle) e 2024 (MÁRIO), de autores como Chaplin e Ford, Helen Levitt, Janice Loeb, James Agee, Sidney Meyers, Manfred Kirchheimer, Satyajit Ray, Ermanno Olmi, Emile De Antonio, Santiago Álvarez, Octavio Cortazar, Pastor Vega, Chris Marker, Nelson Pereira dos Santos e Eduardo Coutinho ou Mila Turajlic. É uma proposta de tangentes e, nos quatro sábados do mês, as sessões sugerem “double bills” com os filmes de Billy Woodberry em rima direta com outros da sua escolha.

O programa é organizado em diálogo estreito com Billy Woodberry e conta com o apoio inestimável de Andy Rector. A acompanhar as sessões estão Filipa Vicente, José Manuel Costa, José Oliveira, Lúcia Prancha, Maria do Carmo Piçarra, Nuno Lisboa, Olivier Hadouchi, Rita Rato, Ruth Wilson Gilmore, Sílvia das Fadas, além de Joana Ascensão, Luís Mendonça, Luís Miguel Oliveira e Maria João Madeira. Será publicado um livro, em edição bilingue (português e inglês), a lançar posteriormente em data próxima.

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02.06.2025 | por martalanca | billy woodberry

Ciclo de cinema negro no LEFFEST

L.A. REBELLION

From the myriad of cinematic movements of the 20th century, the L.A. Rebellion - also known as Los Angeles School of Black Filmmakers - is certainly one of the most revolutionary currents. Between the 60s and 80s, a generation of filmmakers, associated with UCLA - University of California, created a new Black Cinema, independent from the stereotypical Hollywood conventions and attentive to the real african-american lived experiences. At the time of the Civil Rights movement in the USA, these filmmakers’ contributions challenged the white hegemony in the cinema industry, while expanding the aesthetic and social reach of cinema to circumstances overlooked until that time.

In the most comprehensive European retrospective of the movement to date, LEFFEST celebrates the irreverent qualities of the L.A. Rebellion’s filmography. Directors such as Charles Burnett, Billy Woodberry, Ben Caldwell, Julie Dash and Haile Gerima - special guests of this year’s festival - compose a landscape of dozens of filmmakers, with scenes as remarkable as the painfully stilted dance of a married couple in Burnett’s Killer of Sheep (1978), the visionary intergenerational tour-de-force in Dash’s Daughters of the Dust (1991) and the mythical singular-cut confluence of past and present in Gerima’s Sankofa (1993).

Featuring screenings by fourteen distinct L.A. Rebellion directors, unprecedented in Portugal, LEFFEST 2022 will hold further debates with the invited filmmakers and a retrospective-exhibition about this movement’s generation. With the artistic perspective and work by the emblematic Ben Caldwell, the exhibition’s vernissage will be held on the 13th of November, at MU.SA in Sintra.

Full program here.

28.10.2022 | por Alícia Gaspar | Ben Caldwell, billy woodberry, Charles Burnett, ciclo de cinema negro, cinema, Hale Gerima, Julie Dash, leffest

CCB | Ciclo Visualidades Negras — 13 abril com o cineasta Billy Woodberry

©Joana Linda©Joana Linda

Cineasta, Billy Woodberry é um dos fundadores do movimento coletivo L.A. Rebellion (Los Angeles School of Black Filmmakers), uma geração de jovens cineastas afro-americanos que procuraram a construção de um novo cinema negro. Ficou conhecido por ter realizado a longa-metragem de ficção Bless Their Little Hearts (1984), que foi premiada no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Billy Woodberry é também professor de Cinema na Escola de Artes da Califórnia (CalArts) e ainda na UCLA.

O ciclo Visualidades Negrascom curadoria e moderação de Filipa Lowndes Vicente (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), propõe várias reflexões sobre a relação entre visualidade e negritude, abordando problemáticas que passam pela justiça racial, política e social.

Com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

Descontos
Estudantes 20% 
Membros de associações 20%*
Preço de grupo: Mínimo de 10 pax – 20%*
*Estes descontos são válidos apenas na compra de bilhetes individuais e vendidos presencialmente no CCB.

06.04.2022 | por Alícia Gaspar | billy woodberry, CCB, ciclo visualidades negras, cultura, cultura visual, negritude