Direito da Nacionalidade

O Direito da Nacionalidade será o tema do próximo Curso Breve On-line a
realizar pela A.P.M.J.. Serão abordados vários aspetos de natureza substantiva e adjetiva, com
recurso a exemplos práticos, nos 4 Módulos do Programa, disponível em www.apmj.pt

O Curso é destinado a profissionais do foro, solicitadoras/es e funcionárias/os da Conservatórias do Registo Civil. Visa dar uma perspetiva geral e prática das questões mais relevantes no âmbito do Direito da Nacionalidade, com particular ênfase das atinentes à atribuição e aquisição da nacionalidade, de forma a melhor habilitar e potenciar a respetiva intervenção forense. Será ministrado através da Plataforma Zoom, em horário pós-laboral de 23.06.2025 a 02.07.2025. As inscrições são feitas em www.apmj.pt

Todas as Sessões incluirão a possibilidade de debate com as /os oradoras/es convidadas/os.

15.06.2025 | por martalanca | nacionalidade

Haverá Eleições, de Cláudia Varejão

17/06/2025, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro, Cinemateca

Billy Woodberry | Realizador Convidado In The Street | Free Time | Haverá Eleições (sobre as primeiras eleições livres em Portugal de 1975) sessão de dia 17 apresentada por Luís Mendonça com a presença de Cláudia Varejão que conversa com Billy Woodberry no final da projecção (em Inglês).

O filme está integrado numa sessão com mais dois filmes: IN THE STREET de Helen Levitt, Janice Loeb, James Agee e FREE TIME de Manfred Kirchheimer. A programação desta sessão é da responsabilidade de Billy Woodberry, realizador cuja Cinemateca dedica o mês de Junho.

ver programa 

HAVERÁ ELEIÇÕES de Cláudia Varejão, 35 minHAVERÁ ELEIÇÕES de Cláudia Varejão, 35 min

Cerca de 92% dos eleitores recenseados compareceram às urnas, taxa que jamais foi superada até aos dias de hoje.

A noite das eleições teve o seu Centro de Escrutínio na Fundação Calouste Gulbenkian, enquanto a televisão emitia em directo a contagem dos votos.

Este filme revisita as eleições através das imagens produzidas durante a noite e de testemunhos de quem viveu este momento histórico.

Realizado no âmbito da exposição Haverá Eleições. 1975: as primeiras eleições livres em Portugal, uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril, em parceria com a Assembleia da República, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da RTP.

 

13.06.2025 | por martalanca | billy woodberry, eleições

King Size, direção Sónia Baptista

6 junho a 15 junho 2025

qui: 21h; sex: 21h; sáb: 19h; dom: 16hSala Estúdio Valentim de Barros

King Size analisa como se constrói a masculinidade, para ressignificar as relações entre natureza, género e sexo. Focando figuras que incorporam os mitos masculinos, bem como as suas revisões paródicas, esta criação encena um jogo de desidentificação que resiste às pressões de binarismo sexual, na sociedade e na arte.

Uma obra que confronta os dispositivos de criação e dramaturgia de performances drag contemporâneas com os códigos rígidos de representação de género, na dança e no teatro tradicionais, e interroga essas representações, esbatendo as diferenças entre o que é natural e o que é construção cultural ou cénica. Espetáculo em inglês e português, com legendas em português.

direção Sónia Baptista
interpretação Ana Libório, Crista Alfaiate, Joana Levi, Maria Abrantes e Sónia Baptista
espaço cénico Raquel Melgue
desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção
vídeo Ana Libório e Raquel Melgue
som Margarida Magalhães
desenhos Bárbara Assis Pacheco 
apoio à dramaturgia Mariana Ricardo
apoio à criação Francesca Rayner, Marcus Massalami, Maribel Mendes Sobreira, Paloma Calle e Vânia Doutel Vaz
apoio ao desenho de luz Pedro Nabais
direção de produção Maria João Garcia 
produção executiva Margot Silva
comunicação Helena César
produção AADK PORTUGAL
tradução Joana Frazão
legendagem Joana Frazão e Sónia Antunes
coprodução Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery/DDD - Festival Dias da Dança, Festival Linha De Fuga
residência de coprodução O Espaço do Tempo
apoio EVC, Alkantara, Devir/Capa, Citemor, Livraria Aberta, Livraria Snob, Gaivotas6, Mala Voadora
agradecimentos Queer Lisboa, Miguel Freitas, Lara Torres, João Caldas, Sérgio Fazenda Rodrigues, Caeiro, Joaquim Fónix, King Molas da Roupa,  A. M. Dickless, Só Carlos, Billie Gnz, Ana Francisca Amaral Correia, José António Cunha, Isidro Paiva, José Capela, Lara Morais, Caio Soares

09.06.2025 | por martalanca | masculinidade, Sónia Baptista

“Alfredo e as Nuvens”, de Ruben Zacarias

7 a 17 de junho, na Galeria Papoila, Porto. Com curadoria do artista, Ruben Zacarias, e do investigador artístico Paulo Ansiães Monteiro, a mostra reúne duas dezenas de obras inéditas que exploram o luto, a celebração do vazio, e, sobretudo, a memória enquanto matéria criativa

A mostra é dividida em três etapas temáticas — “Silêncios revisitativos”, “Letargia” e “Alvorada” — e propõe um mergulho poético-sensorial. As peças foram feitas com diversos materiais, sendo os essenciais papel, tela, filme radiográfico e metal. De acordo com Zacarias, a exposição nasceu da vontade de trabalhar com a memória da ausência, partindo deste estado de espírito que se assemelha à letargia taoista.

“Não é o medo da morte que nos conduz durante o labor criativo, mesmo quando esta ronda a existência sorrindo-nos com astúcia. Talvez seja o mistério e, noutras vezes, a letargia espiritual vivida pelos que ficam, uma espécie de nostalgia taoista. E é daqui que ressurge Alfredo – Irmão do pintor, falecido há dez anos”.

fotografia de Susana Magalhãesfotografia de Susana Magalhães“Existem imagens (raras) capazes de expressar, ao mesmo tempo, a realidade na sua imediatez mais flagrante e o que nelas escapa ao imediato, apontando camadas profundas de significação. As imagens do Ruben Zacarias entram-nos pelos olhos e dilatam-nos por dentro. A beleza das suas pinturas atrai e faz deslocar o coração. Toma, transfigura e revela. Há sempre uma tensão figuração/abstração que potencia o efeito (retiniano) das imagens no observador. É possível seguir as pinceladas e o estraçalhar na tela.

Temos um burocrata do controlo cheio de gavetas ao peito como medalhas das categorias, um verdadeiro “adormecedor”. Em “musicalidade” um ser andrajoso com os privilégios da gente sentada controla um demónio que parece masturbar-se. Em “Sonho Líquido” uma figura andrógina brinca com o mundo feito brinquedo, e a caixa branca do inconsciente está guardada a chave. Em “Baile de Máscaras” o performer faz do camarim um laboratório alquímico, em que as máscaras são o resultado desse processo. Em “Silêncio” um díptico em que um simples encostar de cabeça nas costas permite a transmissão = o diálogo.

Noutro díptico “Emigração”, moedas deslizam para uma urna/cofre forte da despesa nacional. Em “Nocturno” uma forte pisadela que provoca um splash da espuma dos dias.

No díptico Jeany Duwal uma mulher amputada de um dos membros que a impede de alcançar as figuras. E deixo para o fim as magníficas imagens feitas em radiografias médicas de grande beleza.

A ideia de Platão é que a beleza age duplamente, primeiro através dum choque que provoca a recordação ou visão de “outro mundo” e que de seguida funciona como força material de uma energia directamente utilizável para o progresso espiritual.

Foi isso que senti ao contemplar as pinturas do Ruben Zacarias. Uma beleza que se prende ao nosso corpo, irresistível, sem deixar de ser obscura e enigmática.”

Paulo Ansiães Monteiro

 

 

06.06.2025 | por martalanca | Ruben Zacarias

Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos

Escola de Verão – 30 de junho a 4 de julho de 2025

Organização:

LabCLIP / CICANT / Universidade Lusófona – Centro Universitário do Porto

Coordenação:

Lurdes Macedo e Sheila Khan

Apresentação:

Em 2025, Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe celebram os 50 anos das suas independências, após as comemorações, em 2024, do centenário do nascimento de Amílcar Cabral e dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau. No seguimento das importantes reflexões sobre o significado das lutas de libertação produzidas no ano passado, a comemoração dos 50 anos da independência de quatro dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) proporciona uma oportunidade para refletir sobre o conhecimento produzido sobre este conjunto de nações, bem como sobre o seu lugar no campo dos Estudos Africanos. Quais foram os avanços alcançados no estudo dos PALOP desde as suas independências? Quais os desafios que se colocam à configuração dos Estudos Africanos em Português?

Na busca de pistas que permitam ensaiar respostas a estas questões, a Escola de Verão “Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos” será desenvolvida sob o princípio de que para se produzir conhecimento sobre os PALOP é necessário torná-los objetos de estudo inteligíveis. Este princípio será colocado em diálogo com o potencial e com as limitações que os estudos pós-coloniais e decoloniais oferecem a uma análise crítica das especificidades dos contextos destes países africanos.

A partir dos contributos de várias disciplinas das ciências sociais e humanas, esta Escola de Verão será desenvolvida em torno de quatro grandes eixos temáticos:

  • Estudos Africanos em Português;

  • Cultura e pensamento nas lutas de libertação;

  • Literaturas e Culturas Africanas em Português;

  • Memórias Coloniais e Propostas Decoloniais.

Público-alvo: Estudantes dos vários graus de ensino universitário; Investigadores; Artistas; Professores; Técnicos de ONGs e de outros organismos de cooperação internacional.

Objetivos desta Escola de Verão:

1 – Definir os Estudos Africanos em Português como campo de pensamento e de construção de conhecimento;

2 – Compreender a relação histórica e de memória entre os PALOP, e entre estes e Portugal;

3 – Estimular a reflexão crítica em torno dos legados das lutas de libertação e das independências destes países;

4 – Interpretar criticamente o papel e a responsabilidade histórico-cultural das literaturas nos PALOP;

5 –  Analisar a evolução dos projetos coloniais e a sua relação com a emergência de iniciativas e compromissos decoloniais;

6 – Debater os desafios epistemológicos e metodológicos que se colocam à reconfiguração dos Estudos Africanos em Português.

Competência a adquirir pelos participantes:

1 – Aplicar os Estudos Africanos em Português como ferramenta de análise crítica capaz de dar conta das especificidades dos contextos dos PALOP;

2 – Enunciar um quadro de pensamento em torno das interdependências históricas, políticas e culturais entre os PALOP e entre estes e Portugal;

3 – Organizar e propor um quadro teórico e metodológico de abordagem às especificidades dos contextos dos PALOP a partir dos contributos dos Estudos Africanos em Português;

4 – Apresentar uma leitura crítica das convergências e divergências dentro deste campo de estudo;

5 – Escrever um texto (artigo, ensaio, recensão,…) que reflita criticamente a relevância dos Estudos Africanos em Português, bem como propostas epistemológicas e metodológicas para a consolidação para este campo de estudo.

Razões para frequentar esta Escola de Verão:

  • Possibilidade de identificar uma diversidade de perspetivas para abordar o conhecimento produzido no âmbito dos Estudos Africanos em Português;
  • Possibilidade de contacto com várias experiências de produção de conhecimento neste campo de estudo;
  • Possibilidade de produzir um contributo crítico para a reconfiguração dos Estudos Africanos em Português;
  • Possibilidade de alargar redes de trabalho nesta área;
  • Possibilidade de participar na criação de uma plataforma capaz de colocar os Estudos Africanos em Português nos programas curriculares dos cursos de áreas relacionadas com as ciências sociais e humanas;
  • Obtenção de formação específica nesta área de estudos, com certificado de participação e 1 ECTS;
  • Possibilidade de publicar artigo, ensaio ou recensão crítica em publicação a organizar pela coordenação da Escola de Verão.

Regime de funcionamento:

A Escola de Verão “Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos” funcionará em regime híbrido. 

Funcionará presencialmente, na Universidade Lusófona - Centro Universitário do Porto e online, na plataforma Zoom, em link a disponibilizar aos estudantes que se inscrevam nesta modalidade de participação.

Professores confirmados:

Elísio Macamo (Universidade de Basileia, Suiça)

Francisco Topa (FLUP / CITCEM)

Julião Soares Sousa (iiiUC / CEIS20)

Lurdes Macedo (ULusófona / CICANT)

Maciel Santos (FLUP / CEAUP)

Orquídea Ribeiro (UTAD / CICANT)

Sheila Khan (ULusófona / CICANT) 

Tom Stennett (Universidade de Exeter, Reino Unido)

programa provisório desta Escola de Verão pode ser consultado em anexo a este e-mail.

Valor da inscrição:

Regime presencial (inclui a participação no convívio de encerramento)

Participantes em geral – 60€

Participantes nacionais dos PALOP – 40€

Estudantes da Universidade Lusófona – 40€

Regime online

Participantes em geral – 50€

Participantes nacionais dos PALOP – 30€

Estudantes da Universidade Lusófona – 30€

A pré-inscrição na Escola de Verão “Estudos Africanos em Português: Desafios Epistemológicos e Metodológicos” pode ser feita aqui.

06.06.2025 | por martalanca | Estudos Africanos

Maria Montessori

Estreia a 12 de junho. Inspirado em factos verídicos, MARIA MONTESSORI é um poderoso retrato de duas mulheres que ousaram desafiar o seu tempo. Com estreia marcada para 12 de junho nas salas de cinema portuguesas, o filme revela a história pouco conhecida da criadora do método Montessori, num drama histórico de grande sensibilidade e pertinência.

Protagonizado por Leïla Bekhti e Jasmine Trinca, e realizado por Léa Todorov, MARIA MONTESSORI decorre na viragem do século XX e acompanha o encontro transformador entre duas figuras femininas à margem de um mundo dominado por homens. A cortesã parisiense Lili d’Alengy muda-se para Roma para proteger um segredo: a sua filha nasceu com uma deficiência. Lá, cruza-se com Maria Montessori, uma médica pioneira que revoluciona a forma como a infância é encarada – enquanto carrega o peso de uma maternidade vivida em silêncio.

Com argumento de Catherine Paillé e da própria Léa Todorov, o filme constrói uma narrativa íntima sobre maternidade, exclusão e emancipação, mostrando como a compaixão e o conhecimento podem tornar-se ferramentas de transformação.

MARIA MONTESSORI é mais do que um filme biográfico, é um tributo à coragem feminina e à persistência em tempos de silêncio e repressão. Com uma realização delicada e interpretações marcantes, o drama oferece uma nova perspetiva sobre uma figura que mudou para sempre a pedagogia – e cuja humanidade, até hoje, permanece pouco contada. Em Portugal, estará em exibição, em exclusivo nos cinemas UCI, a partir de 12 de junho, com distribuição pela NOS Audiovisuais.

Sinopse:Em 1900, Lili d’Alengy, uma famosa cortesã parisiense, guarda um segredo que a envergonha: a sua filha Tina, nasceu com uma deficiência. Não querendo cuidar de uma criança que ameaça a sua carreira, Lili decide trocar Paris por Roma. Lá conhece Maria Montessori, uma médica que desenvolve um método revolucionário de aprendizagem para crianças, até então, chamadas de “deficientes”. Mas Maria também esconde um segredo: um filho nascido fora do casamento. Juntas, as duas mulheres vão ajudar -se mutuamente conquistar o seu lugar num mundo de homens e a escrever história.

 | Materiais

06.06.2025 | por martalanca | Maria Montessori

Sessão pública de apresentação de “Boi”, da Cláudio da Silva

Vencedora da 10.ª edição do Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa – Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa. Boi, de Cláudio da Silva, uma espécie de policial epistolar falhado, é uma homenagem à poética de Pedro Pedro, autor desconhecido e maldito, cujos textos, dispersos por fanzines e outros registos desconsiderados pelo mercado, retratam quase graficamente a cidade de Lisboa (e não só), privilegiando o patético e o periférico e alicerçando-se no boato e na vox populi para atingir uma verdade poética, política e biográfica da deslocalização e do deslocado.

Boi é, enfim, a ventura que paira sobre a cidade alargada que somos e que busca perspectivar. Essa cidade imaginada que ainda resiste em cada um de nós. O evento terá lugar no próximo dia 21 de junho de 2025, às 17 horas, no Auditório Sul da Feira do Livro de Lisboa

 

05.06.2025 | por martalanca | Boi, livro, policial

Complô, realizado por João Miller Guerra

O filme Complô, realizado por João Miller Guerra, terá a sua estreia mundial na 36.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Marselha (FIDMarseille), que decorre entre os dias 8 e 13 de Julho de 2025, em França.

Produzido pela Uma Pedra No Sapato e distribuído em Portugal e internacionalmente pela MagentaComplô traça o retrato íntimo de Bruno, conhecido como “Ghoya” — órfão de um país onde nasceu, órfão do Estado. Encarcerado metade da sua vida, sempre livre. “Ghoya” é rapper crioulo e activista político. Este filme, um espaço de encontro num momento da luta e da vida.

Com argumento do próprio realizador, o filme conta com edição de Pedro Cabeleiradireção de som de Rafael Gonçalves Cardoso e produção de Filipa Reis.

A seleção de Complô para o FIDMarseille — um dos mais prestigiados festivais internacionais dedicados ao cinema de autor — assinala mais uma forte presença do cinema português no circuito internacional, reconhecendo a força de uma obra profundamente pessoal, política e cinematográfica.
SOBRE O FILME 
Complô é um filme sobre a experiência de vida de um afrodescendente português, submetido à lei da nacionalidade baseada no “jus sanguinis”, que ditou que os filhos de imigrantes fossem tão imigrantes quanto os seus pais. Ghoya viu assim negado à nascença o direito de ser e se sentir português. A urgência de documentar esta experiência surge ainda em 2009 quando o conheci brevemente, estava “a monte”. Senti a força de um protagonista, abandonado pelo Estado português, que já relatava a sua história, usando a sua própria voz, muito antes deste filme começar. Essa é a vida de um MC de Rap Crioulo. A falta de integração do rap crioulo na nossa sociedade relaciona-se ainda hoje com a sua vida, alguém que viveu em bairros que foram sendo consecutivamente demolidos, fruto de “programas especiais de requalificação”. Com um longo passado em estabelecimentos prisionais, Ghoya sabe que a prisão começa no bairro onde se nasce. Este filme e a falta de outros é prova disso. É sobre tudo isto que cria as suas rimas.
Obrigado, Bruno.” 

João Miller Guerra 

 

 

FICHA TÉCNICA

Título: Complô
Realizador: João Miller Guerra
Argumento e Diálogos: João Miller Guerra
Guião: João Miller Guerra
Produtora: Uma Pedra No Sapato
Produtor: Filipa Reis

Fotografia: Vasco Viana
Montagem: Pedro Cabeleira
Diretor de Som: Rafael Gonçalves Cardoso
Criação Gráfica: Márcio Matos

Actores: Bruno “Ghoya” Furtado
Música: Ghoya

Ano de Produção: 2025

 

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Género: Documentário
Duração: 1h 25min 57s
Formato de imagem: 1.78
Resolução: 2K DCI
Cor / P&B: Cor
Som: 5.1 Surround
Formato de captação: Digital
Formato de projeção: DCP

05.06.2025 | por martalanca | Complô, nacionalidade, rap

Conversa com Virgília Tembo Ferrão e João Borges de Oliveira

18h00 CONVERSA Programa literário Lisboa / Maputo DAC |DMC |CML Conversa com Virgília Tembo Ferrão e João Borges de Oliveira, escritores que venceram a edição de 2025 do programa. Moderação: Marta Lança. ESPAÇO BIBLIOTECAS DE LISBOA | CML

05.06.2025 | por martalanca | João Borges de Oliveira, Virgília Tembo Ferrão

O som é o monumento / The sound is the monument

Kiluanji Kia Henda desenvolve um projeto a partir do Monumento aos Mortos da Grande Guerra, em Luanda — também conhecido como Maria da Fonte —, uma estátua erguida em 1937 que se destacou como uma das maiores construções monumentais do Império Português em África.

O monumento foi dinamitado em 1976, um ano após a independência de Angola, resultando na dispersão de grandes blocos de pedra esculpida, embora o pedestal original tenha permanecido intacto. A partir de imagens documentais dos fragmentos do monumento e dos soldados angolanos e cubanos que participaram na sua destruição, Kiluanji cria uma série de colagens digitais que dão origem a um conjunto de oito posters de bandas musicais fictícias, impressos em escala monumental.

No centro da piscina principal será instalada a obra O Som é o Monumento — um plinto geométrico que reinterpreta a forma de um pedestal, transformando-o numa caixa acústica. Esta estrutura será utilizada para a difusão de um repertório de músicas angolanas que constroem contra-narrativas sonoras ao discurso colonial e imperialista, afirmando a música como veículo de memória, identidade e insurgência cultural. Através desta operação estética e simbólica, o artista ressignifica os escombros do passado como matéria de invenção e resistência, propondo, deste modo, uma reflexão crítica sobre novas formas de celebrar e reinscrever a memória no espaço público, onde o som — a música — assume o lugar de monumento.

04.06.2025 | por martalanca | angola, kiluanji kia henda, monumento