Apresentação da Conferência Internacional - Universidade de Bolso

Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, 27-29 maio, 2022

Terça, 29 março 19h30
Sala B 207 (Torre B)

A cargo de João Sousa Cardoso e de António Guerreiro 
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas | Universidade Nova de Lisboa
Avenida Berna 26 C, 1069-061 Lisboa


Em cada ano, a UNIVERSIDADE DE BOLSO propõe, ao longo de três dias, a criação de uma comunidade efémera de vivência, observação, reflexão e debate aberto em torno de questões atuais, locais e globais. 

Em cada edição, os participantes encontram-se com os Oradores: pensadores e artistas internacionais, relevantes do nosso tempo, convidados a proferirem uma aula pública; com os Habitantes: cidadãos e residentes locais que testemunharão um itinerário pessoal e saberes que religam com formas de inteligência necessárias à vida pública; e os Observadores: dois convidados que acompanharão no terreno todo o programa e, no último dia, devolverão o seu olhar numa perspetiva participante, crítica e propositiva sobre o trabalho desenvolvido.  

A primeira edição da UNIVERSIDADE DE BOLSO acontece entre 27 e 29 de maio de 2022, no Centro Cultura Vila Flor. Coabitação e novas temporalidades é o mote escolhido para a edição inaugural e concentra-se na atualidade dos direitos das minorias étnicas nas sociedades contemporâneas e na elaboração social, ética e estética de uma cultura cosmopolita e transtemporal.  

Na primeira edição, os Oradores são: Françoise Vergès, intelectual, escritora e militante francesa com origem familiar na Ilha da Reunião que tem desenvolvido um pensamento crítico sobre as relações entre anti-capitalismo, ativismo feminista e decolonização; Vladimir Safatle, filósofo brasileiro, docente na Universidade de São Paulo e músico, que tem produzido reflexão sobre a construção política das subjetividades entre a filosofia, a crítica da cultura e a teoria psicanalítica; Mary Enoch Elizabeth Baxter, que também assina com o nome hip-hop Isis Tha Saviour, artivista norte-americana baseada em Filadélfia, que trabalha a relação entre o sistema institucional da justiça (incluindo a justiça reprodutiva), a violência de estado e a comunidade afrodescendente nos Estados Unidos da América.  

Os Habitantes Svitlana Baptista e Niranjan Sapkota partilham connosco – num espaço especificamente relacionado com a sua história pessoal como lugar de encontro – a experiência de imigração da Ucrânia e do Nepal, respetivamente, para Portugal. 

Svitlana Fedynyak Baptista partilhará connosco a cultura cívica, tecnocientífica e política em que se formou na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o trauma coletivo da catástrofe ecológica de Chernobyl, a experiência migratória entre um regime autoritário do leste europeu e uma democracia em consolidação no extremo ocidente do continente. Niranjan Sapkota, por seu lado, mostrará como concilia a formação hindu e o território cultural de acolhimento, a carreira académica e o emprego fabril, além de - sendo os seus pais cantores folclóricos - o interesse pela música dos instrumentos tradicionais como uma prática familiar a que dá continuidade. Ambos os casos ajudarão a compreender as questões da alteridade, da inclusão política e das dinâmicas interculturais.   

Por último e como Observadores, a historiadora francesa Yvane Chapuis, responsável pelo Departamento de Pesquisa na escola de artes La Manufacture, em Lausanne (Suíça); e António Guerreiro, crítico cultural e professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, contribuirão como relatores da presente edição, analisando a qualidade das trocas havidas e as suas implicações num processo de construção coletiva de conhecimento. 

A Universidade, instituição centenária, encontra-se hoje implicada num processo imprevisível de profunda transformação política, cultural e económica, procurando os caminhos que lhe permitam reencontrar o seu fundamento – uma casa do conhecimento universal – e reinventar a capacidade de acompanhar os processos sociais e atuar produtivamente no mundo. Com a primeira edição da UNIVERSIDADE DE BOLSO queremos, juntos, dar a volta ao mundo em 3 dias! Será a primeira volta de muitas revoluções.  

21.03.2022 | por Alícia Gaspar | ativismo feminista, conferência internacional, cultura, decolonização, universidade de bolso

ICPSong16 | Conferência Internacional - Canção de Protesto e Mudança Social

A Conferência Internacional Canção de Protesto e Mudança Social (ICPSong’16) insere-se no plano de atividades do 1º ano do Observatório da Canção de Protesto recentemente fundado em Grândola. Realiza-se na FCSH em Lisboa, entre 15 e 17 de Junho de 2016.
A ICPSong’16 propõe reflexão e prática sobre relações diversas entre canções de protesto e processos de mudança social nos séculos XX e XXI, a partir de perspectivas científicas e performativas várias em torno de três eixos temáticos específicos, não se limitando a eles:
1. Resistência;
2. Revolução;
3. Consciência Social.
Com o objectivo de lembrar a experiência histórica que em Portugal levou à instauração da democracia em Abril de 1974, na qual as canções de protesto, então chamadas de intervenção, desempenharam um importante papel enquanto forma de luta, na oposição ao governo ditatorial e à guerra colonial, a ICPSong’16 propõe ainda três áreas performativas em workshops de composição musical, performance e criação de redes através da música.
Envolvendo Ciências Sociais, Humanidades e Artes, os participantes são convidados a apresentar comunicações, painéis, mesas redondas, oficinas performativas e posters, sobre diferentes experiências de concepção, produção e recepção de canções de protesto. São bem vindas abordagens teóricas múltiplas e explorações práticas performativas diversas, integrantes de situações de resistência, revolução e consciência social, local ou no exílio, em espaços regionais, nacionais ou transnacionais, envolvendo canções e músicas de protesto de todos os tipos.

Com um programa académico e social diversificado, com produção e recepção musical variada, entre Lisboa e Grândola, a ICPSong’16 apela também à participação nos vários domínios científicos e performativos, nas línguas da organização (português e inglês), e também em espanhol e francês. Inclui uma visita à emblemática cidade alentejana de Grândola, símbolo de resistência e protesto, imortalizada na canção de José Afonso que serviu de senha, transmitida pela rádio, ao arranque da ação militar da Revolução de 25 de Abril de 1974.

29.05.2016 | por claudiar | conferência internacional, mudança social, música de intervenção, protestos