Por mim, imaginava o agente Bernaaardo das secretas, vestido à dred, na Cova da Moura, a tentar espiar perigosíssimos meets, e a dizer aos transeuntes, enquanto batia com o punho no peito: "respect, niga."
Falando sinceramente, a histeria em relação aos meets diz mais do estado psicológico da classe média e de alguma comunicação social que da situação de miséria que vivem os subúrbios de Lisboa.
A ler
02.09.2014 | por Nuno Ramos de Almeida
«Casámo-nos com a língua portuguesa. A língua portuguesa usa capulana. Como é que se tira a capulana? Roda-se. A língua portuguesa permanecerá indefetivelmente propriedade de quem a fala.(...) A cor da pele identifica o opressor, o colonialista. É um processo que vai demorar o seu tempo, mas que precisa de ser feito. África tem de se encontrar, principalmente Moçambique. A história da Commonwealth é isto. É um processo, as novas gerações ainda vão sentir isto, não vai acabar já. São cinco séculos de colonização, são muitos anos. O algodão, o chá, o chicote ainda aqui estão. É uma forma de dizer “Eu existo”, é uma afirmação.
Cara a cara
27.08.2014 | por Doris Wieser
É utopia pensar que podemos fazer essas coisas sem pensar como vamos financiar os nossos projectos. E nós temos de desenvolver essas ideias para financiarmos os nossos próprios projetos, porque se não acontece o que tem acontecido até aqui,que é nós queremos fazer projetos, mas depois estamos dependentes daquelas pessoas com as quais não nos identificamos.
Vou lá visitar
26.08.2014 | por Carla Fernandes
Nascido no interior da porção nordeste do Brasil, uma das regiões mais pobres do país, Nelson Triunfo iniciou sua carreira artística como dançarino de soul e funk na década de 1970, época da efervescência do movimento negro pelos direitos civis nos Estados Unidos e de outros acontecimentos culturais e políticos que, exaltavam o orgulho negro na época.
Cara a cara
22.08.2014 | por Gilberto Yoshinaga
O défice habitacional em Cabo Verde é elevado e essa carência materializa-se na multiplicação de bairros informais, que desfiguram o perfil paisagístico das cidades e condicionam a qualidade de vida das populações. Como chegamos a este ponto? Que vantagens trazem as soluções apontadas e quais as suas vulnerabilidades? Como resolver esta problemática?
Cidade
22.08.2014 | por Andréia Moassab
Em si, o título – Do Colonialismo como Nosso Impensado -- é já uma rebeldia contra toda uma tradição que vigora, tanto na academia portuguesa como no sistema político-partidário, e que insiste em ignorar que o colonialismo – em especial, o português – não é objecto prioritário de estudo nem de política nacional e internacional.
A ler
18.08.2014 | por António Pinto Ribeiro
Em África, o mercado agro-alimentar representa mais de 35 mil milhões de dólares: a “revolução verde” já começou. Além do papel da mulher na investigação agro-alimentar, Moçambique tem sido também um “estudo de caso”, exemplo do que se tem passado a nível de investimento, corrida à concessão de terras e aumento da produtividade agrícola.
A ler
29.07.2014 | por Raquel Ribeiro
Duas horas com Mia Couto numa envolvente conversa que atravessa vários aspectos dos seus interesses e percursos. Como chegou até aqui, as suas geografias afectivas, Moçambique e os duros momentos de violência, a utopia da Independência, a diversidade de povos e seus modos de vida como inspiração para as histórias, o ambiente e o modelo de desenvolvimento a descobrir.
Cara a cara
17.07.2014 | por Marta Lança
A elite conservadora de direita portuguesa sustentou e suporta, ainda hoje, todas as teorias do lusotropicalismo e de angolanidade de Mário António, só desta forma consegue defende a ideia de um Portugal historicamente virado para o Atlântico ou mar, recusando, por conseguinte, valorizar o papel político de Portugal na Europa.
Mukanda
09.07.2014 | por Plataforma Gueto
No contexto, diferenciado e linguisticamente multifacetado, o crioulo foi e continua a ser o principal signo identitário e, por isso mesmo, ainda que em alguns casos somente em potência, o principal elo de ligação, de identificação e de comunicação entre os caboverdianos de todos os tempos e lugares, situados nas ilhas e nas diásporas, localizados nos lugares do passado, do presente e do futuro do nosso povo disperso pelo mapa-mundo da sua alma migratória e dos pés andarilhos do globo dos seus filhos emigrantes e da sua demanda de sempre de uma vida cada vez melhor.
A ler
07.07.2014 | por José Luís Hopffer Almada
O prédio da Lagoa no centro de Luanda (Largo do Kinaxixi), carcaça deixada por acabar em 1975 e ocupada por refugiados da guerra a partir de 1992, é um musseque (bairro da lata) em altura que acabou por transformar-se involuntariamente em símbolo da capital angolana — 17 andares sem água, nem luz, nem saneamento básico, sem varandas, sem corrimãos —, um prédio carente das mínimas condições de habitabilidade transformado em abrigo para gente deslocada.
A ler
20.06.2014 | por António Rodrigues
São três nomes, três cantores e compositores cujas circunstâncias acabaram por ditar que sejam citados normalmente em conjunto: Artur Nunes, Urbano de Castro e David Zé. Todos eles desapareceram depois do golpe de Nito Alves a 27 de Maio de 1977. Dos três, Artur Nunes era o mais novo – ainda não cumprira 27 anos quando morreu.
Cara a cara
01.06.2014 | por António Rodrigues
O início da lenda do ‘Conjunto África Negra’ é oficialmente atribuído ao ano de 1974, quando a formação original da banda mais amada e conhecida além-fronteiras de São Tomé e Príncipe sentiu que tinha chegado a hora de começar a tocar ao vivo no circuito dos ‘fundões’ da capital São Tomé. Os fundões eram os bailes ao ar livre que juntavam as diferentes comunidades locais: os mestiços, descendentes de colonialistas portugueses e escravos africanos, os Angolares, descendentes de escravos angolanos naufragados que se fixaram em comunidades piscatórias na zonal sul, e os descendentes de trabalhadores contratados Cabo-verdianos e Moçambicanos que tinham vindo trabalhar para as plantações de café e cacau da ilha.
Palcos
27.05.2014 | por Filho Único
O mundo que o colonialismo mudou, por sua vez, só pode ser entendido na sua complexidade, a partir da análise das sociedades que ajudou a organizar, que influenciou e transformou, muitas vezes de forma dramática. Hoje, nos antigos impérios, alguns dos principais bloqueios a esta interpretação provêm da permanência de perspectivas pós-imperiais e nacionalistas que continuam a conceber a história à medida de uma gesta nacional.
Cidade
05.04.2014 | por Nuno Domingos
É um projecto para uma publicação alternativa, lançado em Maputo por um grupo de jovens criativos de raízes e áreas profissionais diversas. O objectivo é criar um espaço livre, de divulgação de ideias sobre o contexto social, cultural e ambiental de Moçambique desafiando os limites da imaginação e permitindo diferentes abordagens e perspectivas.
Vou lá visitar
05.04.2014 | por Filipa Pontes
O 4 de Março na Cova da Moura fez-se dos sons do grupo de percussão Rola Samba - actualmente em tournée pelo país - e da energia dos moradores, que foram adensando as ruas tarde adentro. Um Carnaval sem idades, nem máscaras, nem senhas de entrada. Assim: livre e aberto.
Corpo
20.03.2014 | por Rute Barbedo
Este é o Lugar / This Must Be the Place é a primeira retrospetiva do fotógrafo sul-africano Pieter Hugo (Joanesburgo, 1976), que desde 2003 retrata a vida quotidiana na África do Sul, bem como na África subsaariana, dois territórios que ele conhece particularmente bem.
Vou lá visitar
18.03.2014 | por vários
Esta Exposição que pretende estar atenta às marcas das observações coloniais, acaba por se enrolar, no texto e nas imagens, nas concepções redutoras das culturas africanas, lembrando uma paisagem lisa e simplificada que integra a natureza exuberante, o primitivismo das populações, o exotismo das realidades, a homogeneidade das formas sociais e das comunidades africanas.
Cidade
17.03.2014 | por Isabel Castro Henriques e Miguel Pais Vieira
Os laços históricos entre Portugal e Brasil são bastante conhecidos, mas o grande público geralmente desconhece o interesse científico que Portugal, a Metrópole, sustentou em relação às suas colônias, como o Brasil e Angola. O investimento de cunho científico no Ultramar refletiu-se na aquisição, por instituições portuguesas, ao longo dos séculos de dominação, de exemplares do reino mineral, vegetal e animal, além de objetos etnográficos, testemunhos da rica história dessas regiões.
Vou lá visitar
17.03.2014 | por vários
Eduardo Viveiros de Castro, 62 anos, é o mais reconhecido e discutido antropólogo do Brasil. Acha que “a ditadura brasileira não acabou”, evoluiu para uma “democracia consentida”. Vê nas redes sociais, onde tem milhares de seguidores, a hipótese de uma nova espécie de guerrilha, ou resistência. Não perdoa a Lula da Silva ter optado pela via capitalista e acha que Dilma Rousseff tem uma relação “quase patológica” com a Amazônia e os índios. Não votará nela “nem sob pelotão de fuzilamento”.
A ler
17.03.2014 | por Alexandra Lucas Coelho